Quando acordei pela manhã tomei café da manhã sozinha, Edgar havia levado Lisa até em casa, ele não demonstrou estar irritado comigo, mas também não havia tomado café da manhã comigo, assim como Damon que eu nem mesmo havia visto chegar, se é que ele havia chegado. Depois do café da manhã subi e fui em direção ao escritório, tamborileiro os dedos na mesa ansiosa, sem saber se ele iria trabalhar ou não e fui para o corredor onde abri as janelas a fim de sentir a brisa, fiquei um tempo olhando por ela, talvez quisesse ver Damon chegando. O seu carro parou em frente a casa fazendo meu coração bater mais forte, alisei de leve minhas mãos e olhei para as horas, eram nove e meia. Não demorou muito para que eu visse o rosto de Damon aparecer pelo corredor, ele estava com a camisa amarrotada e os cabelos bagunçados, procurei alguma marca de batom, mas não achei e o seu perfume ainda era o mesmo. Ele tentou atravessar o corredor e parei na sua frente, se esquivou de mim, mas fui mai
Buzinei pela terceira vez e Edgar me olhou de cara feia, enfim Lisa se deu conta de quem fosse na rua que estava fazendo os seus vizinhos gritam e xingam que não ia parar tão cedo, ela abriu a porta zangada e olhou em volta, com certeza ia me xingar também, mas ao constatar que era eu ela suavizou rápido às expressões. — Rosa, esperai que eu vou descer. Eu ainda estava acenando quando Lisa saiu da janela tão rápido quanto apareceu, notei um homem vendendo casquinhas de sorvete. — Eu quero sorvete, você quer? — Não. — Tem certeza? — Perguntei certa de que Edgar não recusava um doce, ele suspirou e saiu do carro, sorri animada e sai do carro também. Comemos e então voltamos para o carro, eu já estava cansada de esperar por Lisa quando ela apareceu. — O que está fazendo aqui Rosa? — Eu estava entediada, então quis dar uma volta — Respondi — Viemos te sequestrar, entre no carro. Lisa me olhou de forma engraçada. — Não, eu não vim fazer isso — Disse Edgar.
Olhei em volta, o salão de mais de vinte metros tinha o seu vigor, era enorme e tudo parecia impecável. A banda em um som baixo e calmo tocava músicas clássicas no piano, violino e violão celta. — Aquele ali no canto — Damon apontou com a cabeça e seguiu seus olhos — O de terno azul conversando com outros dois homens, ele se chama Luis Candido e é um dos sócios. — Achei que íamos procurar uma esposa para você. — Também, há muitas mulheres da alta sociedade aqui. Balancei a cabeça assentindo. — E tem algum rosto novo que te interesse ou um antigo que já tenha afinidade? Damon fez uma careta. — Tem muitas mulheres bonitas aqui — Falei olhando em volta, me sentindo insegura — Por que nenhuma te interessa? — Todas aqui eu já tive pelo menos uma conversa e te digo com afinco, que todas são fúteis. — Então deve concordar comigo — Olhei nos olhos dele — Eu te disse a semanas atrás que não acharia uma esposa em lugares assim. — Você quer que eu faça o que? Meu d
Olhei nos olhos de Brad sem acreditar que ele estava me chamando para sair, mas claro esse era o real motivo de tantas perguntas. — Eu te acho um homem bonito Brad e muito simpático, mas não me sinto atraída por você. Brad balançou a cabeça assentindo. — Não custava tentar - Disse ele dando de ombros e então olhou para Damon - Eu acho que ele gosta de você. Olhei para Damon que se aproximava de nós com a taça cheia. — Não diga que eu te contei, mas ele sempre fala de você. Nunca vi Damon falar tanto de uma mulher antes, nem mesmo suas ex-namoradas. Olhei estática para Brad. — Está enganado, Damon é bem frio comigo! Brad estava prestes a falar de novo, mas então Damon se juntou a nós e me entregou a bebida, dei um longo gole nela. — Estava com sede — Disse ele sorrindo, o olhei por um momento seria — O que foi? — Rosa quer dançar, não é mesmo Rosa? Olhei para Brad. — Ham? — Olhei para Damon — Sim, claro. Uma nova música melódica começou, lenta e
