“Preciso ter auto-controle
E bem no fundo, eu sei que isso nunca funciona”
Observo as paredes, tentando pensar em alguma coisa para escrever. Odeio fazer redações! Isso não faz sentido, não entra nada na minha cabeça com a pressão de que vou ter que ler em voz alta para a classe toda.
Coloco as pantufas e desço as escadas com as folhas e uma caneta azul. Vejo Noah sentado na ponta da mesa enquanto minha mãe faz o jantar, estavam rindo e conversando como se realmente nunca tivessem se afastado.
— Mãe, eu preciso de ajuda. — me sento e coloco as coisas em cima da mesa.
— Ajuda no que? — Pergunta sem se virar, continua mexendo nas panelas sem parecer prestar atenção em mim.
— Trabalho da escola, preciso fazer uma redação para entregar amanhã. — mordo a tampa da caneta e ignoro o olhar de Noah.
— Querida, eu estou fazendo o jantar. Pode ser mais tarde? — Pergunta, vejo que já era 20:30. Ela nem vai ajudar nada.
— Eu sou bom em fazer redações, quer ajuda? — Noah pergunta me fazendo encará-lo, balanço a cabeça em afirmação e ele se levanta andando até mim. Estremeço e abaixo a cabeça olhando para as folhas em minha frente. — Já escreveu alguma coisa? — Questiona se aproximando e quase cobrindo meu corpo, por ele estar em pé e eu sentada na cadeira. Analisa o papel com poucos rascunhos e pega a caneta da minha mão.
— Só escrevi isso daí, um rascunho sem coerência alguma. — Digo desanimada e tentando não olhar para ele, merda! Posso senti-lo respirando a centímetros de distância do meu ouvido.
— Hm, eu gostei. Tem coerência, só falta um meio e um final. Isso é rapidinho. — Murmura com um sorriso esboçado nos lábios, estava tão distraída olhando para ele que não escutei uma palavras se quer.
— Que? O que é rapidinho? — Pergunto tentando afastar os pensamentos...
— Fazer a redação, você está bem? — Questiona olhando para mim, está tão perto que não consigo dizer nada. Só sinto meu coração batendo tão forte que parece querer saltar pela minha boca.
— O jantar está pronto. — Fala minha mãe fazendo com que Noah se afaste e volte para onde estava sentado antes. Ela pega a louça e coloca na mesa junto com as panelas. Era mais fácil pedir para a Tânia fazer isso, já que minha mãe não faz comida a décadas.
— O cheiro está ótimo, mas estou sem fome. Posso comer depois? — Pergunto e ela me encara com as mãos na cintura e a cabeça inclinada pro lado. Mostrando seu descontentamento.
— Por que depois? A comida vai esfriar, Beatriz. — Diz me fazendo revirar os olhos. — Conseguiu fazer o trabalho? — Pergunta e eu olho para as folhas quase sem nada escrito.
— Sim, depois eu passo a limpo. — Resmungo me levantando e pegando meus materiais. Saío de lá o mais rápido que posso. É estranho jantar em "família" já que Noah chegou faz só três dias. E depois daquele episódio da queimadura não tivemos mais contato.
Volto a encarar as paredes, o que está acontecendo comigo? Tenho tudo e mais um pouco. Mas nada parece o suficiente no momento, o que é estranho. Pois antes eu não sentia isso.
Me jogo na cama e fico rolando de um lado para o outro, até pegar no sono.
Acordo e procuro o celular pela cama, onde foi parar essa merda?
Levanto os cobertores e não encontro nada. Olho no chão e lá está ele, meu coração até doeu agora.
Pego com cuidado e sem virar, se tiver quebrado eu não quero nem ver...
Suspiro aliviada vendo a tela intacta, vejo que já era 7:30. MERDAA! Estou meia hora atrasada. Me arrumo em um flash e desço as escadas com uma velocidade absurda. Minha mãe sempre me leva quando é 7:00. Não sei porque ela não me acordou hoje.
— Tá indo aonde? — Questiono vendo Noah a recém parando a moto em frente a minha casa.
— Estou chegando, por quê? Quer que eu te leve pra escola? — Pergunta olhando as horas no relógio de pulso. Faço que sim com a cabeça, ainda morrendo de vergonha. Ele me oferece o capacete dele eu coloco, como eu vou subir nessa moto? Só é duas vezes o meu tamanho. — Quer ajuda?
— Não, eu consigo! — Digo ignorando suas risadinhas e me apoiando nele para subir.
— Tô vendo que consegue... — Debocha, reviro os olhos e me seguro nele. Eu estou mais vermelha que um tomate nesse momento. — Vai ter que segurar mais firme que isso, se não quiser cair. — Avisa me fazendo enterrar o rosto em suas costas, que vergonha.
Quando chegamos a escola eu desci tão rápido da moto que nem dei tempo do Noah se despedir.
— Eu venho te buscar. — Fala em voz alta me fazendo travar no lugar, a minha vontade de correr para dentro da escola é grande.
