“Eu vi algo algo em você que eu nunca vi, me deixou tremendo”
— Esse é o seu quarto. O do lado é o meu e o do fim do corredor é o da Lilian. Tem um banheiro e um closet em cada quarto, espero que goste. — abro a porta para ele, que agradece e entra no quarto, analisando e depois se voltando para mim com as mãos nos bolsos do jeans azul.
— Eu vou ir pegar algumas roupas na minha antiga casa. — Fala saindo do quarto, antes de virar o corredor se vira para mim. — Quer ir comigo? — Sua pergunta faz meu corpo gelar, por que ele está me convidando? Quer me assassinar e me jogar em alguma vala por aí?
— Por que eu iria com você? — Questiono recebendo um meio sorriso de Noah. — Nada contra, só que não nos conhecemos.
— Eu sei, e é por esse motivo. Você é minha sobrinha, quero te conhecer melhor. — Murmura ainda com o sorriso amplo, e que sorriso.
— Okay, você conseguiu me convencer. — Resmungo segura de minhas palavras, pode ser legal passar um tempo com ele. Já que nunca tive ninguém que não fosse a minha mãe.
Meu pai morreu em um acidente de carro, junto a minha tia Clara Thompson. Eles eram amantes. Isso abou muito a mim e a minha mãe.
Tenho uma tia chamada Vivian, ela é a tia mais velho. Cheia de ética e super rígida, ela e a minha mãe tiveram uma briga a alguns anos. Então dona Lilian excluiu minha tia por completo de sua vida. Acho que foi um exagero, mas não sou capaz de opinar. Já que a mulher realmente era insuportável, em alguns momentos.
Meu outro tio é o Noah, a quem minha mãe dedicou anos da vida para chorar e pedir à Deus que um dia o trouxesse de volta... Acho que suas preces foram ouvidas.
Eu não tenho melhores amigas no momento, apenas conhecidas. Pessoas que se aproveitam da minha boa vontade e disposição para ajudar.
Olívia era minha melhor amiga, até o ano passado. Quando brigamos por causa do namorado dela, o garoto me beijou bem na hora que ela chegou na sala de aula. Se ele queria uma desculpa para terminar o namoro, deveria ter dito sem prejudicar minha amizade com Olí. Tentei me explicar, mas percebi que a nossa amizade não era tão forte e seria levada por um idiota qualquer cheio de hormônios.
Sou filha única, depois do acidente mamãe nunca mais quis saber de namorar ou engravidar novamente. Ficou focada no hospital, onde trabalha como médica.
Talvez tudo isso esteja sendo informação demais para eu mesma pensar. Afasto os pensamentos quando escuto a voz de Noah.
— Eles vão te fazer milhares de perguntas, principalmente a minha mãe. Ela ainda não sabe que eu encontrei a minha família biológica. Então não precisa responder nada, ela fala demais e se você deixar vai perguntar até a cor da calcinha que você usa. — Ele diz me deixando corada, acho que era só para dizer que ela é incoveniente...
— Vermelha... — Murmuro em voz baixa mordendo o lábio inferior e olhando para a janela do carro, o ouço engasgar e tossir para disfarçar.
— Desculpas, o que disse? — Questiona, olho para ele que me observava com um sorriso puxado no canto dos lábios, enquanto mordia o lábio inferior.
— Não falei nada, acho que você deve ter escutado apenas o rádio. — Minto, ele concorda sem acreditar e volta a olhar para a estrada. Aumento o rádio e escoro a cabeça na janela.
Que idiota eu fui! Por que fui dizer realmente a cor se ele não havia perguntado e só estava usando isso como um exemplo. As palavras apenas saíram, e sinceramente, eu amei vê-lo engasgar. E depois ainda ficou mordendo os lábios, aí Deus. Não me prejudica assim.
Quando chegamos na casa que mais parecia uma mansão, um homem trajado como motorista abre a porta do carro para mim. Agradeço e saío do mesmo, observando o lugar.
Olho novamente para o carro, quem tem uma Ferrari sendo de classe média? Uma mansão com piscina e até manobrista/motorista... Classe média?
— Você vêm? — Pergunta Noah já caminhando pelo grande caminho que mais parecia ser um jardim. Bastante flores e árvores, um verde vivo e os chão em ladrilhos brancos.
Paramos em frente a grande porta e logo Noah abriu, me dando espaço para entrar na frente.
— Primeiro as damas. — Murmura e eh dou um sorriso, observo em volta. Que lugar grande. Com quadros de pinturas espalhados. Sofás grandes de couro. Um lareira em frente a pequena mesa de vidro no centro. Belos lustres que pareciam querer cair a qualquer momento.
