"Ser iniciada na máfia."Essas palavras ecoam em minha mente, trazendo à tona uma responsabilidade que sempre preferi ignorar. É raro uma mulher ser iniciada na máfia, a menos que tenha um papel extremamente importante. Paola foi iniciada aos 17 anos porque estava prometida ao futuro Dom, o que tornava essa iniciação uma obrigação. Agora, com tudo o que está acontecendo, percebo que, se me casar com Rodolfo, também terei que passar por isso. Não basta lidar com o casamento; eu também precisarei ser treinada para esse mundo. A ideia pesa sobre meus ombros, trazendo um turbilhão de responsabilidades e mudanças.Passei a tarde toda pensando sobre nossa conversa e consegui me acalmar. Controlei meu impulso de agir precipitadamente, especialmente porque Zael e Paola permitiram que Rodolfo se aproximasse. Isso indica que ele realmente não fez o que aquela mulher disse que fez. Resolvi, então, adiar a questão da suposta gravidez para outro momento. O que agora realmente me incomoda é o fato
O toque de Rodolfo era sempre uma promessa perigosa, havia algo nele que me fazia desejá-lo ainda mais. Seus lábios despertavam meu corpo, e seu cheiro inebriava minha mente. Eu aprendi a amar e desejar cada pedaço desse homem. Suas mãos grandes, que percorriam minha pele, apertando minha carne, me deixava atenta, desejando mais e mais. O calor de seu toque me queimava, e eu mal conseguia respirar. Quando seus lábios roçaram a curva do meu pescoço, arrepios tomaram conta de mim, me fazendo inclinar a cabeça para trás, lhe oferecendo mais acesso. — Eu senti sua falta em cada maldito dia — murmurei, minha voz quase falhando diante da antecipação que crescia dentro de mim. — Eu sei, sua teimosa — ele resmungou, arrancando minha camisola. Seu olhar percorreu meu corpo enquanto suas mãos apertavam minha cintura. Ele encostou a testa na minha, respirando pesadamente, e eu me ajeitei no seu colo, sentindo sua ereção. Ele estava pronto para me fazer sua, mais uma vez, e eu queria isso mais
Vejo Halina saindo do banheiro, vestida com calça jeans, botas de cano curto e uma blusa preta de gola alta. Sorrio ao perceber o que ela está tentando esconder com a roupa. — Poxa, Rodolfo. — Ela se dirige até a penteadeira para fazer um rabo de cavalo, dando-me uma visão clara das marcas que estão se escondendo. — Como saem essas marcas? Sorrio ainda mais. — Não sei, mas quando saírem, vou fazer de novo. Ela me fuzila com o olhar e eu rio. — Se você fizer isso de novo, nunca mais vai tocar em mim. O tom dela se torna mais sério. — Não seja malvada. — Na cintura, na barriga e nas coxas tudo bem, mas no pescoço, olha o que estou tendo que usar. — Ela aponta para a blusa, e eu me sinto um pouco culpado pelo calor lá fora. Me aproximo dela e a abraço por trás. — Então, não vamos sair do quarto. Eu desço, pego algo para comermos e ficamos aqui assistindo TV e namorando. — Nananinanão. Faço uma careta, confuso com a palavra. — Que diacho de palavra é essa? — Eu não vou
Acordei meio zonza, sentindo um odor insuportável. Suspirei ao ver um córrego de lama podre saindo de um cômodo que parecia ser o banheiro. O lugar era horrível: um galpão enorme, sujo e abandonado. Olhei ao redor, e a pouca iluminação fez um arrepio atravessar meus ossos.Fechei os olhos, me lembrando dos ensinamentos que tive quando fui iniciada na máfia. Eu havia parado com a droga do treinamento e agora me arrependo amargamente. Quem diria que um dia estaria nessa situação?Ouço passos se aproximando e levanto a cabeça. Kiume, o filho do conselheiro dos Yakuzas, e Roberta. Eu simplesmente não acredito que essa vagabunda se aliou a esse povo.— Ora, quem acordou. — Ela sorri e puxa uma cadeira para se sentar na minha frente. — Quer que eu te apresente o meu amigo?Eu queria matá-la. Não, mais que isso, eu queria mandá-la para o inferno viva, só para ter o prazer de saber que ela está sofrendo lentamente. A morte é pouco para essa miserável.— Se esse seu plano maluco não der certo,
