Sabina Becker.
Enquanto o táxi fazia o roteiro de volta para minha casa, ao passar pela mesma estrada qual havia acontecido meu pequeno acidente, percebi que o meu carro não estava mais estacionado no local em que eu havia deixado.-Isso não é possível.- Sussurrei baixo sem levar suspeitas.A iluminação é precária. A única coisa que permiti-me avistar a estrada são os faróis dos carros em sentidos contrário ao táxi.Meu pai provavelmente rastreou o veículo ou até mesmo o próprio Duckworth.Céus!Kléber queria me trazer até em casa, mas seria muito arriscado. Sem contar que ele havia bebido então optei por pegar um táxi.Foi a melhor opção tanto para mim, quanto para ele! Infeliz o destino o fez cruzar justamente comigo, posso ter o colocado em risco...Lembro da sua insistência para pelo menos pagar a corrida então aceitei."vamos nos ver de novo?" Com certeza não. Concordei positivamente mesmo sabendo que isso nunca poderia acontecer.De maneira alguma!Seus olhos brilhavam sobre a claridade refletida pela luz do luar.Seus olhos já eram claros, sobre a luz lunar lembrava-me muito o mel.Doce mel.Que droga Sabina.Eu não havia respondido, não queria pôr sua vida em risco e muito menos criar expectativas. Apenas sorri, agradeci por tudo e logo em seguida entrei no carro observando o distanciamento entre o carro e ele...então ele sumiu em meio a escuridão. -Chegamos Senhorita.- O senhor me alerta, só então percebo que estávamos na esquina da minha casa.Suspiro alíviada, sem atentados, somente um carro quebrado.Amém. -Obrigado.- Sorrio para o homem que assenti. Desço do veículo sentindo a brisa fria se chocar contra minha face.Observo o veículo tomar distância me fazendo suspirar aliviada.Eu não poderia entrar pelo portão principal, faria um barulho desgraçado e obviamente meus pais acordariam.Lembro-me da entrada que eu e Sabrina tínhamos feito quando éramos mais novas, na lateral da casa. Dou uma volta miserável pelos muros exageradamente reforçados com aço e altos, retiro uns caixotes velhos que bloqueavam a entrada. Sim! Eu sei, era muito infantil... Mas era por aqui que saímos para brincar com as outras crianças normais. Para minha sorte, eu ainda cabia. Fecho a entrada ao passar, me levanto e corro em direção a porta dos fundos já que os seguranças ficavam a frente da casa. Entro pela porta dos fundos a fechando com cuidado, andei na ponta dos pés passando pela cozinha indo em direção a sala. Tenho certeza que todos dormem...ou quase todos. Quando a ponta do meu pé tocou o primeiro degrau da escada, a luz do abajur se acendeu ao lado do sofá me fazendo virar rapidamente.Me xinguei mentalmente, eu estava ferrada. -Não vai me desejar boa noite Sabrina?- Meu pai se levanta tranquilamente caminhando em minha direção. -Ou devo dizer, Sabina?- ele ergue a sobrancelha em dúvida cruzando os braços.Droga. Droga. Suspiro cansada já imaginando o sermão que irei levar a partir de agora. -Estou esperando, mocinha.- Com o seu cenho franzido e braços cruzando e com seu olhar intimidador meu pai me interroga, mas não parece irritado. Eu acho.Eu bem que poderia encerrar esse narração agora, já que não acho as palavras certas para confrontar meu pai. -Pai! Eu...-Divago. -Tive problemas com o carro e...não consegui chegar a tempo, não queria causar má impressão. Seus olhos me fitam de cima a abaixo analisando minhas expressões, ele sempre foi bom nisso. -Vamos, continue Sabina. -E um homem me ajudou.- Seus olhos se arregalam. -E não consegui chegar há tempo, choveu e...-Ele tocou em você?- Suas mãos quentes envolvem o meu rosto, seus olhos analisam minha face assim como o meu corpo, procurando algum resquício de crueldade. E nego com a cabeça. -Não papai.- Seus músculos relaxam e vejo ele respirar aliviado retirando suas mãos do meu rosto. -Amanhã conversamos, esta tarde.