Dois homens se juntaram em cima do Matheus, que olhou para Barbara em pleno pavor. Ele não tinha nada a dizer. Imaginou que qualquer coisa que dissesse deixaria Carlos mais irado, ele poderia machucá-la também.Os socos começaram a ser distribuídos em Matheus.— Pare! Pare, por favor! — gritava ela, repetidas vezes, chorando ainda mais alto. Matheus gritava e gemia de dor. — Por favor... Por favor...Carlos estava de pé, próximo dela. Tinha um sorriso desgraçado no rosto e braços cruzados à frente do corpo.— Não faça isso. Não mate ele! — ela implorou para o pai, que a olhou.— Por aqui é assim que se resolve, mocinha. Essa é a verdadeira face do crime. Achei que gostasse, afinal, se envolveu com um traficante.— Aaaaah! — Matheus berrou quando teve a canela chutada com toda força. Barbara conseguiu ouvir o estalar do seu osso partindo. Ela fechou os olhos e apertou as pálpebras.— Eu me caso com ele — ela disse.— Com quem, querida? — Carlos se fez de desentendido, usando de um tom
A van parou em frente ao morro da Rocinha e a porta foi aberta, despejando ali o corpo desacordado do Matheus.— Que merda é essa? — gritou alguém que estava de guarda, apontando um fuzil para o carro, que arrancou às pressas.— Quem é esse? — perguntou outro, se aproximando.Um deles desceu até a rua e virou o corpo que estava de costas. Franziu o cenho tentando reconhecer, mas logo ficou espantado ao perceber quem era.— É o Matheus! — gritou ele. Outros desceram até lá, recolhendo-o da pista quente e o levando para dentro do morro. — Chamem o Rafa e a irmã dele.Um menino, que não devia ter mais do que doze anos, subiu correndo com o fuzil chicoteando as suas costas nua e castigada pelo sol. Ele chegou à janela da casa do Rafa e gritou por ele, que logo apareceu.— O que é, muleque? Tô jantando! — disse bravo.— É o Matheus.— O que tem ele? — perguntou tenso.— Largaram ele no pé do morro. Acho que tá morto — disse o menino.Matheus pulou a janela e desceu correndo com desespero.
Assim, que atravessou o hall de entrada e virou-se em direção à sala de estar, a primeira pessoa que viu foi Edgar. Ele se levantou às pressas, sorrindo nervoso para ela. Ali também estavam a mãe da Barbara, Cássio – que tinha um sorriso tão grande quanto o do seu pai – e Miranda. A mulher tinha um olhar raivoso e queixo empinado, dando-lhe um ar de soberba.— Oi, Barbara. Como você está? Não lhe vejo desde a noite do seu acidente — disse Cássio, aproximando-se dela com a mão estendida.— Estava melhor naquela noite — disse com frieza, apertando a sua mão.Cássio desfez o sorriso e percebeu que ela estava com um olhar indiferente, frio. Notou as olheiras abaixo dos olhos, a aparência miúda e abatida. Sorriu sem graça, e afastou-se.— Eu vou pedir que tragam um champanhe — falou Carlos, parado ao lado da filha. — Sorria. Isso aqui não é um velório — sussurrou para ela, que o encarou sem expressar nada.— Tem certeza? — ela perguntou.Ele ficou um tanto irritado, mas nada fez ou disse.
