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Cap 3: Preciso ir...

Sabina Becker.

Sabe? Alguns homens tendem a possuir uma fama de... Bagunceiros, pegadores, infantis e idiotas por assim dizer.

Nem todos é claro.

Mas para minha total surpresa, o apartamento do Kléber é perfeitamente arrumado e acompanhado com um leve aroma de lavanda. O que me fez suspirar ao mesmo tempo que me sinto em um belo campo florido.

-É lavanda.- Ele diz com um leve ar humorado, mas eu já suspeitava, mamãe ama.

Seu apartamento tem uma decoração um tanto que moderna, paredes pintadas em tom azul marinho e branco com um imenso sofá de couro marrom e alguns quadros sem mencionar mesinha de vidro no centro da sala.

-Tenho um telefone extra.- Ele aponta para o sofá onde está um celular. -Pode usá-lo, eu vou tomar um banho, coisa rápida.

Assenti recebendo de volta seu belo sorriso que o mesmo fazia questão de exibir.

-Eu já volto.- Ele caminha em direção a um corredor abrindo uma das portas sumindo do meu campo de vista.

-Ok né.- suspiro totalmente confusa.

Apresso-me para alcançar o telefone descendo um pequeno degrau que quase tropeço.

Para minha sorte o aparelho estava carregado e desbloqueado, amém!

Deslizo o dedo sobre a tela acessando a área de discagem do aparelho.

Me alegro ao lembrar mentalmente o número da minha irmã e logo o disco sem pensar duas vezes.

São 21:03 eu estou ferrada.

Levo o aparelho até a orelha enquanto analisava o restante do apartamento. Demora um pouco, mas já é possível ouvir a voz irritante da minha gêmea.

-Esse número é extremamente privado, sabia? Então se você não tem medo de morrer...

-Sou eu Idiota! Sabina.

-GAROTA!- Ela grita indignada me fazendo afastar o aparelho da orelha. -ONDE VOCÊ TÁ? EU ESTOU NO SEU QUARTO JÁ FAZ HORAS, DESESPERADA! O AARON VEIO JANTAR AQUI COM O OS PAIS DELE... ALIÁS MUDA A COR DESSE QUARTO, TÁ CAFONA.

Se eu tô em choque? Não! Só estou em pânico em relação às palavras ditas por minha irmã.

Minha mente congela, mantenho meus olhos fixos em vaso chinês na estante.

"AARON veio jantar aqui"

-Sabina?- ela sussurra meu nome me tirando do transe. -Ei! Você tá me ouvindo?

-Estou ouvindo.- Respiro observando de relance Kléber se aproximar. -Escute Sabrina, você já fez isso, me substitua nesse jantar.

-Vai sair caro irmãzinha.- Sorrio para Kléber que devolve o sorriso simpático ao se sentar no sofá. -Mas a gente havia prometido...

-Eu sei!

-Onde você está, afinal?- Sua voz sai baixa e ouço o barulho da porta se abrindo. -Se papai descobre que você está fora de casa e sozinha você tá morta garota.

-Na casa de um amigo.- Olho de relance o homem vestido em um moletom preto e fios recentemente molhados. -Prometo que conto quando chegar.

-Tudo bem.- Ela rir baixo. -Você não tem muitas amizades masculinas, na verdade você não tem ninguém.

-Doeu, eu tenho coração!

Ouço sua risada cínica do outro lado da linha.

-Sabrina? Pelo amor. Não estrague minha imagem, por favor.

Ela gargalha assim como Kléber.

-Relaxa Olívia.- Logo em seguida ela desliga o seu telefone na minha cara.

Mamãe estava no quarto! Ela usou nosso código de segurança.

Eu estou morta.

-Obrigado!- Devolvo o celular para Kléber e o mesmo dar de ombros.

-Disponha.- Ele põe o aparelho no braço do sofá logo voltando sua atenção para mim.

-Eu... Posso fazer um pedido?- peço levemente tímida, ok! Que vergonha.

-Claro, Sabina.- Ele se aconchega no sofá e sorrir para mim.

Ele tem um belo sorriso, por isso deve sorrir tanto.

Exibido.

