Assim que fecho a porta ligo para Zael.— Como andam as coisas? — Faz cerca de 10 horas que estou longe de Nova York e preciso me atualizar, saber se o plano com Zael já entrou em cena.— Eu que deveria perguntar como estão as coisas. — Responde com um tom divertido.Solto um suspiro enquanto tiro os sapatos e me jogo na cama. Se Halina pensa que vou dormir aqui, ela está muito enganada.— Estou tentando, mas sua prima é teimosa. — Admito, sentindo o peso da situação.Zael ri do outro lado da linha.— Ela é quebrada demais, cara. Halina não é forte o suficiente para lidar com um homem como você. Você deveria ter tentado, ao menos, se interessar por uma mulher que já tivesse sido iniciada na máfia, não por uma que foi criada para ser freira.Reviro os olhos, descartando suas palavras. Sei que, se tivesse me envolvido com uma mafiosa, as coisas seriam diferentes. Halina, apesar de ter sangue da máfia, não faz parte do nosso mundo. Sua criação foi outra, o que, de certa forma, é um probl
Tive que pedir ajuda a Cleber para encontrar o quarto de Halina. Ele bateu na porta e foi embora, deixando-me com a bandeja cheia.— Oi. — Halina sussurra ao abrir a porta, olhando entre mim e a bandeja.— Vamos jantar. — Entro no quarto sem ser convidado, fazendo Halina recuar e me dar espaço.— Eu não estou com fome.— Mas vai comer mesmo assim.Coloco a bandeja em uma mesinha de centro e vejo ela fechar a porta. Halina se aproxima da mesa, enquanto eu me dirijo até ela e a abraço. Sinto um alívio quando ela não recua. Deixo um beijo em sua testa e passo os dedos pelos seus cabelos.— Você está melhor. — Ela assente. — Então coma alguma coisa antes de dormir.Halina se afasta e vai até a mesinha. A primeira coisa que leva à boca é o morango.Ela se senta no chão, de frente para a mesinha, comendo devagar. Eu me aproximo e me sento ao seu lado, sem dizer uma palavra, oferecendo-lhe o espaço que ela precisa.— Você sabia que eu gosto de morangos? — Ela pergunta de repente, sem tirar o
"Ser iniciada na máfia."Essas palavras ecoam em minha mente, trazendo à tona uma responsabilidade que sempre preferi ignorar. É raro uma mulher ser iniciada na máfia, a menos que tenha um papel extremamente importante. Paola foi iniciada aos 17 anos porque estava prometida ao futuro Dom, o que tornava essa iniciação uma obrigação. Agora, com tudo o que está acontecendo, percebo que, se me casar com Rodolfo, também terei que passar por isso. Não basta lidar com o casamento; eu também precisarei ser treinada para esse mundo. A ideia pesa sobre meus ombros, trazendo um turbilhão de responsabilidades e mudanças.Passei a tarde toda pensando sobre nossa conversa e consegui me acalmar. Controlei meu impulso de agir precipitadamente, especialmente porque Zael e Paola permitiram que Rodolfo se aproximasse. Isso indica que ele realmente não fez o que aquela mulher disse que fez. Resolvi, então, adiar a questão da suposta gravidez para outro momento. O que agora realmente me incomoda é o fato
O toque de Rodolfo era sempre uma promessa perigosa, havia algo nele que me fazia desejá-lo ainda mais. Seus lábios despertavam meu corpo, e seu cheiro inebriava minha mente. Eu aprendi a amar e desejar cada pedaço desse homem. Suas mãos grandes, que percorriam minha pele, apertando minha carne, me deixava atenta, desejando mais e mais. O calor de seu toque me queimava, e eu mal conseguia respirar. Quando seus lábios roçaram a curva do meu pescoço, arrepios tomaram conta de mim, me fazendo inclinar a cabeça para trás, lhe oferecendo mais acesso. — Eu senti sua falta em cada maldito dia — murmurei, minha voz quase falhando diante da antecipação que crescia dentro de mim. — Eu sei, sua teimosa — ele resmungou, arrancando minha camisola. Seu olhar percorreu meu corpo enquanto suas mãos apertavam minha cintura. Ele encostou a testa na minha, respirando pesadamente, e eu me ajeitei no seu colo, sentindo sua ereção. Ele estava pronto para me fazer sua, mais uma vez, e eu queria isso mais
