— Meu pai era um sujeito inescrupuloso, sem alma e coração. E também não era burro.
— Então você também acha estranho tudo isso?
— Um pouco.
— Um pouco? — Arqueei a sobrancelha, curiosa com “o pouco” de dúvida que ele tinha.
— Logo você vai saber. Então vamos discutir meus pensamentos com relação a isso tudo... Eu, você e Milano.
Afastei-me da maquete e o empurrei levemente, antes que me tocasse. Me dirigi até sua mesa e empurrei as duas poltronas, uma para cada lado. Joguei a bolsa sobre uma delas e sentei-me sobre a mesa, abrindo as pernas, mostrando que não usava calcinha por debaixo do vestido.
— Esqueci que tinha vindo até aqui para lembrá-lo que está de castigo. — Sorri sarcasticamente.
— Não... Você não viria até aq
Mordi o lábio:— Vou ficar com vergonha dele.— Não fique, meu amor! Milano invadiu nossa privacidade. Ele que deve envergonhar-se.Chain foi até a porta e abriu-a. Sentei-me rapidamente numa das poltronas, olhando para o nada.— Pode entrar, Milano — ele disse de forma ríspida.— Eu... Sinto muito por não ter batido antes na porta.O irmão de Chain veio na minha direção e parou ao lado da poltrona:— Como vai, Liah?Sorri, fingindo que ele não tinha me visto completamente nua e de pernas abertas sobre a mesa minutos atrás, ainda reagindo a um orgasmo.— Eu... Vou bem, obrigada. — Levantei e lhe ofereci a mão, mas ele deu-me um beijo no rosto.— E sua mãe?— Minha mãe? — Enruguei a testa, confusa com a pergunta.— Ela... Está bem?
POV CHAIN— Do que você está falando? — perguntei.— Que os lucros da Partenon no ano passado foram simplesmente incríveis. E fazer o mesmo ou próximo do que já se obteve é praticamente impossível.— Precisamos trabalhar para isso, então — falei, convicto. — Você ficar sem a sua parte também está fora de cogitação. Aliás, por que nosso pai faria toda esta porra? Com o intuito de deixar tudo para Tessália? Não seria mais fácil nos tirar, deixar de fora e já lhe dar tudo na primeira leitura do testamento? O que o velho tinha em mente, afinal?Milano suspirou e levantou:— Preciso ir para casa. Realmente estou muito cansado. Vocês vêm?Verifiquei o relógio e passava das cinco horas. Sim, já estava no horário de eu ir para casa. Olhei para Lia, que d
Quando a soltei, afastou-se um passo e disse:— Chain, vamos logo. Sabe que não podemos nos tocar porque ficamos incontroláveis.— Sim, eu sei — admiti. — Mas meu irmão chegou e nos interrompeu numa hora crucial. Estou ansiando por gozar em você.Ela arregalou os olhos escuros:— Você ainda está de castigo!— Isso não é justo. Então me prometa que vamos transar amanhã à noite, depois de conversar com ele.— Despedida de solteiro? — Sorriu.— Hum... Creio que sim. E veja que querido sou, ao fazer isso com minha esposa.— Eu já disse que você é um idiota?— Sim. E eu já disse o quanto você é provocante?— Não. — Ela riu, me puxando pelo braço, levando-me em direção ao prédio de cinco andares,
Depois do jantar, voltamos para casa. Diogo já estava dormindo e provavelmente Milano também. Quanto à Tessália, não sabíamos se estava em casa ou tinha saído. E sequer perguntamos, porque não nos interessava.Assim que deitamos na cama, perguntei à Merliah:— Você acha que Davina seria mesmo capaz de matar Tessália?— Não... Foi da boca para fora. Claro que ela não mataria. Matar é uma palavra muito forte, não acha?— Eu cheguei a querer matar meu pai, com minhas próprias mãos — confessei.— Mas nunca teve coragem, não é mesmo? Até porque, se fizesse isto, estaria atrás das grades até hoje.— E não teria conhecido você. — A puxei para perto de mim, aconchegando-a em meus braços.— Eu acredito que na hora da raiva, as
Assim que fechou a porta, fiquei indeciso de perguntar sobre o pesadelo dela ou ir atrás de Milano para saber o que ele sentia pela minha esposa. Talvez precisasse deixar bem claro que Merliah não era Candy.Vi as lágrimas nos olhos de Liah e me senti completamente impotente. Abracei-a com força:— Foi só um pesadelo, meu amor.— Foi... Tão real, Chain... Tão real... — Senti as lágrimas dela no meu peito.— Quer compartilhar comigo? Aposto que vamos rir do seu pesadelo, juntos.Ela afastou-se um pouco e revelou, limpando as lágrimas:— Eu... Tenho tido pesadelos frequentes com ele...— Ele?— Tiago.— Porra! — quase gritei, passando as mãos com força no meu rosto, tentando não levantar e pegar o primeiro avião em direção a Alpemburg para resolver aquela situa&ccedi
— Fale logo — pediu.— O desgraçado tentou estuprar Merliah.Milano ficou me encarando, imóvel. Os olhos claros pareceram ser tomados por uma sombra de escuridão e tive certeza que sentiu parte da mesma fúria que eu.— Onde? Como? Quando?Contei rapidamente o que tinha acontecido a ele, enquanto escutava atentamente, mal respirando. Quando acabei, suspirou e disse firmemente:— “Eu” vou matá-lo!Eu ri com ironia, balançando a cabeça:— Merliah é minha esposa, Milano.— Candy... Ela sabe? Alguém da família de Liah sabe?— Não. Ela não quis contar... Nem denunciar formalmente.— Mas você deveria ter feito, Chain.— Eu? Não, não passarei por cima da vontade de Liah. Até porque ela tem razão quando diz que nada seria feito a
POV MERLIAHAcordei naquela manhã sabendo que no dia seguinte seria o meu casamento. E mesmo que já tivesse me unido em matrimônio com Chain há algumas semanas atrás, estava nervosa.Passei o dia envolvida nos últimos detalhes que faltavam acertar e quando percebi estava na hora de me preparar para o jantar onde Milano me contaria alguma coisa importante.Não pensei em Tiago o restante do dia. Era à noite que aquela cena horrível vez ou outra aparecia para me destruir. Justo agora que eu começava a me adaptar com os horários normais de dormir e acordar.Passei quase uma hora no telefone com Ketlin, conversando sobre como estava me sentindo feliz. Sentia saudades dela e das nossas longas conversas, bem como as visitas ao lar de idosas, que não funcionava mais em Azah.Optei por um vestido midi, com ombros de fora e sapatos modelo scarpin para o jantar. Por mais que fi
Fiquei sem palavras. Foi como se tivesse recebido um soco no estômago, pela forma como contraiu-se. Eu olhava para Milano, mas não o via à minha frente. A imagem de Candy fixou-se no meu cérebro. E eu nem sabia o que pensar a não ser: Onde meu pai entra nesta história? Seria ele o homem que estava na cama com ela quando Milano chegou? Ou foi quem a acolheu depois que ela foi tratada como uma vagabunda?Senti Chain apertar minha mão entre a dele e olhei-o.- Eu não tinha como lhe contar isso, entende? É a história dele e da sua mãe... Não a nossa.Assenti, com a cabeça. Sim, eu o entendia. Éramos meramente coadjuvantes naquela história do passado entre minha mãe e o irmão dele.Meus olhos encontraram os de Milano, que ainda tinham vestígios de lágrimas.- Pode perguntar qualquer coisa, Merliah... Ou dizer o que tiver vo