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Cap 4: Ele esteve aqui.

Sabina Becker. 

Enquanto o táxi fazia o roteiro de volta para minha casa, ao passar pela mesma estrada qual havia acontecido meu pequeno acidente, percebi que o meu carro não estava mais estacionado no local em que eu havia deixado.

-Isso não é possível.- Sussurrei baixo sem levar suspeitas.

A iluminação é precária. A única coisa que permiti-me avistar a estrada são os faróis dos carros em sentidos contrário ao táxi.

Meu pai provavelmente rastreou o veículo ou até mesmo o próprio Duckworth.

Céus!

Kléber queria me trazer até em casa, mas seria muito arriscado. Sem contar que ele havia bebido então optei por pegar um táxi.

Foi a melhor opção tanto para mim, quanto para ele! Infeliz o destino o fez cruzar justamente comigo, posso ter o colocado em risco...

Lembro da sua insistência para pelo menos pagar a corrida então aceitei.

"vamos nos ver de novo?" 

Com certeza não. 

Concordei positivamente mesmo sabendo que isso nunca poderia acontecer.

De maneira alguma!

Seus olhos brilhavam sobre a claridade refletida pela luz do luar.

Seus olhos já eram claros, sobre a luz lunar lembrava-me muito o mel.

Doce mel.

Que droga Sabina.

Eu não havia respondido, não queria pôr sua vida em risco e muito menos criar expectativas. Apenas sorri, agradeci por tudo e logo em seguida entrei no carro observando o distanciamento entre o carro e ele...então ele sumiu em meio a escuridão. 

-Chegamos Senhorita.- O senhor me alerta, só então percebo que estávamos na esquina da minha casa.

Suspiro alíviada, sem atentados, somente um carro quebrado.

Amém. 

-Obrigado.- Sorrio para o homem que assenti. Desço do veículo sentindo a brisa fria se chocar contra minha face.

Observo o veículo tomar distância me fazendo suspirar aliviada.

Eu não poderia entrar pelo portão principal, faria um barulho desgraçado e obviamente meus pais acordariam.

Lembro-me da entrada que eu e Sabrina tínhamos feito quando éramos mais novas, na lateral da casa. 

Dou uma volta miserável pelos muros exageradamente reforçados com aço e altos, retiro uns caixotes velhos que bloqueavam a entrada. 

Sim! Eu sei, era muito infantil... Mas era por aqui que saímos para brincar com as outras crianças normais. 

Para minha sorte, eu ainda cabia. 

Fecho a entrada ao passar, me levanto e corro em direção a porta dos fundos já que os seguranças ficavam a frente da casa. 

Entro pela porta dos fundos a fechando com cuidado, andei na ponta dos pés passando pela cozinha indo em direção a sala. 

Tenho certeza que todos dormem...ou quase todos. 

Quando a ponta do meu pé tocou o primeiro degrau da escada, a luz do abajur se acendeu ao lado do sofá me fazendo virar rapidamente.

Me xinguei mentalmente, eu estava ferrada. 

-Não vai me desejar boa noite Sabrina?- Meu pai se levanta tranquilamente caminhando em minha direção. -Ou devo dizer, Sabina?- ele ergue a sobrancelha em dúvida cruzando os braços.

Droga. 

Droga. 

Suspiro cansada já imaginando o sermão que irei levar a partir de agora. 

-Estou esperando, mocinha.- Com o seu cenho franzido e braços cruzando e com seu olhar intimidador meu pai me interroga, mas não parece irritado. 

Eu acho.

Eu bem que poderia encerrar esse narração agora, já que não acho as palavras certas para confrontar meu pai. 

-Pai! Eu...-Divago. -Tive problemas com o carro e...não consegui chegar a tempo, não queria causar má impressão. 

Seus olhos me fitam de cima a abaixo analisando minhas expressões, ele sempre foi bom nisso. 

-Vamos, continue Sabina. 

-E um homem me ajudou.- Seus olhos se arregalam. -E não consegui chegar há tempo, choveu e...

-Ele tocou em você?- Suas mãos quentes envolvem o meu rosto, seus olhos analisam minha face assim como o meu corpo, procurando algum resquício de crueldade. 

E nego com a cabeça. 