- Ele olha o seu pulso onde se encontra o relógio. -Que isso não volte a se repetir, fui claro?- assenti. -certo Becker.-Tudo bem, boa noite pai.- Ele beija minha testa com ternura logo me envolvendo em um abraço.-Eu nunca me perdoaria se algo te acontecesse Sabina. Nem a você e nem a sua irmã.- Ele acaricia minhas bochechas ao se afastar. -Aliás, pode parar com essas trocas de lugares com ela. Ele rir e eu o acompanho sem graça.-Agora suba, boa noite filha.- Ele beija minha testa novamente e assinto. -Boa noite.Subo as escadas apressada pulando os degraus na tentativa de chegar o mais rápido possível em casa.Eu ainda não acredito que ele foi totalmente compreensivo, chega a ser estranho.Fecho a porta por trás de mim e levo um tremendo susto ao ver a loira sentando de pernas cruzadas em cima da minha cama. -Que susto garota.- Levo a mão ao peito e arfo assustada. -Achei que era a loira do banheiro. -Você é engraçada né?- ela se levanta e vem em minha direção. -Esqueceu que somos gêmeas? Automaticamente você se torna uma também. -É mesmo né?- Ironizo e ela revira os olhos em resposta. -Vem! Quero saber de tudo, não me esconda nada.- Ele minha arrasta pelo pulso mas logo puxo de volta obrigando ela a parar. -Calma! Eu vou tomar um banho primeiro.- Ela assentiu. Retiro o arma do coldre e coloco em cima da penteadeira. -Ah! antes que me esqueça, ele esteve aqui.A olho rapidamente por cima dos ombros.Sabrina possui um olhar confiante, uma de suas sobrancelhas é erguida em desdém.-Mais lindo do que nunca!- Ela completa convicta.[...]Depois de uns 20 minutos de banho, finalmente posso relaxar na minha cama ao lado da minha irmã. Eu contei a metade da história para Sabrina que por sinal, está visivelmente chocada. -Nossa, essas coisas não acontecem comigo.- Ela brinca. -Que sorte em garota.- Ela bagunça meus fios loiros em frente ao meu rosto.Levo uma mecha para trás da orelha, respiro fundo tomando coragem para continuar.-Ele é tão lindo Sabrina.- prenso um travesseiro contra o rosto envergonhada.-Eu não acredito! Você conheceu o cara em menos de 5 horas e já ta apaixonada?- Ela puxa o travesseiro e de imediato me levanto. -Eu não tô apaixonada.- Murmuro. -Claro que não está.- Ela rir e eu puxo o travesseiro de volta e me deito. -Mesmo que tivesse, seria um amor proibido já que você tem o Aaron.Preciso mudar de assunto... -E o Levi?- Questionou ao lembrar da vista do meu "noivo"Sabrina suspira pesadamente abaixando a cabeça sutilmente.-Eu tenho pena de você.- Ela fala baixo o que me deixa espantada. -Pelo menos ele é lindo! deve dar pro gasto.-Ele é tão ruim assim?- Ergo uma sobrancelha. -Ele é um grosso, arrogante, insuportável...-Eu já entendi, Sabrina.- Reviro os olhos dando de ombros. -Ele tinha que aparecer logo hoje.-Sério! O Aaron é um gato! Mas o que ele tem de beleza ele tem de ignorância.- ela indaga. Eu nunca vi o Aaron, nem em redes sociais ou algo parecido... Ele vivia fazendo missões em nome da máfia, para o seu preparamento, afinal, ter o título de chefe da máfia Alemã é algo que exigirá muito dele. -Case-se você com ele então, Maninha.- Brinco, pois sei que no final quem vai está naquele altar vai ser eu. -Credo! Se isso acontecer eu sou capaz de matá-lo, amanhã a gente continua.Ela boceja demonstrando cansaço. -Estou morrendo de sono. Assenti e a loira se levanta e caminha em passos lentos até a porta.Descobrindo um pouco sobre você Aaron...O dia já havia amanhecido, o sol hoje escolheu brilhar em meio a imensidão azul do céu, Sabrina havia acordado primeiro que eu só para que eu contasse detalhadamente o que tinha acontecido entre mim e o estranho do carro vermelho. Não aconteceu nada e eu fico super feliz com isso, imagino a reação do meu pai se eu fizesse algo.