Assim, que atravessou o hall de entrada e virou-se em direção à sala de estar, a primeira pessoa que viu foi Edgar. Ele se levantou às pressas, sorrindo nervoso para ela. Ali também estavam a mãe da Barbara, Cássio – que tinha um sorriso tão grande quanto o do seu pai – e Miranda. A mulher tinha um olhar raivoso e queixo empinado, dando-lhe um ar de soberba.— Oi, Barbara. Como você está? Não lhe vejo desde a noite do seu acidente — disse Cássio, aproximando-se dela com a mão estendida.— Estava melhor naquela noite — disse com frieza, apertando a sua mão.Cássio desfez o sorriso e percebeu que ela estava com um olhar indiferente, frio. Notou as olheiras abaixo dos olhos, a aparência miúda e abatida. Sorriu sem graça, e afastou-se.— Eu vou pedir que tragam um champanhe — falou Carlos, parado ao lado da filha. — Sorria. Isso aqui não é um velório — sussurrou para ela, que o encarou sem expressar nada.— Tem certeza? — ela perguntou.Ele ficou um tanto irritado, mas nada fez ou disse.
Sozinha novamente, Barbara se permitiu derramar uma lágrima. A língua estremeceu para delatar o pai. Contar em detalhes o que ele fez, para que enfim Miranda entendesse que não desejava aquilo tanto quanto ela. Mas Barbara se deu conta de que seria em vão sofrer mais com aquele dia ao narrar os acontecimentos. Aquela mulher, ou qualquer outra pessoa dentro daquela casa, nada faria com as informações. Ali ela nunca teria a ajuda que precisava para se livrar do pai ou do casamento.***Alguns dias após aquele noivado, Barbara foi com a mãe até uma floricultura. Os preparativos do casamento já estavam se iniciando. O lugar era um enorme jardim com inúmeras variedades de flores e outras plantas.— Era dever da Miranda estar aqui hoje! — disse Ângela.— Ela está tão empolgada com esse casamento, quanto eu — respondeu Barbara, observando o quanto o lugar estava cheio.— Eu consegui a reserva no Copacabana Palace. O seu pai precisou cobrar favores, mas enfim a data ficou certa para daqui trê
Dias depois, Matheus estava sentado na sala, vendo TV com a mãe, quando Rafa chegou para visitá-lo.— E ae, tia? — Beijou o rosto da Dália, que sorriu para ele. — Como tu tá, parceiro?— Bem, mas ainda me cuidando.— E como vai essa cicatriz nova?Matheus ergueu a camisa, exibindo os pontos que o médico disse que ele tiraria em sete dias.— Vou retirar os pontos na próxima semana.— Depois a gente faz uma tatuagem aí em cima. Eu fabriquei uma maquininha — disse com orgulho, arrancando do Matheus uma risada e uma expressão de dor logo em seguida.— Nem ferrando.Foi a vez do Rafael rir.— Mas me diz ae... — Sentou-se ao lado do amigo. — Se lembra de alguma coisa? — sussurrou.Matheus o olhou.— Eu nunca me esqueci.— Então desembucha. Vou enfiar uma bala na cabeça desse safado.— Me ajuda a ir pro quarto.Rafa o ajudou a se levantar, entregou as muletas para ele e foram devagar para o quarto.— Fale ae — incentivou-o, depois que o ajudou a se sentar na cama. Matheus ainda sentia muitas
— Por favor, me diga que está bem — disse Barbara com a voz chorosa. Os olhos dele se encheram de lágrimas.— Estou melhorando. Mas é impossível ficar bem estando longe de você e sem notícias.— Me perdoe!— Não, meu amor. Não tem que me pedir perdão.— Eu devia ter ficado longe quando você decidiu que não podíamos ficar juntos. Era o certo! Ele quase matou você.— Barbara... A gente não foi feito pra ficar longe. E não vamos ficar. Se você me disser que quer lutar por nós, estou disposto a tudo!— E se ele matar você desta vez?— Já me sinto morto, só de saber que você está sendo obrigada a se casar com outro.Ela suspirou com pesar e fungou.— Por favor... Me deixe lutar pela gente, Barbara. Confie em mim!— Já estamos no inferno, não é? Acha que tem como as coisas ficarem piores?— É, talvez tenha. — Foi honesto.— O que tem em mente?— O seu plano, em primeiro momento. Vamos sumir com você.— Adoraria desaparecer agora.— Eu preciso te ver! Onde posso te encontrar?— A minha casa
