** Rafael
Valak era de longe a criatura mais vil de todo o Inferno e eu o conheci quando ainda era um anjo, na época em que este mundo nem sonhava em nascer. Ele era um dos mais belos, fortes e adorados dos céus, também o mais ambicioso. Ele tinham planos de ascender e a oportunidade surgiu mas não foi como ele esperava.Começou quando o Altíssimo nomeou a Tríade Celeste, os Príncipes dos Céus, que no caso, seriam os três arcanjos de maior poder, que exerceriam comando supremo por sobre todos os outros arcanjos e suas legiões: Miguel, Gabriel e eu.Mesmo não sendo um arcanjo, Valak se destacava tanto que sempre acreditou que podia ocupar um lugar na Tríade. O fato é que ele sabia que Miguel e Gabriel seriam os escolhidos, mas a terceira vaga ainda estava sob forte mistério e algo**ElieserSe o mundo de fato teria algum final dramático , certamente seria igual a este dia. Eu simplesmente estava conversando com a minha família a respeito de um problema e num piscar de olhos, meu irmãozinho estava morto, a fortaleza invadida pelas hordas do inferno, fogo, sangue, morte por todo lado, seres alados do nosso lado e nós nem sabíamos o que eles eram e a minha mãe está morta. E ainda não havia acabado.Nós nos escondemos atrás daquelas moitas mas o objetivo era esperar , ir se afastando cuidadosamente até o mais longe possível de onde um dia já foi nosso lar. Meu coração doeu ao olhar para minhas irmãs , também para Daisy que agora variava enquanto minha pobre Melína tentava desesperadamente estancar o sangramento no rosto da irmã. Não é preciso ter
** ValakO clima era de festa quando vimos o inimigo bater em retirada. Terminei de incendiar a fortaleza. Acreditei que naquela forma, Gabriel jamais sobreviveria com aqueles ferimentos, mas antes de partirmos de volta para contar ao nosso Rei sobre a vitória, vimos o clarão no céu e eu soube exatamente o que significava. Uma sombra pairou em meus olhos e no que deveria ser um coração dentro de meu peito.— O que é isso? - Lucena se aproximou, perguntando,— O inimigo tentando se fortalecer...Ao chegarmos na fortaleza, eu , ela e Azazel nos dirigimos direto ao Rei. Eu temia contar-lhe sobre o que acontecera ao final da expedição, tentei manter meu orgulho afinal, Ra
**LilianEstava amanhecendo quando todas aquelas pessoas pousaram no meu quintal, literalmente. Eu não havia dormido nada, sabia que algo de ruim tinha acontecido com Rafael, eu tinha essa sensibilidade mas isso é o mais próximo de uma mística que eu sou. Na verdade, eu sou apenas uma mulher que gosta de conhecimento. Pelo menos, eu não passei pela agonia sozinha pois minha mãe veio me visitar e ela era meu modelo de sabedoria. Fisicamente, ela era uma versão minha mais velha.Nós duas vimos o pouso, aquelas pessoas feridas, Gabriel vestido como um Rei e a ausência de Rafael. Ah essa ausência me falava tanto! Olhei fundo nos olhos de Gabriel e pude praticamente ver o que tinha acontecido.Dali por diante , tudo em que me concentrei , com a ajuda de minha mãe e da eufórica Daisy, foi a cuidar do físico e da mente daquel
** HonanComo Regente, eu trazia o meu país com mãos de ferro e longe do mundo exterior o máximo possível. O contato comercial , era inevitável mas eu não permitia a aproximação além disso. Eu não prestava contas a ninguém, nem mesmo ao Vaticano, assim como nenhum Regente jamais prestou .Desde percepções religiosas até os costumes mais ferrenhos. Emoed não faz parte do mundo, está acima dele.Tudo parecia ir bem até que recebo a notícia do ataque brutal a fortaleza de meu amigo, Kayfar, que reduziu a tudo e a todos à cinzas e parece ter sido conduzido por um exército de criaturas aladas. Eu tinha que ver para crer..Cheguei às ruínas ao entardecer do primeiro dia depois do ocorrido. Eu estava a cavalo, trajando uma batina vermelha escura. Eu a
**LucenaTrês dias haviam se passado desde o ataque aquele lugar. Valak havia ficado recluso até então. Todos ali sabiam que este isolamento não era nem um pouco sinal de fraqueza e sim, um recuo estratégico. Ele sairia e seria duas vezes pior.Naquela manhã, eu estava no pátio, treinando com Azazel, onde eu conseguia derrubá-lo e ser ovacionada várias vezes seguidas. Muito se comentava sobre minhas habilidades: uma nephilim , filha de um simples anjo de nível inferior, conseguia ser mais forte do que um demônio nível médio. Mas minha força não vinha apenas do meu gene, como também da minha vida, de tudo que eu já enfrentei nas mãos humanas para sobreviver. Minha força vem da minha ausência de medo, pe
** GabrielAssim que ouvi aquele grito agonizante, dei meia volta, estando disposto a encontrar meu irmão a todo custo mas antes de levantar voo, Miguel pousa em minha frente , de maneira tão brusca e inesperada que me fez recuar por breves instantes.- Irmão...- Eu disse como que em um suspiro de alivio, abraçando-o fortemente.- Você ficou melhor de cabelo curto - Miguel deu um sorriso de lado, demorando um pouco para retribuir- E com uma coroa na cabeçaEle também estava diferente, havia algo mais sombrio em seu olhar. Não que o contexto fosse favorável a algo diferente mas, ele não parecia feliz em me ver- Aind
**GabrielApós a partida provisória de Miguel, eu esperei uma semana para finalmente ter um pouco de coragem para falar com Serena e também, para que ela estivesse melhor fisica e mentalmente para aquela conversa. Naquela noite, pedi para que ela me encontrasse a beira daquele mesmo lago onde orei pela primeira vez.Eu temi que ela não aparecesse mas ela foi, cautelosa, mas foi. Eu não tinha o direito de me sentir ofendido por ela ter se afastado nos últimos dias e entenderia se ela não fosse, apesar de preferir clareza entre nós. Porém, ela estava lá quando eu cheguei. De costas, com um vestido escuro e os cabelos negros ao vento.— Está atrasado - Ela disse friamente olhando para mim.
** ValakMeu plano chegou ao seu ápice e era a hora de colocar em prática. Primeiro, usei boa parte das crianças nephilins prisioneiras como alimento. Suas almas puras e carne incorrupta me fortaleceram .Em seguida, mandei que cinco dos prisioneiros mais fortes fossem trazidos até mim na sala do trono. Ali, após me alimentar, os recebi como velhos amigos.Abri as grandes asas de morcego, adornadas por fogo, assim como as chamas dos meus olhos, minhas mãos agora eram como as de uma besta infernal, com garras letais. Um a um, tiveram minhas garras cravados no peito mas não para os matar.A princípio, seus corpos paralisaram e caíram duros no chão, quase mortos. Depois, cada qual começou a se contorcer, gritando enquanto era possível ouvir o som de seus ossos quebrando e órgãos sendo contorcidos