— Noah! Filho, você demorou. Disse que iria ficar só algumas horas fora, vamos. Temos que ir visitar a sua irmã que acabou de ganhar neném. — A mulher dizia sem parar, uma linda mulher. Mesmo estando na casa dos 45+, ignorou minha presença e abraçou o "filho".
— Mãe, nós precisamos conversar. — Diz quando se desfaz do abraço dela, ela o olha confusa e Noah me puxa pela mão para me juntar a eles. Só agora a loira percebe minha presença. — Essa é a Beatriz...
— Estão namorando? Noah, seus relacionamentos nunca duram mais do que dois meses, não acredito que está investindo nisso. — O interrompeu, quase gritei para dizer que não éramos namorados, e ele fez o mesmo.
— Não! Não estamos namorando, por Deus, mãe! A Bea é minha sobrinha. Eu... Eu achei a minha família biológica. — Fala com um sorriso, a mulher coloca a mão na própria testa demonstrando não estar passando bem.
Se eu não estivesse travada no lugar, com as bochechas queimando de tanta vergonha. Eu teria tido alguma reação.
Oiie meus amores, tudo bem com vocês?💖
Gostaram do capítulo?💖
Eu queria ser classe média que nem o Noah KKKKK💖
Aí, aí. O jeito que a Bea passa vergonha é diferente...💖
"O tempo foi passando, corações estão correndoAcho que o cupido está tramando algo"— Não pensou em me contar? — Pergunta servindo as xícaras de chá, que foi muito insistido por ela.— Mãe, você está sempre tão ocupada, não queria incomodar e colocar mais um problema em suas costas. — Olha rapidamente para mim. Não acredito que estou aqui ouvindo a reunião de família de duas pessoas que eu nem conheço. Onde eu fui me meter? Deveria ter ficado em casa.— Pega, querida. — Diz com a voz meiga me alcançando a xícara, quando vou pegar, ela inclina a xícara derrubando a água quente em mim.— AI! CARALHOO!! — Meus gritos abafam seus pedidos de desculpas, tiro a blusa que estava colada ao corpo. Me queimando e fazendo doer, minha barriga e peito já ficaram avermelhados e ardentes no mesmo instante.— MERDA! MÃE! VAI CHAMAR A LET! — Noah pede vendo meu estado, eu vou matar essa velha desgraçada!
“Preciso ter auto-controleE bem no fundo, eu sei que isso nunca funciona”Observo as paredes, tentando pensar em alguma coisa para escrever. Odeio fazer redações! Isso não faz sentido, não entra nada na minha cabeça com a pressão de que vou ter que ler em voz alta para a classe toda.Coloco as pantufas e desço as escadas com as folhas e uma caneta azul. Vejo Noah sentado na ponta da mesa enquanto minha mãe faz o jantar, estavam rindo e conversando como se realmente nunca tivessem se afastado.— Mãe, eu preciso de ajuda. — me sento e coloco as coisas em cima da mesa.— Ajuda no que? — Pergunta sem se virar, continua mexendo nas panelas sem parecer prestar atenção em mim.— Trabalho da escola, preciso fazer uma redação para entregar amanhã. — mordo a tampa da caneta e ignoro o olhar de Noah.— Querida, eu estou fazendo o jantar. Pode ser mais tarde? — Pergunt
“Isso não é amor, é fácil de enxergarMas, querido, fique comigo”As aulas passam devagar, escuto Olívia me fazer perguntas sobre o Noah a aula toda. E isso me deixa irritada, ela a recém terminou o namoro. Pra que já quer se envolver com outro?— Posso ir na sua casa depois da aula? — Pergunta Olívia quando já estávamos saindo da escola.— Ah não vai dar não, eu vou precisar sair com a minha mãe. — Respondo forçando um sorriso. Ela só quer ir lá por causa do Noah, isso é óbvio!— Achei que o gatinho tinha falado que ela ia fazer plantão... Mas tudo bem, outro dia eu vou. — Fala fazendo meu corpo gelar, minhas mentiras nunca dão certo.— Isso, é melhor outro dia. Eu tenho que ir. — Murmuro já vendo Noah parando quase na nossa frente.— Hey! Não vai me apresentar pra ele? — Pergunta vindo atrás de mim, olho para ela e depois para ele. Merda, Olívia!
