Levai no susto e olhei em volta, ainda estava com as roupas da noite anterior, mas não sabia o que havia acontecido direito. — Lisa? — Chamei sem sucesso algum, ela não estava no quarto, mas podia ter jurado que ela havia dormido do meu lado. Peguei o telefone e olhei às horas, era onze e cinco, levantei da cama e tomei um banho rápido, trocando as roupas por uma saia justa quase até os joelhos e uma blusa de tecido de linho fino, notei que Damon havia me deixado uma mensagem de bom dia e caminhei em direção ao seu quarto, mas ele não estava nele, enviei uma mensagem perguntando onde ele estava e recebi a resposta “Na biblioteca” atravessei os corredores em direção a biblioteca e quando cheguei logo o avistei sentado de pernas cruzadas lendo um livro de direitos. Franzi o cenho e me aproximei dele. — Não sabia que gostava de direitos. — Acho interessante — Ele fechou o livro e fez um gesto para que eu me aproximasse, sentei em seu colo — Como foi a noite com a sua ami
— Tirou o foco que estava em você e no meu irmão, você não queria isso? Agora ninguém mais acha que vocês estão namorando escondido, um beijo na balada nem chega a ser um escândalo para mim. — Ele tem razão. Olhei para Lisa que continuou: — Você está fazendo uma tempestade em um copo de água. — Ela faz isso às vezes. — Eu não estou concordando com você — Disse Lisa. — Não está? Você acabou de dizer que tenho razão… — Edgar franziu o cenho confuso, mas como costumava demorar a se importar com algo ele deu de ombros — Rosa, vai por mim isso é bom. Você não queria ser apontada com Damon, então… — Damon… Como se tivesse me tocado de que Damon poderia já ter visto o jornal, senti meu coração disparar forte e olhei para os olhos de Edgar. — Ele já viu o jornal? — Eu e Damon não falamos muito, então não sei. — E tenho que falar com ele — Me levantei e tudo em volta se tornou ruído, Lisa, Edgar, caminhei pelos corredores a procura de Damon, não tínhamo
Quando acordei pela manhã tomei café da manhã sozinha, Edgar havia levado Lisa até em casa, ele não demonstrou estar irritado comigo, mas também não havia tomado café da manhã comigo, assim como Damon que eu nem mesmo havia visto chegar, se é que ele havia chegado. Depois do café da manhã subi e fui em direção ao escritório, tamborileiro os dedos na mesa ansiosa, sem saber se ele iria trabalhar ou não e fui para o corredor onde abri as janelas a fim de sentir a brisa, fiquei um tempo olhando por ela, talvez quisesse ver Damon chegando. O seu carro parou em frente a casa fazendo meu coração bater mais forte, alisei de leve minhas mãos e olhei para as horas, eram nove e meia. Não demorou muito para que eu visse o rosto de Damon aparecer pelo corredor, ele estava com a camisa amarrotada e os cabelos bagunçados, procurei alguma marca de batom, mas não achei e o seu perfume ainda era o mesmo. Ele tentou atravessar o corredor e parei na sua frente, se esquivou de mim, mas fui mai
Buzinei pela terceira vez e Edgar me olhou de cara feia, enfim Lisa se deu conta de quem fosse na rua que estava fazendo os seus vizinhos gritam e xingam que não ia parar tão cedo, ela abriu a porta zangada e olhou em volta, com certeza ia me xingar também, mas ao constatar que era eu ela suavizou rápido às expressões. — Rosa, esperai que eu vou descer. Eu ainda estava acenando quando Lisa saiu da janela tão rápido quanto apareceu, notei um homem vendendo casquinhas de sorvete. — Eu quero sorvete, você quer? — Não. — Tem certeza? — Perguntei certa de que Edgar não recusava um doce, ele suspirou e saiu do carro, sorri animada e sai do carro também. Comemos e então voltamos para o carro, eu já estava cansada de esperar por Lisa quando ela apareceu. — O que está fazendo aqui Rosa? — Eu estava entediada, então quis dar uma volta — Respondi — Viemos te sequestrar, entre no carro. Lisa me olhou de forma engraçada. — Não, eu não vim fazer isso — Disse Edgar.
