Penso por alguns segundos, me lembro como Noah chegou em nossas vidas.
Em uma tarde de outono uma nova família se apresentava a corte comporta pelos pais e três filhos dentre eles uma moça sendo o filho mais novo Noah, aristocratas poderosos mas sem ligação sanguínea com nenhuma das três famílias anciãs originais ou das demais famílias conselheiras, mas sentimos de princípio que fariam de tudo para terem um lugar de prestigio na corte, ao mesmo tempo Vivian ainda namorava meu irmão Alex e do dia para noite os dois começaram discussões intermináveis, o relacionamento deles estava passando por um mar de coisas ruins, mas diferente das outras vezes onde Vivian me procurava para conversar ou à Laisa ela era acolhida por Noah que a envenenava contra Alex, não demorou muito e o relacionamento dos dois antes tão forte e duradouro se partir, alguns meses depois Vivian se uniu a Noah em um namoro sem sentido e até hoje estão juntos, muitos dizem que talvez seja por ele ter prejudicado meu irmão ou por Vivian ser minha amiga, mas não, desde a primeira vez que coloquei meus olhos nele pude sentir sua aura fria e maquiavélica.Olho meu telefone procurando o contato certo que ligo sem pensar duas vezes, não demora muito e minha chamada é atendida.— A que devo a honra de sua ligação? - Sorrio pelo contentamento em seu tom, mas não me demoro a falar meus motivos.— Bom dia Stephanie, atrapalho?— Nunca minha amiga, me diga, por que me ligou?— Preciso de um favor, e sei que não me negaria, preciso que investigue alguém, quero todas as informações possíveis dessa pessoa.— Eu não entendo, por que não pedir a Vivian? Ela por ser filha do general teria carta branca e mais amplitude para trabalhar. - Me responde em um suspiro cansado.— Eu sei, mas tente entender, isso à afeta diretamente, a quem quero que busque informações é sobre o namorado dela, Noah, quero tudo, por favor, não me negue isso.— Ainda com um pé atrás com o rapaz? Mas se isso à fará de uma vez por todas o aceitar, farei, não se preocupe, me dará um pouco de trabalho, mas lhe retorno assim que obtiver resultados.— Assim que os documentos estiverem com você, por favor me avise e irei pessoalmente ao castelo para buscá-los, até minha querida e obrigada! - Sorrio.— De nada, sempre a sua disposição, alteza!Encerro a chamada mais tranquila, sei que Stephanie como a boa espiã que é não deixará nada passar e trabalhará com afinco nisso me trazendo tudo que preciso e dependendo do que verei e lerei deixarei Vivian em pedaços ou finalmente em paz com seu namoro.••••Os dias se passaram e o final de semana chegou, consegui convencer minha avó a não fazer algo grandioso então um pequeno baile foi feito, não menos do que isso.Dentro do meu quarto arrumo meus cabelos que carregavam um adorno de metal com uma pequena lua pendurada em minha testa, já vestida em um longo vestido azul com uma fenda em minha perna, espero Vivian que me acompanhará, neste fatídico dia Noah não estará, não me surpreende nem um pouco, suspiro pesado ao terminar de calçar minhas sandálias, nada muito chamativo mas ilustre o suficiente para aplacar a vontade de minha avó.Ando cuidadosa até a escadaria onde Vivian já me esperava em seu vestido vinho que a deixava muito bonita, em seus pés sandálias de tiras e sua maquiagem leve realça seus olhos brilhantes.— Vamos nobre dama? - Repito a retirando de seus pensamentos.— Claro Vossa alteza! - Rebate a brincadeira e saímos de casa rindo.O caminho até a cidadela era curto e iríamos a pé por preferência minha, a lua minguante iluminava o caminho entre as árvores e o vento frio bagunçava nossos cabelos, não falamos durante o caminho sei que Vivian está nervosa por estar no meio de lobos e seguro sua mão para lhe passar segurança. — Estarei com você, minha avó também fique calma!