-Se importaria se eu ficasse mais algumas horas?- O olho com expectativa. Minhas pernas balançam em nervosismo enquanto aperto meus joelhos.

Ir para casa agora seria um risco imenso, os pais do Aaron até mesmo o próprio Aaron poderiam me ver.

Isso não seria nada agradável.

-Claro.- responde calmo. -As vezes ficar aqui sozinho é entediante.

Ele rir sem humor. Engraçado, um homem lindo como esse não é casado ou não tem algum tipo de relacionamento?

-Perdão, não é casado?

Apóio o cotovelo sobre o encosto do sofá e com o punho fechado apóio a cabeça à espera de sua resposta.

Curiosa? Não...

Interessada? Claro!

Ele se vira ficando de frente para me fazendo a mesma posição.

Ele nega sutilmente.

-Perdi as contas de quantas vezes fracassei em um relacionamento, desde minha adolescência até aqui.

Ele penteia os cabelos castanhos para trás com os dedos, seu semblante de frustração não passa despercebido por mim.

-Eu lamento.

-Eu não!- Sorriu ladino. -Elas não valiam o pão que o diabo amassou.

Ok! Lá estava eu, conversando com um estranho, sentada no sofá de um estranho e ouvindo seus fracassos em relação a sua vida amorosa e agora....bebendo vinho com um estranho.

Hoje eu alcancei o nível máximo de insanidade.

O álcool já se fazia presente em 100% da minha consciência fazendo minha mente virar um parque de diversão.

Eu fui educada para me tornar uma verdadeira dama e claro, saber beber com moderação.

Confesso que extrapolei um pouquinho...

-Isso é realmente sério?- Gargalho tombando a cabeça para trás, minha risada é alta mas o melhor é a cara de descrença do rapaz à minha frente.

-Sim, eu tive que explicar a ela que eu não era veterinário.- Ele me acompanha me fazendo rir ainda mais. -Foi uma coisa muito louca.

Ele me contava uma de suas histórias envolvendo suas pacientes...

-Mas e você...-Ele se recompõe. -Namora? Ou casada...

Nessa mesma hora me lembro de Aaron, um rapaz que nunca vi em toda minha vida e com um futuro complexo....

Me recomponho e só então percebo, não estou tão bêbada ao ponto de esquecer isso...

-Bom....se eu te dizer que fui prometida a um mafioso?- Ergo uma sobrancelha franzindo o cenho.

Os seus olhos cor de mel me fitavam com curiosidade e com um leve toque de espanto e uma dose exagerada de sarcasmo e dúvida.

-Acho que você bebeu demais, mocinha.- Ele toma a taça já vazia da minha mão e a coloca sobre a mesinha de vidro.

O olho com dúvida, em seu lugar também não acreditaria.

-Falo sério, Valentin.- Ele me olha rápido e logo desvia sua atenção dos meus olhos.

-Tipo essas histórias que você só vê em livros?- Ele rir me trazendo um alívio imediato voltando a olhar em meus olhos.

Se ele tivesse acreditado? Sabina? Que droga você tem na cabeça?!

-Existem histórias desse tipo?- não contive o sorriso abafado. -loucura.

-Sim, existe!.- Ele rir -Deixa eu adivinhar, tem que casar virgem também?

Exatamente.

Minhas bochechas queimam sobre o seu olhar interrogativo.

-Oh! Céus, você está corada.- Ele acaricia minha bochecha esquerda com um belo sorriso em seu rosto.

Eu nunca fui tocada de nenhuma maneira por nenhum homem, o ato que Kléber está tendo agora aquece meu coração traíra e não reluto sobre sua ação.

Isso é estranho para uma pessoa que acaba de conhecer...

A tela do seu celular reserva se ilumina, exibindo na tela o nome da minha irmã.

Sim eu adicionei o seu número.

-Pode pegar.- Ele abandona o meu rosto e logo se levanta dando um gole em sua bebida.

Pego o telefone abrindo o aplicativo de mensagem.

"Eles já foram, pode voltar seja lá de onde você está."

Sorrio ao ver sua mensagem e logo me levanto dando de cara com Valentin de braços cruzados um tanto curioso.

-Preciso ir...

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