Quando acordei pela manhã o braço de Lisa estava jogado por cima de mim, ela ainda dormia de forma espalhafatosa. Tirei sua pena e ela se mexeu sobre a cama, olhei para o telefone e vi que já eram seis da manhã. — Lisa acorde, você precisa trabalhar — Falei jogando o seu braço para o lado, ela murmurou algo e me sentei na cama, me sentia horrível, se dormi por um hora era muito, um breve cochilo, mas me sentia elétrica então levantei e bati no seu pé, ela ergueu o rosto e me olhou zangada. — São que horas? — Sete. — O que? — Ela arregalou os olhos e levantou exasperada correndo pelo quarto pegando suas coisas. — Calça, é seis. Lisa parou e respirou fundo para recuperar o fôlego, se virou para mim, mordi os lábios evitando um sorriso. — Não tem graça, você viu meu desespero? — Vi, mas isso não ajudou a você despertar? Ainda está atrasada. — Sim, vou tomar um banho e sair. — Eu te levo. — Depois de ontem, acredito que ainda está bêbada e de ressaca assi
Os olhos de Rosa a entregavam, ela estava pronta para discutir e sabia que assim que parasse de me encarar ia abrir a boca e falar sem parar sobre o meu atraso. — Onde estava, Damon? — Comendo. — Duas horas comendo? A encarei. — Você sabe que eu gosto de comer. Um silêncio pairou entre nós até que ela balançou a cabeça assentindo e deu de ombros suspirando, era um milagre que ela não tivesse dado continuidade à discussão que estava começando, mas acho que ela entendia o motivo da minha demora. No fundo, eu me sinta um idiota por insistir, todas às vezes davamos voltas e voltas sem nunca chegar a lugar algume Rosa sempre se afastava, sabia que ela tinha medo de gostar de mim e entendia isso, desde o dia em que ela entrou pelo meu quarto bebada e me agarrou, naquele dia em que ela disse abertamente que me amava, Rosa mudou. Eu estava convencido de que ela se lembrava daquele dia pela forma que estava agindo, cada vez mais fria. Mas, a sua frieza começava a par
Damon me deu um susto quando fechou a porta, abri os olhos e saltei erguendo o rosto e consertando o meu cabelo. — Eu já vi que estava dormindo. — Eu não ia negar que estava. Damon abriu um sorriso fraco, parecia mais calmo quando se sentou ao meu lado e pegou as folhas, ele começou a olhar os arquivos e a manhã foi tranquila. Na parte da tarde eu o vi sumir, pouco depois peguei os jornais na cozinha e vi que a sua noite havia sido mais agitada do que a minha, Damon havia voltado aos antigos jornais onde ele era visto como um mulherengo, havia saído com Brad e foi visto beijando duas ou tres bocas. Suspirei e deixei o jornal de lado, movida pela emoção mandei uma mensagem a ele perguntando onde ele estava e mesmo vendo, ele não respondeu. Olhei para o teto e deixei o telefone de lado, nunca antes havíamos ficado tão estranhos. Aos poucos um abismo entre nós estava sendo aberto, a princípio eu havia o cávado e criado ele, mas agora Damon estava contribuindo também e n
O meu vestido preto justo tinha um caimento perfeito tomara que caia com alças caídas sobre o ombro que desciam pelas costas, quando chegava na altura dos olhos um brilho intenso começava e se aprofundar mais até chegar a bainha o dando o toque final, assim como os brincos de diamante em conjunto com o colar e a pulseira, o anel era de esmeralda a fim de destacar a pedra enorme das demais, os saltos pretos, a bolsa prata combinando com a bainha do meu vestido revestido de brilho, o cabelo preso de lado lembrava uma flor delicada, duas mechas caiam sobre o meu rosto e às ajeitei. — Abra a boca — Pediu Lisa e me virei para ela forçando um sorriso para que ela passasse o batom. — Você está poderosa hoje tampinha. — Parede me chamar assim — Franzi o cenho ela riu. — Pare de falar ou vou borrocar todo o seu rosto, sem querer claro. Evitei um sorriso e deixei que ela terminasse, ela me olhou de cima a baixo. — Nunca te vi tão bonita Rosa, acho que ao invés de convencer os
