POV CHAIN
Durante toda aquela semana mergulhei no trabalho. Todas as madrugadas descia até a cozinha para beber leite, algo que eu simplesmente não gostava. Mas lá estava o copo cheio na geladeira, vez ou outra com batom marcando. O leite era ruim, mas o gosto dos lábios dela era o combustível para continuar a viver.
Numa das noites bebi a metade e pus o restante na geladeira. Na manhã seguinte estava vazio. Sorri ao pegar o copo com algumas gotas ao fundo e ver o batom dela. Não era exatamente um beijo... Mas de certa forma nos satisfazia.
Passamos a dividir o leite, embora não nos víssemos. Eu porque tentava imensamente saber viver com ela sem poder tocá-la. Ela... Bem, desta vez eu não sabia o que se passava na cabecinha doida de Liah.
Na sexta-feira à noite aluguei um quarto de Hotel no Centro de Noriah e fiquei lá até segunda pela manhã, quando fu
— Tenho provas de que estava tendo um caso com o senhor Tiago Willians.— Isso... É uma mentira absurda. — Ela levantou-se, furiosa.— Tenho provas dos vídeos feitos na Farmácia, onde inclusive encontrou o senhor Chain e sua esposa, Merliah. Além das escutas colocadas pelo seu próprio marido, em vida, no seu carro e celular. A pergunta que deve estar se fazendo é: por que eu não a retirei antes, se tinha as escutas? A resposta é que, segundo o desejo do seu marido, primeiro deveria haver provas com imagens, para então usar as demais. Caso, ao final dos dois anos, não tivéssemos nenhum vídeo que a comprometesse na mansão, deveríamos então usar as escutas, que era o “elemento surpresa”, segundo seu falecido marido. Ele acreditava que a viúva o trairia com o próprio filho, Chain. Mas pelo visto, enganou-se.&mdas
POV MERLIAH— Você não é responsável por isso também, meu amor! — Chain sussurrou no meu ouvido, fazendo o sangue latejar nas veias e minha intimidade umedecer subitamente.Eu estava entre o pânico com o sumiço da criança e a sensação de ter Chain nos meus braços depois de uma semana. E o fato de não estar inteiramente focada na situação de Diogo fazia com que eu me sentisse uma pessoa horrível. Mas era o amor ali, junto de mim, que eu segurava por alguns minutos entre os dedos... Antes que se fosse novamente.A porta se abriu e, com a cabeça ainda deitada sobre o peito de Chain e nossos corpos envolvidos num forte abraço, vi Milano parado, parecendo incerto sobre como agir frente àquela situação.Chain e eu nos afastamos imediatamente. Senti minhas bochechas ruborizarem e a culpa me maltratar ainda mais.
— Onde ele estaria? — argumentei. — É uma criança... Com perninhas curtas. Ele não teria como sair da mansão sozinho. Tampouco esconder-se num lugar onde não o encontrássemos.O interfone do portão da portaria tocou e a empregada atendeu.— Senhores, a Polícia chegou.— Porra, não gosto de envolver a Polícia nisto! — Davina reclamou, limpando as lágrimas.— A Polícia que resolve estes casos, Davina. — Chain a olhou, confuso.A empregada já os esperava com a porta aberta. Entraram dois policiais homens e atrás uma mulher fardada... Trazendo pela mão nosso menino, Diogo.Fiquei completamente confusa. Como assim eles estavam com Diogo?Ela largou a criança, que andou alguns passos. De imediato, pensei em correr e pegá-lo no colo, instintivamente. Mas Milano pegou meu ombro,
