— Onde ele estaria? — argumentei. — É uma criança... Com perninhas curtas. Ele não teria como sair da mansão sozinho. Tampouco esconder-se num lugar onde não o encontrássemos.
O interfone do portão da portaria tocou e a empregada atendeu.
— Senhores, a Polícia chegou.
— Porra, não gosto de envolver a Polícia nisto! — Davina reclamou, limpando as lágrimas.
— A Polícia que resolve estes casos, Davina. — Chain a olhou, confuso.
A empregada já os esperava com a porta aberta. Entraram dois policiais homens e atrás uma mulher fardada... Trazendo pela mão nosso menino, Diogo.
Fiquei completamente confusa. Como assim eles estavam com Diogo?
Ela largou a criança, que andou alguns passos. De imediato, pensei em correr e pegá-lo no colo, instintivamente. Mas Milano pegou meu ombro,
Davina estava devidamente empregada e o doutor Telles já entraria no dia seguinte comprovando todas as exigências cumpridas para que ela pudesse voltar a ficar com o filho, bem como relatar os atos de irresponsabilidade de Tessália.Chain acabou indo conversar em particular com o doutor Telles e fiquei com Milano na sala. Ele pegou a maleta de couro, disposto a subir para o quarto quando parei em sua frente, impedindo-o.Olhei para cima e encarei os olhos esverdeados, que sempre me pareciam azulados, embora ele garantisse que não eram.— Obrigada! — falei. — Por me defender... Por ajudar Davina a ficar com o filho... Por tudo. Você e Chain foram muito bondosos.Ele comprimiu os lábios e deu um sorriso sem jeito:— Chain e eu tivemos um péssimo pai e nossas mães morreram relativamente jovens. Por isso faço e farei qualquer coisa para bons pais ficarem com seus filho
— Tente esquecer Chain. Você está na faculdade. Deve haver uns homens bonitos e inteligentes por aí... — Rosela olhou para os lados, tentando encontrar alguém.— Como se fosse fácil assim esquecê-lo. Isso é impossível. — Ri com amargura e dor.Vovó abraçou-me novamente, com força:— Você não está sozinha. Estou disponível, sempre que quiser. Seja para rirmos juntas, passearmos ou chorarmos. E se quiser sair por aí em minha companhia, prometo não usar meus macacões.Começamos a rir.— Amo você, Merliah.— Também amo você, vó. E já estou indo para casa. Vou lhe dar uma carona.— Eu aceitarei. Detesto viajar de ônibus. Os homens ficam todos olhando para minha bunda. Acham que é de graça?— E olhar
Tudo que eu queria e precisava na vida era daquele beijo. Sentir a língua dele dentro de minha boca, brincando, exigindo-a, tocando-a de forma intensa e agressiva. Apertei seu pau, começando a inchar dentro da calça e sorri em meio aos seus lábios, quase deitando na mesa enquanto ele praticamente se jogava sobre mim.Deus, precisávamos parar... Não podíamos fazer aquilo. Mas eu queria... Necessitava...Chain, parecendo pensar o mesmo que eu, afastou-se bruscamente, me deixando cair de costas sobre a mesa. Voltou e ajudou-me a descer e recompor-me, enquanto eu limpava o batom de minha boca e fechava os botões da própria camisa.Observei-o e percebi parte do meu batom em seus lábios e queixo e passei os dedos com força, a fim de tirá-lo. Nossos olhos se encontraram e meu coração ainda batia intensamente.— Isso não pode acontecer... — Ele afa
