A vida parece conspirar para te derrubar. Quando você pensa que tudo está se ajeitando e que as coisas finalmente entraram nos eixos, ela te surpreende com uma rasteira fatal. E, quando você está no chão, o que vê é apenas a poeira, sentindo o quanto foi tolo em acreditar que, pelo menos uma vez, as coisas poderiam ser diferentes. Você se pergunta se algum dia vai conseguir se levantar ou se essa queda vai te definir para sempre. A sensação de impotência é esmagadora, e a dúvida sobre se algum dia a sorte vai mudar se torna uma constante. Por exemplo; Eu sabia desde o início que não ia gostar do que ouviria, e, por mais que algo me alertasse para não questioná-la, eu fui atrás. Agora que tudo veio à tona, me pergunto o que devo fazer. Sei que a vida de Halina virou de cabeça para baixo desde esse episódio. Ela passou por situações difíceis e foi obrigada a viver sozinha e se virar desde cedo. Eu queria consertar a situação, fazer com que o culpado pagasse por cada dano que causou a
Com uma força quase desumana, eu acertei o saco de pancada, fazendo-o balançar no ar com um impacto violento. Cada golpe, cada movimento estava carregado com a frustração e a raiva que eu não conseguia expressar de outra forma.Ele retornou com uma força brutal, mas eu estava preparado. Desferi um chute certeiro, e o saco explodiu, rasgando-se em pedaços. Inferno. O saco, agora em pedaços, jazia no chão, um reflexo físico da minha fúria interior. O estilhaçar do material não era o suficiente para aliviar o peso que eu carregava. A sensação de impotência me consumia, pois eu queria que o alvo da minha frustração fosse diferente. O saco de pancada era um substituto insatisfatório para a verdadeira fonte da minha irá, e a luta para lidar com a realidade me deixava ainda mais esgotado. — Pelo visto, as coisas ficaram intensas. — Olho por cima do ombro enquanto Alexander entra no galpão, vestindo seu habitual terno de negócios. — Quem foi o sortudo que resolveu te chatear? — Eu mesmo.
— Eu acordei e você não estava. Observo Halina enquanto ela esquenta o risoto para que possamos jantar. Depois de todas as revelações, deixei-a dormindo e fui direto para o porão da máfia, tentar esfriar a cabeça. — Tive que resolver um problema. — Levanto a taça de vinho e encaro o líquido. — Você está melhor? Ela se vira, com uma expressão calma. — Estou, sim. Não se preocupe, já estou acostumada com essa montanha-russa de sentimentos que me domina. — Ela cruza os braços e se encosta no armário. — Tem dias que estou bem, outros dias mal, tem momentos que surto, em outros só choro. —Ela sorri, um sorriso triste. — Se você realmente quer viver ao meu lado, terá que se acostumar com isso. Levanto-me e vou até ela, envolvendo-a em um abraço e deixando um beijo no topo da sua cabeça. — Você vai ficar bem. — Com você ao meu lado, eu sei que vou ficar bem. — Ela suspira e me abraça, eu levanto a cabeça, encarando o branco do armário. Deveria contar a ela, mas sou tão egoísta que não
Será normal senti seu corpo entrar em combustão por alguém, como se, por mais que a pessoa se entregasse completamente a você, ainda não fosse suficiente para saciar a sede que você tem dela? É uma sensação fortemente avassaladora. Senti que o desejo por alguém é tão profundo que, mesmo após momentos íntimos, a necessidade de tê-la ainda permanecem forte. É como se houvesse uma chama interna que não se apaga facilmente, uma sensação constante de estar imersa em um rio e não conseguir se afogar. Rodolfo consegue me fazer esquecer todos os meus medos e desesperança. Seu toque se tornou meu vício, seu beijo, minha salvação. Cada momento com ele é uma fuga da realidade, um refúgio onde eu posso me perder e, paradoxalmente, me encontrar novamente. Ele é a única constante em um mar de incertezas, e cada vez que estamos juntos, a chama dentro de mim se renova, mantendo a esperança viva mesmo quando tudo parece desmoronar. Esse homem é a razão dos meus dias melhores. Por mais que ele não
