A Caçada - Parte I

▪︎▪︎Gabriel

Eu estava em Emoed a quase sete meses e até então, os demônios caçadores que me procuravam não mais deram sinal de vida.  Portanto, achei que os havia despistado. Em forma humana, era muito difícil perceber a presença deles  e vice-versa  mas sei que eles não eram sorrateiros. 

Naquela manhã, o clima estava um tanto chuvoso, eu estava fazendo meu trabalho, ansioso pois mais tarde conseguiria ver Serena, mesmo que rapidamente.

Minha aparência havia mudado bastante desde que eu tinha chegado ali. A começar pela aparência,  eu tinha  cortado os cabelos na altura do maxilar , cortei a barba gigante, deixando apenas um cavanhaque sutil  . Como tinha voltado a me alimenta razoavelmente bem, meu corpo voltou ao de um homem normal mas nada como era  antes de tudo . Sim, eu não havia me esquecido, como poderia? Todas as noites eu tinha medo, eu via sombras na parede e em minha mente. Sentia falta dos dias no Paraíso ao lado de meus irmãos e sabia que isso jamais voltaria. Pior que isso era saber que havia uma guerra ocorrendo nas sombras, uma guerra que eu comecei e que agora, mesmo sem sentido para mim, ainda acontecia e eu passei de líder á fugitivo dela.

- Ficou sabendo, Gabriel? - Ruan, um colega de trabalho, por assim dizer, se aproxima de mim do lado de fora dos estábulos - Uma família inteira foi assassinada na estrada fora da cidade, parece ter sido ataque de algum animal, estraçalharam até as crianças e dizem que todos os pedaços dos corpos foram cauterizados.

Ruan era o mais próximo de um amigo que um homem como eu teria. Era aparentemente mais velho, beirando os cinquenta. Branco, robusto, calvo e tinha um semblante amistoso. Eu não me interessava por notícias corriqueiras mas aquilo, definitivamente não era algo comum. Um nó se fez em meu coração,

- Cauterizados? Tem certeza disso? - Minha intuição passou de me alertar para gritar em meu ouvido. Demônios caçadores, como os que seguiam meu rastro, eram descuidados e devoravam carne humana para se alimentar, e sempre cauterizam tudo  involuntariamente após beber o sangue. Era uma carta  aberta de ameaça. 

A aparência destes seres  eram de bestas infernais humanoides que se locomovem saltando por entre a copa das árvores e estavam sendo liderados por um demônio de nível superior, não qualquer um, mas um dos sete Lordes do Inferno chamado Azazel, ele é o único neste grupo que passaria despercebido pelos humanos , se passando por um deles

- Pelo amor de Deus, homem, parece que viu um fantasma - Ele sorri de lado - Sei que é assustador mas os caçadores já estão na mata.

- Não foi um animal que fez isso, Ruan! - Esbravejei .

Pela primeira vez eu estava com medo, mas não por mim e sim pelas pessoas a minha volta. Isso nunca aconteceu antes. Todos estes caçadores seriam o banquete ideal ao cair da noite e minha consciência estava pesando mais do que se houvesse  uma rocha equilibrada em minha cabeça. Eu poderia ir até lá , mas seria massacrado. Deus sabe que este é só o começo, independente do que eu faça. Poderia pedir ajuda mas a quem? os céus me exilaram, Rafael jamais me escutaria. Eu estava sozinho e de mãos atadas. Optei por tentar ir embora. No que estava pensando quando achei que conseguiria deixar de ser um andarilho? Só coloquei pessoas inocentes em risco. Quem sabe assim eu os leve para longe!

Esperei alguns minutos, voltei para o canto onde eu dormia, juntei algumas roupas e comida. Mas assim que me virei, lá estava ela, usando um vestido azul de uma dama mas uma capa cinzenta de uma criada. Ela baixou o capuz.

- Aonde pensa que vai? - Ela questiona mantendo sua postura altiva, olhando firmemente em meus olhos.