Ao chegar ao hotel, Ângela logo foi cumprimentar Mônica, que as aguardava no saguão.— Esta é a minha filha, a noiva. Barbara, quero que conheça a mulher que fará do seu casamento o mais lindo do ano! — A alegria completamente irritante estava toda ali de novo.— Como vai? — perguntou Barbara, sem sorriso, apertando suavemente a mão da mulher.Mônica logo pediu para as levarem até o grande salão de festas do hotel. Barbara se colocou um pouco atrás delas, deixando-as ir à frente. Lentamente, ela foi se distanciando mais e mais, até conseguir desviar o caminho sem ser percebida, indo em direção à recepção.— Oi. Quero fazer uma reserva.— Em nome de quem?— Matheus da Silva e Barbara Falcão.— Certo. A senhora já conhece as nossas suítes?— Presidencial, por favor.— Okay. Preciso de um cartão de crédito.— Vou fazer uma transferência. Será apenas uma diária. — Ela não poderia dar a oportunidade de o pai descobrir o que estava fazendo através dos gastos do seu cartão de crédito, o qual
Barbara montou sobre as suas pernas, ficando de frente para ele. Observou as marcas recém-cicatrizadas na sua face. Afagou o seu rosto e então, o beijou. Matheus correspondeu deixando um gemido escapar. O beijo entre eles era com volúpia e ao som de suspiros.Ela comprimiu os seios contra o seu tórax. Matheus não resistiu, levou as mãos até lá. A boca dele desceu pelo pescoço até a sua clavícula. Barbara grunhiu alto quando sentiu a língua dele úmida e quente contra a sua pele. Isso a fez arrepiar inteira.— Eu senti tanto a sua falta — declarou ela, com a voz embargada.Matheus segurou firme a sua nuca e beijou a sua boca novamente, mordendo o seu lábio inferior. Ela apanhou a sua outra mão e a levou para entre as suas pernas, incitando-o a lhe tocar no seu ponto sensível. Os dedos dele invadiram a sua calcinha pela lateral e a massagearam, arrancando mais suspiros dela, que levou a sua mão até o grande volume na calça dele. Ela o apertou e Matheus gemeu.— Quero muito sentar em você
Os dois ficaram por mais de três horas juntos. Pediram comida e se deitaram na cama. Transaram de novo e de novo. Matheus sempre deitado e Barbara se empenhando e performando toda a sua sexualidade em cima dele, que lhe dava sempre todo o seu carinho. Não tinha muita conversa entre os orgasmos, mas isso não tornava o momento menos incrível.Nenhum dos dois havia tocado no assunto que precisava ser conversado. O momento estava bom demais para falar sobre o dia mais doloroso da vida deles e sobre o sofrido mês seguinte. No entanto, a hora deles irem embora estava se aproximando e alguém precisava começar a falar.— Já são quase cinco horas. Eu preciso ir daqui a pouco — anunciou Barbara, deitada no peito esquerdo dele.— Posso saber se ele ousou encostar em você depois que saíram daquele galpão?Ela se ergueu para olhá-lo, apoiando o peso do corpo no seu braço firmado sobre o colchão.— Não. Mas tudo o que ele fez com você, dói mais do que um soco que ele poderia ter me dado.— Fiquei c
A contragosto, Barbara se vestiu e calçou os sapatos. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e fez uma maquiagem, a qual teve de refazer algumas partes. Lágrimas não paravam de ser derramadas. Após passar perfume e colocar brincos longos, ela desceu. Ao pé da escada, Edgar a esperava. Quando a viu, sorriu. Não havia nada que adorasse mais nela do que as suas pernas de fora, como estavam naquele momento. O vestido seria criticado por seu futuro sogro, mas não estava se importando. Queria mesmo era esfregar na cara dos primos a mulher gostosa que o seu pai havia arrumado para ele.Barbara revirou os olhos para aquele sorriso. Passou por ele sem dizer nada e seguiu para sala de estar onde acontecia a grande reunião de família. Quando se aproximou da entrada, Edgar correu para alcançá-la, apanhando a sua mão. Ela tentou soltá-la, mas ele não permitiu.— Se esforce ao menos essa noite — pediu ele, com um novo sorriso enorme congelado na face. — Acho que o seu pai ficará feliz se fizer iss