04-Visita Inesperada

DEZEMBRO DE 2062, PRESENTE...

Ninguém havia dormido naquela noite. A família Flowster estava finalmente reunida, ou parte dela. Ficaram a conversar e a compartilhar as experiências que cada um havia vivido. Quando o sol já estava nascendo, ouviu-se o primeiro bocejo, Dominic estava com sono, mas se recusava a ir dormir.

- Vamos organizar a sala para dormirmos todos juntos, como nos velhos tempos – Disse Lilian sem conseguir tirar o sorriso do rosto, há muito tempo ela não sentia tanta felicidade e não sabia como controlar.

- Tia Lilian, naquela época éramos crianças – Disse Dimitri.

Lilian os observou dos pés à cabeça, e de fato, os garotos haviam crescido, encorpado e alguns já tinham até marca de barba, mas isso não impediu Lilian de tratá-los como crianças.

- Continuo sendo a tia de vocês, e até que Nicolau esteja de volta, eu irei cuidar de cada um – Ela disse sorrindo – Então quero que todos durmam ao meu lado, não quero acordar e pensar que tudo isso foi um sonho. Não quero perdê-los de vista nem por um segundo sequer.

Quando o dia amanheceu, Lilian teve o sentimento de nostalgia, ao ter em seus braços seus queridos sobrinhos. As lágrimas esquentavam seu rosto, após confirmar que não foi um sonho.

- Lilian! – Alguém gritou do lado de fora, era a voz de Alma, e se aproximava – Lilian! Tenho notícias de seu irmão! – A bruxa parou ao ver o amontoado de vampiros na sala.

- O quê? – Indagou Lilian levantando de supetão – Você o encontrou?

- Ei! Façam silêncio, ainda estou com sono – Murmurou Dimitri.

-Você os encontrou? Mas como? Quando? – Alma a perguntava.

- Eles apareceram aqui ontem. Mas me conta, onde está Nicolau?

- Bem, eu tenho uma teoria de onde ele esteja.

- Oh! Você ainda está viva é? – Indagou Dylan, despertando e encarando a bruxa com um mau olhado. Ainda estava rancoroso por ter sido abandonado, juntamente com seu pai e irmãos, embaixo da água.

- É bom poder revê-los – Alma disse.

- Não posso dizer o mesmo.

- Dylan! – Lilian o chamou a atenção – Foi Alma quem nos libertou daquela prisão. Então peço que seja um pouco agradecido.

- Que história é essa?

- Ainda temos muito que conversar. Então segure sua ira antes de fazer qualquer comentário maldoso.

- Estou com fome - Disse Dionísio, a fim de encerrar aquele momento tenso.

- Eu vou preparar algo pra vocês – Lilian se dirigiu à cozinha.

- Você nunca cozinhou, é capaz de pôr fogo na cozinha – Alma alertou.

- Deixa que eu faço – Dylan se ofereceu.

- Você sabe cozinhar? – Lilian o encarou surpresa.

Dylan sabia cozinhar, passar, cuidar de casa e tinha jeito com crianças. Por causa da maldição da família Stones ele adquiriu a própria maldição, a de pai solteiro.

- Eu fui pai e mãe por várias gerações, então tive que aprender muitas coisas.

- A comida dele é uma delícia – Disse Dionísio, após um bocejo e se levantando.

- Como você sabe disso? – Dylan perguntou.

- Ele andou te espionando – Disse Dimitri, também se levantando, após não conseguir mais dormir com tanto barulho.

- Eu já disse que não controlo isso.

- Do que estão falando? – Dylan os encarou confuso.

-Eu meio que... Tenho um dom – Ponderou Dionísio – Descobri a alguns anos, que podia ver vocês através dos meus sonhos, bem... Na verdade, foram só Dimitri e Dylan.

- Ligação entre gêmeos – Alma sussurrou.

- Você conhecia essa habilidade? Sabe como controlar isso? – Dionísio aproximou-se esperançoso.