- Não devia vir até aqui, seus pais podem ver - A repreendi, tentando tirar o foco da trouxa em mim mão.

- Deixei de ter medo no momento em que você me tomou pra si - Ela deu um passo a frente, segurando no braço que segurava a trouxa - Posso dizer que me sinto livre mas ao mesmo tempo, presa a você...e portanto, eu o proíbo de me deixar.

- Eu não tenho escolha, Serena, não sou homem pra você - Era horrível ver aqueles olhos verdes cobertos de lágrimas, eu não podia lhe contar a verdade, ela jamais acreditaria mas eu tinha que ir, principalmente por ela.

- Eu decido quem é homem pra mim ou não e definitivamente não é o noivo misterioso que meu pai quer que seja  , logo se você vai embora, eu vou com você , não me importo de viver ao relento. Eu estou arruinada de qualquer forma, meu futuro marido, seja quem for ,  vai me matar depois da noite de núpcias, você sabe disso.

- Serena, por favor....você não sabe o que diz.. - Eu podia simplesmente passar por ela e ir , que diferença faria? Eu tinha questões maiores para me preocupar mas eu não conseguia dar um maldito passo! O que era um marido cruel  comparado à turba de demônios que poderiam estraçalha-la  sem piedade? Ambos os destinos eram ruins mas com certeza Azazel era pior. Então, a afastei com uma expressão fria e indiferente que só eu saberia fazer - Acabou, Serena, sinceramente , não devia nem ter começado. Você precisa começar a ser mais racional e aceitar sua realidade. Nem sempre podemos ser felizes e definitivamente, eu não sou mais uma opção pra você - Juntei todas as minhas forças e passei por ela como se passasse pelo fogo do inferno e corri para hora sem dar tempo para nada.

------------

▪︎▪︎Serena

Eu me sentia uma tola , uma garotinha iludida que entregou seu coração e sua honra a um estranho e agora, estava condenada por isso e pagaria o preço sozinha. Eu fiquei paralisada quando o vi partir daquele jeito. Gabriel sempre foi misterioso, suas formas de demonstrar amor era fazendo, não falando e a forma como ele fugiu de mim, só me fez provar o fel da decepção por uma ilusão  que talvez eu tenha criado sozinha. Tudo que eu queria era um amor livre e agora, me via abandonada.

Eu me recuso a acreditar que ele teria me abandonado assim, que tudo que fizemos tenha sido nada! É claro que tem algo a mais , só pode ter! Se ele acha que vai acabar assim, ele está redondamente enganado.  Ele não pode me condenar desta forma á ser a desonrada de um foragido! 

Saí do alojamento a passos pesados, do lado de fora estavam minhas damas de companhia, Lady Melína e Lady Daisy, ambas eram irmãs e minhas melhores amigas. Melína era loira, alta , esguia , tinha olhos negros e traços de uma mulher mais velha. Seu temperamento era mais semelhante ao meu, enquanto que Daisy era mais baixa, morena clara, com olhos azuis, traços mais juvenis  e temperamento mais contido, sendo  extremamente cuidadosa.

- Já chega dessa loucura, Serena... nós vimos ele sair - Daisy me advertiu - Já nos arriscamos tanto.

- Não tenho opção alguma, vocês sabem disso - Olhei para as duas com os olhos molhados mas expressão firme- Não estou te reconhecendo, Daisy, você sempre foi a sonhadora.

- Não pode correr atrás dele feito uma rameira - Melína também me adverte- Ninguém vive de sonhos, a realidade agora é outra pra você. 

- O que eu sou agora diante de minha família e da sociedade? - Questionei de modo retórico- Somos mulheres, nossa honra é nossa vida e Gabriel levou a minha, ele não tem direito de me abandonar assim e não vai! 

- O que pretende fazer? - Daisy questionou.

