— Eu estava brincando com você, não precisa ficar tensa. — Como consegue brincar em uma situação dessas? — Perguntei incrédula. — Se eu ficar desesperado, vai ajudar mais? Ponderei suas palavras e relaxei os ombros, realmente Damon estava certo. — Vamos olhar para o lado bom. — O que é? — Achamos um lugar para passar a noite e temos até sobremesa! — Falei erguendo a lata de pêssego conservado. Damon sorriu. — Bote na geladeira eu vou levar os pratos e você a cerveja. Balancei a cabeça assentindo e me aproximei da geladeira vendo ele sair da cozinha, ele era bonito de costas também, balancei a cabeça incrédula e foquei no que eu estava fazendo. Me sentei à mesa com Damon e ele ergueu a cerveja para brindar com a minha, mesmo que eu não fosse beber, odiava cerveja com comida, mas ainda assim não fiz a desfeita e brindei. Depois de comermos, peguei os pratos e fui para a cozinha, o ambiente sombrio do lado de fora da janela ainda me causa arrepios entã
Quando amanheceu levantamos bem cedo e saímos a procura da estrada ou pelo menos de área e após conseguir, solicitamos resgate. Infelizmente, pelo sobrenome dos Bonner, antes do meio-dia já havia um enxame de repórteres em frente a mansão querendo conversar conosco. Thomas também estava lá, assim que chegou ele nos comprimentou e se sentou perto da janela onde olhava para a extensão do jardim, daquela distância os repórteres pareciam formigas, ele pegou um cigarro e botou nos lábios o acendendo. — Acho que vocês deveriam aparecer e dar entrevista. — Por que faríamos isso? — Perguntou Damon. — Está na reta da mídia e não é de forma negativa, estão saindo como coitados. — Isso parece muito reconfortante — Comentei baixo e Thomas me olhou como se tivesse acabado de notar a minha presença, senti meu rosto esquentar — Desculpa, eu não… — Você está certa, ninguém gosta de parecer um coitado, mas neste momento qualquer engajamento para vocês é bom, às pessoas precisam te
— O que? — Perguntei incrédula e então consertei minha postura percebendo que havia saído do personagem — Esse é mais um boato, eu sou comprometida, meu noivo está lá dentro, eu e o Sr. Bonner temos uma amizade sólida do qual trabalhamos muito em conjunto para cuidar das necessidades da empresa e dar o melhor para manter o legado do Sr. Antonio. Senti quando o clima mudou, os repórteres pareciamos mais agitados deixando os seguranças em alerta, dei um passo para trás sem me alarmar e confusa com o que responder ou a quem, centenas de perguntas eram dirigidas a mim de uma só vez “ Qual era a sua relação com o Sr. Antonio?” “Como era ter que lidar com a mudança radical de vida” “Como é ser a nova herdeira dos Bonner” somente coisas relacionadas a Antônio, a sua morte e a fortuna que ele deixou para mim, essas perguntas que achei que iam se cessar estavam apenas acumulando com o tempo e agora, eram todas despejadas de uma vez. Senti a mão de Damon em minhas costas, um toque leve e
— Sr. Rosalina — A voz de Wallace me chamou atenção, parei no corredor o esperando — Estava te procurando, chegaram novas cartas para a Senhorita. Aceitei as cartas e franzi o cenho, já fazia pelo menos duas semanas que eu não recebia carta alguma. — Os Windson ligaram pela tarde, eles desejam que você e os Bonner participem de um jantar na casa deles. — E quem são os Windson? — São os donos da fabrica de chocolate que fica em Mitcham. Arregalei os olhos à medida que meu coração parecia querer saltar pela boca. — São eles? - Perguntei arregalando os olhos. — São, Senhorita. — E para quando é esse jantar? — Para quarta-feira. Balancei a cabeça aliviada, pelo menos eu tinha dois dias para me preparar. — O que disse a eles? Wallace parecia mudo, ele me olhou nos olhos e disse de forma desconcertada pela primeira vez. — Eu não posso dar uma resposta, Senhorita. Balancei a cabeça assentindo, tudo isso ainda era novo para mim. — Eu terei que ver
