Aqui abraçada com Valentina eu não pude parar de pensar nas escolhas que me conduziram para até aqui.
Parecia que um milhão de anos haviam se passado desde que fugi daquele lugar.Valentina me soltou e olhou em meus olhos.- Eu nunca conheci alguém como você.-pronunciou para mim e eu acariciei seu cabelo.
- Valentina você não precisa ficar aqui servindo o príncipe, pode ir embora e ter uma vida serena.- falei torcendo para que minhas palavras surtissem algum efeito nela, mesmo que isso significasse não ve-la mais eu prezava para o seu bem.
Ela piscou os olhos para mim e segurou minhas mãos, suas mão eram quentes mas não estavam mais tão macias como outrora, agora eu pude sentir calos nos dedos e a palma estava áspera.- Minhas mãos não são mais as mesmas não é? Isso é o treinamento com mestre Damon, ele é muito talentoso e paciente no meu treinamento.- Valentina falou e vi um brilho em seu olhar que antes eu não havi
Me afastei de Valentina enquanto ela se mantinha de pé com a ajuda de Damon, eu podia ouvir o coração dela batendo fraco demais.- Vá com ele eu quero ficar sozinha.- falei e vi o alívio no rosto de Damon que a segurava protetor, fiquei feliz de ver isso.Ela merecia.- Não mesmo. Basta de ficar sozinha, Damon preciso conversar a sós com ela.- ela se virou para seu mestre e falou obstinada, naquele momento mesmo Damon tendo o dobro do tamanho dela eu o vi vacilar diante de seus olhos decididos.Ela se soltou dele ficando firme de pé e olhou para mim, ainda com aquele olhar de ferro.- Vamos conversar.- anunciou para mim e eu voltei a me perguntar de onde vinha aquela força em seu olhar, uma coragem que eu não entendi.Damon me olhou se sentindo completamente inseguro com relação ao meu estado e me senti no dever de tranquiliza-lo.- Tudo bem Damon eu estou bem n
Me afastei dele me sentindo desconfortável com a proximidade dele, me incomodava que ele parecesse tão amigável.Olhei para o jardim e me perguntei como aquilo poderia ser tão bonito, em especial para algumas rosas vermelhas que davam a impressão de brilhar, eu não me lembrava de ter visto rosas vermelhas assim.Caminhei em direção a elas e o senti me seguir muito lentamente.Percebi que agora ele mantinha uma certa distância e pensei que talvez ele tivesse notado meu desconforto com tanta proximidade.- Gostou das rosas?- perguntou de modo casual demais.Nickolas parecia tentar continuar a conversa quando fiquei em silêncio.Me virei para ele parado logo atrás de mim e tentei identificar sua expressão, de alguma forma descobrir o que ele queria de mim e porque estava tentando parecer tão amigável.Porque insistia tanto para me proteger mas seus olhos azuis profundos nada m
- Sendo sincero? acredito que ele talvez ache que eu tenho algum trunfo significativo para me manter tão confiante aqui em Athenas.- ele respondeu após uma longa pausa a minha pergunta anterior.Olhei para seu rosto tentando captar algum indício de que ele estava mentindo mas não havia nenhum, suas palavras embora não revelassem tudo que eu queria pareciam verdadeiras e isso acabou por atiçando mais ainda minha curiosidade.Em vez de ele responder todas as minhas perguntas acabava por acabar sempre criando outras em minha mente, percebi logo de início que ele estava disposto a obter respostas e não as dar então teria que ter o cuidado para fazer as perguntas certas e tentar obter o máximo possível de suas respostas tão pouco reveladoras.- Minha resposta não saciou sua curiosidade?- indagou ele e fitei seu olhar azul e uma pergunta boba me ocorreu.- Porque seus olhos são azuis?- perguntei impulsivamente, não desejava que ele soubesse
Tentei assimilar suas palavras que me atingiram em cheio, eu estava paralisada em um verdadeiro pesadelo.Depois de tudo que vivi e passei meu único consolo sempre foi pensar que nunca ninguém jamais veria minhas lembranças que todas as coisas sujas e cruéis que fui obrigada a fazer e a viver, todos os momentos que praticamente eu entrava em um transe deixando minha consciência sair do meu corpo e me imaginar em outro lugar muito longe de onde realmente estava, tudo isso era algo que eu tinha uma profunda vergonha.Agora diante de seu olhar eu me sentia completamente repulsiva, suja e nojenta e ao ouvir suas palavras não consegui mais olhar em seus olhos.Tudo que eu desejava era desaparecer.- Minha mãe sempre dizia que eu não deveria olhar as lembranças de ninguém a menos que houvesse permissão afinal eu não sabia os horrores que poderia encontrar, mas eu nunca vi sentido algum em suas palavras afinal como eu conhec