— Chega de foto Lisa — Disse Edgar botando a mão para frente. Renato desceu as escadas quieto e então saiu andando, fiquei olhando enquanto ele seguia em direção a outro cômodo, se afastando de nós. Realmente conseguimos tirar uma foto nós quatro sorrindo? Ainda estava impressionada enquanto Edgar e Lisa protestavam em uma discussão boba, Damon seguiu em direção a porta. Estava prestes a perguntar para onde ele ia visto que seria bom que ele também recebesse os convidados assim como Edgar e Renato presentes, todo mundo parecia sesgarrado, seguindo seus próprios caminhos, Edgar era o único que estava animado para a festa de fato e ficou comigo na porta recebendo os convidados. Olhei em volta, a casa enchia rápido e Edgar me apresentava na porta os sócios. — Esse negócio de ficar na porta é chato — Falei — Por que eles só não entram, não entendo o conceito de ter que ficar na porta — É mais receptivo e educado Rosa. — Eu sei, mas eu queria andar pelo salão, convers
— Obrigada por me ajudar — Falei para Damon quando nos afastamos dos sócios, ele me olhou com olhos cansados. — Não é preciso pedir obrigada. — Eu sei, mas mesmo assim… Damon abriu um sorriso fraco e olhei para Anna. — E então, como vocês estão? Damon me olhou nos olhos. — Eu pedi a Anna em namoro. Algo dentro de mim parecia ter perdido o chão, ter caído com a força de um cometa, olhei nos olhos dele e engoli minha própria tristeza enquanto sentia o meu coração pesar, ele batia tão forte que parecia querer saltar do peito, ainda assim não demonstrei nada. Balancei a cabeça lentamente. — É bom saber disso — Esboçei um sorriso largo e Damon apenas me encarou. — Damon — Ouvi a sua voz no salão e eu e Damon olhamos para quem o chamou, um homem calvo de aparente sessenta anos vinha em nossa direção, aproveitei a deixa para me afastar deles e voltei para onde eu estava, olhei em volta procurando Edgar e Lisa e vi que eles estavam na pista junto com outros cas
A festa acabou cedo, por volta de meia noite e me despedi dos convidados, apesar da manhã seguinte ser domingo todos pareciam que tinham algum lugar para ir e a noite foi tranquila, olhei para o salão vazio com uma sensação de satisfação pela noite tranquila e peguei uma garrafa de champagne indo para o meu lugar favorito da casa, mas quando eu cheguei ele não estava vazio. — Estava roubando o meu lugar — Falei caminhando em sua direção, me sentei ao lado dele na cadeira de madeira reclinável e então olhei em seus olhos — Descobriu esse lugar ou Damon te trouxe? — Damon me trouxe. — Ele deve gostar muito de você — Falei e Brad fez um gesto dizendo mais ou menos, sorri. — Eu sou o melhor amigo dele, nos conhecemos desde a infância. — Damon deveria repensar melhor nas amizades dele — Soltei de forma brincalhona e Brad me deu uma cotovelada de leve rindo. — Está dizendo que eu levo ele para o mal caminho? — Isso é você quem está falando, não eu. — Sim, claro.
A semana passou se arrastando e eu quase não via Damon, ele aparecia pela manhã, trabalhava comigo, mas a tarde e a noite sumia, voltava tarde para casa quando voltava. Conforme os dias iam passando eu comecei a sair mais e a aparecer na empresa, fiquei surpresa quando em um dia comum Edgar perguntou se eu queria que ele fosse na empresa junto comigo e claro que eu disse sim. Ser vista com os Bonner era algo bom, Edgar parecia ser muito querido pelos funcionários, mas os sócios quase não tinham afinidade com ele.As coisas com Edgar pareciam normais de novo, mas estava claro que ele estava se afastando de mim e eu não entendia o por que, às vezes ele me tratava normal e em outras vezes, me tratava com indiferença ou mesmo grosseria, não, Edgar não gostava de mim. Eu não o pegava me olhando diferente, nem tão pouco me tratando de forma especial, ele me tratava como uma amiga querida ou me tratava como ninguém o que me causava muita estranheza depois de ouvir sua confissão e c