Como de costume a casa estava silenciosa e eu nunca havia gostado tanto desse silêncio antes quanto agora, me sentia mais aliviada, pelo menos por enquanto ao saber que ainda não havia me deparado com Renato e suas implicâncias, feliz por ele ser ausente a maior parte do tempo, afinal, eu estava com visitas do qual não desejava que vissem como a minha vida estava sendo desastrosa dentro daquela mansão. Tudo o que havia acontecido pela manhã parecia uma avalanche de coisas a se pensar e eu me sentia cada vez mais ansiosa, respirava fundo tentando me acalmar, mas e se Damon aparecesse para o almoço? Ainda não sabia com qual cara ia olhá-lo, ainda precisava pensar em como ia falar com Jonathan, não conseguia parar de me sentir mal com a estadia de seus pais, mas ia esperar até que eles fossem embora para terminar com o noivado, afinal, eu duvidava muito que assim que eu contasse sobre o que havia acontecido Jonathan ia me perdoar. Estava uma pilha de nervos enquanto via meu com
— É, você tem aquela coisa de reencarnação né? — Ela parecia evitar de fazer uma careta, ainda assim a sua expressão não era boa — Mas Jonathan cresceu na igreja. Balancei a cabeça assentindo. — Eu vou ver isso depois. Ela assentiu. — Eu posso te ajudar a escolher o vestido e o buquê, o bufê tem que ser o melhor da cidade e as flores do salão, tem que ter muitas flores na igreja também. A sua voz estava começando a me irritar, podia sentir que estava ficando sufocada enquanto falava. Olhei em volta, tudo parecia desfocado, não conseguia mais prestar atenção na conversa. — Rosa? Olhei nos olhos de Marta prestando atenção. — Sim? — Você não parecia prestar atenção. — Me desculpe Marta, eu não estou me sentindo bem essa manhã. — O que foi? É um mal estar? Balancei a cabeça assentindo, aproveitando a oportunidade. — Quer que eu fale com Jonathan, chame alguém ou o acompanhe até o quarto? — Não é preciso, não é nada demais — Olhei para o relógi
— Eu… Eu só queria… Ele ergueu as sobrancelhas me deixando mais nervosa, um silêncio pairou entre nós enquanto ele me olhava, sabia que esperava a resposta, mas eu não sabia o que dizer. — Você parou de por chocolate nos últimos dias. — Sim, acho que eu estava sendo boba. — Eu gosto de doces, quem te contou sobre isso? Foi Wallace? Arregalei os olhos surpresa. — Como sabia? — Você anda para cima e para baixo com ele. Balancei a cabeça assentindo, realmente não era difícil de deduzir. — Eu gosto de pudim e torta de limão. — O que? — Franzi o cenho sem entender. — Eu estou dizendo os doces que mais gosto, da próxima vez bote um deles na minha porta. Sorri constrangida. — Pudim de milho é o meu pudim favorito, já comeu? Ele franziu o cenho. — Milho? — Sim. — Não, mas tudo o que tem milho é bom. — Sim, verdade — Sorri — Você quer entrar? Olhei em volta para o meu quarto sem saber o que fazer, eu estava de hobby convidando um home
Balancei a cabeça assentindo e me virei rápido indo em direção às escadas, senti a mão de Damon me segurar e me virei para ele. — Em quanto tempo você consegue se arrumar? — Não sei, vinte minutos. — Faça isso em dez. Ele me soltou e subi às escadas nervosas. Enquanto subia meus pensamentos pareciam nublados, me voltei para o que eu ia vestir, somente um vestido vinha na minha mente, era o mais bonito que eu tinha e o que estava guardando para o dia da reunião, tomei um banho rápido e joguei o vestido por cima, um pente para desembaraçar os cabelos e a bolsa do qual tinha o básico, queria causar uma boa impressão, mas esse era o máximo que eu conseguia nervosa e apressada do jeito que eu estava, desci às escadas e o carro de Damon estava parado em frente a porta, era a lamborghini avaliada em vinte milhões, aquela pelo qual ele havia batido o pé dizendo que queria quando o testamento estava sendo lido por Lorenzo. Abri a porta e entrei rápido, Damon começou a dirigi
