Las Vegas...
Bianca
Resmungo e giro meu corpo na cama, afundo meu rosto no travesseiro quando a claridade começa a me incomodar. Com uma mão livre passeio entre os lençóis e os travesseiros procurando meu celular, o que é um completo fracasso. Minha cabeça começa a lateja, sinto pontadas dolorosas nas têmporas. Oh Deus! Porque o álcool existe? Meu corpo arrepia com o frio repentino, me enrolo nos lençóis quentes e aromados. Flashes da noite anterior surgem na minha mente. Nunca, mas vou deixar minhas irmãs me influenciar. A dor de cabeça que sinto vai ser um lembrete diário do porque eu não consumo álcool. A ressaca pode ser uma verdadeira cura contra o alcoolismo. Faço uma careta ao sentir algo estranho quando esfrego as pernas na tentativa de me aquecer. Abro os olhos, a luz que entra pela janela de vidro panorâmica que separa o quarto da varanda quase me cega, pisco algumas vezes até me acostumar com a claridade. Levanto o lençol encarando meu corpo nu, em questão de segundos minha mente fica em alerta. Sento-me na cama mesmo meu corpo gritando para não fazer isso, olhando em volta vejo que estou em uma suíte luxuosa. Mas não é a suíte em que estou hospedada com minhas irmãs. Deixo o choque me tomar, minha cabeça começa a girar. Vejo o vestido que eu usava ontem a noite no chão próximo está a minha bolsa, um pouco, mas atrás estão meus saltos, ou melhor, os saltos da minha irmã, mas velha Margo. Não consigo encontrar minha lingerie no chão do quarto ou em cima dos móveis luxuosos.
Sinto meu estômago embrulhar, desço uma mão em direção ao meu sexo, mas paro. Não tenho coragem suficiente. Oh Deus! Oh Deus!
Forço minha mente na tentativa de me lembrar de algo, mas está em um total branco. Não me lembro de absolutamente nada! Ergo-me com o lençol em volta do meu corpo, cobrindo minha nudez, sinto uma ardência nula na região íntima. Oh Deus! Oh Deus! Oh Deus! Olho para a cama e vejo uma pequena mancha vermelho vivo sujar o lençol branco de seda. Realmente aconteceu! Eu transei com algum desconhecido, não. Eu perdi minha virgindade com algum desconhecido. Mordo o lábio inferior, com as pernas bombas me abaixo o suficiente para pegar meu vestido, largo o lençol e visto o mesmo, me sentindo desconfortável sem usar nada por baixo. Pego os saltos de Margo, e minha bolsa. Sobressalto ao ouvir um barulho vindo da varando meus olhos vai em direção à divisória de vidro. Próximo à piscina tem um homem alto de costas, cabelos negros. Uma mão pousa em sua cintura, enquanto a outra ele sustenta próxima à orelha segurando algo que imagino ser seu celular.
Mesmo de costas posso identificar que ele veste um terno preto, já vi Papai usar muitas vezes. Poderia conhecer um homem de terno a quilômetros de distância. Sua postura é rígida, vejo que seus ombros são bastante largos. Ele tem um belo porte atlético. A calça social marca bem o seu bumbum. Mesmo de longe vejo que ele tem um requinte porte de homem de negócios. O homem mistério começa a andar de um lado para o outro, ele para por um instante e passa a mão pelos cabelos escuros em um ato claramente nervoso. Assusto-me quando ele chuta uma das cadeiras de uma mesa próxima, a cadeira rola caindo dentro da piscina. Esse homem não está com raiva, mas irado. O que diabos estou fazendo? Eu tenho que voltar para o hotel, não! Eu tenho que voltar para o meu País, para a minha casa, o meu quarto e a minha cama. Nas pontas dos pés vou até a porta, minhas mãos começam a tremer em antecipação, sinto meus batimentos cardíacos acelerados. Mordo o lábio inferior, tento abrir a porta o, mas silenciosamente possível. Sinto um curto alívio quando ela se abre sem fazer qualquer barulho, olho para o mistério homem uma última vez antes de sair ainda nas pontas dos pés fecho a porta com o mesmo cuidado.