— Não precisa, a minha mãe me busca. — Anuncio me virando para ele mas andando para trás. Quase que fugindo.
— Ela vai fazer plantão hoje. — Resmunga colocando o capacete, o vejo ligar a moto e se sumir do meu campo de vista. Suspiro aliviada. Por que estou assim? Não consigo ficar normal ao lado dele. Talvez porque nunca convivemos, e agora descobrimos que somos parentes e ele está morando comigo. Isso é meio estranho.
— Quem é o gatinho loiro? — Escuto a voz ao meu lado me fazendo dar um salto, merda, Olívia!
— Olí? Pensei que não estava mais falando comigo. — Digo tentando esconder minha felicidade, ela sempre foi minha única amiga... Odiaria perder sua amizade. — Ele é meu tio, não me diga que ficou interessada. — Murmuro olhando pra ela, da um sorriso sacana e me puxa para dentro da escola.
— Não vamos estragar nossa amizade por causa daquele merda do meu ex. — Diz forçando um sorriso.
— Ah meu Deus, ele te traiu? — Pergunto já sabendo que quando ela termina com ele sempre o xinga.
— Não precisa falar pra escola inteira ouvir. E sim, ele me traiu, e admitiu ter te beijado a força. Me desculpas por não acreditar em você. — Fala e me abraça, eu estava com tanta saudade desse abraço. — Mas agora me diz, quantos anos tem seu tio? — Pergunta e eu faço uma careta.
— Muito velho pra você. — Digo e ela da uma risada. Na verdade ele não tem nada de velho, é só quatro anos mais velho que nós.
Oiie meus amores, tudo bem com vocês?💖
Gostaram do capítulo?💖
Olivia, você será meu ranço ou minha fada sensata?💖
Noah... Kkkkk se você soubesse o efeito que causa na Bea.💖
Aí, aí. Eu amo a Beatriz e essa "inocência" toda dela achar que só está confusa. Kkkkk💖
“Isso não é amor, é fácil de enxergarMas, querido, fique comigo”As aulas passam devagar, escuto Olívia me fazer perguntas sobre o Noah a aula toda. E isso me deixa irritada, ela a recém terminou o namoro. Pra que já quer se envolver com outro?— Posso ir na sua casa depois da aula? — Pergunta Olívia quando já estávamos saindo da escola.— Ah não vai dar não, eu vou precisar sair com a minha mãe. — Respondo forçando um sorriso. Ela só quer ir lá por causa do Noah, isso é óbvio!— Achei que o gatinho tinha falado que ela ia fazer plantão... Mas tudo bem, outro dia eu vou. — Fala fazendo meu corpo gelar, minhas mentiras nunca dão certo.— Isso, é melhor outro dia. Eu tenho que ir. — Murmuro já vendo Noah parando quase na nossa frente.— Hey! Não vai me apresentar pra ele? — Pergunta vindo atrás de mim, olho para ela e depois para ele. Merda, Olívia!
“Eu não digo uma palavraMas ainda assim, você tira o meu fôlego e rouba as coisas que eu sei”— Beatriz! — Me chama fazendo eu abrir os olhos, e dar um pulo da cama. Era tudo um sonho?— E-eu já vou! — Anuncio me enrolando no lençol, a meu Deus que vergonha. Estou toda suada, descabelada e com a respiração ofegante. O que ele vai pensar? E se ele tiver ouvido eu gemer o nome dele!? — O-oi, precisa do que? — Pergunto quando abro a porta, ele está com um sorriso amplo enquanto morde o lábio inferior... É agora que eu saío correndo?— Já são quase 23h, não vai mesmo querer sair? — Questiona descendo os olhos em meu corpo, aperto mais o lençol e olho para o chão. Não consigo evitar a coloração vermelha em meu rosto, mostrando o quanto estou envergonhada.— Só me dá meia hora. — Peço rápido fechando a porta sem ouvir sua resposta. Me escoro na porta e suspiro fundo, frustrada e feliz. Não sei direito. Estou
"Eles dizem que estamos fora de controle e alguns dizem que somos pecadoresMas não os deixe estragar nossos belos ritmos"— Bea? O que está fazendo aqui? — Escutamos a voz ao nosso lado. Noah se afasta rápido e eu olho para o lado. — Pensei que não estivesse na cidade. — Diz Thales me abraçando. Retribuo o abraço olhando para Noah, o que iria acontecer? Acho que já sei.— E-eu voltei, minha mãe está trabalhando novamente no hospital. — Anuncio quando ele se separa de mim. Seu sorriso amplo e alegre me fazem ficar constrangida. Não estou nenhum pouco feliz em vê-lo, não nesse momento.— Bea, vou alí pegar alguma coisa pra comer e já volto. — Avisa Noah e eu concordo, Thales se vira novamente para mim e me observa de cima a baixo.— Tá maravilhosa! Cresceu bastante desde a última vez que nos vimos. — Fala me fazendo forçar um sorriso e agradecer. — Quem é o cara? — Pergunta olhando para Noah, que sorria o
