Assim que cheguei na casa de repouso, fui diretamente para o quarto da minha avó, que por um milagre, estava sozinha e não compartilhando com outras mulheres coisas sobre sua própria vida.
Abri a porta e ela estava saindo do banho, com uma toalha enrolada nos cabelos e o corpo nu.
— Vó, e se entra um enfermeiro? Está tomando banho com a porta aberta?
— Liah, a porta ficou aberta para o enfermeiro, querida. Claro que se ele entrar, não sai mais.
— Caralho, vovó.
— Já sabe, nada de me chamar de vovó em público ou mato você.
Rosela Smith foi trocar de roupa enquanto eu sentei numa cadeira de balanço que tinha na sacada individual do quarto dela.
Mesmo o prédio sendo todo térreo, cada quarto tinha uma sacada, com sofás confortáveis e mesa. E sim, minha avó fumava escondido, já que era proibid
Exatamente às 19 horas eu estava junto de Milano entrando no prédio que era a Matriz da Construtora Partenon.Os anos passaram, a empresa que meu pai criou foi ficando cada vez mais conhecida e famosa. Por fim, acabou se estabilizando econômica e financeiramente de modo a se tornar a maior de Noriah Norte, havendo inclusive filiais em outros países. No entanto, ele nunca mudou a sede principal e acredito que fosse pelo fato de sua excelente localização.Apesar da matriz ficar na área central, Robson Archambault Chalamet morava em outra cidade, num local mais tranquilo, embora urbano. A mansão havia sido feita pela construtora da família, óbvio. Certamente um dos melhores trabalhos realizados no quesito residencial. Hoje a Construtora Partenon não trabalhava mais com casas de moradia, independentemente do valor que se oferecesse à empresa. O foco era construção de Shoppings,
— Caso um de vocês não cumpra as exigências, tudo será dividido entre os outros dois. Se dois não cumprirem, um receberá todos os bens em nome de Robson Archambault Chalamet.— E se ninguém cumprir? — fiquei preocupado.— Caso ninguém cumpra as exigências em dois anos, a herança de seu pai será dada para uma quarta pessoa, não presente aqui nesta sala.— Uma quarta pessoa? — Tessália levantou-se, a voz alterada. — Eu preciso de um chá — falou para a secretária, de forma rude.A mulher foi preparar a bebida e o advogado olhou no relógio:— Eu tenho outro compromisso em seguida e não posso me demorar muito. Então vou seguir e vocês tiram as dúvidas depois, ligando para o meu escritório ou me encontrando aqui depois de amanhã. Amanhã não
Tínhamos o costume de tomar o café da manhã em torno das 15 horas, todos os dias. Minha mãe exigia que todas as meninas dormissem no mínimo oito horas. Antes que começasse a confusão e gritaria dos momentos de refeições, eu e Cristiano fomos falar com nossas mães. Não podíamos mais esperar para contar-lhes sobre nosso envolvimento. Ele tentou pegar minha mão quando entramos no quarto delas, mas afastei-me, impedindo o toque. Não queria chegar daquela forma contando a notícia. Corinne estendia os lençóis enquanto minha mãe organizava as roupas jogadas no chão, dobrando algumas e outras jogando num canto para lavar. Fui até minha linda mãe e lhe dei um beijo. Antes que me afastasse, ela me grudou com força, abraçando-me. Olhei para Cristiano, que ajudava Corinne na arrumação da cama. — O que fez na sua noite de folga? — Candy me questionou. Eu? Perdi minha virgindade, mamãe! Foi horrível, mas não sou mais uma mulher de 21 anos que nunca
— Cristiano é filho da minha companheira. E vocês estão se “pegando” pelas nossas costas há três anos. TRÊS anos — enfatizou o tempo, decepcionada. — Enfim... Já fiz e não há como voltar atrás. Me desculpe. — Sabe o que eu acho? — Que eu deveria ter contado? — revirei os olhos. — Detesto quando você revira os olhos para mim. Ri: — Eu sei... Por isso mesmo revirei. Ela não resistiu e começou a rir também: — Quando faz isso, parece seu pai. Minha mãe ajeitou uma mecha dos meus cabelos que caía sobre o olho. Sempre que o mencionava, eu via a tristeza em seus olhos. — Difícil um homem revirar os olhos. — Mas ele fazia isso, acredite. Toquei o rosto dela, liso e bem cuidado: — Não quero que fique chateada comigo, mamãe. — Liah, eu gosto muito de Cristiano. E não seria clichê dizer que como um filho. — Eu sei. — Mas ele não é homem para você. Suspirei, le