Já no corredor saio correndo em direção ao elevador, com a respiração ofegante aperto o botão freneticamente com as mãos trêmulas. Sinto meu estômago revirar mais uma vez, e por um momento a minha visão fica turva. Apoio-me na parede antes que eu caía igual a um galho seco no chão. Maldito álcool! Assim que as portas se abrem me forço a entrar, aperto pelo menos cinco vezes o botão do térreo. Deixo o alívio me tomar, e o choque repentino passar quando as portas se fecham. Forço meu subconsciente a lembrar de qualquer coisa da noite passada, mas não nada me vem à mente. Apenas um branco límpido. Meu estômago se agita novamente, minha boca se enche de saliva.
― não, não, não...
Largo os saltos e bolsa, me ajoelho em frente à lata de lixo no canto do elevador, tiro a tampa apressadamente e deixo que meu mal estar saia. Amaldiçoo-me por não trazer comigo uma garrafa com água ao sentir a acidez na minha boca. Sinto-me um pouco, mas aliviada quando meu estômago se acalmar aos poucos, me sento no chão do elevador. Sinto gotas de suor gélidas na minha testa, encolho minhas pernas apoiado os cotovelos nos joelhos. Como eu pude deixar isso acontecer? Eu jamais faria algo assim, não sou o tipo de mulher que tem caso de uma noite. Oh Deus! Oh Deus! Usamos camisinha? Eu não consigo lembrar. Contínuo forçando meu subconsciente na tentativa de lembrar-se de algo, qualquer coisa. Mas não tem absolutamente nada, é como se minhas memórias da noite passada fossem apagadas completamente. E se eu tiver pegado alguma DST? Ou pior... AIDS. Não, não, não. Acalma-se, você precisa ficar calma agora Bianca. Pego minha bolsa na tentativa de achar meu celular, preciso falar com Margo, saber o que diabos aconteceu. Mas ele não está lá, ao invés disso tem apenas uma bala de menta, um grampo de cabelo, vinte dólares e a chave da suíte que estou hospedada.
― ótimo! ― agradeço por pelo menos ter a bala de menta. Desembrulho e coloco na boca na tentativa de aliviar a acidez e o mau odor.
Fecho os olhos com força, e respiro fundo. Prendo o ar nos pulmões por alguns segundos e soltos aos poucos. Faço isso, mas algumas vezes até sentir que estou um pouco, mas calma. Abro os olhos ao ouvir o "sino" do elevador indicar que chegou ao térreo. Pego os saltos e a bolsa ao meu lado e me ergo apoiando uma mão contra a parede de aço gélida do elevador. Quando as portas finalmente se abrem um homem alto, pálido com cabelos grisalho está parado bem em frente à saída. Sua estatura atlética impede que eu possa passar por ele, seu olhar é sério. Pelo terno e a postura ereta posso jurar que ele é um segurança ou guarda-costas. O homem descruza as mãos em frente ao corpo e leva uma mão até seu ouvido, onde noto que tem um "ponto". Sei disso porque os guarda-costas do meu Pai usam para se comunicar.
― Senhor, a encontrei. Estaremos aí em cinco minutos.
O homem entrar no elevador, me esquivo para o canto próximo à lata de lixo. O que ele quis dizer com encontrei ela?
Ou estaremos aí em cinco minutos? Não, não, não. Ele não pode está atrás de mim, faço menção de sair do elevador, mais uma vez ele bloqueia minha passagem. Vejo quando ele tira um cartão dourado do bolso interno do paletó, e aproxima do painel do elevador. Em seguida uma luz verde acende e ele aperta o botão para o último andar, o mesmo andar em que eu estava momentos atrás. Observo ele guardar o cartão no mesmo lugar e se virar em minha direção.― peço desculpas por minha grosseria. Meu nome é Elijah, sou o segurança particular do Senhor Cavill.
Pisco algumas vezes ainda encarando o mesmo. Ele continua em silêncio esperando alguma reação minha, penso em algo, qualquer coisa para falar, mas nada saí. Elijah toma meu silêncio como resposta e continua.
― sei que quer ir embora, mas o Sr. Cavill, tem um assunto importante a tratar com a Senhorita. Assim que terminarem, eu mesmo a levarei de volta ao seu hotel.
Após suas palavras ele se volta para as portas fechadas de metal. Prendo o ar nos pulmões, e lá se foi à calma que estava sentindo. Sinto meu coração acelerar com o simples pensamento de ver aquele homem novamente. Estremeço ao lembrar a forma violenta como ele chutou aquela cadeira, irritado. Certamente não quero testar sua paciência. Afinal estou em um lugar que não conheço, com pessoas que nunca vi. Mas sei que esse homem tem poder e dinheiro. Vamos lá Bianca! Não seja covarde, você é filha de um juiz poderoso, ninguém jamais poderia tocar você. Essas mesmas palavras somem quando ouço o som antecipado para as portas se abrirem, solto uma lufada de ar. Elijah vai à frente me mostrando o caminho. Mas ao invés de entramos pela porta que saímos, ele para em frente a uma porta diferente do lado direito do corredor. Lembro que estava tão desesperada em sair daqui que nem ao menos reparei em nada.
