Sussurros, sussurros...
Melany... Melany...Me chamava ao longe a voz infantil em risadas doces, minha visão coberta em névoa espessa a vê por trás da densa cortina, cabelos vermelhos como fogo e olhos azuis como gelo, em minha memória a busco mas não lembro, quem seria tal menina que se faz presente em minha frente? — Vamos caçar? Está quase na hora! - Sem pestanejar a sigo, segurando em sua mão fria, tão fria quanto as mãos de um cadáver, por que eram assim? O que minha frágil memória me escondia? Sussurros...Sua risada adocicada reverbera em meus ouvidos e junto a ela danço ao redor da pequena fogueira. Sua voz inicia a melodia por mim tão conhecida, a música que mamãe costumava cantar para mim em noites de tempestade. "Sinta como o vento sopra através de seus ossosVeja as copas balançarem e tremeremComo o vento que pegamos para voarE fazem os homens adultos estremeceremExiste mágica dentro de você"E assim caio novamente na escuridão de meus sonhos...••••Fumaça... Gritos... Um choro inquietante me tira do torpor anterior, meu próprio choro infantil, me percebo encolhida entre as vigas de minha antiga casa, o dia do incêndio, que me tirou minha família...— Olhe para mim minha pequena princesa! - Vejo os olhos chorosos de minha mãe me segurando, cheios de falsas promessas silenciosas. — Fique com seus irmãos! Logo voltarei para você, acredite em mim meu pequeno anjo! Alex, meu sobrinho, cuide de sua irmã, ela vai precisar de você! - Os braços de Alex me seguram em um abraço forte, meu soluçar se desprende de meus pequenos pulmões em um choro doentio, eu sentia naquele momento que nunca mais a veria, minha mãe e meu pai me deixariam para sempre, naquele maldito momento.— Mãe, por favor fique comigo, pai, volte, Alex, os diga apara voltarem, Diego, por favor! - Os imploro, os dois irmãos apenas me olham com pesar me levando para longe da casa já consumida pelo fogo e da fumaça que queimava minha garganta. — Não, não, por favor, MAMÃE, VOLTE... ••••— MAMÃE!— Calma, Melany, se acalme minha neta, foi apenas um pesadelo! - Ofegante e assustada acordo, minha respiração ofegante não acalma meu coração que bate descontrolado, olho ao meu redor e me vejo mais uma vez em meu quarto em nosso castelo, a mobília antiga decorada em tons claros, as janelas fechadas indicavam que o dia inda não se fazia presente, acalmando minha respiração ofegante aceito o acalento de minha avó que acariciava minhas costas em uma tentativa de me acalmar.— Mais um pesadelo vovó.— Mais uma vez com sua mãe? O incêndio? - Aceno em confirmação.— Mas antes disso no meu sonho me apareceu uma menina de cabelos vermelhos, ela me levava para o meio da floresta e me cantava a mesma música que mamãe costumava cantar para mim. - Olho nos olhos de minha avó e vejo espanto que logo se dissipa sendo disfarçado por indiferença.— Talvez alguma lembrança de infância minha querida, alguma criança que conheceu enquanto morava na alcateia de seu pai! Não se preocupe demais com isso, sim? Daqui a pouco amanhecerá e sua mudança será feita. Durma mais um pouco, precisa descansar, sua noite foi muito agitada! - Ao se levantar a chamo antes que saia do quarto.— Vovó!— Diga meu anjo!— Pode cantar para mim? Como mamãe fazia?— Faço tudo que me pedir, minha pequena.O clarear do dia banha minha pele, os raios fortes do dia me tiram do sono profundo incomodando meus olhos, me escondo debaixo de minhas cobertas na esperança de dormir alguns segundos a mais, sentindo o conforto de meu colchão ainda se manter sob mim continuo meu leve cochilo me levando a sonhos tranquilos. — Bom dia pequena princesa, melhor se levantar agora! - Ao sentir meu lençol ser puxado finjo um leve choro, abrindo preguiçosamente meus olhos vejo quem seria o invasor de meus aposentos, olhando nos olhos esmeralda de meu irmão mais velho. — Alexander Conrad Ettore, me deixe dormir apenas mais alguns minutos. - Cubro meu rosto com o travesseiro me escondendo de seus olhos.— Usando meu nome completo? Golpe baixo irmãzinha, sabe que o odeio! - Sinto o colchão afundar com seu peso exagerado, olho seu rosto marcado e examino seus belos olhos, seus dedos traçam carinhos em meu rost
Fechando o zíper da última bagagem ouço o som da porta abrir, Nana com seu perfume doce me acalma com sua presença me arrancando um leve sorriso, seu rosto redondo não demonstrava as marcas do tempo nem da idade, a muitos anos serve a família sendo uma serva de confiança que considero uma terceira avó para mim, que tantas vezes me escondia em sua cozinha esperando suas guloseimas serem preparadas ou apenas seus afagares carinhosos. — Seus irmãos e avó estão esperando. - Noto as pequenas lágrimas formadas no cantos de seus olhos claros, o que me faz sorrir triste. — Ah Nana, por favor não chore, sabe que sempre voltarei não é? — Minha menina. - Suas pequenas mãos acariciam minhas bochechas. — Esse castelo ficará tão silencioso sem você! - A abraço firme, como ela fazia comigo sempre que m