"Mas ultimamente a cor parece tão brilhanteE as estrelas iluminam a noiteMeus pés se sentem tão levesEu estou ignorando todos os sinais"— Tudo bem então, eu aceito! Mas não me responsabilizo pelos meus atos! — Aviso e ele assente ainda com um sorriso divertido, fico sorrindo que nem uma idiota quando vejo que pediu minha comida favorita e mais uma garrafa de vinho... Eu estou ferrada!— Acho melhor você comer primeiro, para o seu estômago na ficar fraco. _ Diz e eu balanço a cabeça em afirmação, não quero ficar bêbada. Porque nem sei o que farei se estiver, já que bebi só duas vezes em toda a minha vida.— De verdade, Noah. Por que escolheu viver comigo e com a minha mãe? — Pergunto já largando os talheres no prato, sei que vou ter que beber de qualquer jeito. Então comecei com as perguntas. — Ao invés da sua família que te criou. — Completo— Eles me cobram a perfeição, e isso é desgastante. E
"Porque eu não posso admitir que você tem todas as cordasE sabe como dar um puxão nelas"Acordo sentindo minha cabeça girar e doer, o barulho do despertador me faz tapar os ouvidos com o travesseiro, está doendo muito, meu estômago está todo revirado.—Filha, vai se atrasar para a escola! — Minha mãe me chama enquanto deposita batidas na porta. Abro os olhos lentamente e dou um grito ao ver Noah do meu lado. Que merda ele está fazendo aqui?— Caramba, Bea! — Resmunga sonolento, a intenção não era acordar ele. Mas não sei o que está fazendo aqui, meu Deus será que nós... aí que horror! Ele nunca faria isso comigo.— Tá fazendo o que aqui? — Minha voz sai baixa para a minha mãe não me escutar, acho que ela não ouviu meu grito. Levanto da cama e percebo que estou de camisola, e ela está virada. Eu não lembro de ter trocado de roupa.— Você não me deixou ir embora, lembra? — Responde em tom
“Eu disse “às vezes jovens se apaixonam pelas pessoas erradas.”— O que acha do Noah? Acha que fiz errado em pedir para ele morar conosco sem ao menos conhecê-lo? — ergo o olhar para minha mãe que estava escolhendo alguma filme para assistirmos, por que essa dúvida agora?— Eu gosto dele... — digo fingindo indiferença, pois é, eu gosto dele até mais do que deveria. Mas isso já é uma coisa que ela não precisa saber. — Por que? Parece tão feliz com ele aqui.— E eu estou, mas quando pedi para o Noah morar aqui eu esqueci de perguntar a sua opinião. Por bastante tempo foi apenas nós duas, e do nada eu coloco um homem estranha para dentro de casa, só queria saber se você está bem com isso. — Sorrio feliz com suas palavras, saber que ela liga para a minha opinião é maravilhoso. Mas também me sinto culpada pelo sonho e pela minha aproximação com Noah, eles são irmãos, não deveria trair a confiança de minha mãe dessa forma. Preciso parar c
"Mas ultimamente a cor parece tão brilhanteE as estrelas iluminam a noiteMeus pés se sentem tão levesEu estou ignorando todos os sinais"— Tudo bem então, eu aceito! Mas não me responsabilizo pelos meus atos! — Aviso e ele assente ainda com um sorriso divertido, fico sorrindo que nem uma idiota quando vejo que pediu minha comida favorita e mais uma garrafa de vinho... Eu estou ferrada!— Acho melhor você comer primeiro, para o seu estômago na ficar fraco. _ Diz e eu balanço a cabeça em afirmação, não quero ficar bêbada. Porque nem sei o que farei se estiver, já que bebi só duas vezes em toda a minha vida.— De verdade, Noah. Por que escolheu viver comigo e com a minha mãe? — Pergunto já largando os talheres no prato, sei que vou ter que beber de qualquer jeito. Então comecei com as perguntas. — Ao invés da sua família que te criou. — Completo— Eles me cobram a perfeição, e isso é desgastante. E
“Você sabe como me puxar de voltaQuando eu vou correndo, correndo tentando fugir de amar você”Não consigo dormir, não consigo respirar direito... Só consigo sentir meu coração acelerado, meus batimentos tão fortes que chegam a me sufocar. Ainda sinto meu corpo trêmulo, sei que foi só um quase beijo... Mas dele é meu tio, o mesmo sangue que corre nas minhas veias, corre nas deles.Viro para um lado, viro para o outro; nada do sono aparecer. Só consigo pensar nele, desejando acordar desse pesadelo de estar sentindo coisas por Noah. E ao mesmo tempo, desejando que estivéssemos abraçados agora, queria estar em seus braços...Ele quase me beijou, então quer dizer que sente o mesmo que eu, né? Ou quer dizer que ficou com pena e quis ser legal... Que tipo de pessoa beija o canto da boca de alguém só por pena? Isso nem deve existir. Talvez ele me queira, goste de mim, mas sei que isso é só coisa da minha cabeça doentia. Noah p