- Não é óbvio? - Melína acabou dando um sorriso de lado ao olhar fundo em meus olhos- Ela vai atrás dele, independente do que façamos então....- Melína então se afasta, olha ao redor e aponta uma direção- Ele foi por ali, a pé, logo você o alcança.

Eu não iria me humilhar, iria exigir o que me era de direito. Deus sabe o quanto é difícil ser uma mulher neste lugar. Tudo é culpa nossa, tudo recaí sobre nós e os homens sempre acham que podem decidir a nossa vida, o que precisamos ou não fazer , o que suportamos ou não mas não é assim que funciona, não comigo !  Gabriel pode até querer ir embora, mas só depois da verdade. Segui a direção indicada, perguntando a um e o outro , enquanto minhas amigas certamente me dariam cobertura.

Se eu estava com medo ? É claro que sim ! Tudo poderia dar muito errado mas eu não ia aceitar calada, não mais. Eu soube do misterioso assassinato na mata, é claro  e rezei para poder alcança-lo antes de entrar na floresta densa.

Segui, através da trilha indicada e o vi de joelhos na beira de um rio, enchendo seu cantil de água.

- Ouvi seus passos a mais tempo do que imagina - Ele diz se erguendo e olhando pra mim lentamente - Pensei ter sido claro.

- Pensou? Não interessa, agora você vai me ouvir! - Disse num tom que nunca usei na vida mas foi muito bom.

Ele olhava freneticamente pros lados como se estivesse esperando o leiteiro. Aquilo me irritou mais ainda.

- Serena....- Ele resmunga.

- Acha mesmo que minha vida sem você será melhor do que é contigo ao meu lado?  - Engoli seco - Minha tia foi desonrada antes do casamento, e pior, ficou grávida! Ela foi enclausurada numa Torre até o bebê nascer, o filho foi tirado dela e ela vive lá até hoje! Enlouqueceu de tanta dor, sabia? Porquê o pai foi um covarde que não quis fugir com ela! 

Você não pode simplesmente ir embora , me deixar sozinha depois de tudo e não me dar nem uma explicação decente!

- Você não entenderia...- Ele se aproximou, segurando minhas mãos.

- Tente e eu prometo que darei o meu melhor! Mas não faça eu me sentir uma idiota....não é justo comigo..- Olhei nos olhos dele - Tem a ver com seu passado, não é? Essa sua fuga repentina.

▪︎▪︎Gabriel

Eu estava em Emoed a quase sete meses e até então, os demônios caçadores que me procuravam não mais deram sinal de vida.  Portanto, achei que os havia despistado. Em forma humana, era muito difícil perceber a presença deles  e vice-versa  mas sei que eles não eram sorrateiros. 

Naquela manhã, o clima estava um tanto chuvoso, eu estava fazendo meu trabalho, ansioso pois mais tarde conseguiria ver Serena, mesmo que rapidamente.

Minha aparência havia mudado bastante desde que eu tinha chegado ali. A começar pela aparência,  eu tinha  cortado os cabelos na altura do maxilar , cortei a barba gigante, deixando apenas um cavanhaque sutil  . Como tinha voltado a me alimenta razoavelmente bem, meu corpo voltou ao de um homem normal mas nada como era  antes de tudo . Sim, eu não havia me esquecido, como poderia? Todas as noites eu tinha medo, eu via sombras na parede e em minha mente. Sentia falta dos dias no Paraíso ao lado de meus irmãos e sabia que isso jamais voltaria. Pior que isso era saber que havia uma guerra ocorrendo nas sombras, uma guerra que eu comecei e que agora, mesmo sem sentido para mim, ainda acontecia e eu passei de líder á fugitivo dela.

- Ficou sabendo, Gabriel? - Ruan, um colega de trabalho, por assim dizer, se aproxima de mim do lado de fora dos estábulos - Uma família inteira foi assassinada na estrada fora da cidade, parece ter sido ataque de algum animal, estraçalharam até as crianças e dizem que todos os pedaços dos corpos foram cauterizados.