— Estou calma, não serão lobos que me tirarão a paz! - Ela me diz com um sorriso nervoso.De longe vejo o brilho do fogo, e em alguns passos estamos dentro da cidadela, algumas crianças correm por aí em suas brincadeiras e gargalhadas, os moradores nos cumprimentam sorridentes e abrem caminho até o castelo, tão grandioso quanto de meu avô Victor, ao entrar vejo alfas com seus betas e ômegas, alcateias de alta elite juntas em um salão, isso poderia dar muito certo, ou muito errado.Vejo Mary e Katherine, que cumprimento com um abraço, as apresento a Vivian que se sente deslocada, Katherine faz o possível para que ela se sinta a vontade e a agradeço por isso.— Minha neta, finalmente chegou, venha comigo, preciso apresentá-la! Mary minha querida, faça companhia a Vivian, Katherine tome conta de Mary. - Sem tempo para discutir Cristina me puxa entre o mar de pessoas, olho para Vivian tentando me desculpar e olho para Mary para fazê-la entender que não deixe Vivian mal.A voz de minha avó interrompe o falatório e todos ficam calados para ouvi-la.— Agradeço a presença de todos, mas como sabem este baile tem uma única razão, comemorar, minha neta retornou! - Ela diz e me puxa a seu lado. — Depois de anos, finalmente a terei a meu lado, então, bebam e comam, a vontade, vamos brindar e comemorar a voltar da princesa.— A volta da princesa! - Todos dizem em uníssono.Sou levada por minha avó à uma seção massacre de apresentações, sei que será bom principalmente para manter as aparências e conhecer o apoio militar da alcateia, mas no momento pensa somente em Vivian e em como ela está.— Com licença, volto logo. - Peço me afastando da mesa, caminho em direção à janela respirando um pouco de ar frio.— Parece um pouco preocupada! - Olho em direção a voz que me chama e reconheço rapidamente o homem a minha frente, Christian, vestido em um belo terno.— Olá, sim, um pouco talvez! - Volto meu rosto a janela e a pequena vida que ocorre lá fora.— Seria muita intromissão minha saber com o que? - Sorrio arqueando minha sobrancelha.— Ora, veja só, preocupado com uma vampira? - O provoco.— Pensei que tivéssemos deixado nossas diferenças para trás. - Finge ofensa.— Claro, me desculpe pequeno alfa, estou preocupada com minha amiga, minha avó me fez deixá-la sozinha.— A vampira? Está conversando animadamente com a loba de cabelos cacheados. - Diz naturalmente.— Com Mary? Impossível! - Digo sem conseguir segurar um sorriso, mas feliz com a possibilidade da verdade.— Sim, as vi perto da janela sul, estavam muito amigas.— Viu só, lobos podem ser amigos de vampiros. - O olho sorrindo.— Claro, claro, como quiser, gostaria que lhe levasse até elas?— Não quero atrapalhar, as deixe, assim podem ficar ainda mais próximas.— Já que deseja assim. Me acompanha? - Me convida estendendo sua mão.— Para onde pretende me levar?— Apenas para uma caminhada, ou prefere ficar aqui resolvendo assuntos políticos com sua avó? - Sorrio com sua impertinência.— Certo senhor, seja meu guia.Fora do castelo o céu azul estrelado era bonito, mas não tão importante quanto a conversa que tínhamos, falávamos sobre tudo e nada e era incrível como a menor coisa se tornava um grande assunto entre nós, ainda hipnotizada pelo brilho de seu olhar que no Luar conseguia também ser bonito.— Então você roubou o cavalo e fugiu por três dias? - Ele ri.— Sim, pode pensar no desespero de meu avô quando não me achou em meu quarto, de castigo como ele ordenou. - Rimos juntos.— Você é corajosa Melany, não sei se teria metade de sua coragem. - Rio fraco.— Qualquer um já desobedeu os pais Christian, não sou corajosa por isso. - Se aproximando de mim sinto sua mão acariciar minha bochecha colocando meu cabelo atrás de minha orelha.<span;>Seu olhar se prende ao meu, sinto-me corar ao sentir seu toque e desvio o olhar.— Melhor voltarmos, Cristina já deve estar procurando por você. - Concordo e o sigo sem discutir.Entramos novamente no calor do castelo mas o levo comigo antes que tenha chance de ir.— Já fez o que queria, agora é minha vez senhor, me dá a honra desta dança? - Ele sorri mas me leva ao centro do salão onde os casais dançavam animados ao som da música.Sua mão direta segura a minha enquanto a esquerda descansa em minha cintura, mas ainda sinto o aperto firme de sua palma a me guiar no ritmo da melodia doce, não desviamos nossos olhares um segundo e seu sorriso bonito por alguns segundos me tirou o ar, mas tratei de voltar a focar no que acontecia, nossa dança era alegre e talvez e me fazia sorrir.