CAPITULO 3

Scarllet

Sim! Isso é estranho, mas convenhamos que sua mãe biológica só teve sua primeira transformação aos 16 anos. De certa forma tenho um ano pra fazer tudo o que está em minha mente, por minha filha não ter se transformado aos doze anos, terei que mudar drasticamente meus planos.

Como os meus planos iniciantes foram por água abaixo por causa de sua genética, irei bolar outro.

Bom, tenho que arranjar um jeito de colocá-la dentro da alcateia de meus inimigos para assim ela poder se aproximar deles e então quando conseguir a confiança de todos para acabar com aquela familiazinha de merda, ah Lina irei acabar com você através de sua própria cria.

Mas como irei fazer isso?

Pensa, pensa, pensa Scarllet, tem que haver um jeito!

É isso! 

Scarllet você é uma gênia!

- Rê? - Falo colocando um pedaço de bolo em minha boca e o mastigando, na verdade fingindo pois, eu não como só finjo que engulo e depois vômito tudo pra minha filha não ver. Ela ainda não pode saber que sou vampira.

- Sim? - Diz engolindo um pedaço de bolo e percebo que seu corpo fica rígido já imaginando do que se trata.

- Sabe que é hoje o dia, não sabe? - Olho dentro de seus olhos.

-Sei, e eu irei cumprir com o que te prometi quando criança. - deu um sorrisinho de lado pra mim.

- Não sabe o quanto me deixa feliz em ouvir isso minha menina. - Digo sorrindo e dou um beijo em sua testa.

Não posso mentir, sim eu a roubei por vingança e tinha como plano matá-la e mandar o seu pequeno corpo embrulhado em uma caixa de presente como forma de retribuição pelo meu coração que já estava morto e que aquela desgraçada deixou mais morto ainda.

Bom, mas a pequena conseguiu me fazer mudar de ideia, assim que olhei em seus pequenos olhos verdes e suas pequenas mãos tocaram a minha ali eu vi que amaria. Mas, esse amor que sinto por ela não é o suficiente para me deixar dormir em paz durante a noite, sim mesmo a criando e amando como minha filha eu irei me vingar e de qualquer forma será usando ela. Depois que aquela mulherzinha pagar por ter tirado o amor de minha vida, eu e minha princesinha iremos ser muito felizes, iremos embora dessa região e construiremos uma nova vida mas não antes de eu me vingar do meu passado, me vingar daquela maldita loba.

- O que terei que fazer? - Sua pergunta me traz de volta a realidade.

- Primeiro você terá que ir até onde eles moram, não vou mentir, é uma longa e perigosa caminhada, ela irá durar cerca de uns quatro dias, quando chegar lá você irá simular que foi atacada por animais selvagens e implorar por ajuda. Depois que conseguir se infiltrar você tem que conseguir a confiança dos supremos e logo após irá me mandar um sinal.

- Qual sinal?

- Você vai levar este frasco - monstro um pequeno recipiente na cor azul - você vai colocar na refeição deles que após ingerir irão entrar em um sono profundo, esse outro - lhe dou um frasco que contém um aroma que apenas eu posso sentir o cheiro - Depois que tiver sucesso você irá abrir o frasco e jogar seu pó para o ar, e então eu chegarei até você.

- Certo até aí está muito fácil - Diz apoiando o queixo na mão.

- Tome coloque isso em seu pescoço e não tire de jeito nenhum. - A entrego um colar enfeitiçado para que seus pais biológicos não possam senti-la.

- Pra que esse colar? - diz avaliando o objeto - É tão bonito.

- Pra você ter a certeza que eu sempre estarei ao seu lado meu amor - minto acariciando sua bochecha.

- Obrigado, estou muito encantada, é lindo demais - Diz analisando o objeto em suas mãos, e maldita seja aquela loba, pois até um objeto seu encanta a minha filha.

- Não mais que você meu amor. Ah! E outra coisa, deixe seu colar sempre dentro da blusa para que ninguém veja tudo bem?

-Sim mamãe. - Afirma sorrindo.

- Você tem menos de um ano minha linda pra cumprir sua missão, deve fazê-los pensar que é uma jovem sozinha, perdida e sem família. Certo?

Ela assente com a cabeça e eu me levanto da cama indo em direção a porta do quarto.