Ruan era o mais próximo de um amigo que um homem como eu teria. Era aparentemente mais velho, beirando os cinquenta. Branco, robusto, calvo e tinha um semblante amistoso. Eu não me interessava por notícias corriqueiras mas aquilo, definitivamente não era algo comum. Um nó se fez em meu coração,

- Cauterizados? Tem certeza disso? - Minha intuição passou de me alertar para gritar em meu ouvido. Demônios caçadores, como os que seguiam meu rastro, eram descuidados e devoravam carne humana para se alimentar, e sempre cauterizam tudo  involuntariamente após beber o sangue. Era uma carta  aberta de ameaça. 

A aparência destes seres  eram de bestas infernais humanoides que se locomovem saltando por entre a copa das árvores e estavam sendo liderados por um demônio de nível superior, não qualquer um, mas um dos sete Lordes do Inferno chamado Azazel, ele é o único neste grupo que passaria despercebido pelos humanos , se passando por um deles

- Pelo amor de Deus, homem, parece que viu um fantasma - Ele sorri de lado - Sei que é assustador mas os caçadores já estão na mata.

- Não foi um animal que fez isso, Ruan! - Esbravejei .

Pela primeira vez eu estava com medo, mas não por mim e sim pelas pessoas a minha volta. Isso nunca aconteceu antes. Todos estes caçadores seriam o banquete ideal ao cair da noite e minha consciência estava pesando mais do que se houvesse  uma rocha equilibrada em minha cabeça. Eu poderia ir até lá , mas seria massacrado. Deus sabe que este é só o começo, independente do que eu faça. Poderia pedir ajuda mas a quem? os céus me exilaram, Rafael jamais me escutaria. Eu estava sozinho e de mãos atadas. Optei por tentar ir embora. No que estava pensando quando achei que conseguiria deixar de ser um andarilho? Só coloquei pessoas inocentes em risco. Quem sabe assim eu os leve para longe!

Esperei alguns minutos, voltei para o canto onde eu dormia, juntei algumas roupas e comida. Mas assim que me virei, lá estava ela, usando um vestido azul de uma dama mas uma capa cinzenta de uma criada. Ela baixou o capuz.

- Aonde pensa que vai? - Ela questiona mantendo sua postura altiva, olhando firmemente em meus olhos.

- Não devia vir até aqui, seus pais podem ver - A repreendi, tentando tirar o foco da trouxa em mim mão.

- Deixei de ter medo no momento em que você me tomou pra si - Ela deu um passo a frente, segurando no braço que segurava a trouxa - Posso dizer que me sinto livre mas ao mesmo tempo, presa a você...e portanto, eu o proíbo de me deixar.

- Eu não tenho escolha, Serena, não sou homem pra você - Era horrível ver aqueles olhos verdes cobertos de lágrimas, eu não podia lhe contar a verdade, ela jamais acreditaria mas eu tinha que ir, principalmente por ela.

- Eu decido quem é homem pra mim ou não e definitivamente não é o noivo misterioso que meu pai quer que seja  , logo se você vai embora, eu vou com você , não me importo de viver ao relento. Eu estou arruinada de qualquer forma, meu futuro marido, seja quem for ,  vai me matar depois da noite de núpcias, você sabe disso.

- Serena, por favor....você não sabe o que diz.. - Eu podia simplesmente passar por ela e ir , que diferença faria? Eu tinha questões maiores para me preocupar mas eu não conseguia dar um maldito passo! O que era um marido cruel  comparado à turba de demônios que poderiam estraçalha-la  sem piedade? Ambos os destinos eram ruins mas com certeza Azazel era pior. Então, a afastei com uma expressão fria e indiferente que só eu saberia fazer - Acabou, Serena, sinceramente , não devia nem ter começado. Você precisa começar a ser mais racional e aceitar sua realidade. Nem sempre podemos ser felizes e definitivamente, eu não sou mais uma opção pra você - Juntei todas as minhas forças e passei por ela como se passasse pelo fogo do inferno e corri para hora sem dar tempo para nada.