— Está louca? Em sua voz contém dor e desprezo que desencadeia em mim novamente uma raiva adormecida a muitos anos. — Você me segue, tenta me atacar e eu sou a louca? Ora faça-me o favor, diga-me o que quer agora! - Exijo em tom firme, o máximo que posso me controlo. — O que faz aqui? Este território não é seu vampira! - O solto em um empurrão o olhando com indignação. — Que eu saiba a grande guerra acabou a um século atrás, vampiros e lobisomens são livres para transitarem por onde bem entenderem desde que não casem nos territórios. - Continuo em alerta esperando qualquer movimento de ataque, mas o único movimento que faz é para segurar os pulsos ensanguentados. — Você e sua espécie não são bem vindas aqui, Cristina e
Penso por alguns segundos, me lembro como Noah chegou em nossas vidas. Em uma tarde de outono uma nova família se apresentava a corte comporta pelos pais e três filhos dentre eles uma moça sendo o filho mais novo Noah, aristocratas poderosos mas sem ligação sanguínea com nenhuma das três famílias anciãs originais ou das demais famílias conselheiras, mas sentimos de princípio que fariam de tudo para terem um lugar de prestigio na corte, ao mesmo tempo Vivian ainda namorava meu irmão Alex e do dia para noite os dois começaram discussões intermináveis, o relacionamento deles estava passando por um mar de coisas ruins, mas diferente das outras vezes onde Vivian me procurava para conversar ou à Laisa ela era acolhida por Noah que a envenenava contra Alex, não demorou muito e o relacionamento dos dois antes tão forte e duradouro se partir, alguns meses depois Vivian se uniu a Noah em um namoro sem sentido e até hoje estão juntos, muitos dizem que talvez seja por ele ter prejudicado me
Um vento frio irrompe minha janela, com frio me cubro novamente na esperança de afastá-lo e voltar ao meu descanso novamente. "Melany..." Me chama uma voz doce, Cubro meu rosto para evitar ouvir seu chamado, não irei acordar, seja quem for. "Venha comigo..." Novamente sou chamada e sentindo inutilmente a resistência de lutar por um sono que já não sinto me levanto para seguir quem me chama. Vejo um tecido branco passar pela porta do quarto e o sigo, acompanhado dele um perfume de rosas que me desperta os sentindos, qualquer sonolência ainda sentida se esvaiu como água, corro em sua direção e paro olhando ao redor, não estou em minha casa atual, mas sim minha antiga casa, a casa onde meus pais foram mortos. O desespero me toma mas tento me controlar, cheiro o ar mas seu perfume
Sinto-me tonta, meu corpo dói, tento levantar minhas mãos e tocar e marca que cresce por meu braço, mas tudo que consigo é aumentar mais ainda a dor assassina que se espalha por mim, a marca brilha e a cada movimento que faço seus padrões aumentam queimando minha pele, em minhas veias corre a magia proibida usada e sinto a dor latente, cada segundo me sinto mais fraca e prestes a desmaiar novamente, mas ouço passos, o medo me paralisa e mal consigo me mexer.Respiro fundo, um cheiro conhecido me vem as narinas e quando ouço seus passos próximos tento me acalmar, guardando minhas últimas forças clamo por ajuda. — Socorro... - Minha voz é um sussurro mas o suficiente para que a audição lupina ouça. — Melany? O que aconteceu? - Christian se abaixa onde estou me segurando, sua preocupação aparente me toca e em seus braços
Silêncio, minha rosaAcalme-se e olhe para a lua está noiteVocê vê as sombras lá?Esse mundo é cheio de sinuosos medosE fantasmas que amam assustar..." Canta a criança de cabelos vermelhos, mãos dadas comigo caminhamos em direção ao rio, cantando juntas vemos o vento bagunçar nossos cabelos. Seu toque permanece gelado.Tão gelado. — Veja Mel, um coelho! - Ela ri baixo. — O que vai fazer? Não me dando chances ela ataca o pequeno animal dilacerando sua pequena garganta. Prendo um grito de pavor ao ver seus olhos completamente negros. Tremo em meu corpo infantil, tamanho o pavor que sentia ao ver seu rosto desfigurado por uma aparência demonía
As olho firme, impacientes se sentam me olhando sem piscar. — Vamos, nos diga o que houve? - Me pergunta Laisa já apressada. As olho e respiro fundo me preparando para começar a contar. — Lembram-se dos documentos que me ajudaram a ter? - Concordam. — Quando desmaiei fui trazida para o castelo, lá atendida por Miguel o perguntei sobre minha bolsa onde guardei os tais papéis, ele me disse que a bolsa foi destruída, tudo o que acharam foram seus retalhos. As duas me olham espantadas, suas cabeças pensam e já tem a resposta, a mesma que a minha. — Esse ataque foi premeditado, eles sabiam da documentação! - Exclama Stephanie. — Sim, ele está envolvido, Noah quis matá-la, temos que preparar um contra-ataque. - Diz Laisa. — Aí que esta o maldito problema, a documentação não me dizia nada muito chamativo ou revelador, seria burrice ele ter feito isso! - A digo e me sento. — Sim, mas talvez ele pensou que descobrimos algo muito