Respirei fundo e ajeitei meu busto de novo, o vestido azul escuro e justo sobre o corpo ia até os meus joelhos, com um lascado discreto, mas muito atraente na perna direita. O caimento nos ombros tomara que cai era um toque especial, peguei a bolsa preta e olhei para os sapatos pensando em trocá-los pela décima vez. “Eu vou acabar dormindo mesmo” pensei e então dei ombros, o sapato preto scarpin que eu usava era bonito, formal e mais confortável do que o anterior, então parecia bom para mim. Havia convencido Damon a irmos no meu carro o que era um progresso, quando desci às escadas não o vi. — Wallace — Falei tomando um susto ao me deparar com ele, botei a mão no peito. — Desculpe o susto. — Está tudo bem — Esboçei um sorriso — Como estou? — Está feia, como sempre! — Disse Renato descendo às escadas com Maria ao seu lado, ela o olhou com o semblante fechado. — Não ligue para Renato, às vezes ele é um pouco rude — Disse Maria. — Renato disse algo? Acho que e
— O que foi? — Perguntou Damon quando parei o carro — Você está estranhamente quieta, desde que voltou do banheiro. — O conserto mexeu comigo — Respondi. — Quer conversar? Balancei a cabeça negando. — Quer beber um vinho na adega? De novo, disse não. — Quer uma massagem? Ri baixo e Damon riu junto. — Seus dedos são mágicos — Falei lembrando de mais cedo. — Então quer? — Não, eu acho que só preciso descansar um pouco — Falei saindo do carro. Antes de dormir peguei uma garrafa de vinho na cozinha e me arrastei pela casa, levei uma pequena caixa de som para um dos quartos de hóspedes vazios e dancei, arrastando os pés pelo tapete quase pisei em Lily. A peguei no colo. — Dançe comigo Lily — Falei, estava apenas eu e o meu silêncio, mas ele não precisa ser ruim, por mais que eu estivesse ansiosa e triste, me recusava a me deixar abater pelas minhas escolhas sabendo que todos os dias algo novo começa. A girei de leve, era como se o vinho avisasse ma
Sem que percebesse o tempo passou rápido e logo escureceu. Anna disse que chegaria às seis e ela realmente cumpriu com a sua palavra. Havia optado por um vestido branco justo e sem muito decote e um coque formal novamente, era bonita, não precisava de exageros e extravagâncias, caminhava com confiança e tinha um sorriso doce nos lábios. Perfeita. — Rosa — Ela parou na minha frente e estendeu a mão que apertei — Posso te chamar assim, sem formalidades? — Claro — Falei e ela sorriu — Vamos beber algo antes do jantar. Ela assentiu e a levei para a sala de visitas. — Do que gosta? Vinho, champanhe, gin ou prefere algo mais forte como whisky? — Eu prefiro um suco — Ela esboçou um sorriso um pouco sem jeito — Eu gosto de correr de manhã e mantenho uma dieta alimentar, então não bebo. — Não beba nunca? — Perguntei de forma um pouco melancólica e me arrependi pela forma que as palavras saíram — Quer dizer, é ótimo cuidar do corpo e da saúde. — Não bebo. Balanc
Estacionei em frente a casa de Lisa e buzinei, ela abriu a janela. — Suba. — Não, você quem tem que descer! — Rosa, sobe logo! — Gritou ela esbravejando. — Desce Lisa.. — Não vou descer. — Não vou subir — Cruzei os braços. — Sobe logo! — Gritou ela de novo impaciente e então a janela abaixo da sua se abriu e um homem de cabelos cabelos cacheados e olhar furioso alternou o olhar entre nós dizendo: — Parem essa discussão, sobe, desce, tem gente querendo descansar! — Me desculpe — Pedi desconcertada e ele continuou reclamando, fechou a janela e as cortinas resmungando alto, olhei para cima para Lisa e nós duas rimos, então ela saiu da janela pelo visto cedendo a nossa discussão. — Não acho bom irmos para a boate hoje. — Por que? Lisa parou na minha frente. — Rosa, você claramente não está bem! — É por isso que eu quero aproveitar a minha noite, para ficar bem e nada melhor do que um som explodindo em meus ouvidos. Lisa revirou os olhos.