— Avançamos. — Você e Damon? — Sim — Me levantei e abri o guarda roupa — Eu estou tão feliz! — Avançaram como? — Tive progressos ontem na festa com um dos sócios, isso não vai nos assegurar, mas já é um começo. — Eu achava que estava falando de outra coisa. — Que outra coisa? — A questionei olhando um dos vestidos — Há, não é isso , não tem como, na verdade estou ajudando Damon a achar uma esposa. — Procura em uma agência de casamento. — Não é tão simples assim, ele precisa se apaixonar. Faz parte de uma das cláusulas do testamento. — Ainda é muita coisa para processar, me diga por que essas cláusulas existem? — Por que assim quis o Sr. Antonio. Talvez eu entendesse se eu visse o telefone que ele deixou com uma gravação, mas eu ainda não tenho coragem de ver… — Você gostava demais dele, não é? — Sim, como um segundo pai. — E a sua família? Seus parentes? Lembro que tinha vontade de procurá-los. — Isso é passado — Falei dando de ombros — Eu ti
Respirei fundo e ajeitei meu busto de novo, o vestido azul escuro e justo sobre o corpo ia até os meus joelhos, com um lascado discreto, mas muito atraente na perna direita. O caimento nos ombros tomara que cai era um toque especial, peguei a bolsa preta e olhei para os sapatos pensando em trocá-los pela décima vez. “Eu vou acabar dormindo mesmo” pensei e então dei ombros, o sapato preto scarpin que eu usava era bonito, formal e mais confortável do que o anterior, então parecia bom para mim. Havia convencido Damon a irmos no meu carro o que era um progresso, quando desci às escadas não o vi. — Wallace — Falei tomando um susto ao me deparar com ele, botei a mão no peito. — Desculpe o susto. — Está tudo bem — Esboçei um sorriso — Como estou? — Está feia, como sempre! — Disse Renato descendo às escadas com Maria ao seu lado, ela o olhou com o semblante fechado. — Não ligue para Renato, às vezes ele é um pouco rude — Disse Maria. — Renato disse algo? Acho que e
— O que foi? — Perguntou Damon quando parei o carro — Você está estranhamente quieta, desde que voltou do banheiro. — O conserto mexeu comigo — Respondi. — Quer conversar? Balancei a cabeça negando. — Quer beber um vinho na adega? De novo, disse não. — Quer uma massagem? Ri baixo e Damon riu junto. — Seus dedos são mágicos — Falei lembrando de mais cedo. — Então quer? — Não, eu acho que só preciso descansar um pouco — Falei saindo do carro. Antes de dormir peguei uma garrafa de vinho na cozinha e me arrastei pela casa, levei uma pequena caixa de som para um dos quartos de hóspedes vazios e dancei, arrastando os pés pelo tapete quase pisei em Lily. A peguei no colo. — Dançe comigo Lily — Falei, estava apenas eu e o meu silêncio, mas ele não precisa ser ruim, por mais que eu estivesse ansiosa e triste, me recusava a me deixar abater pelas minhas escolhas sabendo que todos os dias algo novo começa. A girei de leve, era como se o vinho avisasse ma
Sem que percebesse o tempo passou rápido e logo escureceu. Anna disse que chegaria às seis e ela realmente cumpriu com a sua palavra. Havia optado por um vestido branco justo e sem muito decote e um coque formal novamente, era bonita, não precisava de exageros e extravagâncias, caminhava com confiança e tinha um sorriso doce nos lábios. Perfeita. — Rosa — Ela parou na minha frente e estendeu a mão que apertei — Posso te chamar assim, sem formalidades? — Claro — Falei e ela sorriu — Vamos beber algo antes do jantar. Ela assentiu e a levei para a sala de visitas. — Do que gosta? Vinho, champanhe, gin ou prefere algo mais forte como whisky? — Eu prefiro um suco — Ela esboçou um sorriso um pouco sem jeito — Eu gosto de correr de manhã e mantenho uma dieta alimentar, então não bebo. — Não beba nunca? — Perguntei de forma um pouco melancólica e me arrependi pela forma que as palavras saíram — Quer dizer, é ótimo cuidar do corpo e da saúde. — Não bebo. Balanc