Encarei o vampiro a minha frente que me subestimava, ele encarou de volta como se me desafiasse a mudar sua opinião sobre minha força e eu senti uma vontade imensa de ceder a suas provocações mas consegui me conter.Relaxei os músculos e abri as mãos que estavam fechadas em punhos, ele me olhou parecendo extremamente decepcionado.- Muito controlada parabéns.- anunciou.- Fico feliz que estão se entendendo.- falou Valentina caminhando até nós parou na frente do príncipe e fez uma reverência.- Vou deixar vocês duas conversarem, Não se esqueçam da festa da deusa Athenas.- anunciou Nickolas e antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa a ele Valentina se encaminhou em minha direção e ele desapareceu pela trilha.- Que festa é essa?- indaguei a ela.- É a festa dedicada a deusa patrono de Athenas Athena, já começou na cidade toda, todos saiem as ruas e dançam e cantam e também há um ritual
A sede me golpeou violentamente agora que ouvi suas palavras, porque fui completamente dominada pela verdade delas, eu estava com sede.Podia farejar o cheiro do sangue fresco vindo daquele quarto, cambaleei para trás horrorizada comigo mesma, porque naquele momento pensamentos completamente assassinos envolvendo aquela garota giravam na minha mente.Senti minha garganta queimar e meu estômago se contrair, que sede!— Você precisa se alimentar regularmente Nina. — anunciou ele e caminhou alguns passos em minha direção.Eu estava agora curvada no chão tentando não pensar no quanto eu queria entrar naquele quarto e beber todo o sangue dela, fechei os olhos e enterrei meu rosto nos meus joelhos, eu sentia minhas presas rasgando minha gengiva conforme aumentavam, se lançando para fora.Gemi quando senti a dor da sede me golpeando.— Olhe pra mim. — a voz do príncipe estava calma.Mas não abri os olhos de imediato, eu temia que se encarasse
A rua estava lotada com diversas pessoas dançando e louvando para uma deusa grega, olhei para seus rostos sorridentes e pensei que aquela tradição para eles era importante, mesmo que eu não acreditasse em deuses eles acreditavam.Era estranho estar perto dos humanos agora, porque por mais que eu não fosse mais uma deles, eu ainda me sentia humana.Tirando a sede absurda que eu sentia.Encarei os objetos com a forma da deusa sendo vendidos nas barracas, dos amuletos com o nome de Atena, eles acreditavam naquilo. Mas afinal porque não acreditariam? em sua época a existência de seres sobrenaturais como vampiros estava mais do que comprovada, não só comprovada como eles eram governados por eles.A realeza eram composta por vampiros.Me lembrei da história que ouvi de como surgiram os vampiros tudo começou com uma maldição de uma mulher desprezada.O amor se torno
No instante em que o príncipe cortou a cabeça da mulher uma névoa negra saiu de seu corpo sem cabeça e tomou uma forma humanoide, eu cai de joelhos vendo a cena. As pessoas ao redor que antes brigavam tão furiosas umas com as outras agora caíam no chão parecendo fracas e desnorteadas. O príncipe segurava sua espada e seus olhos agora estavam com um intenso vermelho, suas presas eram evidentes, a coisa avançou contra ele com uma bocarra aberta com dentes afiados e fazia um som completamente agourento do qual eu jamais me esqueci, Nickolas a transpassou com a espada e seu corpo se desfez. Ele me encarou e deu algumas ordens aos guardas que começaram a ajudar as pessoas e correu até mim.Eu ainda me sentia fraca e sem equilíbrio. — O que era aquilo? — balbuciei quando ele se ajoelhou na minha frente. — Um Thymós. — respondeu ele e eu o encarei sem saber o que era um Thymós. — Um daemon do mal, Nina onde ele passa possui alguém e ca