CAPÍTULO 30 Rodolfo

Cheguei ao GRAN HOTEL às duas da tarde. Eu quase não venho aqui, pois meus negócios estão concentrados no galpão da máfia. Sou responsável por todo o transporte de mercadorias do submundo, e prefiro assim; lá eu faço o que gosto e não preciso me esconder.

Não tenho traumas de infância; fui amado pela minha mãe, idolatrado pelo meu pai e sempre tive uma convivência boa com meus irmãos, familiares e amigos. Faço o que faço dentro da organização porque gosto. O tempo que sinto faltar é o tempo em que era o executor da Cosa Nostra. Todos, não importava quem fossem, passavam pelas minhas mãos, e eu nunca me importei. Aquela era minha missão e eu amava cumpri-la.

A primeira pessoa que executei tinha 14 anos e eu, 11. A idade não importava; o que contava era a lealdade à causa e a eficácia na missão. Desde então, a vida no submundo moldou meu caráter e minhas habilidades, e cada tarefa, por mais sombria que fosse, me aproximava mais do que eu considerava como meu verdadeiro propósito.

— S
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