Olhei em volta, o salão de mais de vinte metros tinha o seu vigor, era enorme e tudo parecia impecável. A banda em um som baixo e calmo tocava músicas clássicas no piano, violino e violão celta. — Aquele ali no canto — Damon apontou com a cabeça e seguiu seus olhos — O de terno azul conversando com outros dois homens, ele se chama Luis Candido e é um dos sócios. — Achei que íamos procurar uma esposa para você. — Também, há muitas mulheres da alta sociedade aqui. Balancei a cabeça assentindo. — E tem algum rosto novo que te interesse ou um antigo que já tenha afinidade? Damon fez uma careta. — Tem muitas mulheres bonitas aqui — Falei olhando em volta, me sentindo insegura — Por que nenhuma te interessa? — Todas aqui eu já tive pelo menos uma conversa e te digo com afinco, que todas são fúteis. — Então deve concordar comigo — Olhei nos olhos dele — Eu te disse a semanas atrás que não acharia uma esposa em lugares assim. — Você quer que eu faça o que? Meu d
Olhei nos olhos de Brad sem acreditar que ele estava me chamando para sair, mas claro esse era o real motivo de tantas perguntas. — Eu te acho um homem bonito Brad e muito simpático, mas não me sinto atraída por você. Brad balançou a cabeça assentindo. — Não custava tentar - Disse ele dando de ombros e então olhou para Damon - Eu acho que ele gosta de você. Olhei para Damon que se aproximava de nós com a taça cheia. — Não diga que eu te contei, mas ele sempre fala de você. Nunca vi Damon falar tanto de uma mulher antes, nem mesmo suas ex-namoradas. Olhei estática para Brad. — Está enganado, Damon é bem frio comigo! Brad estava prestes a falar de novo, mas então Damon se juntou a nós e me entregou a bebida, dei um longo gole nela. — Estava com sede — Disse ele sorrindo, o olhei por um momento seria — O que foi? — Rosa quer dançar, não é mesmo Rosa? Olhei para Brad. — Ham? — Olhei para Damon — Sim, claro. Uma nova música melódica começou, lenta e
— Avançamos. — Você e Damon? — Sim — Me levantei e abri o guarda roupa — Eu estou tão feliz! — Avançaram como? — Tive progressos ontem na festa com um dos sócios, isso não vai nos assegurar, mas já é um começo. — Eu achava que estava falando de outra coisa. — Que outra coisa? — A questionei olhando um dos vestidos — Há, não é isso , não tem como, na verdade estou ajudando Damon a achar uma esposa. — Procura em uma agência de casamento. — Não é tão simples assim, ele precisa se apaixonar. Faz parte de uma das cláusulas do testamento. — Ainda é muita coisa para processar, me diga por que essas cláusulas existem? — Por que assim quis o Sr. Antonio. Talvez eu entendesse se eu visse o telefone que ele deixou com uma gravação, mas eu ainda não tenho coragem de ver… — Você gostava demais dele, não é? — Sim, como um segundo pai. — E a sua família? Seus parentes? Lembro que tinha vontade de procurá-los. — Isso é passado — Falei dando de ombros — Eu ti
Respirei fundo e ajeitei meu busto de novo, o vestido azul escuro e justo sobre o corpo ia até os meus joelhos, com um lascado discreto, mas muito atraente na perna direita. O caimento nos ombros tomara que cai era um toque especial, peguei a bolsa preta e olhei para os sapatos pensando em trocá-los pela décima vez. “Eu vou acabar dormindo mesmo” pensei e então dei ombros, o sapato preto scarpin que eu usava era bonito, formal e mais confortável do que o anterior, então parecia bom para mim. Havia convencido Damon a irmos no meu carro o que era um progresso, quando desci às escadas não o vi. — Wallace — Falei tomando um susto ao me deparar com ele, botei a mão no peito. — Desculpe o susto. — Está tudo bem — Esboçei um sorriso — Como estou? — Está feia, como sempre! — Disse Renato descendo às escadas com Maria ao seu lado, ela o olhou com o semblante fechado. — Não ligue para Renato, às vezes ele é um pouco rude — Disse Maria. — Renato disse algo? Acho que e