Olhei em volta, o salão de mais de vinte metros tinha o seu vigor, era enorme e tudo parecia impecável. A banda em um som baixo e calmo tocava músicas clássicas no piano, violino e violão celta. — Aquele ali no canto — Damon apontou com a cabeça e seguiu seus olhos — O de terno azul conversando com outros dois homens, ele se chama Luis Candido e é um dos sócios. — Achei que íamos procurar uma esposa para você. — Também, há muitas mulheres da alta sociedade aqui. Balancei a cabeça assentindo. — E tem algum rosto novo que te interesse ou um antigo que já tenha afinidade? Damon fez uma careta. — Tem muitas mulheres bonitas aqui — Falei olhando em volta, me sentindo insegura — Por que nenhuma te interessa? — Todas aqui eu já tive pelo menos uma conversa e te digo com afinco, que todas são fúteis. — Então deve concordar comigo — Olhei nos olhos dele — Eu te disse a semanas atrás que não acharia uma esposa em lugares assim. — Você quer que eu faça o que? Meu d
Olhei nos olhos de Brad sem acreditar que ele estava me chamando para sair, mas claro esse era o real motivo de tantas perguntas. — Eu te acho um homem bonito Brad e muito simpático, mas não me sinto atraída por você. Brad balançou a cabeça assentindo. — Não custava tentar - Disse ele dando de ombros e então olhou para Damon - Eu acho que ele gosta de você. Olhei para Damon que se aproximava de nós com a taça cheia. — Não diga que eu te contei, mas ele sempre fala de você. Nunca vi Damon falar tanto de uma mulher antes, nem mesmo suas ex-namoradas. Olhei estática para Brad. — Está enganado, Damon é bem frio comigo! Brad estava prestes a falar de novo, mas então Damon se juntou a nós e me entregou a bebida, dei um longo gole nela. — Estava com sede — Disse ele sorrindo, o olhei por um momento seria — O que foi? — Rosa quer dançar, não é mesmo Rosa? Olhei para Brad. — Ham? — Olhei para Damon — Sim, claro. Uma nova música melódica começou, lenta e
— Avançamos. — Você e Damon? — Sim — Me levantei e abri o guarda roupa — Eu estou tão feliz! — Avançaram como? — Tive progressos ontem na festa com um dos sócios, isso não vai nos assegurar, mas já é um começo. — Eu achava que estava falando de outra coisa. — Que outra coisa? — A questionei olhando um dos vestidos — Há, não é isso , não tem como, na verdade estou ajudando Damon a achar uma esposa. — Procura em uma agência de casamento. — Não é tão simples assim, ele precisa se apaixonar. Faz parte de uma das cláusulas do testamento. — Ainda é muita coisa para processar, me diga por que essas cláusulas existem? — Por que assim quis o Sr. Antonio. Talvez eu entendesse se eu visse o telefone que ele deixou com uma gravação, mas eu ainda não tenho coragem de ver… — Você gostava demais dele, não é? — Sim, como um segundo pai. — E a sua família? Seus parentes? Lembro que tinha vontade de procurá-los. — Isso é passado — Falei dando de ombros — Eu ti
Respirei fundo e ajeitei meu busto de novo, o vestido azul escuro e justo sobre o corpo ia até os meus joelhos, com um lascado discreto, mas muito atraente na perna direita. O caimento nos ombros tomara que cai era um toque especial, peguei a bolsa preta e olhei para os sapatos pensando em trocá-los pela décima vez. “Eu vou acabar dormindo mesmo” pensei e então dei ombros, o sapato preto scarpin que eu usava era bonito, formal e mais confortável do que o anterior, então parecia bom para mim. Havia convencido Damon a irmos no meu carro o que era um progresso, quando desci às escadas não o vi. — Wallace — Falei tomando um susto ao me deparar com ele, botei a mão no peito. — Desculpe o susto. — Está tudo bem — Esboçei um sorriso — Como estou? — Está feia, como sempre! — Disse Renato descendo às escadas com Maria ao seu lado, ela o olhou com o semblante fechado. — Não ligue para Renato, às vezes ele é um pouco rude — Disse Maria. — Renato disse algo? Acho que e
