Scarllet
Sim! Isso é estranho, mas convenhamos que sua mãe biológica só teve sua primeira transformação aos 16 anos. De certa forma tenho um ano pra fazer tudo o que está em minha mente, por minha filha não ter se transformado aos doze anos, terei que mudar drasticamente meus planos.
Como os meus planos iniciantes foram por água abaixo por causa de sua genética, irei bolar outro.
Bom, tenho que arranjar um jeito de colocá-la dentro da alcateia de meus inimigos para assim ela poder se aproximar deles e então quando conseguir a confiança de todos para acabar com aquela familiazinha de merda, ah Lina irei acabar com você através de sua própria cria.
Mas como irei fazer isso?
Pensa, pensa, pensa Scarllet, tem que haver um jeito!
É isso!
Scarllet você é uma gênia!
- Rê? - Falo colocando um pedaço de bolo em minha boca e o mastigando, na verdade fingindo pois, eu não como só finjo que engulo e depois vômito tudo pra minha filha não ver. Ela ainda não pode saber que sou vampira.
- Sim? - Diz engolindo um pedaço de bolo e percebo que seu corpo fica rígido já imaginando do que se trata.
- Sabe que é hoje o dia, não sabe? - Olho dentro de seus olhos.
-Sei, e eu irei cumprir com o que te prometi quando criança. - deu um sorrisinho de lado pra mim.
- Não sabe o quanto me deixa feliz em ouvir isso minha menina. - Digo sorrindo e dou um beijo em sua testa.
Não posso mentir, sim eu a roubei por vingança e tinha como plano matá-la e mandar o seu pequeno corpo embrulhado em uma caixa de presente como forma de retribuição pelo meu coração que já estava morto e que aquela desgraçada deixou mais morto ainda.
Bom, mas a pequena conseguiu me fazer mudar de ideia, assim que olhei em seus pequenos olhos verdes e suas pequenas mãos tocaram a minha ali eu vi que amaria. Mas, esse amor que sinto por ela não é o suficiente para me deixar dormir em paz durante a noite, sim mesmo a criando e amando como minha filha eu irei me vingar e de qualquer forma será usando ela. Depois que aquela mulherzinha pagar por ter tirado o amor de minha vida, eu e minha princesinha iremos ser muito felizes, iremos embora dessa região e construiremos uma nova vida mas não antes de eu me vingar do meu passado, me vingar daquela maldita loba.
- O que terei que fazer? - Sua pergunta me traz de volta a realidade.
- Primeiro você terá que ir até onde eles moram, não vou mentir, é uma longa e perigosa caminhada, ela irá durar cerca de uns quatro dias, quando chegar lá você irá simular que foi atacada por animais selvagens e implorar por ajuda. Depois que conseguir se infiltrar você tem que conseguir a confiança dos supremos e logo após irá me mandar um sinal.
- Qual sinal?
- Você vai levar este frasco - monstro um pequeno recipiente na cor azul - você vai colocar na refeição deles que após ingerir irão entrar em um sono profundo, esse outro - lhe dou um frasco que contém um aroma que apenas eu posso sentir o cheiro - Depois que tiver sucesso você irá abrir o frasco e jogar seu pó para o ar, e então eu chegarei até você.
- Certo até aí está muito fácil - Diz apoiando o queixo na mão.
- Tome coloque isso em seu pescoço e não tire de jeito nenhum. - A entrego um colar enfeitiçado para que seus pais biológicos não possam senti-la.
- Pra que esse colar? - diz avaliando o objeto - É tão bonito.
- Pra você ter a certeza que eu sempre estarei ao seu lado meu amor - minto acariciando sua bochecha.
- Obrigado, estou muito encantada, é lindo demais - Diz analisando o objeto em suas mãos, e maldita seja aquela loba, pois até um objeto seu encanta a minha filha.