— Marta — Olhei para William me sentindo culpada pelo jantar desastroso. Ele só abriu um sorriso amarelo, sem graça, descontente e saiu logo atrás de Marta. Assim como Marta e William eu não consegui ficar a mesa por mais de cinco minutos, remexi a comida e levei uma batata aos lábios, então disse: — Já comemos juntos. Me levantei e saí ouvi a voz de Edgar me chamando no corredor e me virei para olhá-lo. — Você está bem? — O que acha? Ele balançou a cabeça assentindo. — O que eu posso fazer? — Nada, você já usou sua voz no jantar. Agora eu só quero descansar — Olhei para às paredes, o tom vivido de pastel, os detalhes sobre a parede em relevo e falei — Todos os nossos jantares juntos ou melhor, com Renato me fazem pensar em desistir, pegar minhas coisas e ir embora, mas então eu olho para Damon e fico. — Você é forte Rosa, por menos, eu teria ido embora. Balancei a cabeça assentindo. — Eu e Renato precisamos entrar em um acordo ou vamos nos matar,
Todo o meu corpo tremia de forma involuntária quando percebi que estava prestes a passar mal, me levantei. Havia pensado em muitas coisas e me torturado por uma hora enquanto chorava, achei que ia melhorar, mas não aconteceu. Tinha nojo do rosto de Jonathan e sentia que aquelas paredes estavam prestes a me sufocar, então saí do quarto e fui para o único local onde eu sabia que poderia me acalmar completamente. Bati na porta de Damon de forma exasperada, ainda tentando conter a respiração e às lágrimas, ele atendeu na segunda batida com olhos sonolentos, ainda era quatro da manhã, seus olhos levemente inchados e vermelhos, seu cabelo desgrenhado. Uma vez que ele havia me tranquilizado e dito que eu poderia vir, que eu não precisava sofrer sozinha me joguei sobre seus braços sem exitar e fechei os olhos. Damon abriu mais a porta para que eu entrasse e assim o fiz, me sentei perto da janela, no acolchoado confortável, mal conseguia respirar entre os soluços quando Damon se
Abri a porta e logo avistei Jonathan, ele estava secando os cabelos recém molhados, era algo que eu gostava, de vê-lo com o cabelo molhado, agora, eu não sentia nada. — Onde estava tão cedo? Suspirei triste e engoli o choro, ainda era difícil para mim olhar-lo. — Rosa? — Não é da sua conta. — Como? — Ele franziu o cenho — O que deu em você? O olhei seria o silêncio crescente e então ele sorriu. — Entendi, você está brava comigo porque cheguei tarde ontem. Eu posso explicar, mas depois do café da manhã. — Você consegue comer de ressaca? — Com certeza não, mas eu preciso de água. — Ótimo, beba água e vá embora. — O que? — Foi isso que ouvi. Jonathan ficou mudo, ele me olhou com olhos arregalados. — Rosa, isso tudo foi porque cheguei tarde ontem… — Não, isso é por mim. Pegue todas as suas coisas e vá embora, não vou te dar o tempo do café da manhã para pensar nas desculpas que vai arrumar e em como eu sou uma tonta. — Rosa… O encarei
— Maldito! — Gritou Jonathan e tentou avançar para cima de Damon, de novo eu estava na frente, mas em um surto de adrenalina, Jonathan me puxou pelo braço me tirando da frente e assim, avançando para cima de Damon. Ambos caíram e rolaram pela escada, me segurei na barra e senti que meu coração ia parar de tão rápido que bateu, a imagem deles rolando pela escada era como um soco em meu estômago, o medo batia em meu rosto com força, uma queda daquelas poderia matá-los, arregalei os olhos exasperada e ansiosa vi Damon se mexer e Jonathan esticar a perna e grunhir de dor, apesar disso era o que mais se movia, eles pareciam com dor, mas estavam vivos, de canto de olho notei Edgar que já subia as escadas com os olhos presos em mim. — O que está acontecendo — Olhei para trás, Marta parecia desesperada ao ver seu filho caído pé da escada ao lado de Damon — Rosa, o que é isso? A olhei sem paciência para explicações e senti o toque suave de Edgar no meu braço. — Você está bem, Ro