-Não papai.- Seus músculos relaxam e vejo ele respirar aliviado retirando suas mãos do meu rosto. 

-Amanhã conversamos, esta tarde.- Ele olha o seu pulso onde se encontra o relógio. -Que isso não volte a se repetir, fui claro?- assenti. -certo Becker.

-Tudo bem, boa noite pai.- Ele beija minha testa com ternura logo me envolvendo em um abraço.

-Eu nunca me perdoaria se algo te acontecesse Sabina. Nem a você e nem a sua irmã.- Ele acaricia minhas bochechas ao se afastar. -Aliás, pode parar com essas trocas de lugares com ela. 

Ele rir e eu o acompanho sem graça.

-Agora suba, boa noite filha.- Ele beija minha testa novamente e assinto. -Boa noite.

Subo as escadas apressada pulando os degraus na tentativa de chegar o mais rápido possível em casa.

Eu ainda não acredito que ele foi totalmente compreensivo, chega a ser estranho.

Fecho a porta por trás de mim e levo um tremendo susto ao ver a loira sentando de pernas cruzadas em cima da minha cama. 

-Que susto garota.- Levo a mão ao peito e arfo assustada. -Achei que era a loira do banheiro. 

-Você é engraçada né?- ela se levanta e vem em minha direção. -Esqueceu que somos gêmeas? Automaticamente você se torna uma também. 

-É mesmo né?- Ironizo e ela revira os olhos em resposta. 

-Vem! Quero saber de tudo, não me esconda nada.- Ele minha arrasta pelo pulso mas logo puxo de volta obrigando ela a parar. 

-Calma! Eu vou tomar um banho primeiro.- Ela assentiu. 

Retiro o arma do coldre e coloco em cima da penteadeira. 

-Ah! antes que me esqueça, ele esteve aqui.

A olho rapidamente por cima dos ombros.

Sabrina possui um olhar confiante, uma de suas sobrancelhas é erguida em desdém.

-Mais lindo do que nunca!- Ela completa convicta.

[...]

Depois de uns 20 minutos de banho, finalmente posso relaxar na minha cama ao lado da minha irmã. 

Eu contei a metade da história para Sabrina que por sinal, está visivelmente chocada. 

-Nossa, essas coisas não acontecem comigo.- Ela brinca. -Que sorte em garota.- Ela bagunça meus fios loiros em frente ao meu rosto.

Levo uma mecha para trás da orelha, respiro fundo tomando coragem para continuar.

-Ele é tão lindo Sabrina.- prenso um travesseiro contra o rosto envergonhada.

-Eu não acredito! Você conheceu o cara em menos de 5 horas e já ta apaixonada?- Ela puxa o travesseiro e de imediato me levanto. 

-Eu não tô apaixonada.- Murmuro. 

-Claro que não está.- Ela rir e eu puxo o travesseiro de volta e me deito. -Mesmo que tivesse, seria um amor proibido já que você tem o Aaron.

Preciso mudar de assunto... 

-E o Levi?- Questionou ao lembrar da vista do meu "noivo"

Sabrina suspira pesadamente abaixando a cabeça sutilmente.

-Eu tenho pena de você.- Ela fala baixo o que me deixa espantada. -Pelo menos ele é lindo! deve dar pro gasto.

-Ele é tão ruim assim?- Ergo uma sobrancelha. 

-Ele é um grosso, arrogante, insuportável...

-Eu já entendi, Sabrina.- Reviro os olhos dando de ombros. -Ele tinha que aparecer logo hoje.

-Sério! O Aaron é um gato! Mas o que ele tem de beleza ele tem de ignorância.- ela indaga. 

Eu nunca vi o Aaron, nem em redes sociais ou algo parecido... Ele vivia fazendo missões em nome da máfia, para o seu preparamento, afinal, ter o título de chefe da máfia Alemã é algo que exigirá muito dele. 

-Case-se você com ele então, Maninha.- Brinco, pois sei que no final quem vai está naquele altar vai ser eu. 

-Credo! Se isso acontecer eu sou capaz de matá-lo, amanhã a gente continua.

Ela boceja demonstrando cansaço. -Estou morrendo de sono. 

Assenti e a loira se levanta e caminha em passos lentos até a porta.

Descobrindo um pouco sobre você Aaron...

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