- Não mais que você meu amor. Ah! E outra coisa, deixe seu colar sempre dentro da blusa para que ninguém veja tudo bem?
-Sim mamãe. - Afirma sorrindo.
- Você tem menos de um ano minha linda pra cumprir sua missão, deve fazê-los pensar que é uma jovem sozinha, perdida e sem família. Certo?
Ela assente com a cabeça e eu me levanto da cama indo em direção a porta do quarto.
- Vá se arrumar enquanto eu preparo as coisas que você irá precisar para a viagem - ordeno.
- Certo! Já ia mesmo tomar meu banho! - Diz levantando da cama e limpando as mãos no frágil tecido de seu pijama.
Sorrindo pra minha menina deixo seu quarto e fecho a porta atrás de mim.
Renata
Sinto minhas mãos suando frio, meu corpo se encontra agitado por não saber o futuro que me aguarda.
Eu passei tanto tempo me preparando para esse momento que agora eu sinto é a vontade de voltar no tempo em que apenas precisava passar horas e mais horas treinando para me aperfeiçoar em artes marciais. Ando de um lado para o outro dentro do quarto e passo freneticamente minhas mãos entre os longos fios de meus cabelos.
E se eu não conseguir?
Não! Isso não é hora pra se sentir insegura Renata! Você vai conseguir é por sua mãe, aquela que te criou com muito amor e carinho mesmo não sendo dela, e sou capaz de tudo!
Falo firmemente em meu subconsciente.
Tentando me manter confiante, pego a toalha no guarda-roupa e sigo para o banheiro que fica dentro do meu quarto.
Meu banheiro é pequeno e simples, todo revestido em madeira com armário embutido na parede e um espelho redondo em cima do mesmo. Um vaso sanitário e um box com o chuveiro onde tomo banho.
Me dispo e coloco minha roupa suja dentro do cesto que fica entre o vaso e o armário, depois de pendurar minha toalha caminho para o box e ligo o registro, tomo meu banho bem devagar tentando me distrair com o som da água que sai do chuveiro pra não pensar em como e onde estarei daqui à algumas horas, nunca fui além dessa floresta.
Após longos minutos embaixo do chuveiro me dou por satisfeita ao ver meus dedos todos enrugados. Saio de dentro do box e me enrolo na toalha, em seguida saio do banheiro e vou até o guarda-roupa, tiro a toalha de meu corpo mas não me seco pois estou com calor, visto minhas roupas uma regata preta, calça de couro também preta e um coturno de verniz, penteio meus cabelos em uma trança lateral e estou pronta pra seguir com minha missão.
-Já está pronta filha? - Minha mãe fala atrás da porta.
Vou até a porta e giro a maçaneta abrindo a mesma e me deparando com minha mãe sorrindo e com uma mochila que parece que ela colocou o mundo dentro.
- Não esqueça de vestir sua jaqueta de couro, não sabemos como pode está o tempo! - Diz me dando uma das jaquetas que ela lavou ontem.
Não sou muito de sair de casa, só saio para treinar e quando nós duas vamos tomar banho de cachoeira, por isso não faço a mínima ideia do que me aguarda.
- Como pude me esquecer? - Pego a jaqueta e visto - Obrigada mãe por me lembrar.
- Por nada meu amor, tome - me estende aquela mochila que mais parece uma mala - dentro tem tudo o que você irá precisar de mantimento até que chegue a alcateia, é importante que não desvie o caminho - alerta - à armas que irá precisar para simular o ataque estão no bolso da frente, após usar descarte-as imediatamente.
Pego a mochila e quase a deixo cair de tão pesada.
-Nossa mãe! Colocou chumbo aqui dentro ? - Pergunto enquanto coloco a mochila sobre meus ombros.
- Não, mas em outro momento quem sabe eu não coloco pra você parar de reclamar de barriga cheia - debocha.
- Vamos? Quanto mais rápido começarmos mais rápido acabamos.
