Quando a soltei, afastou-se um passo e disse:
— Chain, vamos logo. Sabe que não podemos nos tocar porque ficamos incontroláveis.
— Sim, eu sei — admiti. — Mas meu irmão chegou e nos interrompeu numa hora crucial. Estou ansiando por gozar em você.
Ela arregalou os olhos escuros:
— Você ainda está de castigo!
— Isso não é justo. Então me prometa que vamos transar amanhã à noite, depois de conversar com ele.
— Despedida de solteiro? — Sorriu.
— Hum... Creio que sim. E veja que querido sou, ao fazer isso com minha esposa.
— Eu já disse que você é um idiota?
— Sim. E eu já disse o quanto você é provocante?
— Não. — Ela riu, me puxando pelo braço, levando-me em direção ao prédio de cinco andares,
Depois do jantar, voltamos para casa. Diogo já estava dormindo e provavelmente Milano também. Quanto à Tessália, não sabíamos se estava em casa ou tinha saído. E sequer perguntamos, porque não nos interessava.Assim que deitamos na cama, perguntei à Merliah:— Você acha que Davina seria mesmo capaz de matar Tessália?— Não... Foi da boca para fora. Claro que ela não mataria. Matar é uma palavra muito forte, não acha?— Eu cheguei a querer matar meu pai, com minhas próprias mãos — confessei.— Mas nunca teve coragem, não é mesmo? Até porque, se fizesse isto, estaria atrás das grades até hoje.— E não teria conhecido você. — A puxei para perto de mim, aconchegando-a em meus braços.— Eu acredito que na hora da raiva, as
Assim que fechou a porta, fiquei indeciso de perguntar sobre o pesadelo dela ou ir atrás de Milano para saber o que ele sentia pela minha esposa. Talvez precisasse deixar bem claro que Merliah não era Candy.Vi as lágrimas nos olhos de Liah e me senti completamente impotente. Abracei-a com força:— Foi só um pesadelo, meu amor.— Foi... Tão real, Chain... Tão real... — Senti as lágrimas dela no meu peito.— Quer compartilhar comigo? Aposto que vamos rir do seu pesadelo, juntos.Ela afastou-se um pouco e revelou, limpando as lágrimas:— Eu... Tenho tido pesadelos frequentes com ele...— Ele?— Tiago.— Porra! — quase gritei, passando as mãos com força no meu rosto, tentando não levantar e pegar o primeiro avião em direção a Alpemburg para resolver aquela situa&ccedi
— Fale logo — pediu.— O desgraçado tentou estuprar Merliah.Milano ficou me encarando, imóvel. Os olhos claros pareceram ser tomados por uma sombra de escuridão e tive certeza que sentiu parte da mesma fúria que eu.— Onde? Como? Quando?Contei rapidamente o que tinha acontecido a ele, enquanto escutava atentamente, mal respirando. Quando acabei, suspirou e disse firmemente:— “Eu” vou matá-lo!Eu ri com ironia, balançando a cabeça:— Merliah é minha esposa, Milano.— Candy... Ela sabe? Alguém da família de Liah sabe?— Não. Ela não quis contar... Nem denunciar formalmente.— Mas você deveria ter feito, Chain.— Eu? Não, não passarei por cima da vontade de Liah. Até porque ela tem razão quando diz que nada seria feito a
POV MERLIAHAcordei naquela manhã sabendo que no dia seguinte seria o meu casamento. E mesmo que já tivesse me unido em matrimônio com Chain há algumas semanas atrás, estava nervosa.Passei o dia envolvida nos últimos detalhes que faltavam acertar e quando percebi estava na hora de me preparar para o jantar onde Milano me contaria alguma coisa importante.Não pensei em Tiago o restante do dia. Era à noite que aquela cena horrível vez ou outra aparecia para me destruir. Justo agora que eu começava a me adaptar com os horários normais de dormir e acordar.Passei quase uma hora no telefone com Ketlin, conversando sobre como estava me sentindo feliz. Sentia saudades dela e das nossas longas conversas, bem como as visitas ao lar de idosas, que não funcionava mais em Azah.Optei por um vestido midi, com ombros de fora e sapatos modelo scarpin para o jantar. Por mais que fi
Fiquei sem palavras. Foi como se tivesse recebido um soco no estômago, pela forma como contraiu-se. Eu olhava para Milano, mas não o via à minha frente. A imagem de Candy fixou-se no meu cérebro. E eu nem sabia o que pensar a não ser: Onde meu pai entra nesta história? Seria ele o homem que estava na cama com ela quando Milano chegou? Ou foi quem a acolheu depois que ela foi tratada como uma vagabunda?Senti Chain apertar minha mão entre a dele e olhei-o.- Eu não tinha como lhe contar isso, entende? É a história dele e da sua mãe... Não a nossa.Assenti, com a cabeça. Sim, eu o entendia. Éramos meramente coadjuvantes naquela história do passado entre minha mãe e o irmão dele.Meus olhos encontraram os de Milano, que ainda tinham vestígios de lágrimas.- Pode perguntar qualquer coisa, Merliah... Ou dizer o que tiver vo
- Ela vai estar no casamento, Liah?- Sim, claro. Ela é minha mãe, Milano. Ela teve que partir com mais uma decepção amorosa pra conta. Como pelo visto não é a primeira vez, creio que voltará muito bem.- Você... Pensa em fazer o que quanto a isso? – Milano perguntou, ansioso.- Eu não vou fazer nada. “Você” vai ter que contar... Por obrigação, já que estarão juntos no mesmo lugar, amanhã no final da tarde. Confesso que não queria pegá-la de surpresa desta forma, mas não tem outro jeito. E imagino, sinceramente, que não haja mais sentimentos por parte dela. Como eu já disse, creio que ela tenha superado com o surgimento do meu pai em sua vida. Mamãe sempre deixou claro que ele foi o único homem que amou.- Pelo visto você terá a oportunidade de pedir desculpas à Candy,
- Quer matar a sua mãe do coração? – Chain arqueou a sobrancelha.- Claro que não – sorri – Certamente ela e Milano se falarão antes da cerimônia, não é mesmo? Assim não corre o risco de mamãe ter uma surpresa indesejada. Afinal de contas, somos só nós... É um casamento simples e em família.- Agora parecendo que o “em família” estreitou ainda mais. – Chain enrugou a testa, coçando a cabeça.- A surpresa talvez não seja tão “indesejada” quanto vocês dois acreditam. E se Candy ainda gosta de mim? E se eu não saí da cabeça dela durante todos estes anos? E se a amor foi tão intenso e avassalador também para ela?- Meu pai foi o grande amor da vida de mamãe. – Afirmei.- Liah, o que houve entre mim e Candy foi muito forte
Peguei a mão de Chain, apertando-a contra a minha, sentindo seus dedos gélidos.- Eu... Não estava no país. Voltei por alguns dias... Tenho negócios a tratar com Tessália. – Mais que depressa Tiago explicou-se, evitando olhar na minha direção, enquanto se afastava alguns passos dela.- Por que não me surpreendo em vê-los juntos? – me ouvi perguntando, mesmo querendo evitar a discussão que já sabia que começaria – Você estava por trás de tudo, não é mesmo? O tempo todo... – olhei para Tessália, que me deu um sorriso debochado.Não terminei a frase. Chain soltou minha mão e foi em direção a Tiago, sendo segurado por Milano. Eu via fúria no olhar do meu marido, mas não queria que ele se envolvesse numa briga dentro da farmácia. Ele já tinha batido em Tiago. Acabari