Peguei minha roupa no quarto e desci com Ketlin quando já era quase sete horas da manhã. Todos estavam reunidos no restaurante. Ninguém havia ido dormir. E pessoas estranhas entravam e saíam do prédio em função do corpo do homem no quinto andar.
Foi servido café puro para que todos pudessem tentar acalmar-se, como se aquilo não fosse deixar os presentes ainda mais ansiosos e elétricos.
Entre uma conversa e outra, preocupados com o paradeiro de Corinne, surgiu Diogo, junto da babá. Era impossível não parar o mundo e ficar observando aquela linda criatura que era o menininho que trazia na mão uma sacola de papel estilo pardo.
Enquanto uns o afagavam e outros lhe elogiavam, Davina pegou-o no colo, retirando a sacola das mãos do filho.
— Estou começando a realmente ficar preocupada com Corinne — minha mãe disse, descansando a cabe
Quando minha mãe despertou, eu e vovó estávamos na cama, ao lado dela.Rosela lhe pegou a mão, dando um beijo carinhoso no dorso.— Velando meu sono? — ela perguntou à mãe.— Sempre estarei a velar. Você é tudo para mim e sabe disto.Candy sentou-se sobre a cama e abraçou a mãe, deixando as lágrimas caírem novamente.— Mãe, você sempre me disse que não gostava de Corinne. Eu nunca lhe dei ouvidos.— Não, não me deu. Assim como Liah não lhe dá ouvidos e eu não dava para a minha mãe. É assim, meu amor e você sabe disto. Mães tem olhos até no cérebro e sempre querem o bem de suas crias. Minha intuição sempre disse que Corinne não era boa pessoa. E sabe por que? Porque ela era perfeita demais. Eu não acredito neste tipo de pessoa: que está sempre sorrindo, que nunca se altera, que ama todo mundo e é gentil o tempo inteiro. Gente verdadeira comete erros, põe os pés pelas mãos, se arrepende, chora, grita, esbraveja e manda todo mundo se foder vez ou outra.Suspirei, mais uma vez admirando c
— Como levantar isso se estamos perdendo o prédio?— Rosela Smith levanta qualquer coisa. — Vangloriou-se de si mesma.— Mãe, precisamos de cem mil para dar ao policial.— Não vou pagar porra nenhuma. Vou é denunciá-lo por extorsão e chantagem.— Sabe que não é assim que funciona, vó.— Quanto temos?— Nada? — Minha mãe olhou-a, confusa.— Ok, vou pegar o dinheiro das meninas e dividir um pouco para você e o restante guardarei para o policial corrupto. O Bordel seguirá funcionando e tudo que entrar será destinado a este fim. E não, não vou guardar debaixo do colchão o dinheiro — macetou.— Quem sabe você bate na minha cara que dói menos? — Candy sugeriu.— Prefiro a tortura psicológica.— Mãe, eu vou conseguir parte do dinheiro. Vou alugar minha barriga.— Liah já me falou sobre esta sua ideia louca.— Estou decidida. É muito dinheiro que está em jogo.— Vai levar um filho que não é seu dentro da barriga e se apaixonar por ele. Não vai dar certo. Já estou vendo você metida em outra en
Assim que me aproximei, vi as caixas de remédios no chão. Rambo foi o primeiro a chegar:— Chame uma ambulância, imediatamente!Rambo foi fazer o que pedi. Levantei Cris, pondo sua cabeça sobre os travesseiros. Conseguia sentir sua respiração, embora fraca. Precisávamos que o socorro viesse logo, ou o perderíamos.Logo as meninas estavam ali, tentando ajudar. Fiz questão de acompanhá-lo na ambulância. Enquanto ouvia o som da sirene estridentemente nos meus ouvidos, fiquei a pensar que tipo de mãe Corinne era. Como foi capaz de deixar o próprio filho para trás? Todos sabíamos que ele já tinha 19 anos e não era mais uma criança. Mas sempre foi extremamente apegado à ela. E se hoje era um homem imaturo, foi graças a forma ridícula dela em criá-lo, debaixo de sua saia, dependente e cheio de mimos e vontades.