— Quem era? — Perguntei saindo do banheiro, parei em frente ao espelho e Lisa me entregou o telefone e a bolsa, o som do bar estava abafado ali. — Era seu ex. Arregalei os olhos. — Sério? Como ele descobriu meu número? Lisa riu alto. — Eu estava brincando, é aquele Bonner que mora com você. — Damon? — Sim, ele disse para lembrá-la que vocês têm muito trabalho amanhã. Fechei o rosto, não conseguia acreditar que Damon havia me ligado para isso. Logo ele que não se importava muito com o trabalho. — Eu não vou trabalhar amanhã, ele fez isso essa semana. Chegou de manhã ou de madrugada, não sei e não quis trabalhar porque havia bebido demais. — Você não precisa trabalhar todo dia, não é assalariada. Ri achando suas palavras engraçadas. — Não sou mais, é verdade. Mas ainda assim a empresa precisa de cuidados constantes! Aprendi isso quando quase me tiraram de frente. Lisa fez uma careta. — Então é melhor voltar e descansar para amanhã trabalhar.
— A Sra. Rosalina. Me virei para olhá-la, Gisele estava como sempre com roupas elegantes e o cabelo preso impecável. — Eu gostaria de discutir as coisas sobre o jantar com os Bonner. — O jantar não é mais tarde? — Sim, mas dessa vez parece que teremos outro convidado. Ignorando a dor que sentia na minha cabeça, virei completamente para Gisele prestando atenção no que ela diria, intrigado com o convidado. — Quem? — O Sr. Lorenzo. — Há — Fiquei quieta, todo o meu corpo enrijeceu — O advogado do Sr. Antonio. — Sim, isso. — E o que ele gosta de comer? — Ele parece gostar muito de assados. — Então faça isso, quero o receber bem! Gisele balançou a cabeça assentindo satisfeita e saiu a passos firmes, me virei e voltei a caminhar em direção ao meu quarto. Estava decidida de que o dia, apesar de não ser meio dia, ainda poderia esperar um pouco mais para que eu dormisse, afinal, a minha dor de cabeça estava me matando e eu não conseguia disfarçar bem na f
A mesa estava formada por Edgar, Damon, Lorenzo, Renato e sua namorada, Maria. Havia uma tensão no ar diferente, pois todos estavam estranhando a visita de Lorenzo na casa, Lorenzo por outro lado se mostrava tranquilo, com sorrisos e conversas descontraídas sobre a mesa, todos pareciam agir bem, a fachada na frente do homem que estava sempre vestido com um terno de cor diferente era grande, Renato até mesmo ousou sorrir para mim em um momento quando no meio da conversa, meu nome foi citado. Toda a interação era boa, agradável, mas artificial como se tivessem maquiado toda a mesa a derredor. Quando deu dez da noite, um pouco depois de Renato se recolher com a namorada cansada de fingir que gosta de interagir comigo e com seus irmãos, Edgar que havia chegado de viagem a apenas poucas horas subiu a fim de descansar sobrando apenas Damon e eu. Levei Lorenzo até a porta, já estava me despedindo dele quando ele se virou e ergueu o dedo: — Só uma coisa — Ele abaixou o dedo —
Ainda a desejava ardentemente, se fechasse os olhos era o rosto dela que eu via e odiava a forma incessante que ela tinha de me torturar, de me ignorar, de se afastar como se não fosse nada. Ela realmente me amava ou era apenas a bebida falando? Apenas um blefe, um momento de carência. Não tinha como saber, Rosa me deixava confuso e excitado como se fosse natural, a forma desmedida que a queria tocar, que a desejava me meus braços. Mas eu não a amava e não poderia mentir para ela, principalmente em um momento de vulnerabilidade. Agora, a vendo distante, me sentia arrependido, mas ainda carregaria isso comigo, não poderia mentir. Como previsto dormir em minutos sem perceber e acordei com a claridade do sol batendo em meu rosto, me levantei e fui para o quarto tomar um banho, meu pescoço doía então o massageava o mechendo um pouco, tentando aliviar a dor e tensão sobre ele, sabia que havia dormido de mal jeito, às vezes era o fardo de dormir do nada sentado na biblioteca a