CAPÍTULO 107 Desirée

Quando todos saem, Giovanni pede para falar comigo. Fico sentada, observando a porta se fechar atrás deles. Algo no semblante do meu primo me incomoda profundamente. Seu olhar fixo em mim carrega um misto de seriedade e algo mais sombrio que não consigo decifrar.

– Precisamos ter uma conversa séria.

– Eu não quero discutir nem ouvir sermão de você. – Minha voz sai firme, mas o incômodo cresce. Nos últimos dias, nossas interações têm sido tensas, e hoje eu faço uma promessa silenciosa a mim mesma: a partir de agora, não vou tolerar a grosseria dele.

– Não iremos discutir, a não ser que você defenda Paulo.

Ao ouvir o nome do meu pai de criação, sinto um aperto no peito. Não sei o que é pior: o som do nome dele ou as memórias que esse nome traz à tona. Sempre que penso em Paulo, é como se uma onda de água suja me atingisse, me sufocando. E, com essas lembranças, vem a culpa pelo que fiz com Otávio.

– Prometo ouvir calada.

– Perfeito. – Giovanni se levanta e vai até um cofre embutido na p
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