― Senhorita.
Ele me indica a porta estendendo o braço, é agora ou nunca. Não estou familiarizada com situações assim, mas penso que é dessa forma que deve acontecer. Olá? Transamos juntos? Você tem alguma doença? Usamos camisinha? Aperto ambas as mãos em ansiedade, meu coração parece que vai ser pela minha boca, quem é esse homem? O que ele espera de tudo isso? Alterno o peso do meu corpo de uma perna para outra. Abro os olhos bem, mas do que gostaria quando ouço Elijah, fazer um barulho com a garganta, inconsequentemente engulo a bala de menta. O mesmo ergue uma sobrancelha grisalha me encarando, posso jurar que vi um dos lados de seus lábios se erguerem em um sorriso. Será que é tão evidente o que estou pensando, mas seja como for está na hora de encara esse homem misterioso cara a cara.
Las Vegas...BiancaAinda com as pernas bambas entro no local. A suíte é enorme e luxuosa, ainda, mas sofisticada do que eu estou hospedada. Lembro vagamente que não reparei nos detalhes do quarto em que acordei. Estava tão desesperada em sair que nem ao menos me dei ao trabalho de procurar minha lingerie, o que me lembra de que não uso nada por baixo do vestido. Aperto minhas coxas uma na outra ao parar ao lado do sofá, cruzo os braços na altura dos meus seios, o tecido é fino o suficiente para marcar meus mamilos rígidos. Dobro meus dedos do pé nervosa sentindo o carpete macio. Meus olhos vão ao seu encontro, o terno de três peças marcando bem seu corpo, agora, mas de perto posso notar o quão másculo ele é, diferente dos garotos jovens com quem estudei. Seus olhos se fixam aos meus, quase me sinto sendo esmagada por sua íris azul oceânico. Nunca vi olhos tão frios antes, mas inegavelmente atraentes. O cabelo escuro devidamente penteado para trás, mas uma mecha banca se destaca no m
Las VegasBianca― Bianca! Saí dessa cama agora!Amanda puxa minha coberta tentando me descobrir, mas continuo enrola nos lençóis.— deixa ela Amanda, não está vendo que ela não se sente bem.Amanda ouve o sermão de Margo, e solta o lençol. Fiquei aliviada quando cheguei e vi que nenhumas das duas estavam aqui, e que pelo estado que estava o quarto. Elas não voltaram ontem à noite, assim como eu. Pela milésima vez o que aconteceu hoje de manhã passa pela minha cabeça, o fato de eu ter acordado na cama de um homem estranho, ter transado com ele e consequentemente ter ficado grávida. Oh Deus! Qualquer coisa menos isso, gosto de crianças, mas não quero ter uma agora, e muito menos de um cara que não conheço. Lembro como seus olhos azuis oceânicos eram ferozes, e frios. A maneira curta e grossa como ele falava, mas que estranhamente me causava um friozinho na barriga. A forma rouca como sua voz soou ao falar meu nome, sua maneira bruta. Mal consigo acreditar que dormi com ele, Sirius não
Las VegasBiancaOuço um som persistente de "bip". Não estou familiarizada com esse barulho, mas sei que pertence a alguma máquina hospitalar. Sinto o cheiro de desinfetante e álcool, minha pele arrepia com o frio. Tento mover minha cabeça, mas para ao sentir náuseas. Tento falar algo, mas desisto, minha garganta está estranhamente dolorida. Fico parada, ainda sinto um pouco de tontura e dores pelo corpo, tenho a sensação que meu corpo foi jogado de um prédio. Vagamente lembranças do que aconteceu vão surgindo na minha mente. Toco minha perna, dou um leve beliscão, a dor aguada é imediata. Eu não morri! Obrigada Deus! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Mas o que aconteceu comigo! Eu só lembro de sentir uma dor muito forte, a sensação de sufocamento ainda me assombra. A imagem de Sirius surge em meus pensamentos. A forma como ele me tomou em seus braços, sua feição preocupada. Aquela foi à primeira vez desde que nos vimos que vi sua postura de homem de negócios vacilar. O Sr. Gelo, não é to