- Não. Estou apenas juntando o fato de vocês serem gêmeos ao mesmo tempo seres sobrenaturais. Sem contar que ainda são mestiços, uma raça pouco conhecida, até mesmo no nosso mundo.

- Você associou tudo isso em alguns segundos? – Dimitri a encarou surpreso.

- Estou nesse mundo há muito tempo, às vezes nem preciso pensar muito – Alma disse.

Dylan não parecia estar interessado na história da bruxa, mas seus irmãos sentaram-se à mesa para ouvi-la. Alma lhes contou sobre a história de Kharis, da ilha e da barreira mágica que os prendia dentro dela.

- Então estávamos certos , o triângulo das bermudas era mesmo nossa casa – Disse Dimitri, com um leve sorriso.

- Sim, e após retirar todos vocês de lá, perdi minha magia, meu corpo agora é apenas um espectro, como podem ver, sou uma completa inútil.

- Não diga isso – Lilian a interrompeu – Durante esses quinhentos anos, você foi a única família que tive. Por sua causa não me senti sozinha, nesse mundo, onde eu era única.

- Você também tinha Oliver, não esqueça, ele foi um bom parceiro.

- Quem é Oliver? – Perguntou Dimitri curioso.

- O namorado de Lilian.

O barulho da frigideira caindo no chão chamou a atenção de todos, que se viraram encarando Dylan próximo ao fogão.

- Escorregou – Ele disse.

- Me conta mais sobre esse Oliver – Disse Dimitri, voltando ao assunto.

- Não é alguém tão especial como ela faz parecer – Disse Lilian, não querendo prolongar o assunto.

- Por quanto tempo estiveram a namorar? – Dimitri insistiu.

- Foram apenas alguns meses, vamos mudar de assunto.

- Porque está tentando esconder sua relação com Oliver? – Perguntou Alma.

- Não estou. Ele apenas... Não tem importância agora.

- Então vai descartá-lo, como queria fazer antes, o oferecendo como comida para despertar Derick?

- Você ia despertar Derick com o sangue do seu namorado? – Dimitri a encarou boquiaberto – Tia Lilian, o que você tem no lugar do coração?

- O quê? Você também? Então me digam, quais seriam suas prioridades? – Ela encarou cada um com um olhar sério.

- Obviamente a família – Dylan virou-se e entrou na conversa.

- Pelo menos alguém concorda comigo – Lilian arqueou as sobrancelhas.

- Deveria ter dado o humano como alimento para nosso irmão – Dylan acrescentou.

- E depois que ele despertasse, deveria deixá-lo devorar todos a sua frente? Ou o torturaria para se acostumar com o sangue de animais? - Alma perguntou.

- Ela tem razão – Dionísio tomou a palavra - Demorei a me acostumar e foi horrível largar o vício. Nosso irmãozinho não desenvolveu nem um pouco seu corpo, pelo o que vimos, e julgo estar adormecido desde que saímos da ilha. O que quero dizer é que, se já é difícil para um adulto, imagine para uma criança.

- Okay, Okay, eu não o alimentei com o humano, então vamos mudar de assunto? – Lilian massageava a testa sem paciência..

- Iremos encontrar um jeito de despertar Derick - Disse Dominic - O importante é que ele está aqui e está bem.

- Isso mesmo - Dimitri concordou - agora só falta encontrar nosso pai.

- Sobre isso... – Alma tomou a frente.

Ding! Dong!

Embora todos quisessem saber do paradeiro de Nicolau, não poderiam ignorar os acontecimentos durante o dia. Alma não foi diferente, segurou-se um pouco mais para dar-lhes a informação quando não houvesse mais interferências.

- Oliver? - Indagou Lilian surpresa, pois não esperava sua visita depois do último encontro.

- Desculpa aparecer tão cedo e estragar seu momento família, mas é que uma jovem bateu na minha porta procurando por você.

- Uma jovem?

