— Eu vou — ela aceitou, sem contestar. — Mas que fique claro que é só por conta do bebê.
— Não imaginei que fosse por minha causa, Candy. — Milano deixou claro. — Mas o bebê que você carrega aí dentro é meu filho também.
— Eu sei... — mamãe concordou, mesmo a contragosto.
— O médico já vai liberá-la. Mando o motorista pegar suas coisas no Hotel. Cuidarei de vocês dois... — Ele olhou carinhosamente para Candy. — Ou melhor, vocês três. — Virou na minha direção.
Sim, eu me senti acolhida e amada. Por mais que tivesse ficado furiosa com toda a mentira de minha mãe ao longo de toda a vida, fazendo-me acreditar que meu pai estava morto, ainda assim ela tinha me dado todo amor e carinho que eu podia ter recebido. Foi um erro grave? Muito. Mas perdoável, j&aacu
No caminho, fechei os olhos e senti o peso do cansaço me dominar. Tinha sido uma semana cheia. Ninguém conversava no carro, o que deixava o clima mais tenso.Enfim, quando Milano puxou assunto sobre a ecografia e algumas considerações sobre a gravidez, fingi dormir profundamente... E numa curva, deixei o corpo cair sobre Chain, que me segurou.Deitei a cabeça no ombro dele, que foi incapaz de me devolver para o banco ao lado, sozinha. Percebi sua mão segurando meu rosto para que eu ficasse mais confortável e sorri, satisfeita. Aproveitaria aqueles minutos sentindo seu cheiro e o corpo contra o meu, fingindo ser algo não planejado.— Ela... Dormiu. — Ele observou, creio que tentando justificar-se.— Deve estar cansada — meu pai explicou. — Estudou manhã, tarde e noite alguns dias desta semana. Mal a vi.— Quer trocar de lugar comigo, Chain? — Ouv
Um mês depois Milano apareceu com os cinco exames de DNA, de diferentes laboratórios. Estávamos eu e minha mãe no quarto quando fomos surpreendidas por ele.— Eu quero que fique claro que nunca duvidei da paternidade, Merliah — me falou. — E só estou fazendo isso porque você me pediu.— Eu sei... É importante para mim, tanto os resultados positivos quanto que entregue-os ao advogado. Eu sou a primeira filha.Ele entregou dois exames para minha mãe, dois para mim e ficou com um deles. Começamos a abrir. Os meus dois deram positivo. Ele mostrou o dele, que também deu positivo. Candy, por sua vez, não abriu os dela:— Não vou abrir. Eu sei o resultado. Sei exatamente o dia em que você foi gerada, dia e hora em que peguei o exame dando positivo... Ela é sua filha. — Olhou para Milano.— Jamais duvidei disto, Candy. E
- Oi. – Respondi sem parar de andar.- Conseguiu responder as questões da prova? – Perguntou, seriamente.- Não. – O olhei, confusa com a pergunta.- Percebi que ficou duas horas olhando a prova. E que sua mente não estava na sala.- Não mesmo... – Sorri.- Nós fazemos várias disciplinas juntos. – Ele observou.- É? – Impressionei-me, já que nunca havia o visto antes.- Eu vi seu portfólio. O vestido era maravilhoso.- Viu? – Parei de andar – Esqueci seu nome...- Anderson.- Sou Merliah.- Prazer... – ele apertou minha mão – Mas eu já sabia o seu nome.- Ah, eu também já sabia o seu. Só tinha esquecido. – Menti.- Você é uma péssima mentirosa. – Ele riu divertidamente.- Já fui melhor... &nda
Quando ele pediu o beijo, parecia um sonho. Mas não era. Toquei o rosto dele, e era real.Aproximei-me, encostei a testa na dele e fechei os olhos. Ficamos assim um tempo, enquanto ouvíamos nossas respirações aceleradas e o som dos corações de ambos batendo forte.- Eu amo você... – Ele disse, com os olhos fechados.- Eu amo você... E vou amar para sempre. – Afirmei, antes de separar nossas testas e encostar os lábios nos dele, sentindo-os sem pressa.Envolvi sua nuca e uma mão dele foi parar na minha cintura enquanto a outra pegou meus cabelos com força. Foi quando finalmente senti sua língua voraz e selvagem, dançando apressadamente com a minha, nossos lábios devorando-se, como se o mundo fosse acabar depois daquele beijo.Por que não poderíamos fingir que nada tinha acontecido? Por que não podíamos ficar juntos? Por que a vida era tão injusta conosco?Um beijo já não era mais suficiente para mim. Meu corpo o queria, desesperadamente. Eu estava há meses sem sexo. Pus-me, com um pouc