-Senhorita Becker, parabéns.- Minha professora particular de etiqueta sorri contentemente. -A senhorita se supera a cada dia mais.Eu só acertei o modo de usar todos os talheres, o que tem de mais nisso? -Obrigado!- Sorrio de volta logo arrumo a postura devidamente correta sobre a poltrona confortável. Já sabem né? Peito estufado...coluna ereta, cabeça erguida e um monte de idiotices que nunca entendia o por quê.Sabina? você será a mulher de um dos homens mais importantes da Alemanha.-Por hoje é só Senhorita.- Ela desliza sua mão por meu ombro, pensando por trás de mim. -Seu pai está a sua espera, senhorita.Arregalo os olhos em surpresa ao mesmo tempo em
Sabina Becker. Tudo aconteceu tão rápido...Eu não sei se estava sonhando, mas tenho certeza que ouvir a voz dele, eu não sei se seria paranóia da minha cabeça ou se realmente era ele. -Você tem que acordar, Minha princesinha.- A voz era a do meu pai, ele acariciava meu rosto suavemente, seu polegar quente faziam movimentos circulares em minha bochecha.Sentir o seu toque de alguma maneira me confortáva...ele só queria me proteger. Eu não sei há quanto tempo estou aqui, tendo a total companhia do meu subconsciente que está me deixando louca. Já cheguei a discutir com o mesmo.sairei daqui direto para um hospital psiquiátrico. -Sabrina não para de chorar, toda vez que ela se olha no espelho se derrama em lágrimas.- Ouço seu sorriso fraco o que me faz querer rir também, mas não consigo. -Ela afirma que ao se olhar no espelho lembra-se de você.- Porque será?Somos gêmeas não é? É normal. Pela vigésima vez entro em uma guerra falha com minhas pálpebras, quais estão fechadas ao um b
Kléber Valentin. O motivo da minha insônia tem nome...Sobrenome? Com certeza, Sabina Becker. Sabina é o motivo da minha perda do sono, eu não sei vocês, mas acredito em destino e o quanto ele pode influenciar em nossas vidas tanto no presente quanto no futuro. Em um momento de distração me vi pensando na profundidade e imensidão dos seus olhos azuis, que lembrava-me o oceano, seus fios loiros bem arrumados e sedosos possuíam um aroma tão doce quanto a dona.Aquela mulher não saia dos meus pensamentos por algum motivo persistente.E como se já não bastasse ser atormentado pela a insônia ainda sou incomodado durante a tarde por minha irmã é que não desisti de enche o meu saco. -Kléber? Você escutou o que eu disse?- Ela finalmente para de andar de um lado para o outro seposicionando em minha frente de braços cruzados completamente furiosa.-Sim! Eu escutei Elisa.- Apoio meus cotovelos sobre os joelhos e entrelaço as mãos em frente a minha boca fechando os olhos.Como ela deve está?
Sabina Becker. A luz refletida pelo sol da manhã atravessava o vidro do quarto pairando sobre seu rosto.Seus olhos cor de mel já são perfeitos! Sobre a luz solar não há como descrever tamanha perfeição.-Senti dor em algum local?- ele pressiona de leve o estetoscópio sobre meu peito coberto por um fino tecido brabo e logo nego.-Não...-na verdade só doia um pouquinho. -Devo chamar você de doutor?- o questionei com cenho franzido.-Com certeza! já que você está me atendendo. coincidência...Ele sorrir visivelmente sem graça, céus! O sorriso desse homem é perfeito. -Me chame de Kléber, senhorita Sabina.- Ele retira o aparelho do meu peito deixando pendurado em seu pescoço, caindo sobre seu peitoral coberto pelo seu jaleco perfeitamente branco.Pisco algumas vêzes saindo do transe. -Porque estou aqui afinal?Seu olhar sobre mim é pensativo e receoso. Seus olhos castanhos varrem o pequeno cômodo trabalhado no branco e logo suspira.Sim, ele fofo. -Nao lembra?- ele faz uma careta conf