— O que foi? — Perguntou Damon quando parei o carro — Você está estranhamente quieta, desde que voltou do banheiro. — O conserto mexeu comigo — Respondi. — Quer conversar? Balancei a cabeça negando. — Quer beber um vinho na adega? De novo, disse não. — Quer uma massagem? Ri baixo e Damon riu junto. — Seus dedos são mágicos — Falei lembrando de mais cedo. — Então quer? — Não, eu acho que só preciso descansar um pouco — Falei saindo do carro. Antes de dormir peguei uma garrafa de vinho na cozinha e me arrastei pela casa, levei uma pequena caixa de som para um dos quartos de hóspedes vazios e dancei, arrastando os pés pelo tapete quase pisei em Lily. A peguei no colo. — Dançe comigo Lily — Falei, estava apenas eu e o meu silêncio, mas ele não precisa ser ruim, por mais que eu estivesse ansiosa e triste, me recusava a me deixar abater pelas minhas escolhas sabendo que todos os dias algo novo começa. A girei de leve, era como se o vinho avisasse ma
Sem que percebesse o tempo passou rápido e logo escureceu. Anna disse que chegaria às seis e ela realmente cumpriu com a sua palavra. Havia optado por um vestido branco justo e sem muito decote e um coque formal novamente, era bonita, não precisava de exageros e extravagâncias, caminhava com confiança e tinha um sorriso doce nos lábios. Perfeita. — Rosa — Ela parou na minha frente e estendeu a mão que apertei — Posso te chamar assim, sem formalidades? — Claro — Falei e ela sorriu — Vamos beber algo antes do jantar. Ela assentiu e a levei para a sala de visitas. — Do que gosta? Vinho, champanhe, gin ou prefere algo mais forte como whisky? — Eu prefiro um suco — Ela esboçou um sorriso um pouco sem jeito — Eu gosto de correr de manhã e mantenho uma dieta alimentar, então não bebo. — Não beba nunca? — Perguntei de forma um pouco melancólica e me arrependi pela forma que as palavras saíram — Quer dizer, é ótimo cuidar do corpo e da saúde. — Não bebo. Balanc
Estacionei em frente a casa de Lisa e buzinei, ela abriu a janela. — Suba. — Não, você quem tem que descer! — Rosa, sobe logo! — Gritou ela esbravejando. — Desce Lisa.. — Não vou descer. — Não vou subir — Cruzei os braços. — Sobe logo! — Gritou ela de novo impaciente e então a janela abaixo da sua se abriu e um homem de cabelos cabelos cacheados e olhar furioso alternou o olhar entre nós dizendo: — Parem essa discussão, sobe, desce, tem gente querendo descansar! — Me desculpe — Pedi desconcertada e ele continuou reclamando, fechou a janela e as cortinas resmungando alto, olhei para cima para Lisa e nós duas rimos, então ela saiu da janela pelo visto cedendo a nossa discussão. — Não acho bom irmos para a boate hoje. — Por que? Lisa parou na minha frente. — Rosa, você claramente não está bem! — É por isso que eu quero aproveitar a minha noite, para ficar bem e nada melhor do que um som explodindo em meus ouvidos. Lisa revirou os olhos.
— Quem era? — Perguntei saindo do banheiro, parei em frente ao espelho e Lisa me entregou o telefone e a bolsa, o som do bar estava abafado ali. — Era seu ex. Arregalei os olhos. — Sério? Como ele descobriu meu número? Lisa riu alto. — Eu estava brincando, é aquele Bonner que mora com você. — Damon? — Sim, ele disse para lembrá-la que vocês têm muito trabalho amanhã. Fechei o rosto, não conseguia acreditar que Damon havia me ligado para isso. Logo ele que não se importava muito com o trabalho. — Eu não vou trabalhar amanhã, ele fez isso essa semana. Chegou de manhã ou de madrugada, não sei e não quis trabalhar porque havia bebido demais. — Você não precisa trabalhar todo dia, não é assalariada. Ri achando suas palavras engraçadas. — Não sou mais, é verdade. Mas ainda assim a empresa precisa de cuidados constantes! Aprendi isso quando quase me tiraram de frente. Lisa fez uma careta. — Então é melhor voltar e descansar para amanhã trabalhar.