- Sim!
Ela concorda e juntas caminhamos até a porta da sala, olho pra minha mãe e a mesma se encontra com os olhos marejados.
- Eu vou sentir sua falta querida - Diz me abraçando e eu retribuo com lágrimas nos olhos.
- Também sentirei a sua mamãe - Desfizemos o abraço.
- Vá minha menina antes que choremos que nem duas bebês - sorri de forma tranquila - Boa sorte.
Sorrio para ela e saio de dentro de casa, é terei uma longa jornada pela frente e realmente precisarei de muita sorte.
Mas estou confiante que honrarei a promessa que fiz a minha mãe, irei vingar a perda da sua família, dou o meu primeiro passo em direção a uma longa jornada, rumo ao desconhecido.
- Droga! - Exclamo frustrada pela quinta vez. Desde que eu comecei com essa bendita jornada estou a quase um dia inteiro caminhando. O sol está em seu ponto mais alto, então presumo já ser meio-dia ou mais conhecido como horário de almoço e eu ainda não parei para comer. Acho que por causa da adrenalina de estar em uma missão, até esse momento não sinto fome, mas sinto dor. -Aí! - grito ao sentir uma pedra solta ralar a minha mãe e me fazer perder o equilíbrio. Sinto o impacto de cada pedra contra o meu corpo, com certeza ficarei roxa. - Merda! - Xingo revoltada enquanto observo com desgosto o caminho que terei que percorrer novamente. Olho para o meu corpo e vejo que minha calça já está rasgada por causa das diversas vezes que rolei nessa montanha de pedras. Meus braços estão protegidos pela minha jaqueta de couro super resistente, mas mesmo assim meus músculos sentem o impacto da queda e tudo o que veio depois. Conto até dez mentalmente e respiro fundo, meu corpo treme pela dor
Sinto o suor escorrer pela minha testa e findar em meu queixo, estou a quase cinco horas seguidas cortando lenha para o fogão e a fogueira que faço em noites de frio, parece que vem uma frente fria por aí.Andei pelo mundo inteiro procurando um lar para morar, vaguei do norte ao sul, do leste ao oeste, conheci diversas cidades com culturas variadas, mas em nenhum lugar me sentir em casa até que encontrei esse lugar no topo da montanha Miragem, sua subida é muito perigosa pois a mesma é coberta por pedra em todos os seus lados, mas quando se chega ao topo a vista faz jus ao nome e faz com que fiquemos felizes por enfrentar o perigo de subir-lá, a vista daqui de cima é tão incrível... Daí o nome da montanha.Ao pé da montanha se encontra o rio Deivis, que ganhou esse nome, pois o
RenataO que é isso?Hum... Parece som de pássaros. Que delícia! É tão bom acordar ouvindo o som do canto dos pássaros pela manhã, me faz lembrar de casa.Me remexo na cama e não reconheço onde me encontro. Abro meus olhos e não reconheço esse teto que estou a olhar. Levanto da cama.-Aí! Droga! - Murmuro olhando para meu pé que foi acertado por algum tipo de livro.Ergo meu pé e com as mãos faço uma leve massagem no antes de pegar o livro. Ao ler seu título ADEUS À HUMANIDADE&nbs
Lucca- O que foi? - Debocha de mim Edgar filho do Alpha Logan e sua companheira filha do antigo alpha, Melanie. - O lobo comeu sua língua? Ah! Esqueci que você não tem lobo.Edgar riu junto com sua turma: Lola, Deivid, Leandro, Megan e Melanie.Me afasto deles, todos me odeiam, mesmo eu sendo filho dos supremos alphas eles não me respeitam. Eu nunca contei para meus pais, para não rirem ainda mais da minha cara, me chamam de filhinho de supremo fajuto. Insinuam que eu junto com meu irmão fomos encontrados na floresta e por sentirem pena de nosso estado os supremos resolveram nos adotar, são todos idiotas, tenho vontade de sumir quando as insinuações começam.Agora, o que eu acho mais engraçado é que ninguém faz bullying com Luan Raphael, mas também, como abusar dele? Ele, mesmo não tendo se transformado assim como eu, é um dos m
