NORIAH NORTE, 22 ANOS ANTES.Assim que o movimento enfraqueceu, pedi para minha chefe:— Senhora Miranda, não me sinto bem. Será que eu poderia sair um pouco mais cedo hoje?A mulher, com cara de poucos amigos, olhou no relógio e disse, secamente:— Vou descontar estes quinze minutos do seu salário.— Ok — aceitei.Peguei minha bolsa e senti-me enjoada novamente. E sabia que um pouco era pela forma como ela havia me tratado. Não bastava ser rica, tinha que ser também uma pessoa cruel e sem coração.Além de não estar realmente nos meus melhores dias, tinha que passar no laboratório para retirar o exame antes que fechasse as portas. Sim, porque meu horário de trabalho não coincidia com o deles, então o simples fato de retirar um papel era algo extremamente difícil. E não, eu não tinha ninguém que pudesse fazer aquilo por mim.Assim que saí na rua, senti o cheiro de escapamentos de carros, o trânsito congestionado, o vai e vem de pessoas de um lado para o outro e incrivelmente aquilo fez
Ler mais