Las VegasBianca O silêncio no quarto hospitalar era mútuo, meu corpo tinha travado completamente ao ouvir suas palavras. Meus olhos estão fixos em Sirius. O mesmo retribui meu olhar, uma sobrancelha erguida, a boca em uma linha reta e os braços cruzados em frente ao corpo. O que, mas me assusta é sua expressão imparcial, e a maneira leviana como age após soltar essa bomba. Fico em dúvida se ele está ou não dizendo uma simples piada, mas pelo pouco que conheço Sirius, ele não aparenta ser um homem que faz piadas em momentos sérios. Ele não pode está falando sério! Ou pode? Vários pensamentos começam a me ocorre, eu não posso ter feito algo assim, séria muito inconsequente e uma borrada sem igual. Não me lembro de ter assinado nada, nem mesmo assinei os papéis que Tomas, pediu. Também recordo que Sirius, não insistiu que eu fizesse. Forço meu subconsciente, mas só uma resposta é plausível. Desvio meus olhos quando seu olhar começa a me pesar, é bem óbvio que ele sabe o que estou pensa
Las Vegas...Bianca Não sei o que dizer, ou como dizer. Eu pensei bastante em tudo, e não há dúvidas de que Sirius, e eu passamos a noite juntos, que fizemos amor. A lembrança do lençol branco manchada com meu sangue, ainda é muito fresca, assim como o incomodo que sinto no meio das minhas pernas. Não posso lembrar o que aconteceu noite passada, mas há provas suficientes de que Sirius me possuiu. De repente a imagem de Sirius, começa a se forma no meu consciente, e como seus olhos gelo me perfuram. Estou surpresa, e ainda um pouco em choque por ter dormido com um homem mais velho. Afinal, tenho atração por homens com o dobro da minha idade, mas nunca tinha sido cortejada por um antes. Lembro vagamente de quando flertei secretamente com um amigo de Papai, nada foi, mas humilhante do que sua rejeição. Segundo ele eu era nova demais, o que não é uma mentira. Mas tenho uma maturidade maior que não corresponde com a minha idade. No momento isso não parece o certo, afinal fiz uma burrice a
Las Vegas...BiancaMesmo que eu não quisesse, me sentia nervosa em relação à resposta de Sirius. Ele não voltou para o quarto, admito que fiquei um pouco decepcionada quando Manda me disse que ele tinha ido embora. Em suas palavras houve um problema família, e ele teve que viajar. Mas uma coceirinha no meu cérebro me diz que ela também tem algo haver com isso, eles passaram um bom tempo conversando. Quando Manda, e Margo voltaram para o quarto o dia já estava quase amanhecendo. Percebi que ambas estavam indiferentes, inquietas. Margo me disse que Sirius, não deu uma resposta imediata, que pensaria melhor e daria uma resposta quando voltasse para Las Vegas. Nesses últimos dias que fiquei internada esperava que ele pelo menos me mandasse uma mensagem, ou tivesse a sensibilidade de perguntar como eu estava. Mas não houve contato, nem mesmo uma rápida ligação. Como hoje estou recebendo alta, acho que possa ser um bom motivo para enviar alguma mensagem. Encaro a tela do aparelho, faz cinc
Las Vegas...BiancaNervosa contínuo encarando o teste de gravidez nas mãos de Sirius, não sabia o que dizer. Conversamos sobre isso antes, mas aquilo parecia muito comercial, frio. Mas agora que estamos a sós, sinto que esse assunto é, mas íntimo. Desço o olhar para minhas pernas, encolho minhas mãos de volta ao meu corpo. Ouço um breve suspiro de Sirius, mas que não consigo distinguir sua emoção. Pelo canto do olho observo o mesmo deixa o teste sobre a mesa de ferro com detalhes em flores. O guarda-sol preso no centro da mesa projeta uma sombra, nos protegendo do sol. A mão de Sirius volta a tocar minha coxa causando leves arrepios, com o polegar ele faz círculos. Gosto da forma carinhosa como me toca, e seus gestos gentis. Sua forma de agir é completamente diferente da primeira vez que o vi, frio e carrancudo. Se Sirius, ágil desta forma comigo quando nos conhecemos. Não foi atoa que me casei com ele, e tive minha primeira vez.— olhe pra minha — um pouco relutante e envergonhada,