Davina estava devidamente empregada e o doutor Telles já entraria no dia seguinte comprovando todas as exigências cumpridas para que ela pudesse voltar a ficar com o filho, bem como relatar os atos de irresponsabilidade de Tessália.Chain acabou indo conversar em particular com o doutor Telles e fiquei com Milano na sala. Ele pegou a maleta de couro, disposto a subir para o quarto quando parei em sua frente, impedindo-o.Olhei para cima e encarei os olhos esverdeados, que sempre me pareciam azulados, embora ele garantisse que não eram.— Obrigada! — falei. — Por me defender... Por ajudar Davina a ficar com o filho... Por tudo. Você e Chain foram muito bondosos.Ele comprimiu os lábios e deu um sorriso sem jeito:— Chain e eu tivemos um péssimo pai e nossas mães morreram relativamente jovens. Por isso faço e farei qualquer coisa para bons pais ficarem com seus filho
— Tente esquecer Chain. Você está na faculdade. Deve haver uns homens bonitos e inteligentes por aí... — Rosela olhou para os lados, tentando encontrar alguém.— Como se fosse fácil assim esquecê-lo. Isso é impossível. — Ri com amargura e dor.Vovó abraçou-me novamente, com força:— Você não está sozinha. Estou disponível, sempre que quiser. Seja para rirmos juntas, passearmos ou chorarmos. E se quiser sair por aí em minha companhia, prometo não usar meus macacões.Começamos a rir.— Amo você, Merliah.— Também amo você, vó. E já estou indo para casa. Vou lhe dar uma carona.— Eu aceitarei. Detesto viajar de ônibus. Os homens ficam todos olhando para minha bunda. Acham que é de graça?— E olhar
Tudo que eu queria e precisava na vida era daquele beijo. Sentir a língua dele dentro de minha boca, brincando, exigindo-a, tocando-a de forma intensa e agressiva. Apertei seu pau, começando a inchar dentro da calça e sorri em meio aos seus lábios, quase deitando na mesa enquanto ele praticamente se jogava sobre mim.Deus, precisávamos parar... Não podíamos fazer aquilo. Mas eu queria... Necessitava...Chain, parecendo pensar o mesmo que eu, afastou-se bruscamente, me deixando cair de costas sobre a mesa. Voltou e ajudou-me a descer e recompor-me, enquanto eu limpava o batom de minha boca e fechava os botões da própria camisa.Observei-o e percebi parte do meu batom em seus lábios e queixo e passei os dedos com força, a fim de tirá-lo. Nossos olhos se encontraram e meu coração ainda batia intensamente.— Isso não pode acontecer... — Ele afa
— Por um mês? — Fui sarcástica.— Temos tido muito trabalho... Com relação ao crescimento da empresa nos 30% que foi solicitado. — Tentou justificar-se.Olhei no relógio:— Duvido que estivesse na Partenon. São quase 23 horas!— Sim, eu estava trabalhando. Se quer provas, posso lhe dar.Milano tossiu, de forma fingida:— Precisamos crer que vai dar tudo certo e Candy já estará medicada e tanto ela quanto o bebê estarão bem. – Tentou trocar o foco do assunto.Abaixei a cabeça, olhando para o nada:— Sou uma filha ingrata.— Não é uma filha ingrata — Chain falou.— Ela esteve ao meu lado a vida inteira... E no primeiro erro eu a deixei, indo embora com meu pai... Que nem conhecia.— Não comece a se culpar, porra! — Chain continuava
— Eu vou — ela aceitou, sem contestar. — Mas que fique claro que é só por conta do bebê.— Não imaginei que fosse por minha causa, Candy. — Milano deixou claro. — Mas o bebê que você carrega aí dentro é meu filho também.— Eu sei... — mamãe concordou, mesmo a contragosto.— O médico já vai liberá-la. Mando o motorista pegar suas coisas no Hotel. Cuidarei de vocês dois... — Ele olhou carinhosamente para Candy. — Ou melhor, vocês três. — Virou na minha direção.Sim, eu me senti acolhida e amada. Por mais que tivesse ficado furiosa com toda a mentira de minha mãe ao longo de toda a vida, fazendo-me acreditar que meu pai estava morto, ainda assim ela tinha me dado todo amor e carinho que eu podia ter recebido. Foi um erro grave? Muito. Mas perdoável, j&aacu