— Mel, finalmente a encontrei! - Minha avó me chama me retirando daquela pequena bolha criada entre Christian e eu. — Venha, ainda tenho algo para lhe mostrar.Sorrio em desculpas para ele e me afasto para segui-la, depois de seus incontáveis conhecidos e futuros acordos finalmente pude me despedir, procurando por Vivian a vejo conversar com Mary.— Vejo que as duas estão muito amigas, isso é bom. - Elas concordam me puxando em suas conversa.Naquela noite não volto a vê-lo o que entristece um pouco, mas sigo com Mary, Vivian e Katherine.Ao voltarmos já era madrugada faltando algumas horas para o amanhecer, Vivian não conversa muito e já volta para seu quarto para descansar, faço o mesmo, depois de um banho e de uma muda de roupas me deito na cama repassando os acontecimentos da noite.Ainda sentindo o coração acelerar por Christian.Um vento frio irrompe minha janela, com frio me cubro novamente na esperança de afastá-lo e voltar ao meu descanso novamente. "Melany..." Me chama uma voz doce, Cubro meu rosto para evitar ouvir seu chamado, não irei acordar, seja quem for. "Venha comigo..." Novamente sou chamada e sentindo inutilmente a resistência de lutar por um sono que já não sinto me levanto para seguir quem me chama. Vejo um tecido branco passar pela porta do quarto e o sigo, acompanhado dele um perfume de rosas que me desperta os sentindos, qualquer sonolência ainda sentida se esvaiu como água, corro em sua direção e paro olhando ao redor, não estou em minha casa atual, mas sim minha antiga casa, a casa onde meus pais foram mortos. O desespero me toma mas tento me controlar, cheiro o ar mas seu perfume
Sinto-me tonta, meu corpo dói, tento levantar minhas mãos e tocar e marca que cresce por meu braço, mas tudo que consigo é aumentar mais ainda a dor assassina que se espalha por mim, a marca brilha e a cada movimento que faço seus padrões aumentam queimando minha pele, em minhas veias corre a magia proibida usada e sinto a dor latente, cada segundo me sinto mais fraca e prestes a desmaiar novamente, mas ouço passos, o medo me paralisa e mal consigo me mexer.Respiro fundo, um cheiro conhecido me vem as narinas e quando ouço seus passos próximos tento me acalmar, guardando minhas últimas forças clamo por ajuda. — Socorro... - Minha voz é um sussurro mas o suficiente para que a audição lupina ouça. — Melany? O que aconteceu? - Christian se abaixa onde estou me segurando, sua preocupação aparente me toca e em seus braços
Silêncio, minha rosaAcalme-se e olhe para a lua está noiteVocê vê as sombras lá?Esse mundo é cheio de sinuosos medosE fantasmas que amam assustar..." Canta a criança de cabelos vermelhos, mãos dadas comigo caminhamos em direção ao rio, cantando juntas vemos o vento bagunçar nossos cabelos. Seu toque permanece gelado.Tão gelado. — Veja Mel, um coelho! - Ela ri baixo. — O que vai fazer? Não me dando chances ela ataca o pequeno animal dilacerando sua pequena garganta. Prendo um grito de pavor ao ver seus olhos completamente negros. Tremo em meu corpo infantil, tamanho o pavor que sentia ao ver seu rosto desfigurado por uma aparência demonía
As olho firme, impacientes se sentam me olhando sem piscar. — Vamos, nos diga o que houve? - Me pergunta Laisa já apressada. As olho e respiro fundo me preparando para começar a contar. — Lembram-se dos documentos que me ajudaram a ter? - Concordam. — Quando desmaiei fui trazida para o castelo, lá atendida por Miguel o perguntei sobre minha bolsa onde guardei os tais papéis, ele me disse que a bolsa foi destruída, tudo o que acharam foram seus retalhos. As duas me olham espantadas, suas cabeças pensam e já tem a resposta, a mesma que a minha. — Esse ataque foi premeditado, eles sabiam da documentação! - Exclama Stephanie. — Sim, ele está envolvido, Noah quis matá-la, temos que preparar um contra-ataque. - Diz Laisa. — Aí que esta o maldito problema, a documentação não me dizia nada muito chamativo ou revelador, seria burrice ele ter feito isso! - A digo e me sento. — Sim, mas talvez ele pensou que descobrimos algo muito
