— O caminho parece um filme de terror, mas vale a pena por essa vista — Falei e Damon sorriu. — Achei que ia gostar, já que gosta de observar as estrelas do terraço. — O que eu mais gostei é que aqui não é lá, não é a mansão. Damon balançou a cabeça assentindo. — Hoje mais cedo, com a sua sogra… — Não se preocupe, você estava certo — Falei rápido o tranquilizando, Damon assentiu e eu continuei — Eu também não gostei do que ela fez, obrigada por me defender. — Por que deixa que ela te trate assim? — Eu não deixo, eu vou empurrando até que uma hora, eu exploda. — E se você não explodir? Você só continua engolindo esperando que um dia acabe? — Suas palavras me chamaram atenção, ergui os olhos para olhá-lo, Damon estava com o semblante endurecido, sério e me encarava esperando por uma resposta talvez, mas então ele continuou — Rosa, não deixe ninguém te diminuir, desfazer de você ou te humilhar. — Ela não estava fazendo isso. Damon balançou a cabeça. —
Ainda podia sentir a adrenalina e agitação do momento surpresa, pois em minuto eu estava andando rápido sem ouvir os gritos de Damon sobre os perigos noturnos daquele lugar e no outro, eu havia rolado desfiladeiro abaixo, mas não havia doido. Abri os olhos devagar e olhei para Damon que se erguia devagar, ele olhou para o meu rosto e toquei em seu rosto preocupada o examinando, achando impossível que ele não tivesse se machucado depois de me abraçar ao cair, para amortecer a minha queda. — Damon, Damon? — Perguntei exasperada. — Eu estou bem — Disse ele, somente banhado pela luz fraca que a luz emitida sobre o seu rosto, Damon fazia uma careta e eu sabia que ele estava sentindo dor. — Não está bem, onde dói? — Não foi nada — Disse ele se levantando de cima de mim, ele me olhou de cima abaixo — Eu te machuquei? — Não — Falei, o corpo de Damon havia sido o que amorteceu a queda, tudo foi muito rápido, quando cai ele me puxou sobre o seu peito, mas já era tarde e
— Eu estava brincando com você, não precisa ficar tensa. — Como consegue brincar em uma situação dessas? — Perguntei incrédula. — Se eu ficar desesperado, vai ajudar mais? Ponderei suas palavras e relaxei os ombros, realmente Damon estava certo. — Vamos olhar para o lado bom. — O que é? — Achamos um lugar para passar a noite e temos até sobremesa! — Falei erguendo a lata de pêssego conservado. Damon sorriu. — Bote na geladeira eu vou levar os pratos e você a cerveja. Balancei a cabeça assentindo e me aproximei da geladeira vendo ele sair da cozinha, ele era bonito de costas também, balancei a cabeça incrédula e foquei no que eu estava fazendo. Me sentei à mesa com Damon e ele ergueu a cerveja para brindar com a minha, mesmo que eu não fosse beber, odiava cerveja com comida, mas ainda assim não fiz a desfeita e brindei. Depois de comermos, peguei os pratos e fui para a cozinha, o ambiente sombrio do lado de fora da janela ainda me causa arrepios entã
Quando amanheceu levantamos bem cedo e saímos a procura da estrada ou pelo menos de área e após conseguir, solicitamos resgate. Infelizmente, pelo sobrenome dos Bonner, antes do meio-dia já havia um enxame de repórteres em frente a mansão querendo conversar conosco. Thomas também estava lá, assim que chegou ele nos comprimentou e se sentou perto da janela onde olhava para a extensão do jardim, daquela distância os repórteres pareciam formigas, ele pegou um cigarro e botou nos lábios o acendendo. — Acho que vocês deveriam aparecer e dar entrevista. — Por que faríamos isso? — Perguntou Damon. — Está na reta da mídia e não é de forma negativa, estão saindo como coitados. — Isso parece muito reconfortante — Comentei baixo e Thomas me olhou como se tivesse acabado de notar a minha presença, senti meu rosto esquentar — Desculpa, eu não… — Você está certa, ninguém gosta de parecer um coitado, mas neste momento qualquer engajamento para vocês é bom, às pessoas precisam te