Enquanto as meninas se preparavam para o início do trabalho, Paty reclamou:— Estas roupas estão cada vez piores.Olhei o traje branco, já mais para bege, de tão usado e o tecido que já não voltava à cor original.Ela vestiu o bustiê branco de lantejoulas e a saia da mesma cor, em corino. Imaginei que a bota de cano longo faria parte do look. Deus, o criador da moda devia estar se revirando no túmulo.Fui até uma das araras e encontrei um casaco em tule fino. Peguei meus materiais de costura e rapidamente procurei por plumas de cor branca. Alinhavei-as nos punhos e entreguei a peça para a mulher:— Ponha por cima do bustiê, fechado.— Fechado? — ela arqueou a sobrancelha, olhando para o casaco que entreguei, feito às pressas.— Pensa pelo lado que tem mais peças para tirar enquanto dança. Quem sabe chama
Paty considerava o que fazia um trabalho e levava muito à sério. Também era bem requisitada, por ser falante e despachada. O que ninguém sabia é que o sonho da morena de cabelos cacheados e olhos claros era ser atriz ou cantora. Por este motivo, ela sempre focava em clientes em potencial, que pudessem realizar seus sonhos.Diany era um caso especial. A morena de olhos escuros e cabelos castanhos, dona de um corpo maravilhoso e um sorriso encantador, era dependente química. Minha mãe era muito afeiçoada a mulher e por este motivo não a mandava embora. Também tinha o fato de ela ter uma boa clientela fixa, geralmente bons consumidores dentro do Bordel também. Não sabíamos muito sobre o passado dela.Ketlin, além de trabalhar bem, era minha melhor amiga. Tínhamos a mesma idade e gostávamos de nos divertir juntas nos poucos momentos que conseguíamos, quand
— Como assim o que eu estou fazendo aqui? Agora somos namorados. É oficial. Inclusive já falei com a sua mãe.Comecei a rir:— Quase teve que confessar suas verdadeiras intenções com a filha dela.— Bem isso... — ele me apertou contra seu corpo.— Dona Candy Smith ficou puta comigo — avisei.— O que vocês falaram depois que eu e mamãe saímos?— Ela ficou furiosa por esta mentira ter se arrastando há tantos anos e eu não ter falada nada... E fiquei envergonhada por ter agido desta forma.— Não fique assim, meu amor. Nós não fizemos nada errado. Esconder não foi intencional.— Claro que foi, Cris. Eu sempre tive uma boa relação com a minha mãe. Deveria ter contado... Por mais que ela não fosse favorável, tinha o direito de saber.— Não vamos nos preocupar com isso agora, minha flor — a mão dele que estava a me abraçar foi descendo pelo meu quadril pretensiosamente.Suspirei, indecisa sobre continuar aquilo.— Tudo bem? Algum problema, flor?— Não, my baby.— Não sou seu bebê, Liah.— Ne
Ouvi o som da porta fechando. Levantei com dificuldade, sentindo ainda muita dor. Fui até o interruptor e liguei a luz. Toquei minha intimidade e percebi sangue na mão. Levantei a coberta e constatei o líquido vermelho sobre o lençol branco. Certamente o hímen havia se rompido agora e não na primeira vez.Fui até o banheiro e regulei a água do chuveiro para morna. Detestava chorar e quando o fazia, procurava o banho, para que eu mesma não percebesse a fraqueza tomando conta de mim. Ainda escorria um pouco de sangue junto da água, manchando levemente o piso branco.Não era culpa de Cristiano. Será que era minha? O que, afinal, estava errado entre nós dois?Procurar minha avó e ouvir o velho “eu te avisei” em nada resolveria a situação. Mamãe falaria o mesmo: “nunca achei que ele fosse para você”, que foi o que ela fez questão de dizer. Ketlin viria com lição de moral e tentaria me ensinar, mas não me deixaria desistir. E só de pensar em fazer sexo com Cris uma terceira vez chegava a me