Não consegui disfarçar uma careta:— Sim.— Perdi a flor mais linda do meu jardim — disse tristemente, o semblante ainda pior do que já estava antes.— Bem, eu já não gostava muito de ser a “flor” do seu jardim — debochei.— Nunca vi você olhar para ninguém como olha para “ele”.Baixei o rosto, não tendo certeza se gostaria que Cristiano ou qualquer outra pessoa tivesse percebido aquilo.— Por que invadiu o quarto, Cris?— Eu quis muito impedir que você transasse com ele.— Você invadiu a minha privacidade, Cris.— E quantas outras porras eu já fiz, não é mesmo? Se não quiser me perdoar, eu entenderei, Liah. Na verdade, nem sei o que você está fazendo aqui comigo, sendo que sou filho da cobra que roubou a sua mãe e a fam&iacu
POV ChainDepois de tudo que houve naquela noite, claro que não consegui dormir. Só não tinha certeza se o motivo era um homem ter morrido no quarto ao lado do meu enquanto fodia com uma prostituta num bordel ou porque estive a um passo de transar com Merliah. O certo é que eu não conseguiria ter chegado até o fim, porque se não fosse interrompido pelo “fracote” do ex dela, teria sido pelo morto.Desde o início da minha trajetória sexual, jamais demorei tanto para comer uma mulher. E quanto mais esperava para tê-la, maior ficava minha ansiedade e meu corpo se desesperava. Tive que chegar em casa e me masturbar. O pior não foi isso e sim fechar os olhos e vê-la na minha frente, como jamais vi outra mulher antes, com tantos detalhes, sem ela realmente estar ali.A cama só foi o lugar onde rolei de um lado para o outro, incerto sobre voltar para o Hotel e me certifi
Enruguei a testa, custando a aceitar que ela realmente estava pensando aquilo. Mal sabia que era por outra mulher. Quer dizer, não era por outra mulher. Era somente porque eu estava confuso.— Vamos beber! — Sentei, de frente para ela, já que fazia tanta questão que eu a observasse praticamente nua.Pedi um uísque sem gelo e ela com gelo. A empregada foi preparar.— Então, meu amor. Me conte por qual motivo está assim: arredio, distante! Chain, são só dois anos que vamos estar separados. O que são dois anos se depois teremos uma vida inteira pra ficar juntos?— Você bebeu?— Claro que não. Você sabe que detesto beber sozinha. — Revirou os olhos, me fazendo lembrar de Liah.Sim, porque Liah tinha aquela atitude o tempo todo. E quando fazia aquilo parecia uma menina levada. “Minha menina levada”.A empregada
POV MerliahCheguei com Rambo no Hotel Califórnia quando já passava das dez da noite. Jadis estava na recepção, o que era bem raro de acontecer. Mas com minha avó ali, ela não tinha privilégios.— Como Cris está? — ela perguntou.— Apaixonado por você. — Comecei a rir.Ela arqueou a sobrancelha, os olhos verdes confusos e ao mesmo tempo intrigados:— Como assim?— Foi o que ele me disse, com todas as palavras: estou apaixonado por Jadis.— Isso... Bem, quem não se apaixona por mim, não é mesmo? Então, era de se esperar.— Ele está bem — Rambo garantiu, me puxando pelo braço, levando-me em direção ao elevador.Quando a porta abriu e entramos, ele apertou o botão de número 2 e disse:— Por que você gosta tanto de provocá-la?— Eu não a provoco. Ela que faz isso comigo.— Vocês devem ter sido inimigas em outra vida.— Certamente.A porta do elevador se abriu e eu agradeci:— Rambo, obrigada por ter ficado comigo lá.— Não foi nada, Liah. Eu gosto muito de você, assim como de sua mãe e av
Para quem é acostumado a dormir à noite, certamente este momento é perfeito: fecha-se os olhos, o corpo descansa e o sono vem automaticamente. No meu caso, a vida toda dormi durante a manhã e parte da tarde. A noite era o meu dia, no caso. Por este motivo, eu não peguei no sono. Mas fiquei abraçada à minha avó, que não só dormia, como também roncava, impedindo que o silêncio imperasse no cômodo.E se Chain tivesse vindo naquela noite e encontrasse o Bordel fechado? Será que ele pediria para Jadis me chamar? E se ela não chamasse?Fechei meus olhos e o vi na minha frente. Deus, ele era tão perfeito. E eu não falava só do porte físico, que me atraía bem mais do que eu queria. Mas também do jeito todo daquele homem, como se fosse feito exatamente para mim. Gostava do seu jeito debochado, sempre com respostas na ponta da língua para minhas peraltices. Ele tinha um ar de mistério, que me enlouquecia. E o gosto da sua boca? Simplesmente inexplicável. Eu conseguia sentir sua saliva morna e a