** Serena
O dia amanhecia normalmente naquela casa. Já se completava agora quase um mês que estávamos ali. Eu , Daisy e Melína fazíamos de tudo que estava ao nosso alcance para sermos prestativas. Buscar água, deixar tudo limpo e arrumado, ajudar na cozinha, o que fosse necessário e mesmo assim, eu me sentia em dívida eterna para com Lilian, sendo este mais um motivo para eu manter seu segredo, mesmo que eu tivesse certeza de que não seria possível esconder por muito tempo.
Eu estava na cozinha quando Gabriel chegou me abraçando por trás. Era tão bom tê-lo tão perto, ao mesmo tempo em que eu sabia no fundo do coração que momentos como estes no futuro ainda eram tão incertos. Eu sentia como se fosse a ú
**MelínaEstávamos agora trancadas numa ante sala do palácio do Regente. O lugar era até bonito, com algumas poltronas, cortinas vermelhas e uma lareira, mas haviam dois guardas na porta do lado de fora. As janelas estavam abertas mas por conta da altura, não representavam ameaça alguma de fuga.Eu andava de um lado pro outro, mil pensamentos me torturam.— Não devíamos ter voltado! - Daisy , sentada numa das poltronas, chora copiosamente.— E que opção nós tínhamos? Estávamos cercados por todos os lados! - Eu me sentia tão culpada quanto ela - Tudo teria dado certo se não tivéssemos confiado em Miguel! Ir&
** HonanEstava tudo sendo devidamente preparado para dar um desfecho glorioso à essa saga. Me vingaria, faria todos pensarem que o fazia apenas pelo meu amigo e ainda aumentaria o meu prestígio e poder, pois eu seria o responsável por salvar a todos da temível Bruxa. Ah ! Essa noite tinha cheiro de triunfo.— E então? Já a matou? - A voz de Miguel se fez presente em meus aposentos.— Ainda não, tenho que fazer tudo como manda as regras - Virei na direção dele- Essa sua mania de invadir aposentos alheios é uma característica da espécie?— Por que a demora? - Ele cruzou os braços após revirar os olhos como resposta ao meu comentário.— Se estava com tanta pressa, devia ter afundado o barco no caminho pra cá
** Lilian--- Seis meses antes ----Eu estava caminhando na floresta em busca de algumas ervas específicas. Eu e minha mãe, apesar de sempre sermos taxadas como bruxas, costumávamos ser última esperança de muita gente na cidade. Enfim, era um dia de sol, pois o clima naquela região era sempre mais quente naquela época do ano.Eu usava meus cabelos soltos ao vento, um vestido em tom de verde escuro e carregava uma cesta. Cantarolava uma canção quando ouvi sons de algo se movendo na copa das árvores.Tudo de que me lembro era que vi um ser de asas negras de pássaro caindo por sobre mim. Um ser de aparência incomum que parecia um homem e agia como um da pior espécie. Ele me manteve deitada enquanto rasgava minhas roupas e tentava se enfiar entre minhas pernas. Eu me debatia mas ele era a criatura m
** SerenaPrecisei de um tempo sozinha para processar aquela informação. Por mais que eu estivesse, de certa forma feliz, eu também temia pois sabia o que aquela criança era.— O que faremos agora? - Melína me questiona.À essa altura, as duas estavam no quarto comigo, à portas abertas.— Você precisa tirar, Serena, é o mais sensato a se fazer - Daisy sugere friamente , demonstrando estar diferente do que me lembrava - Existem formas de se fazer isso, não é?— Não ..- Eu disse baixo, tocando minha barriga - Isso nunca!— Esse bebê pode te matar e nem sabemos aonde o pai está! Se ainda vive ou se ainda te quer viva! - Melína se senta ao meu lado - Sei que não acredita nisso mas lembre do que Miguel fez.— Não tem um dia em que eu não pense nisso! - Olhei nos olhos dela.—
** GabrielNós invadimos a fortaleza do inimigo naquela noite. Chegamos pelo céu e ali fomos recepcionados pelo novo exército de monstros profanos que Valak havia criado. Por um momento, tive pena deles pois eu sabia que haviam sido Desertores torturados mas agora, precisavam morrer.Miguel e eu focamos em Valak e em seus servos mais fortes. Pela pri
***GabrielVoltar ao esconderijo foi uma parte difícil. Vencemos, mas a que preço? Tudo podia ter sido evitado por mim no passado, e ao olhar nos rostos de cada um ali presente, que tiveram seus destinos tão alterados por mim, era pior.– O quê? - Meisner me encarava com lágrimas escorrendo dos olhos. Agora, ele estava sozinho no mundo, mas não aceitava- Ninguém viu o corpo! Não podem afirmar que ela está morta!
¨Eu estava obstinado e acreditava que ninguém seria capaz de me dissuadir de meu propósito , mas eu me enganei. Tudo, desde o início, foi um grande engano de consequências catastróficas e dai por diante, só posso tentar recolher os cacos antes que eles firam mais do que já feriram ¨ - Arcanjo Gabriel.Terra- 1345 D.C , em alguma região densa e florestal da Europa.Gabriel tinha não apenas o seu objetivo traçado como também os meios para realizá-lo.. A sentença havia sido dada, ele condenara a raça humana a um apocalipse adiantado, do qual nenhum deles se salvaria. Conseguiu convencer, tal qual um Rei, mais seis arcanjos a se aliarem a ele com suas respectivas legiões, mesmo que isso significasse ir contra as ordens do Alt&iacu
▪︎▪︎ MiguelNeste dia, completava-se um ano desde a queda de meus irmãos e todos os que os seguiram. A rotina no Paraíso mudou muito, pois todas as funções que antes eu dividia com eles, agora, recaiam por sobre meus ombros e por mais que parte de mim estivesse um tanto feliz por ocupar uma posição de tanto poder mediante a querubins , serafins e derivados, outra parte se viu frustrada pois agora, todos os olhos estavam em mim, tudo dependia de mim e meus verdadeiros planos foram totalmente aniquilados e digamos que daqui pra frente, a minha sorte dependia do desfecho da guerra que silenciosa era travada na Terra.Era sempre dia neste reino, a luz era forte mas não incomodava olhos celestiais. Entrei elegantemente na imensa sala do trono. Todo o lugar era de mármore branco ad