Nicollas- Calma minha loba - faço carinho na testa de Lina - Não fique assim.Ela levanta a cabeça do meu peito e nos encaramos, posso sentir através da nossa ligação o quão incomodada e inquieta ela está.- Nick, eu sinto que algo vai acontecer. Sabe, eu estou sentindo uma euforia, mas também estou sentindo um aperto estranho no coração - Ela desvia o olhar e volta a se deitar em meu peito - Eu sinto que está pra acontecer algo importante que vai mudar as nossas vidas, mas não sei o que é. E tenho medo disso não sei se é algo bom ou ruim - me abraça forte, beijo o topo de sua cabeça e com minha mão direita faço carinho em suas costas.Sei como dev
Lina adentra o quarto com as roupas em mãos, ela tem um olhar meigo e triste, por que será?- Aqui Lena - ela estende a mão com uma peça de roupa - Tem uma camisola pra você vestir agora a noite, uma calça jeans e uma regata preta pra se trocar amanhã pra gente poder conversar tranquilos com você descansada.- Obrigado senhora - pego as roupas de suas mãos e dou um sorriso de lado, seus olhos se arregalam de leve mais antes que eu possa perguntar algo ela se recompõe, o meu sorriso logo morre ao ouvir meu estômago fazer um barulho horrível denunciando que já estou a um bom tempo sem ingerir alimento me deixando extremamente envergonhada, sinto minhas bochechas esquentarem.- Por favor, me chame apenas de Lina - ela pede e balanço a cabeça assentindo - Quando acabar com o banho te trarei uma refeição bem gostosa - ela pisca para mim.- Obrigada e me desculpe pelo incômodo de ter que abrigar uma estranha em sua casa,
( Renata )Acordo com a claridade do dia invadindo o quarto, me espreguiço e permaneço deitada. Dormi a noite toda e meus músculos estão tão relaxados que só posso agradecer a cama confortável. Respiro fundo e meus pensamentos divagam até a minha mãe.Mamãe, eu consegui chegar até as pessoas que te fizeram mal, consegui me infiltrar na casa de sua inimiga, Lina.E bom, lá é exatamente como a senhora falou, tem um rosto sereno, bonito e um sorriso calmo, combinação perfeita para uma falsa.Eu queria poder te ver, essa distância toda me deixa com muita saudade, também não sou acostumada a ficar longe da senhora, essa é a primeira vez que me vejo literalmente sozinha em uma missão, no meio de estranhos e pior, estranhos do mal. Não vejo a hora de poder te ajudar a se vingar dessas pessoas e finalmente voltar pra casa e te contar sobre toda a trajetória que percorri.E contar também sobre o belo homem que encontrei nas montanhas. Deniel,
(Lucca) Mais um dia nessa escola, mais um dia ouvindo sempre as mesmas piadinhas. Por quê eu não posso ser que nem o meu irmão? E faze-los me respeitar nem que fosse na base da porrada, queria poder ficar sem ouvir essas ofensas, elas doem na alma. Eu sei que sou o futuro Beta e deveria impor respeito, mas não consigo, sou um fraco.Bom mesmo seria não ter que vim mais para academia e não ter esses insuportaveis no meu pé, porém tenho alguns motivos para vim todos os dias. Primeiro, meus pais me matariam se eu não viesse. Segundo, eu quero mostrar que eu sou sim um lobo e que a minha hora vai chegar assim como a de todos e então poderei provar que serei um bom guerreiro, sou o futuro Beta. Terceiro, mas não menos importante, ao menos na academia é o local onde posso passar mais tempo admirando a garota mais linda do mundo!Isabella, meu amor