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▪︎▪︎Serena

Eu me sentia uma tola , uma garotinha iludida que entregou seu coração e sua honra a um estranho e agora, estava condenada por isso e pagaria o preço sozinha. Eu fiquei paralisada quando o vi partir daquele jeito. Gabriel sempre foi misterioso, suas formas de demonstrar amor era fazendo, não falando e a forma como ele fugiu de mim, só me fez provar o fel da decepção por uma ilusão  que talvez eu tenha criado sozinha. Tudo que eu queria era um amor livre e agora, me via abandonada.

Eu me recuso a acreditar que ele teria me abandonado assim, que tudo que fizemos tenha sido nada! É claro que tem algo a mais , só pode ter! Se ele acha que vai acabar assim, ele está redondamente enganado.  Ele não pode me condenar desta forma á ser a desonrada de um foragido! 

Saí do alojamento a passos pesados, do lado de fora estavam minhas damas de companhia, Lady Melína e Lady Daisy, ambas eram irmãs e minhas melhores amigas. Melína era loira, alta , esguia , tinha olhos negros e traços de uma mulher mais velha. Seu temperamento era mais semelhante ao meu, enquanto que Daisy era mais baixa, morena clara, com olhos azuis, traços mais juvenis  e temperamento mais contido, sendo  extremamente cuidadosa.

- Já chega dessa loucura, Serena... nós vimos ele sair - Daisy me advertiu - Já nos arriscamos tanto.

- Não tenho opção alguma, vocês sabem disso - Olhei para as duas com os olhos molhados mas expressão firme- Não estou te reconhecendo, Daisy, você sempre foi a sonhadora.

- Não pode correr atrás dele feito uma rameira - Melína também me adverte- Ninguém vive de sonhos, a realidade agora é outra pra você. 

- O que eu sou agora diante de minha família e da sociedade? - Questionei de modo retórico- Somos mulheres, nossa honra é nossa vida e Gabriel levou a minha, ele não tem direito de me abandonar assim e não vai! 

- O que pretende fazer? - Daisy questionou.

- Não é óbvio? - Melína acabou dando um sorriso de lado ao olhar fundo em meus olhos- Ela vai atrás dele, independente do que façamos então....- Melína então se afasta, olha ao redor e aponta uma direção- Ele foi por ali, a pé, logo você o alcança.

Eu não iria me humilhar, iria exigir o que me era de direito. Deus sabe o quanto é difícil ser uma mulher neste lugar. Tudo é culpa nossa, tudo recaí sobre nós e os homens sempre acham que podem decidir a nossa vida, o que precisamos ou não fazer , o que suportamos ou não mas não é assim que funciona, não comigo !  Gabriel pode até querer ir embora, mas só depois da verdade. Segui a direção indicada, perguntando a um e o outro , enquanto minhas amigas certamente me dariam cobertura.

Se eu estava com medo ? É claro que sim ! Tudo poderia dar muito errado mas eu não ia aceitar calada, não mais. Eu soube do misterioso assassinato na mata, é claro  e rezei para poder alcança-lo antes de entrar na floresta densa.

Segui, através da trilha indicada e o vi de joelhos na beira de um rio, enchendo seu cantil de água.

- Ouvi seus passos a mais tempo do que imagina - Ele diz se erguendo e olhando pra mim lentamente - Pensei ter sido claro.

- Pensou? Não interessa, agora você vai me ouvir! - Disse num tom que nunca usei na vida mas foi muito bom.

Ele olhava freneticamente pros lados como se estivesse esperando o leiteiro. Aquilo me irritou mais ainda.

- Serena....- Ele resmunga.