— O que? — Perguntei incrédula e então consertei minha postura percebendo que havia saído do personagem — Esse é mais um boato, eu sou comprometida, meu noivo está lá dentro, eu e o Sr. Bonner temos uma amizade sólida do qual trabalhamos muito em conjunto para cuidar das necessidades da empresa e dar o melhor para manter o legado do Sr. Antonio. Senti quando o clima mudou, os repórteres pareciamos mais agitados deixando os seguranças em alerta, dei um passo para trás sem me alarmar e confusa com o que responder ou a quem, centenas de perguntas eram dirigidas a mim de uma só vez “ Qual era a sua relação com o Sr. Antonio?” “Como era ter que lidar com a mudança radical de vida” “Como é ser a nova herdeira dos Bonner” somente coisas relacionadas a Antônio, a sua morte e a fortuna que ele deixou para mim, essas perguntas que achei que iam se cessar estavam apenas acumulando com o tempo e agora, eram todas despejadas de uma vez. Senti a mão de Damon em minhas costas, um toque leve e
— Sr. Rosalina — A voz de Wallace me chamou atenção, parei no corredor o esperando — Estava te procurando, chegaram novas cartas para a Senhorita. Aceitei as cartas e franzi o cenho, já fazia pelo menos duas semanas que eu não recebia carta alguma. — Os Windson ligaram pela tarde, eles desejam que você e os Bonner participem de um jantar na casa deles. — E quem são os Windson? — São os donos da fabrica de chocolate que fica em Mitcham. Arregalei os olhos à medida que meu coração parecia querer saltar pela boca. — São eles? - Perguntei arregalando os olhos. — São, Senhorita. — E para quando é esse jantar? — Para quarta-feira. Balancei a cabeça aliviada, pelo menos eu tinha dois dias para me preparar. — O que disse a eles? Wallace parecia mudo, ele me olhou nos olhos e disse de forma desconcertada pela primeira vez. — Eu não posso dar uma resposta, Senhorita. Balancei a cabeça assentindo, tudo isso ainda era novo para mim. — Eu terei que ver
— Marta — Olhei para William me sentindo culpada pelo jantar desastroso. Ele só abriu um sorriso amarelo, sem graça, descontente e saiu logo atrás de Marta. Assim como Marta e William eu não consegui ficar a mesa por mais de cinco minutos, remexi a comida e levei uma batata aos lábios, então disse: — Já comemos juntos. Me levantei e saí ouvi a voz de Edgar me chamando no corredor e me virei para olhá-lo. — Você está bem? — O que acha? Ele balançou a cabeça assentindo. — O que eu posso fazer? — Nada, você já usou sua voz no jantar. Agora eu só quero descansar — Olhei para às paredes, o tom vivido de pastel, os detalhes sobre a parede em relevo e falei — Todos os nossos jantares juntos ou melhor, com Renato me fazem pensar em desistir, pegar minhas coisas e ir embora, mas então eu olho para Damon e fico. — Você é forte Rosa, por menos, eu teria ido embora. Balancei a cabeça assentindo. — Eu e Renato precisamos entrar em um acordo ou vamos nos matar,
Todo o meu corpo tremia de forma involuntária quando percebi que estava prestes a passar mal, me levantei. Havia pensado em muitas coisas e me torturado por uma hora enquanto chorava, achei que ia melhorar, mas não aconteceu. Tinha nojo do rosto de Jonathan e sentia que aquelas paredes estavam prestes a me sufocar, então saí do quarto e fui para o único local onde eu sabia que poderia me acalmar completamente. Bati na porta de Damon de forma exasperada, ainda tentando conter a respiração e às lágrimas, ele atendeu na segunda batida com olhos sonolentos, ainda era quatro da manhã, seus olhos levemente inchados e vermelhos, seu cabelo desgrenhado. Uma vez que ele havia me tranquilizado e dito que eu poderia vir, que eu não precisava sofrer sozinha me joguei sobre seus braços sem exitar e fechei os olhos. Damon abriu mais a porta para que eu entrasse e assim o fiz, me sentei perto da janela, no acolchoado confortável, mal conseguia respirar entre os soluços quando Damon se