A garota saiu detrás de Oliver. Cabelos pretos cumpridos, olhos grandes e curiosos. Analisou Lilian dos pés a cabeça e sorriu tomando a frente.

- Lilian? É você mesma?

Lilian a encarou, confusa, nunca havia se encontrado com tal pessoa antes, mas ela sabia seu nome. O que era estranho.

- Perdão? De onde me conhece?

- Cabelos vermelhos desde a raiz, olhos claros, pele branquíssima e macia, altura acima da média do padrão feminino, por favor, posso ver suas mãos? - Lilian hesitante ergueu a mão  e a jovem continuou - Calos... É você mesma. Lilian Flowster. Não acredito.

A jovem pulou de alegria, como se tivesse feito uma grande descoberta.

- Perdão, como sabe tanto sobre mim? –Lilian franziu a testa, dessa vez, preocupada.

- Eu vou indo agora – Oliver as interrompeu – Caso você precise de ajuda com os rapazes, não hesite em me procurar. Sei que sua casa é pequena, então a minha estará disponível. Ah! E não pense que estou fazendo isso para reatar nossa relação, eu realmente quero ajudá-la, como um amigo.

Oliver se retirou e Lilian apenas o viu partir, por breves segundos estava a se arrepender por ter pensado em dar ele como sacrifício para o despertar de Derick.

- Um namorado humano – Sussurrou a Jovem na porta.

- Era o seu namorado, tia Lilian? – Perguntou Dimitri, em um tom provocativo aproximando-se da sala.

- Dylan? - A garota gritou sorrindo e correndo para abraçá-lo, mas logo, que, notou que não era ele parou.

- Você também o conhece?- Lilian fechou a porta logo atrás.

- Esse não é o Dylan – Disse a garota, com uma expressão triste.

- UAL! Você consegue nos diferenciar! Espera um pouco, qual o seu nome? – Dimitri curvou-se ficando a sua altura.

- Emilly Stones – Ela disse.

- Mas eu pensei que todos os Stones haviam morrido.

- Eu não irei me entregar a essa maldição, viverei todos os anos da minha vida, mesmo que sozinha, sem nunca poder ter filhos – Emilly ponderou – Até pensei em retirar meu útero – Essa última parte ela falou baixinho.

Os dois na sala sentiram pena da garota, Dylan já havia lhes contado toda a história da família Stones, mas não havia mencionado que ainda existia alguém à espera daquele terrível destino.

- Porque demoram tanto? – Dylan perguntou, chegando à sala, com uma expressão emburrada e logo notando a garota – Emilly? – Ele arregalou os olhos e deu um passo atrás.

- Dylan – A jovem sussurrou, porém, estava diferente de quando cumprimentou Dimitri, ela parecia bastante furiosa.

- Er... O que faz aqui? – Dylan continuou com o pé atrás, como se estivesse com medo daquela pequena e indefesa garota.

- O que eu faço aqui? Você partiu há cinco anos sem dizer nada, sem se despedir, nem bagagem levou – Emilly se aproximava lentamente – A tia achou que você havia encontrado seus irmãos e disse que não deveríamos mais esperar por você, que deveríamos te esquecer. Mas eu não consegui, eu não consegui Dylan... Eu... Eu precisava ver você mais uma vez, precisava me despedir adequadamente.

Os olhos de Emilly já bem próximos aos seus se enchiam de lágrimas, não saberia dizer se eram de dor ou felicidade.

- Me desculpe – Dylan encarou o chão – Eu deveria ter dito, ao menos pra você. Emilly... – Dylan ajoelhou-se, ficando a altura da garota, não que ela fosse baixinha, mas porque ele era alto demais, e naquele momento precisava falar olhando em seus olhos – Me perdoe.

- Dylan...? – Dimitri sussurrou, nunca havia presenciado tal cena, Lilian pensava o mesmo, a família Flowster nunca se ajoelharia e pediria perdão a um humano, mesmo naquele novo mundo.

Emilly fitava seus olhos, fungou ao mesmo tempo em que enxugava os olhos marejados.