— Por um mês? — Fui sarcástica.— Temos tido muito trabalho... Com relação ao crescimento da empresa nos 30% que foi solicitado. — Tentou justificar-se.Olhei no relógio:— Duvido que estivesse na Partenon. São quase 23 horas!— Sim, eu estava trabalhando. Se quer provas, posso lhe dar.Milano tossiu, de forma fingida:— Precisamos crer que vai dar tudo certo e Candy já estará medicada e tanto ela quanto o bebê estarão bem. – Tentou trocar o foco do assunto.Abaixei a cabeça, olhando para o nada:— Sou uma filha ingrata.— Não é uma filha ingrata — Chain falou.— Ela esteve ao meu lado a vida inteira... E no primeiro erro eu a deixei, indo embora com meu pai... Que nem conhecia.— Não comece a se culpar, porra! — Chain continuava
— Eu vou — ela aceitou, sem contestar. — Mas que fique claro que é só por conta do bebê.— Não imaginei que fosse por minha causa, Candy. — Milano deixou claro. — Mas o bebê que você carrega aí dentro é meu filho também.— Eu sei... — mamãe concordou, mesmo a contragosto.— O médico já vai liberá-la. Mando o motorista pegar suas coisas no Hotel. Cuidarei de vocês dois... — Ele olhou carinhosamente para Candy. — Ou melhor, vocês três. — Virou na minha direção.Sim, eu me senti acolhida e amada. Por mais que tivesse ficado furiosa com toda a mentira de minha mãe ao longo de toda a vida, fazendo-me acreditar que meu pai estava morto, ainda assim ela tinha me dado todo amor e carinho que eu podia ter recebido. Foi um erro grave? Muito. Mas perdoável, j&aacu
No caminho, fechei os olhos e senti o peso do cansaço me dominar. Tinha sido uma semana cheia. Ninguém conversava no carro, o que deixava o clima mais tenso.Enfim, quando Milano puxou assunto sobre a ecografia e algumas considerações sobre a gravidez, fingi dormir profundamente... E numa curva, deixei o corpo cair sobre Chain, que me segurou.Deitei a cabeça no ombro dele, que foi incapaz de me devolver para o banco ao lado, sozinha. Percebi sua mão segurando meu rosto para que eu ficasse mais confortável e sorri, satisfeita. Aproveitaria aqueles minutos sentindo seu cheiro e o corpo contra o meu, fingindo ser algo não planejado.— Ela... Dormiu. — Ele observou, creio que tentando justificar-se.— Deve estar cansada — meu pai explicou. — Estudou manhã, tarde e noite alguns dias desta semana. Mal a vi.— Quer trocar de lugar comigo, Chain? — Ouv
Um mês depois Milano apareceu com os cinco exames de DNA, de diferentes laboratórios. Estávamos eu e minha mãe no quarto quando fomos surpreendidas por ele.— Eu quero que fique claro que nunca duvidei da paternidade, Merliah — me falou. — E só estou fazendo isso porque você me pediu.— Eu sei... É importante para mim, tanto os resultados positivos quanto que entregue-os ao advogado. Eu sou a primeira filha.Ele entregou dois exames para minha mãe, dois para mim e ficou com um deles. Começamos a abrir. Os meus dois deram positivo. Ele mostrou o dele, que também deu positivo. Candy, por sua vez, não abriu os dela:— Não vou abrir. Eu sei o resultado. Sei exatamente o dia em que você foi gerada, dia e hora em que peguei o exame dando positivo... Ela é sua filha. — Olhou para Milano.— Jamais duvidei disto, Candy. E
- Oi. – Respondi sem parar de andar.- Conseguiu responder as questões da prova? – Perguntou, seriamente.- Não. – O olhei, confusa com a pergunta.- Percebi que ficou duas horas olhando a prova. E que sua mente não estava na sala.- Não mesmo... – Sorri.- Nós fazemos várias disciplinas juntos. – Ele observou.- É? – Impressionei-me, já que nunca havia o visto antes.- Eu vi seu portfólio. O vestido era maravilhoso.- Viu? – Parei de andar – Esqueci seu nome...- Anderson.- Sou Merliah.- Prazer... – ele apertou minha mão – Mas eu já sabia o seu nome.- Ah, eu também já sabia o seu. Só tinha esquecido. – Menti.- Você é uma péssima mentirosa. – Ele riu divertidamente.- Já fui melhor... &nda