JANEIRO DE 2063, PRESENTE…
Alma havia percorrido quase todo o globo terrestre, mas era a primeira vez que tocava os objetos e sentia o piso embaixo de seus pés. Aproveitou para explorar todas as sensações, inclusive provar várias comidas.
- Minha nossa! Isso é quase magia! – Ela disse, após provar sorvete e sentir o cérebro congelar.
- Vai devagar – Disse Lilian, aos risos.
Aproveitaram para comprar mais roupas para Nicolau, embora tivessem decidido retornar à ilha, ainda tinham muito que fazer naquele mundo.
- CARAMBA! EU SOU MUITO GATA! – Alma gritou no provador.
- Que linguajar &eacut
JANEIRO DE 2063, PRESENTE...- Acorde.Uma voz na cabeça de Lilian a fez despertar. Estava confusa e ofegante. Os olhos inundados de lágrimas e o corpo tremendo. Levantou-se do carpete, onde estava a dormir com os demais e foi à cozinha procurar por água.Sensações estranhas tomavam conta de si. Tivera o sonho mais estranho que já teve em toda a sua vida. Parecia tão real, que Lilian ainda podia sentir as emoções transbordando, o medo e a aflição.Tomou um gole e suspirou, fechou os olhos e tentou recordar o que havia sonhado. Um mundo caótico, pessoas morrendo, Alma se despedindo.
FEVEREIRO DE 2063, PRESENTE...Os dias nunca haviam sido tão pacíficos para aquela família, e agora que estavam prestes a retornar a Hideaway, aproveitavam ao máximo os últimos dias em meio à civilização e tecnologia daquele mundo.Adiaram a viagem por mais uma semana. Agora que Alma não tinha mais a ajuda de Kharis para controlar sua magia, tinha que ter cuidado para não perder mais sangue e ficar fraca. A bruxa começava a sentir saudades de seu corpo espectral, e vez outra fazia piadas como a facilidade de sobreviver sem todas aquelas necessidades.Oliver ofereceu sua casa para os rapazes dormirem, ele tinha mais espaço, além de um quarto extra. E não hesitou em doar seu sangue para despertar Derick.
500 anos atrás...Os pulmões estavam inundados, aos poucos perdia a consciência. A agonia de estar perdendo de vista sua família o levava à loucura e, consequentemente, fazia com que engolisse ainda mais água. Por fim, quando não estava mais a se debater, o oceano o cuspiu.Foram horas para se recuperar e finalmente poder apreciar a vista de cima das águas. Dylan encontrava-se às margens da praia em algum lugar do mundo.Totalmente sozinho e perdido, ele observava os horizontes. O céu tomado por um imenso vermelho ainda incomodava seus olhos. Ficou encolhido embaixo de uma palmeira e esperou que a noite chegasse.Vagando sem rumo sobre as areias da praia ele ouviu vozes distantes. Temia um
Novembro de 1462A última lembrança de Nicolau era a de seus filhos apagando, um a um, tendo seus pulmões inundados e logo levados pelas águas. A magia expulsou a todos das profundezas do oceano, mas Nicolau logo os perdeu de vista quando se chocou contra a imensa barreira mágica que cercava o triângulo das bermudas. Seus corpos foram arrastados em direções opostas, totalmente desacordados, a família Flowster foi separada.Lilian despertou às margens de uma praia, em algum lugar, de um mundo totalmente diferente do que ela conhecia. A pouca luminosidade da noite favorecia seus olhos, que estavam desprotegidos sem suas lentes. Após vagar sem rumo, encontrou o vilarejo dos humanos. Mas não era o mesmo de Lalfheim, aquele vilarejo continha humanos felizes, bem vestidos e limpos. Lil
DEZEMBRO DE 2062, PRESENTE...Ao sudeste do Canadá, escondida entre enormes árvores, há uma pequena cidade chamada Tormenta, e nela, segundo moradores, habitou criaturas que para alguns não passam de lendas.Apenas os amantes de aventura e história visitam a cidade e são bem recebidos por sua pequena população acolhedora. Muitos saem satisfeitos, outros dizem que foi perda de tempo, mas Tormenta continuará sendo sempre a cidade dos contos.Há quem diga que Tormenta já foi uma cidade sangrenta, um campo de batalha, um cemitério gigantesco. As pessoas que viviam nela eram mesquinhas, tanto ricos como pobres. Os que muito tinham não compartilhavam. Os que nada tinham, guerreavam para obter um mínimo sequer. Não havi
DEZEMBRO DE 2062, PRESENTE...Velhos hábitos não morrem. Mesmo no novo mundo, Lilian continuava com seus treinos. Não estava errada quando vivia em Hideaway, em treinar todos os dias, à espera de uma guerra. Não demorou para ela conseguir o que tanto queria. Sangue, gritos desesperados, mortes, e por fim, sua liberdade. Não tinha mais sua velha parceira, a lança, mas usava um bastão em seu lugar. Esperava pelo dia em que encontraria uma arma tão boa quanto a sua, que foi deixada na ilha.Em algum lugar da vasta floresta, que cercava a pequena cidade de Tormenta, Lilian suava a cada golpe que feria ao ar. Às vezes, Alma lhe fazia companhia, às vezes, ela ia sozinha, mas nunca deixava de ir um só dia, ainda mais agora, que havia descoberto o paradeiro de um dos membros de sua fam&
DEZEMBRO DE 2062, PRESENTE...Ninguém havia dormido naquela noite. A família Flowster estava finalmente reunida, ou parte dela. Ficaram a conversar e a compartilhar as experiências que cada um havia vivido. Quando o sol já estava nascendo, ouviu-se o primeiro bocejo, Dominic estava com sono, mas se recusava a ir dormir.- Vamos organizar a sala para dormirmos todos juntos, como nos velhos tempos – Disse Lilian sem conseguir tirar o sorriso do rosto, há muito tempo ela não sentia tanta felicidade e não sabia como controlar.- Tia Lilian, naquela época éramos crianças – Disse Dimitri.Lilian os observou dos pés à cabeça, e de fato, os garotos haviam crescido, encorpado e a
DEZEMBRO DE 2062, PRESENTE...Emilly Stones era muito curiosa sobre tudo o que dizia respeito aos vampiros, agora, estando de frente a eles, não conseguia se manter quieta. Enquanto festejava ter reencontrado seu querido Dylan, os outros vampiros o mutilavam com olhares.No quarto, Lilian pensava no que fazer com a garota, embora essa decisão não coubesse a ela, Emily sabia de muitas coisas a respeito deles e era a protegida de Dylan. Lilian se viu contra a parede. Agora que a família Flowster estava quase toda reunida, Dylan não poderia mais viver como babá da família Stones.- Estou indo ao mercado, não tem comida pra todo mundo – Lilian pegou seu casaco – Alguma sugestão para o almoço?-