- Acha mesmo que minha vida sem você será melhor do que é contigo ao meu lado?  - Engoli seco - Minha tia foi desonrada antes do casamento, e pior, ficou grávida! Ela foi enclausurada numa Torre até o bebê nascer, o filho foi tirado dela e ela vive lá até hoje! Enlouqueceu de tanta dor, sabia? Porquê o pai foi um covarde que não quis fugir com ela! 

Você não pode simplesmente ir embora , me deixar sozinha depois de tudo e não me dar nem uma explicação decente!

- Você não entenderia...- Ele se aproximou, segurando minhas mãos.

- Tente e eu prometo que darei o meu melhor! Mas não faça eu me sentir uma idiota....não é justo comigo..- Olhei nos olhos dele - Tem a ver com seu passado, não é? Essa sua fuga repentina.

- Sim...- Ele suspirou, baixou a cabeça como se tivesse criando coragem- Serena, a única coisa que você precisa saber é que eu te amo e tudo que faço é pra proteger você e todos neste lugar.

- Proteger de quê? O que pode ser pior pra mim do que lidar com o meu pai? Você o conhece, sabe que ele faria muito pior...e sabe-se lá quem seja o meu futuro marido

De repente, uma brisa gelada como um vento de inverno envolveu nossos corpos, um cheiro horrível de enxofre e carne podre tomou o ar como se estivéssemos dentro de uma carcaça. As árvores começaram a balançar como se algo estivesse as atravessando e então, ouvi o som de rugidos bestiais.

- Te proteger de quê? Disso...- Gabriel olhou pra cima ao passo em que nos vimos cercados por seres humanoides quadrupedes de pele descarnada, sem olhos e com dentes pontiagudos.

Um homem negro com olhos dourados , careca e com vestes de couro veio caminhando na nossa frente  e por onde ele passava, fogo surgia de seus pés ,  alastrando por toda a área, formando um círculo a nossa volta.

- Azazel...- Gabriel disse me puxando pra trás de si.

Eu estava em pânico, me sentia dentro do próprio inferno mas não conseguia gritar ou chorar tamanho meu estado de choque.

- Ora ora se não é o Segundo General das Legiões Celestes, a Besta do Apocalipse, o filho exilado, um  Príncipe dos Céus....-  Azazel deu um largo sorriso e todos os seus dentes eram de ouro puro. Ele ergue as mãos parcialmente - Depois de um ano te caçando....enfim nos encontramos

Sim...- Ele suspirou, baixou a cabeça como se tivesse criando coragem- Serena, a única coisa que você precisa saber é que eu te amo e tudo que faço é pra proteger você e todos neste lugar.

- Proteger de quê? O que pode ser pior pra mim do que lidar com o meu pai? Você o conhece, sabe que ele faria muito pior...e sabe-se lá quem seja o meu futuro marido

De repente, uma brisa gelada como um vento de inverno envolveu nossos corpos, um cheiro horrível de enxofre e carne podre tomou o ar como se estivéssemos dentro de uma carcaça. As árvores começaram a balançar como se algo estivesse as atravessando e então, ouvi o som de rugidos bestiais.

- Te proteger de quê? Disso...- Gabriel olhou pra cima ao passo em que nos vimos cercados por seres humanoides quadrupedes de pele descarnada, sem olhos e com dentes pontiagudos.

Um homem negro com olhos dourados , careca e com vestes de couro veio caminhando na nossa frente  e por onde ele passava, fogo surgia de seus pés ,  alastrando por toda a área, formando um círculo a nossa volta.

- Azazel...- Gabriel disse me puxando pra trás de si.

Eu estava em pânico, me sentia dentro do próprio inferno mas não conseguia gritar ou chorar tamanho meu estado de choque.

- Ora ora se não é o Segundo General das Legiões Celestes, a Besta do Apocalipse, o filho exilado, um  Príncipe dos Céus....-  Azazel deu um largo sorriso e todos os seus dentes eram de ouro puro. Ele ergue as mãos parcialmente - Depois de um ano te caçando....enfim nos encontramos

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