Renato não prolongou a discussão, ao invés disso ele saiu a passos rápidos e ficamos sabendo, que um pouco depois ele já não estava mais no prédio, diferente de mim e de Damon que fomos até a antiga sala de Antonio onde Damon parecia procurar algo, alguns minutos depois batidas na porta me deixaram em alerta, eu e Damon olhamos juntos para ela. — Deve ser Thomas — Disse Damon para mim — Entre. A porta se abriu revelando o rosto de um homem loiro, de estatura mediana e robusto, possuía uma barba fina e bem feita, olhos azuis chamativos e um óculos charmoso sobre o rosto. Ele se aproximou de Damon e abriu um sorriso, seu perfume poderia ser sentido a distância de metros, era bom ao olfato. — Thomas. — Damon. Damon soltou a mão dele, me aproximei deles. — Essa é Rosalina Danzi, a nova proprietária da empresa, Rosa, essa é Thomas o vice-presidente da empresa e meu espião, o cara mais competente desse lugar. Thomas soltou uma risada gostosa e estendeu a mão que
— O caminho parece um filme de terror, mas vale a pena por essa vista — Falei e Damon sorriu. — Achei que ia gostar, já que gosta de observar as estrelas do terraço. — O que eu mais gostei é que aqui não é lá, não é a mansão. Damon balançou a cabeça assentindo. — Hoje mais cedo, com a sua sogra… — Não se preocupe, você estava certo — Falei rápido o tranquilizando, Damon assentiu e eu continuei — Eu também não gostei do que ela fez, obrigada por me defender. — Por que deixa que ela te trate assim? — Eu não deixo, eu vou empurrando até que uma hora, eu exploda. — E se você não explodir? Você só continua engolindo esperando que um dia acabe? — Suas palavras me chamaram atenção, ergui os olhos para olhá-lo, Damon estava com o semblante endurecido, sério e me encarava esperando por uma resposta talvez, mas então ele continuou — Rosa, não deixe ninguém te diminuir, desfazer de você ou te humilhar. — Ela não estava fazendo isso. Damon balançou a cabeça. —
Ainda podia sentir a adrenalina e agitação do momento surpresa, pois em minuto eu estava andando rápido sem ouvir os gritos de Damon sobre os perigos noturnos daquele lugar e no outro, eu havia rolado desfiladeiro abaixo, mas não havia doido. Abri os olhos devagar e olhei para Damon que se erguia devagar, ele olhou para o meu rosto e toquei em seu rosto preocupada o examinando, achando impossível que ele não tivesse se machucado depois de me abraçar ao cair, para amortecer a minha queda. — Damon, Damon? — Perguntei exasperada. — Eu estou bem — Disse ele, somente banhado pela luz fraca que a luz emitida sobre o seu rosto, Damon fazia uma careta e eu sabia que ele estava sentindo dor. — Não está bem, onde dói? — Não foi nada — Disse ele se levantando de cima de mim, ele me olhou de cima abaixo — Eu te machuquei? — Não — Falei, o corpo de Damon havia sido o que amorteceu a queda, tudo foi muito rápido, quando cai ele me puxou sobre o seu peito, mas já era tarde e
— Eu estava brincando com você, não precisa ficar tensa. — Como consegue brincar em uma situação dessas? — Perguntei incrédula. — Se eu ficar desesperado, vai ajudar mais? Ponderei suas palavras e relaxei os ombros, realmente Damon estava certo. — Vamos olhar para o lado bom. — O que é? — Achamos um lugar para passar a noite e temos até sobremesa! — Falei erguendo a lata de pêssego conservado. Damon sorriu. — Bote na geladeira eu vou levar os pratos e você a cerveja. Balancei a cabeça assentindo e me aproximei da geladeira vendo ele sair da cozinha, ele era bonito de costas também, balancei a cabeça incrédula e foquei no que eu estava fazendo. Me sentei à mesa com Damon e ele ergueu a cerveja para brindar com a minha, mesmo que eu não fosse beber, odiava cerveja com comida, mas ainda assim não fiz a desfeita e brindei. Depois de comermos, peguei os pratos e fui para a cozinha, o ambiente sombrio do lado de fora da janela ainda me causa arrepios entã