Kléber Valentín. -Obrigado por me avisar Laura.Desligo o telefone o entregando para minha irmã que me olha esquisito enquanto dirijo. Paro o carro quase encima da sinaleira, respiro fundo relaxando os músculos. -O que houve?- Ela questiona analisando o aparelho. -Você não sabe disfarçar, irmãozinho. -Sabina recebeu alta.-Não deveria está feliz?- a olho de relance com uma sobrancelha arqueada. -Quer dizer, é sua paciente né? e quando recebem alta é um bom sinal. Claro que estou feliz! Ver Sabina naquela cama me destruía internamente a cada dia, fazendo-me está cansado fisicamente e mentalmente.-Claro que estou.- Olho pulso onde está o meu relógio. -20:10- resmungo frustrado.O sinal abre e piso fundo no acelerador ouvindo os xingamentos de Elisa ao meu lado. -Ei! Calma ai, eu ainda não casei.- Ela grita irritada. -Se isso tudo é saudades, manda uma mensagem para ela ou liga, sei lá.Me lembro que Sabina havia ligado para alguém, irei checar o número assim que chegar em casa e
Ela estava sem dúvidas, perfeita! Mesmo não sendo treinada e recebendo educação para aquele momento, ela estava divina. Seu vestido vermelho com uma fenda na lateral chamava atenção. Seus fios soltos formando leves ondulações e uma maquiagem nada muito exagerada.A loira descia deslizando suavemente sua mão pelo corrimão de mármore, chamando a atenção do Homem que estava à sua espera.A garota estende sua mão para o rapaz que a beija sem desviar a atenção das suas íris azuis. -Esta belíssima senhorita.- Ele diz totalmente impressionado pela beleza da garota que sorri envergonhada. Ela sabia que estava linda, mais um elogio sempre caia bem. Seu ego inflado é incrível.-Obrigado Senhor, Duckworth.- ela se esforça para segurar a vontade de rir perante o futuro chefe da máfia Alemã que simplesmente assentiu discretamente.Era engraçado a vontade que ela sentia de rir quando chamava um homem de 27 anos de senhor. Ela sabia que o quê fazia era perigoso, mas preciso. -Onde está Sabrina
Kléber Valentin. Não posso negar. Realmente estou preocupado, mas, ela havia prometido que assim que chegasse mandaria mensagem. -Então o pai dela estava lá?.- Ela ergue suas sobrancelhas surpresa. -Essa garota não tem quase 20 anos? céus!Caminho em direção a cozinha em passos frustados deixando minha irmã sozinha na sala e falando sozinha. -Sim! Acho que ela tem problemas com os pais, é normal nessa idade. Ela é apenas uma jovem.Ela é maior de Idade não é? É normal sair. Fecho a porta da geladeira dando de cara com Elisa escorada no balcão com os braços cruzados. -Vai meter medo em assombração Elisa! Com essa máscara de pepino horrível. Elisa possui sua face pintada de verde e uma toalha branca na cabeça envolvendo os fios castanhos junto com o roupão rosa com sua inicias estampada nele. -É bom para pele.- Dá de ombros. -Ela é uma mulher, Kléber. Sabe o que faz! Ela não tem 5 anos. Tô vendo que esse assunto não acabará por aqui. -Sim! Uma mulher muito inocente.- Dou uma
Sabina Becker. Meu dia seria chato, sinceramente? até esqueci a ordem de todos os meus programas diário.Eu já estou cansada disso tudo.Três toques são dados na portas pro meu estresse diário começar.-Sabina! O café da manhã foi servido.- minha irmã grita. Acabo de escovar os fios loiros colocando a escova na penteadeira me olhando no espelho novamente e suspiro em busca de calma.Caminho até a porta puxando minha blusa para baixo, giro a maçaneta abrindo a porta devagar.-Essa blusa não é minha?.- Ela cruza os braços e se escora na parede me fuzilando com o olhar. Visto uma blusa de seda Branca e um shorts jeans preto e um tênis preto. -Nunca nem vi Sabrina.- dou de ombros ao passar por ela mais logo sorri provocativa.Realmente a blusa é dela, bom... Vamos deixar em off. Ela me segue pelo extenso corredor de paredes pintadas em tom branco, escuto sua respiração pesada por trás de mim.Isso não é normal.-Papai se encontra?- a olho por cima dos ombros e ela assenti.-Sim!.- E