- É claro que eu te perdoo – Ela sorriu estendendo a mão e tocando em seu rosto – Porque eu te amo.

- O que?! – Disse Dimitri, dessa vez, em voz alta – Como assim? Vocês não podem!

- Irmão, acalme-se – Dylan levantou-se.

- Como você foi capaz?! – Dimitri arregalou seus olhos encarando os dois à sua frente.

- Espere, deixe-me explicar – Dylan tentou mais uma vez, mas Dimitri não lhe dava oportunidade para falar.

Lilian suspirou, havia acabado de reencontrar seus sobrinhos, e é claro que, após quinhentos anos, não estariam sozinhos. Se até mesmo ela, famosa por ter um coração de pedra, havia se envolvido com um humano, porque não seus sobrinhos.

- Venha Dimitri – Ela disse puxando pela gola de sua camisa – Vamos deixar eles a sós. Eles devem ter muita coisa a dizer para o outro.

- M-Mas tia Lilian, você por acaso não...

- Isso não é da nossa conta.

Assim como Lilian não queria ninguém perguntando sobre seu relacionamento com Oliver, ela também não se envolveria na vida privada de nenhum deles. Antes de ser arrastado por completo para a cozinha, Dimitri encarou Dylan e gesticulou com seus lábios as seguintes palavras: - Seu canalha.

Dylan entendeu aquelas palavras, mas não havia entendido o significado delas. Mas uma coisa ele concordava com Lilian, havia muita coisa a conversar com Emilly, principalmente o fato de uma garota com apenas vinte anos estar viajando sozinha à procura de um vampiro.

Da cozinha podia-se ouvir a conversa, ou parte dela, as palavras não eram claras, mas dava para notar que Emilly repreendia Dylan a todo o momento. O rapaz mantinha a cabeça baixa, o que era estranho, não importava a figura forte e destemível que ele havia mostrado ao chegar, naquele momento ele parecia um cachorrinho com rabo por entre as pernas.

- Nossa, o que essa garota fez pra ele se curvar para ela? – Dominic sussurrou curioso.

- Não é o que ela fez, e sim o que elal é para ele? –Dimitri os encarava com um olhar de desaprovação.

- O que quer dizer?

- Não é óbvio? Está na cara, essa garota é importante pra ele – Virou-se chateado.

- Importante?

- Ele gosta dela, e temo que seja de forma romântica – Cruzou os braços, pensativo.

- Isso seria impossível, ela é humana.

- Tia Lilian namora um humano – Arqueou a sobrancelha.

- Já falei pra encerrar esse assunto – Lilian, levantou-se, indo até a geladeira, enquanto encarava o casal estranho em sua sala – Ela é só uma criança – Sussurrou.

2088, EM UM FUTURO DISTANTE…

Kharis havia sido enviada para a superfície, para que desse início ao caos no mundo.

Em vários pontos no globo terrestre ouviam-se notícias sobre catástrofes, mas o que ninguém sabia era que havia uma bruxa, por trás de todas elas.

Magia, algo que ninguém nunca cogitou existir. Seu poder era imenso o suficiente para induzir os elementos naturais. Em alguns lugares a chuva parecia não ter fim, já em outros ela sequer dava o ar de sua graça e o solo era banhado pelo o calor do sol, que a cada dia, sua imensa esfera escaldante parecia estar mais próxima da terra.

Alguns países recebiam a visita de ventos fortes, o suficientes, para arrastar automóveis e levantar o telhado de casas. Os campos pacíficos perderam sua calmaria quando a terra começou a se abrir debaixo de seus pés, engolindo todo o gado que pastava por lá, e às vezes, até pessoas que eram pegas despercebidas.

Previsões do tempo eram motivos de piada, pois onde se esperava sol fazia chuva, e onde teria chuva a terra queimava.

Doenças que antes tinham cura evoluíram levando uma grande quantidade da população à morte. Crianças nasciam com mutações, as quais não as permitiam viver por muito tempo. Pragas de insetos surgiam onde menos se esperava e percorriam por dias os vastos territórios devorando plantações.