Sozinha novamente, Barbara se permitiu derramar uma lágrima. A língua estremeceu para delatar o pai. Contar em detalhes o que ele fez, para que enfim Miranda entendesse que não desejava aquilo tanto quanto ela. Mas Barbara se deu conta de que seria em vão sofrer mais com aquele dia ao narrar os acontecimentos. Aquela mulher, ou qualquer outra pessoa dentro daquela casa, nada faria com as informações. Ali ela nunca teria a ajuda que precisava para se livrar do pai ou do casamento.***Alguns dias após aquele noivado, Barbara foi com a mãe até uma floricultura. Os preparativos do casamento já estavam se iniciando. O lugar era um enorme jardim com inúmeras variedades de flores e outras plantas.— Era dever da Miranda estar aqui hoje! — disse Ângela.— Ela está tão empolgada com esse casamento, quanto eu — respondeu Barbara, observando o quanto o lugar estava cheio.— Eu consegui a reserva no Copacabana Palace. O seu pai precisou cobrar favores, mas enfim a data ficou certa para daqui trê
Dias depois, Matheus estava sentado na sala, vendo TV com a mãe, quando Rafa chegou para visitá-lo.— E ae, tia? — Beijou o rosto da Dália, que sorriu para ele. — Como tu tá, parceiro?— Bem, mas ainda me cuidando.— E como vai essa cicatriz nova?Matheus ergueu a camisa, exibindo os pontos que o médico disse que ele tiraria em sete dias.— Vou retirar os pontos na próxima semana.— Depois a gente faz uma tatuagem aí em cima. Eu fabriquei uma maquininha — disse com orgulho, arrancando do Matheus uma risada e uma expressão de dor logo em seguida.— Nem ferrando.Foi a vez do Rafael rir.— Mas me diz ae... — Sentou-se ao lado do amigo. — Se lembra de alguma coisa? — sussurrou.Matheus o olhou.— Eu nunca me esqueci.— Então desembucha. Vou enfiar uma bala na cabeça desse safado.— Me ajuda a ir pro quarto.Rafa o ajudou a se levantar, entregou as muletas para ele e foram devagar para o quarto.— Fale ae — incentivou-o, depois que o ajudou a se sentar na cama. Matheus ainda sentia muitas
— Por favor, me diga que está bem — disse Barbara com a voz chorosa. Os olhos dele se encheram de lágrimas.— Estou melhorando. Mas é impossível ficar bem estando longe de você e sem notícias.— Me perdoe!— Não, meu amor. Não tem que me pedir perdão.— Eu devia ter ficado longe quando você decidiu que não podíamos ficar juntos. Era o certo! Ele quase matou você.— Barbara... A gente não foi feito pra ficar longe. E não vamos ficar. Se você me disser que quer lutar por nós, estou disposto a tudo!— E se ele matar você desta vez?— Já me sinto morto, só de saber que você está sendo obrigada a se casar com outro.Ela suspirou com pesar e fungou.— Por favor... Me deixe lutar pela gente, Barbara. Confie em mim!— Já estamos no inferno, não é? Acha que tem como as coisas ficarem piores?— É, talvez tenha. — Foi honesto.— O que tem em mente?— O seu plano, em primeiro momento. Vamos sumir com você.— Adoraria desaparecer agora.— Eu preciso te ver! Onde posso te encontrar?— A minha casa
Ao chegar ao hotel, Ângela logo foi cumprimentar Mônica, que as aguardava no saguão.— Esta é a minha filha, a noiva. Barbara, quero que conheça a mulher que fará do seu casamento o mais lindo do ano! — A alegria completamente irritante estava toda ali de novo.— Como vai? — perguntou Barbara, sem sorriso, apertando suavemente a mão da mulher.Mônica logo pediu para as levarem até o grande salão de festas do hotel. Barbara se colocou um pouco atrás delas, deixando-as ir à frente. Lentamente, ela foi se distanciando mais e mais, até conseguir desviar o caminho sem ser percebida, indo em direção à recepção.— Oi. Quero fazer uma reserva.— Em nome de quem?— Matheus da Silva e Barbara Falcão.— Certo. A senhora já conhece as nossas suítes?— Presidencial, por favor.— Okay. Preciso de um cartão de crédito.— Vou fazer uma transferência. Será apenas uma diária. — Ela não poderia dar a oportunidade de o pai descobrir o que estava fazendo através dos gastos do seu cartão de crédito, o qual
Barbara montou sobre as suas pernas, ficando de frente para ele. Observou as marcas recém-cicatrizadas na sua face. Afagou o seu rosto e então, o beijou. Matheus correspondeu deixando um gemido escapar. O beijo entre eles era com volúpia e ao som de suspiros.Ela comprimiu os seios contra o seu tórax. Matheus não resistiu, levou as mãos até lá. A boca dele desceu pelo pescoço até a sua clavícula. Barbara grunhiu alto quando sentiu a língua dele úmida e quente contra a sua pele. Isso a fez arrepiar inteira.— Eu senti tanto a sua falta — declarou ela, com a voz embargada.Matheus segurou firme a sua nuca e beijou a sua boca novamente, mordendo o seu lábio inferior. Ela apanhou a sua outra mão e a levou para entre as suas pernas, incitando-o a lhe tocar no seu ponto sensível. Os dedos dele invadiram a sua calcinha pela lateral e a massagearam, arrancando mais suspiros dela, que levou a sua mão até o grande volume na calça dele. Ela o apertou e Matheus gemeu.— Quero muito sentar em você