Rodolfo estava completamente concentrado, mexendo no notebook sem parar. Quando a conexão à internet caía, ele pegava um mapa de Nova York e começava a anotar alguns pontos e rabiscar outros. Eu sabia que ele estava buscando uma solução para toda essa confusão, e por isso não o questionei. Cada minuto era essencial. Meu silêncio agora permitia que ele focasse na saída que tentava encontrar.Chegamos a Nova York nove horas após receber a notícia. Assim que o avião aterrissou em solo americano, Rodolfo se levantou rapidamente, pegando os papéis e o notebook, e me estendeu a mão.— Vou te deixar com Helena, lá você estará segura. Depois, vou resolver essa bagunça. — Ele me abraçou e depositou um beijo nos meus cabelos. — Prometo que trarei Paola de volta, viva.— Estou com tanto medo por ela — sussurrei.— Ela vai ficar bem, eu te prometo — ele garantiu.O piloto abriu a porta do avião, e Rodolfo me ajudou a descer as escadas. Ao chegar ao solo, vi dois carros pretos nos aguardando. Em u
Entro na sala bem na hora em que Alexander estava com o telefone no viva-voz, e pelo tom de voz, eu sabia que era Zael do outro lado da linha. A raiva fervia dentro de mim — eu queria matar aquele homem. Alexander me olhou e, enquanto encarava ao redor da sala, vi oito membros da organização presentes, além de Apolo, Otávio e Alexander.— Eu já tenho a localização de onde Paola está — começou Zael. — O meu acordo é que vocês entrem, tirem ela, peguem Roberta e libertem Kiume.Kiume? O nome me fez congelar por um segundo. Sem hesitar, caminhei até o telefone e desliguei o viva-voz, tomando o controle da conversa.— Escute bem, porque não vou repetir — falei com firmeza. — Avisa a todos os yakuzas que Kiume voltará para cada morto, e qualquer um que se meter no meu caminho, vai morrer.— Você não pode fazer isso, eu conversei com o líder deles. Dei minha palavra — — Se vire para cumprir sua palavra, porque quem dá as ordens na Cosa Nostra não é você — retruquei, desligando a ligação e
Estacionamos os veículos a cerca de oito minutos de distância do galpão. Ao nos aproximarmos, exploramos o mato ao redor, avançando com cuidado para não fazer barulho. O galpão velho estava iluminado por uma luz fraca que vazava pelas frestas das janelas e portas, criando uma atmosfera sombria e tensa.À medida que nos aproximávamos, consegui discernir a presença de vários homens armados patrulhando a área. Eles se moviam de forma cautelosa, suas silhuetas escuras se destacando contra a luz fraca. Seis carros estavam estacionados ao lado do galpão, suas luzes de emergência piscando de formas desiguais.Sentia que a situação não seria tão simples quanto havia imaginado. O ambiente estava carregado de tensão, e a vigilância dos homens armados indicava que qualquer movimento em falso poderia resultar em problemas sérios.— Não deem mais nenhum passo — Alexander alertou pelo ponto no ouvido. — Relatório da área dos fundos.— Vazio — respondeu Apolo.— Você entra e, quando estiver com ela,
Resolvi passar primeiro no restaurante para ver a situação. Ao estacionar o carro, nos deparamos com uma imagem devastadora. As fitas de emergência cercavam o local que antes era lindo e acolhedor. Esse restaurante era o primeiro sonho de Halina, e agora estava em cinzas. A fachada estava enegrecida, parcialmente desabada, e o lugar parecia envolto em uma penumbra opressiva.Halina desceu do carro, e eu a segui, aproximando-me para abraçá-la. Ela ficou ali, imóvel, olhando para o local, hipnotizada pela destruição, o que de certa forma me preocupava.— Eles quase mataram minha irmã e destruíram meu sonho — ela murmurou, soltando um riso amargo.— Sua irmã vai ficar bem, e esse lugar... nós dois conseguiremos reerguê-lo em menos de dois meses.Ela me olhou, surpresa.— Nós dois?— Nós dois — repeti com firmeza. — Vamos para o galpão, depois nos preocupamos com o que realmente faremos aqui.Ela assentiu e, com um suspiro resignado, virou-se para entrar no carro novamente.Dirigi por cer