Vejo Halina saindo do banheiro, vestida com calça jeans, botas de cano curto e uma blusa preta de gola alta. Sorrio ao perceber o que ela está tentando esconder com a roupa. — Poxa, Rodolfo. — Ela se dirige até a penteadeira para fazer um rabo de cavalo, dando-me uma visão clara das marcas que estão se escondendo. — Como saem essas marcas? Sorrio ainda mais. — Não sei, mas quando saírem, vou fazer de novo. Ela me fuzila com o olhar e eu rio. — Se você fizer isso de novo, nunca mais vai tocar em mim. O tom dela se torna mais sério. — Não seja malvada. — Na cintura, na barriga e nas coxas tudo bem, mas no pescoço, olha o que estou tendo que usar. — Ela aponta para a blusa, e eu me sinto um pouco culpado pelo calor lá fora. Me aproximo dela e a abraço por trás. — Então, não vamos sair do quarto. Eu desço, pego algo para comermos e ficamos aqui assistindo TV e namorando. — Nananinanão. Faço uma careta, confuso com a palavra. — Que diacho de palavra é essa? — Eu não vou
Acordei meio zonza, sentindo um odor insuportável. Suspirei ao ver um córrego de lama podre saindo de um cômodo que parecia ser o banheiro. O lugar era horrível: um galpão enorme, sujo e abandonado. Olhei ao redor, e a pouca iluminação fez um arrepio atravessar meus ossos.Fechei os olhos, me lembrando dos ensinamentos que tive quando fui iniciada na máfia. Eu havia parado com a droga do treinamento e agora me arrependo amargamente. Quem diria que um dia estaria nessa situação?Ouço passos se aproximando e levanto a cabeça. Kiume, o filho do conselheiro dos Yakuzas, e Roberta. Eu simplesmente não acredito que essa vagabunda se aliou a esse povo.— Ora, quem acordou. — Ela sorri e puxa uma cadeira para se sentar na minha frente. — Quer que eu te apresente o meu amigo?Eu queria matá-la. Não, mais que isso, eu queria mandá-la para o inferno viva, só para ter o prazer de saber que ela está sofrendo lentamente. A morte é pouco para essa miserável.— Se esse seu plano maluco não der certo,
Rodolfo estava completamente concentrado, mexendo no notebook sem parar. Quando a conexão à internet caía, ele pegava um mapa de Nova York e começava a anotar alguns pontos e rabiscar outros. Eu sabia que ele estava buscando uma solução para toda essa confusão, e por isso não o questionei. Cada minuto era essencial. Meu silêncio agora permitia que ele focasse na saída que tentava encontrar.Chegamos a Nova York nove horas após receber a notícia. Assim que o avião aterrissou em solo americano, Rodolfo se levantou rapidamente, pegando os papéis e o notebook, e me estendeu a mão.— Vou te deixar com Helena, lá você estará segura. Depois, vou resolver essa bagunça. — Ele me abraçou e depositou um beijo nos meus cabelos. — Prometo que trarei Paola de volta, viva.— Estou com tanto medo por ela — sussurrei.— Ela vai ficar bem, eu te prometo — ele garantiu.O piloto abriu a porta do avião, e Rodolfo me ajudou a descer as escadas. Ao chegar ao solo, vi dois carros pretos nos aguardando. Em u
Entro na sala bem na hora em que Alexander estava com o telefone no viva-voz, e pelo tom de voz, eu sabia que era Zael do outro lado da linha. A raiva fervia dentro de mim — eu queria matar aquele homem. Alexander me olhou e, enquanto encarava ao redor da sala, vi oito membros da organização presentes, além de Apolo, Otávio e Alexander.— Eu já tenho a localização de onde Paola está — começou Zael. — O meu acordo é que vocês entrem, tirem ela, peguem Roberta e libertem Kiume.Kiume? O nome me fez congelar por um segundo. Sem hesitar, caminhei até o telefone e desliguei o viva-voz, tomando o controle da conversa.— Escute bem, porque não vou repetir — falei com firmeza. — Avisa a todos os yakuzas que Kiume voltará para cada morto, e qualquer um que se meter no meu caminho, vai morrer.— Você não pode fazer isso, eu conversei com o líder deles. Dei minha palavra — — Se vire para cumprir sua palavra, porque quem dá as ordens na Cosa Nostra não é você — retruquei, desligando a ligação e