- Vá se arrumar enquanto eu preparo as coisas que você irá precisar para a viagem - ordeno.

- Certo! Já ia mesmo tomar meu banho! - Diz levantando da cama e limpando as mãos no frágil tecido de seu pijama.

Sorrindo pra minha menina deixo seu quarto e fecho a porta atrás de mim.

Renata

Sinto minhas mãos suando frio, meu corpo se encontra agitado por não saber o futuro que me aguarda.

Eu passei tanto tempo me preparando para esse momento que agora eu sinto é a vontade de voltar no tempo em que apenas precisava passar horas e mais horas treinando para me aperfeiçoar em artes marciais. Ando de um lado para o outro dentro do quarto e passo freneticamente minhas mãos entre os longos fios de meus cabelos.

E se eu não conseguir?

Não! Isso não é hora pra se sentir insegura Renata! Você vai conseguir é por sua mãe, aquela que te criou com muito amor e carinho mesmo não sendo dela, e sou capaz de tudo!

Falo firmemente em meu subconsciente.

Tentando me manter confiante, pego a toalha no guarda-roupa e sigo para o banheiro que fica dentro do meu quarto.

Meu banheiro é pequeno e simples, todo revestido em madeira com armário embutido na parede e um espelho redondo em cima do mesmo. Um vaso sanitário e um box com o chuveiro onde tomo banho.

Me dispo e coloco minha roupa suja dentro do cesto que fica entre o vaso e o armário, depois de pendurar minha toalha caminho para o box e ligo o registro, tomo meu banho bem devagar tentando me distrair com o som da água que sai do chuveiro pra não pensar em como e onde estarei daqui à algumas horas, nunca fui além dessa floresta.

Após longos minutos embaixo do chuveiro me dou por satisfeita ao ver meus dedos todos enrugados. Saio de dentro do box e me enrolo na toalha, em seguida saio do banheiro e vou até o guarda-roupa, tiro a toalha de meu corpo mas não me seco pois estou com calor, visto minhas roupas uma regata preta, calça de couro também preta e um coturno de verniz, penteio meus cabelos em uma trança lateral e estou pronta pra seguir com minha missão.

-Já está pronta filha? - Minha mãe fala atrás da porta.

Vou até a porta e giro a maçaneta abrindo a mesma e me deparando com minha mãe sorrindo e com uma mochila que parece que ela colocou o mundo dentro.

- Não esqueça de vestir sua jaqueta de couro, não sabemos como pode está o tempo! - Diz me dando uma das jaquetas que ela lavou ontem.

Não sou muito de sair de casa, só saio para treinar e quando nós duas vamos tomar banho de cachoeira, por isso não faço a mínima ideia do que me aguarda.

- Como pude me esquecer? - Pego a jaqueta e visto - Obrigada mãe por me lembrar.

- Por nada meu amor, tome - me estende aquela mochila que mais parece uma mala - dentro tem tudo o que você irá precisar de mantimento até que chegue a alcateia, é importante que não desvie o caminho - alerta - à armas que irá precisar para simular o ataque estão no bolso da frente, após usar descarte-as imediatamente.

Pego a mochila e quase a deixo cair de tão pesada.

-Nossa mãe! Colocou chumbo aqui dentro ? - Pergunto enquanto coloco a mochila sobre meus ombros.

- Não, mas em outro momento quem sabe eu não coloco pra você parar de reclamar de barriga cheia - debocha.

- Vamos? Quanto mais rápido começarmos mais rápido acabamos.

- Sim!

Ela concorda e juntas caminhamos até a porta da sala, olho pra minha mãe e a mesma se encontra com os olhos marejados.

- Eu vou sentir sua falta querida - Diz me abraçando e eu retribuo com lágrimas nos olhos.

- Também sentirei a sua mamãe - Desfizemos o abraço.

- Vá minha menina antes que choremos que nem duas bebês - sorri de forma tranquila - Boa sorte.

Sorrio para ela e saio de dentro de casa, é terei uma longa jornada pela frente e realmente precisarei de muita sorte.

Mas estou confiante que honrarei a promessa que fiz a minha mãe, irei vingar a perda da sua família, dou o meu primeiro passo em direção a uma longa jornada, rumo ao desconhecido.

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