A luz vinda de minha janela incomoda meus olhos e me praguejo por não ter fechado a janela antes de me deitar. Finalmente me dou por vencida e me levanto indo para meu banheiro. Depois de minhas necessidades matinais feitas, desço para acompanhar Vivian e me espanto ao vê-la acompanhada de Noah, o sorriso do homem me embrulha o estômago. — Bom dia! - Falo secamente. — Vejo que já está melhor, que bom que não aconteceu nada sério! - Sua voz me alcança e sinto o deboche presente em sua fala. Olho em seus olhos expelindo minha raiva em meu olhar e tudo que vejo em seus olhos azuis é malícia. — Sim, para o desgosto de alguns, permaneço viva! - Sorrio com escárnio. — Bom, se nos der licença estamos de saída, vamos Noah? - Vivian muda de assunto. — Sim, claro, vamos Vivian. Até Melany, tenha cuidado! - Sua fala me dá asco e percebo o aviso frio escondido em suas palavras. — Claro, agradeço a preocupação, mas aqueles que entra
O vejo exasperado, mas disfarça em seu sorriso fingido, o olho em fúria fria, meu semblante fechado transmite todo o ódio sentido neste momento. — Bem... - Finge uma tosse para concertar seu tom de voz e continua. — Por que está aqui? Seu avô a mandou? Me nego a tentar um acordo com você, meu interesse é conversar pessoalmente com Victor! - Gargalho alto, ironicamente o olho. — Não tem nada a se tratar com meu avô, sua conversa é comigo, maldito! Tive meus meios para conseguir isso e aqui está você, vamos, sente-se! - Em minha voz os punhais já foram lançados, o vejo me olhar desafiante mas me obedece. — Então, pequena princesa, me diga, o que deseja comigo? - Seu olhar malicioso me enoja e reviro meus olhos em desgosto. — Me diga Noah, por que estou tão curiosa? Como soube de minha pesquisa por seu passado e de sua família? Me conte, por que mandou seus fantoches me atacarem? - Ele ri. — Não sei do que está falando! — Não se faça de i
Meu avô anda em círculos em completa fúria, o que de certa forma quase me faz rir, minhas amigas se mantém caladas talvez assustadas com a aura dominante e raivosa de Victor. — Repita tudo que me disse, tem provas da traição de Noah? - Está furioso isso é óbvio e o obedeço de bom grado. — Noah Jarlath me confessou, ele está envolvido em meu acidente, assim como seu irmão Zeidan Jarlath. Zeidan participou do ataque e Noah arquitetou, agia como agente duplo entre nós e seu objetivo era tomar o poder da nossa família, vovô! - Alex se assusta com tudo e vejo seus olhos vermelhos sangue assim como de nosso avô. — Tem provas disso? - Continua e pergunta em falsa calma. — Armei uma emboscada para Noah, nossa conversa foi totalmente gravada, tenho também laudos do meu carro, junto a amostras de DNA! - Stephanie o entrega o gravador junto aos documentos. — E também tenho testemunhas, Laisa Stell, filha de uma família conselheira, Stephanie Grace, agente
Abro meus olhos devagar, a luz do sol ja se fazia presente e iluminava meu quarto, olho para o lado e vejo Vivian acordada, olhando ao redor vejo Stephanie e Laisa deitadas em uma cama improvisada e Katherine junto a Mary ainda dormindo, sorrio comigo mesma e tento me levantar. Vivian sorri para mim e também levanta, as lembranças de ontem ainda frescas em nossa memória o que nos faz rir, nos divertimos tanto depois do que aconteceu, vejo a minha amiga contente e isso me deixa muito feliz. Mary acorda e Katherine em seguida, elas riem e me olham, nos preparamos para o novo dia, deixo as duas tomarem um banho e logo depois vou, Stephanie e laisa foram para o quarto de Vivian, descendo as escadas todas juntas nos preparamos para tomar café, Mary faz careta ao ver as vampiras se servirem de sangue e rio com isso, continuamos a conversar durante um bom tempo até que todas se vão me deixando a sós com Vivian, mas prometeram marcarmos um dia para repetirmos a dose de ontem