Abaixei a cabeça e chorei, pouco me importando com qualquer coisa. Deixei as lágrimas escorrerem e o gemido de dor intensa escapar.- Eu... Não vou tocá-la... Não vou tocar um dedo em você... – Ele disse, nervosamente.- Não toque, porra! – gritei – Não encoste em mim se acha que isso vai resolver o seu problema.- Liah, meu amor...- Não me chame de “meu amor”. Você pediu o divórcio, você me tirou de onde eu estava, um almoço com um colega... Para que, Chain? Para certificar-se de que eu ainda o amo? Sim, eu o amo. O que você quer de mim agora? Que eu seja uma divorciada e viva a vida inteira lamentando pelo que não fomos? Estou cansada disto tudo.- Eu vou deixar a mansão.- Não! – gritei – Se fizer isso, nunca mais, em toda a sua vida, vai me ver novamente.- Estamos nos destruindo, porra!- Viverei esperando por um beijo roubado... Ou um deslize seu, como o de hoje... – Limpei as lágrimas – Melhor um pouco de você do que nada. Se for embora, nunca mais vai voltar, eu sei disto.El
- Não é recente a compra do revólver. Eu já tenho há muitos anos... Desde que ainda morava aqui, com meu pai.- Pensou em... – Engoli em seco, não conseguindo concluir.- Sim, pensei. – Ele confirmou, sabendo a que eu me referia.- Eu cheguei a cogitar que Robson Archambault Chalamet poderia estar vivo e assistindo isso tudo numa TV em tela grande, comendo pipoca e rindo da cara de todos.Ele gargalhou:- Não... Não há possibilidade. Se meu pai estivesse vivo, você jamais estaria dentro desta casa. Muito menos sua mãe.- E agora? Como vai saber quem pegou seu revólver?- Se não foi você... Nem Chain... Eu me sinto mais tranquilo.- Chain? – Arqueei a sobrancelha.- Ele também negou.- Acha Chain pegaria sua arma?- Esqueça. Você não tem que se preocupar com isso.- Sim, eu tenho... Me preocupo com tudo relacionado a ele... E... Nossa família – fiquei confusa.- Está tudo certo, Liah. Vá dar um beijo de boa noite na sua mãe e dormir. Sua cara está péssima. Está estudando demais.“Sim,
- Ah, mas pode casar agora. – Rosela encontrou a solução facilmente – Aproveitem enquanto Liah está na mansão. Ela merece um pouco do pai e da mãe, algo que lhe foi tirado bruscamente na infância, por culpa de ambos. – Apontou na direção deles.Respirei fundo. Não estava a fim daquela conversa. Eu tinha meus próprios problemas para resolver as futilidades dos outros. Porque eles não tinham um problema. Bastava perdoarem-se e tudo ficaria bem.- Eu preciso ir. – Observei.- No sábado vou fazer um jantar no Hotel Califórnia, mais precisamente no quinto andar. Eu e as meninas já estamos decorando tudo.- Um jantar? – Fiquei impressionada.- Para comemorar a estreia do nosso filme.- Deu tudo certo, vó? – Fiquei feliz.- Sim. A ideia é assistir o filme, todos juntos e depois comemorarmos.- Que horas será a janta? Vou pular a parte de assistir o filme. – Fui sincera.- Mas... O filme é interessante. – Ela alegou.- Mãe, não queremos assistir o filme. – Candy disse seriamente – Mas iremos
Comecei a tossir, em desespero, não conseguindo me mover, tamanha surpresa pela forma como fui tomada por ela.Jadis virou-me de frente para ela, dando tapinhas leves nas minhas costas, a fim de fazer-me acalmar a tosse.Só podia ser um pesadelo. Sim, logo eu abriria os olhos e perceberia que adormeci no banheiro do Bordel Califórnia.Pisquei os olhos, repetidas vezes e Jadis me encarou, sorrindo, enquanto pegava meus cabelos num rabo de cavalo e depois os descansava no ombro. Encarei-a e a vi chupando os dedos com os quais me tocou, mordendo os lábios sedutoramente logo em seguida.- Não me diga “não”, bebê... Vai ser gostoso, eu garanto. Se você não gostar, tudo bem. Mas me dê uma chance de mostrar tudo que eu sei fazer...- Eu sou hétero... – Arregalei os olhos, parecendo estar vendo um monstro à minha frente.- Eu sou bi... E está tudo bem. – Sorriu.Tentei desvencilhar-me dela, que praticamente me imprensava contra o balcão da pia. Jadis era forte.- Eu vou gritar! – Ameacei, com