Eu era livre, sem amarras, e podia ter quem eu quisesse, na hora que eu quisesse. Nunca precisei me preocupar com sentimentos ou com o que viria depois. E agora, aqui estou, velando o sono dela como se minha vida dependesse disso. Como se cada respiração dela fosse a minha também. O que aconteceu comigo? Como eu pude me apegar tanto a uma pessoa dessa maneira? Não consigo entender como me deixei levar a esse ponto, mas não posso negar que, apesar de tudo, essa nova sensação de querer cuidar, de proteger, de estar ao lado dela, me domina completamente. Antes, tudo era mais simples. Eu tinha minhas noites divertidas, quentes, com qualquer mulher que eu quisesse. E quando queria algo mais constante, Roberta estava sempre por perto. Eu tinha controle sobre minha vida, sobre minhas emoções. Eu era feliz... ou pelo menos, achava que era. Halina é diferente de qualquer mulher com quem já estive. É como se, de certa forma, ela tivesse nascido para mim. Com ela, tudo é mais intenso, mais
— Otávio chegou? — É a primeira pergunta que faço ao adentrar o apartamento de Roberta. Observo seu olhar de surpresa assim que ela fecha a porta. — Sim. — diz meio hesitante. — Quero saber por que esse alvoroço todo de vocês dois. Me acompanhe. Ela caminha até o escritório, e eu a sigo. Assim que entramos, encontro Otávio mexendo no computador que contém as imagens de segurança. Fico irritado porque sei que poderia resolver essa merda sozinho e não precisaria estar aqui. — O que aconteceu? — Puxo uma cadeira para me sentar ao lado do meu irmão. Roberta se senta à nossa frente. — Alguém hackeou o sistema de monitoramento e todas as imagens foram apagadas. — Como? Era impossível hackear este sistema; é algo desenvolvido por mim e Liam, um dos melhores no mundo da tecnologia. Otávio olha para mim com seriedade, claramente preocupado. — Não sei como ainda, mas a invasão foi precisa. Eles apagaram tudo sem deixar rastros óbvios. Roberta cruza os braços. — O que isso significa?
— Por que você está nessa agonia? — Fabiano finalmente quebra o silêncio depois de horas insuportáveis. Desde que meu "namoro" foi anunciado por Paola, sinto que algo entre nós se quebrou. — Estou tentando ver se passei na prova, mas o site ainda não atualizou — respondo, tentando controlar o nervosismo. Entrei quase no final do semestre na universidade, tive que estudar em dobro e morro de medo de reprovar. — Você vai se sair bem. Uma mulher inteligente como você nunca fica para trás — ele diz, com um sorriso encorajador. — Obrigada — é tudo o que consigo dizer, enquanto volto a olhar para a tela do notebook, entrando e saindo do site incessantemente, esperando pela atualização que parece nunca chegar. — Você está mesmo saindo com o Rodolfo? Respiro fundo, percebendo o peso daquela pergunta. Não é que eu esteja triste com a situação, mas trabalhar assim é complicado. Fabiano sempre foi um ótimo amigo, além de um excelente advogado. Tirando suas cantadas ocasionais, nosso relaci
Estou nervosa para o jantar e já joguei quase todas as roupas do meu guarda-roupa na cama, sem conseguir encontrar algo apropriado para sair com Rodolfo, solto um gemido de frustração; já são sete e meia e eu ainda estou de lingerie, andando de um lado para o outro no quarto, sem saber o que vestir. — Paola!— grito, esperando que minha irmã venha ao meu socorro. Me sento no chão perto da cama, a espera de um milagre. Paola estudou moda, tenho certeza que ela saberá o que fazer comigo. Alguns minutos depois, ela entra no quarto, com uma expressão meio exasperada. — Espero que seja algo importante. — Eu não tenho roupa para sair! — digo, gesticulando para a bagunça de roupas espalhadas pela cama. — Como assim "não tem"? — Paola levanta algumas peças, avaliando-as rapidamente antes de me olhar. — Onde você vai? — A um restaurante com Rodolfo. — Para um jantar romântico, o certo é usar algo leve — diz ela, sorrindo enquanto começa a separar algumas opções. — Algo que te deixe confo