“Eu não digo uma palavraMas ainda assim, você tira o meu fôlego e rouba as coisas que eu sei”— Beatriz! — Me chama fazendo eu abrir os olhos, e dar um pulo da cama. Era tudo um sonho?— E-eu já vou! — Anuncio me enrolando no lençol, a meu Deus que vergonha. Estou toda suada, descabelada e com a respiração ofegante. O que ele vai pensar? E se ele tiver ouvido eu gemer o nome dele!? — O-oi, precisa do que? — Pergunto quando abro a porta, ele está com um sorriso amplo enquanto morde o lábio inferior... É agora que eu saío correndo?— Já são quase 23h, não vai mesmo querer sair? — Questiona descendo os olhos em meu corpo, aperto mais o lençol e olho para o chão. Não consigo evitar a coloração vermelha em meu rosto, mostrando o quanto estou envergonhada.— Só me dá meia hora. — Peço rápido fechando a porta sem ouvir sua resposta. Me escoro na porta e suspiro fundo, frustrada e feliz. Não sei direito. Estou
"Eles dizem que estamos fora de controle e alguns dizem que somos pecadoresMas não os deixe estragar nossos belos ritmos"— Bea? O que está fazendo aqui? — Escutamos a voz ao nosso lado. Noah se afasta rápido e eu olho para o lado. — Pensei que não estivesse na cidade. — Diz Thales me abraçando. Retribuo o abraço olhando para Noah, o que iria acontecer? Acho que já sei.— E-eu voltei, minha mãe está trabalhando novamente no hospital. — Anuncio quando ele se separa de mim. Seu sorriso amplo e alegre me fazem ficar constrangida. Não estou nenhum pouco feliz em vê-lo, não nesse momento.— Bea, vou alí pegar alguma coisa pra comer e já volto. — Avisa Noah e eu concordo, Thales se vira novamente para mim e me observa de cima a baixo.— Tá maravilhosa! Cresceu bastante desde a última vez que nos vimos. — Fala me fazendo forçar um sorriso e agradecer. — Quem é o cara? — Pergunta olhando para Noah, que sorria o
"Mas ultimamente a cor parece tão brilhanteE as estrelas iluminam a noiteMeus pés se sentem tão levesEu estou ignorando todos os sinais"— Tudo bem então, eu aceito! Mas não me responsabilizo pelos meus atos! — Aviso e ele assente ainda com um sorriso divertido, fico sorrindo que nem uma idiota quando vejo que pediu minha comida favorita e mais uma garrafa de vinho... Eu estou ferrada!— Acho melhor você comer primeiro, para o seu estômago na ficar fraco. _ Diz e eu balanço a cabeça em afirmação, não quero ficar bêbada. Porque nem sei o que farei se estiver, já que bebi só duas vezes em toda a minha vida.— De verdade, Noah. Por que escolheu viver comigo e com a minha mãe? — Pergunto já largando os talheres no prato, sei que vou ter que beber de qualquer jeito. Então comecei com as perguntas. — Ao invés da sua família que te criou. — Completo— Eles me cobram a perfeição, e isso é desgastante. E
"Porque eu não posso admitir que você tem todas as cordasE sabe como dar um puxão nelas"Acordo sentindo minha cabeça girar e doer, o barulho do despertador me faz tapar os ouvidos com o travesseiro, está doendo muito, meu estômago está todo revirado.—Filha, vai se atrasar para a escola! — Minha mãe me chama enquanto deposita batidas na porta. Abro os olhos lentamente e dou um grito ao ver Noah do meu lado. Que merda ele está fazendo aqui?— Caramba, Bea! — Resmunga sonolento, a intenção não era acordar ele. Mas não sei o que está fazendo aqui, meu Deus será que nós... aí que horror! Ele nunca faria isso comigo.— Tá fazendo o que aqui? — Minha voz sai baixa para a minha mãe não me escutar, acho que ela não ouviu meu grito. Levanto da cama e percebo que estou de camisola, e ela está virada. Eu não lembro de ter trocado de roupa.— Você não me deixou ir embora, lembra? — Responde em tom
“Eu disse “às vezes jovens se apaixonam pelas pessoas erradas.”— O que acha do Noah? Acha que fiz errado em pedir para ele morar conosco sem ao menos conhecê-lo? — ergo o olhar para minha mãe que estava escolhendo alguma filme para assistirmos, por que essa dúvida agora?— Eu gosto dele... — digo fingindo indiferença, pois é, eu gosto dele até mais do que deveria. Mas isso já é uma coisa que ela não precisa saber. — Por que? Parece tão feliz com ele aqui.— E eu estou, mas quando pedi para o Noah morar aqui eu esqueci de perguntar a sua opinião. Por bastante tempo foi apenas nós duas, e do nada eu coloco um homem estranha para dentro de casa, só queria saber se você está bem com isso. — Sorrio feliz com suas palavras, saber que ela liga para a minha opinião é maravilhoso. Mas também me sinto culpada pelo sonho e pela minha aproximação com Noah, eles são irmãos, não deveria trair a confiança de minha mãe dessa forma. Preciso parar c