Governantes em todo o globo não sabiam mais o que fazer, para conter a fome da população, que, se encontravam sem meios de trabalho para sobreviver. Grandes fábricas fecharam suas portas, agências de transporte paralisaram, agricultores estocavam alimentos apenas para seu próprio consumo. Metade da população global já havia se tornado o adubo para o planeta.

O mundo se tornou um caos, como Butcher havia previsto. Contudo, ele não esperava que sua obra prima fosse tão perfeita a ponto de demonstrar sentimentos.

Kharis ergueu suas mãos em direção às montanhas, que cercavam uma pequena cidade, e despencaram rochas que destruíram as pequenas casas abaixo. Homens, mulheres e crianças, foram atingidos, sem dó nem piedade.

Clamavam aos deuses por misericórdia, que poupassem suas vidas, ao menos a de seus filhos. Nisso, Kharis ficou a observar a calamidade que havia causado aquelas pessoas, e se pôs a pensar nas várias outras que já havia eliminado. Perguntava-se, se todas elas haviam feito orações em seu último momento de vida. Antes que percebesse, seus olhos se inundavam, o peito apertava e sensações ruins a dominavam.

Não gostando de tais reações novas, Kharis interrompeu a calamidade e retornou ao laboratório.

- Não tenha pena dessas pessoas – Disse Butcher – Todas elas pedem por piedade no fim, mas passam a vida inteira mergulhadas em prazeres mundanos, não se preocupando com o futuro.

Butcher viu que era perda de tempo tentar convencê-la a continuar com o caos, então usou mais uma vez, a lavagem cerebral, fez uma limpeza em sua mente, apagou suas memórias daquele dia.

- Se pudéssemos criá-la do zero seria mais fácil – Disse seu ajudante – Manter um pouco das memórias da original está começando a mostrar seus pontos negativos.

- Cale-se! – Ordenou Butcher – Esta é minha obra prima, e apenas eu decido como deve ser.

Com novas memórias implantadas, Kharis estava de volta à superfície, odiando os humanos, espalhando o caos, devorando esperanças e destruindo tudo à sua frente.

- Ajoelhem-se perante a mim, sua deusa – Ela disse – E eu os darei uma morte rápida e indolor.

Em seu olho esquerdo, havia implantado uma microcâmera, que, permitia que Butcher assistisse de camarote, diretamente de seu laboratório, tudo o que ela fazia. Em sua orelha esquerda havia microfones, e em seu cérebro um micro aparelho, capaz de gerar ondas de choque. No início Butcher achou necessário, caso ela se recusasse a obedecê-lo, e usou algumas vezes, mas este veio a danificar uma parte de seu cérebro, mas o deixou lá, ainda por precaução. Ele preferia destruir sua grande obra a ter que deixá-la viver por si só.

- Senhor! Detectamos uma cidade ilesa à catástrofe, há um número considerável de pessoas vivendo lá – Disse o responsável pelo monitoramento das câmeras via satélite – parece que estão sob proteção de uma prefeita. Eu puxei sua ficha e se trata de uma mulher que recusou várias vezes a ajuda do governo. Ela e seu povo, como gosta de chamar, vivem a anos independentes de qualquer ajuda do governo. Eles têm uma boa terra, alguns animais e um lago que sustentou a cidade por anos. É bem difícil de acreditar, mas o caos não chegou naquela área.

- Eles logo irão conhecer nossa deusa – Disse Butcher, e imediatamente acionou o comando de voz, chegando aos ouvidos Kharis. Ordenou que ela limpasse toda aquela área, que não deixasse nenhuma casa de pé, nenhuma árvore, nenhum humano, que destruísse tudo e qualquer um que se pusesse em seu caminho.

Sem precisar confirmar a ordem dada pelo o seu criador, o clone apenas virou-se, mudando seu destino e dirigiu-se ao México.

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