Bocejei e me inclinei um pouco sobre a cadeira. — Tire esses óculos. — Não. — Se está tão cansada assim, por que decidiu vir até aqui Rosa? — Eu tinha marcado com você — Belisquei às batatas de Edgar que me deu um tapa afastando minha mão, o olhei de cara feia e voltei para o meu Cappuccino. — Eu estou cansado de fazer compras — disse Edgar, olhei para as bolsas no chão. Dessa vez a maioria era dele. — Eu queria mas era vir nesse shopping de novo, quando vimos no outro dia percebi que ele era diferente do que eu estou acostumada — Deixei o capuccino na mesa — Ele é um shopping de rico. — Não. — Sim. — Por que? — As coisas são cinco vezes mais caras do que no shopping perto da minha casa, dez desse — Ergui o capuccino — E metade o meu salário já iria ter sido entregue na mão da vendedora. Edgar torceu o rosto. — Você ainda pensa como pobre, sabia? Ainda compara e se importa com as notas gastas. Dei de ombros e terminei meu capuccino. — Vamos —
— Agora? — Ele ergueu as sobrancelhas — Eu te levo. — Não é preciso, vou chamar um uber. — Rosa, os repórteres… — Eu não ligo para eles, não agora — Respondi rápido — Eu preciso sair. — Pelo menos pode me dizer o que é tão importante assim? — Eu também não sei, ela só me pediu que a encontrasse no centro. — E quem é ela? — Damon, eu não quero falar sobre isso — Respondi séria me levantando da cama e me olhando no espelho, ajeitei o meu vestido que estava torto e me aproximei dele — Quando eu voltar eu te ligo! — Tem certeza de que não quer que eu te leve? — Não é preciso, meu uber já chegou — Falei saindo apressada do quarto. Precisava comprar um carro, não dava para continuar pegando carona dos Bonner e agora, dentro do uber, eu me sentia pouco à vontade pois em algum momento eles pareciam me reconhecer e a viagem se tornava desconfortável. Não teria problemas em Damon me levar se fosse outra pessoa, mas Lisa Aquino era uma velha amiga do qual eu não sa
Batidas na porta fizeram com que parassemos de falar ao tomar um susto, ela olhou para a porta e me olhou. — É pizza! — Sim — Falei animada e me levantei apressada abrindo a porta — Boa noite. — Boa noite, é Lisa Aquino? — Não, é Rosalina Danzi, mas pode deixar a pizza comigo! — Falei erguendo a mão. — Não liga para ela rapaz, ela está animada, bebeu um pouco — Disse Lisa tomando a frente — Foi quanto,? — Deixa que eu pago! — Falei erguendo o cartão preto, Lisa bateu na minha mão. — Guarde isso! Eu também tenho dinheiro — Lisa entregou algumas notas para o vendedor — Pode ficar com o troco. — Obrigada. Ela sorriu e fechou a porta. — Lisa, cadê a pizza? Ela olhou para suas mãos e então abriu rápido a porta. — Ai que susto, você ainda está aí! — Sim, você esqueceu a sua pizza! — Obrigada — Ela esboçou um sorriso — Boa noite! Lisa fechou a porta e botou a pizza em cima da mesa. — Vamos atacar — Disse ela pegando uma fatia grande e se s
— Me desculpa esbarrei sem querer, pode pôr o copo na minha conta — Lisa se virou e me segurou pelo braço — Vem vamos dançar. — Mas eu quero beber — Falei. — Você nem gosta de tequila. — Quando eu disse isso? — A meia hora atrás — Fiquei quieta tentando me lembrar, estava lerda, me sentia um pouco tonta e entorpecida. — Então não vamos mais beber? — Vamos — Lisa riu — Mas daqui a meia hora, depois de um ou dois copos de água, ok? Balancei a cabeça assentindo e ela me arrastou para a pista, dancei comLisa como não dançava a muito tempo, deixando que o suor me banhasse como às luzes do salão, sentindo de leve meus cabelos grudarem sobre o pescoço deixei minha cintura solta e girei sentindo os olhares de um homem de barba atraente que parecia se aproximar de nós, ele parou a minha frente dançando comigo, me aproximei dele deixando que nossos corpos entrassem no mesmo ritmo, senti suas mãos me puxarem para mais perto pela barriga, mãos forte e automaticamente me l
Levai no susto e olhei em volta, ainda estava com as roupas da noite anterior, mas não sabia o que havia acontecido direito. — Lisa? — Chamei sem sucesso algum, ela não estava no quarto, mas podia ter jurado que ela havia dormido do meu lado. Peguei o telefone e olhei às horas, era onze e cinco, levantei da cama e tomei um banho rápido, trocando as roupas por uma saia justa quase até os joelhos e uma blusa de tecido de linho fino, notei que Damon havia me deixado uma mensagem de bom dia e caminhei em direção ao seu quarto, mas ele não estava nele, enviei uma mensagem perguntando onde ele estava e recebi a resposta “Na biblioteca” atravessei os corredores em direção a biblioteca e quando cheguei logo o avistei sentado de pernas cruzadas lendo um livro de direitos. Franzi o cenho e me aproximei dele. — Não sabia que gostava de direitos. — Acho interessante — Ele fechou o livro e fez um gesto para que eu me aproximasse, sentei em seu colo — Como foi a noite com a sua ami
— Tirou o foco que estava em você e no meu irmão, você não queria isso? Agora ninguém mais acha que vocês estão namorando escondido, um beijo na balada nem chega a ser um escândalo para mim. — Ele tem razão. Olhei para Lisa que continuou: — Você está fazendo uma tempestade em um copo de água. — Ela faz isso às vezes. — Eu não estou concordando com você — Disse Lisa. — Não está? Você acabou de dizer que tenho razão… — Edgar franziu o cenho confuso, mas como costumava demorar a se importar com algo ele deu de ombros — Rosa, vai por mim isso é bom. Você não queria ser apontada com Damon, então… — Damon… Como se tivesse me tocado de que Damon poderia já ter visto o jornal, senti meu coração disparar forte e olhei para os olhos de Edgar. — Ele já viu o jornal? — Eu e Damon não falamos muito, então não sei. — E tenho que falar com ele — Me levantei e tudo em volta se tornou ruído, Lisa, Edgar, caminhei pelos corredores a procura de Damon, não tínhamo
Quando acordei pela manhã tomei café da manhã sozinha, Edgar havia levado Lisa até em casa, ele não demonstrou estar irritado comigo, mas também não havia tomado café da manhã comigo, assim como Damon que eu nem mesmo havia visto chegar, se é que ele havia chegado. Depois do café da manhã subi e fui em direção ao escritório, tamborileiro os dedos na mesa ansiosa, sem saber se ele iria trabalhar ou não e fui para o corredor onde abri as janelas a fim de sentir a brisa, fiquei um tempo olhando por ela, talvez quisesse ver Damon chegando. O seu carro parou em frente a casa fazendo meu coração bater mais forte, alisei de leve minhas mãos e olhei para as horas, eram nove e meia. Não demorou muito para que eu visse o rosto de Damon aparecer pelo corredor, ele estava com a camisa amarrotada e os cabelos bagunçados, procurei alguma marca de batom, mas não achei e o seu perfume ainda era o mesmo. Ele tentou atravessar o corredor e parei na sua frente, se esquivou de mim, mas fui mai
Buzinei pela terceira vez e Edgar me olhou de cara feia, enfim Lisa se deu conta de quem fosse na rua que estava fazendo os seus vizinhos gritam e xingam que não ia parar tão cedo, ela abriu a porta zangada e olhou em volta, com certeza ia me xingar também, mas ao constatar que era eu ela suavizou rápido às expressões. — Rosa, esperai que eu vou descer. Eu ainda estava acenando quando Lisa saiu da janela tão rápido quanto apareceu, notei um homem vendendo casquinhas de sorvete. — Eu quero sorvete, você quer? — Não. — Tem certeza? — Perguntei certa de que Edgar não recusava um doce, ele suspirou e saiu do carro, sorri animada e sai do carro também. Comemos e então voltamos para o carro, eu já estava cansada de esperar por Lisa quando ela apareceu. — O que está fazendo aqui Rosa? — Eu estava entediada, então quis dar uma volta — Respondi — Viemos te sequestrar, entre no carro. Lisa me olhou de forma engraçada. — Não, eu não vim fazer isso — Disse Edgar.