- Sendo sincero? acredito que ele talvez ache que eu tenho algum trunfo significativo para me manter tão confiante aqui em Athenas.- ele respondeu após uma longa pausa a minha pergunta anterior.
Olhei para seu rosto tentando captar algum indício de que ele estava mentindo mas não havia nenhum, suas palavras embora não revelassem tudo que eu queria pareciam verdadeiras e isso acabou por atiçando mais ainda minha curiosidade.Em vez de ele responder todas as minhas perguntas acabava por acabar sempre criando outras em minha mente, percebi logo de início que ele estava disposto a obter respostas e não as dar então teria que ter o cuidado para fazer as perguntas certas e tentar obter o máximo possível de suas respostas tão pouco reveladoras.- Minha resposta não saciou sua curiosidade?- indagou ele e fitei seu olhar azul e uma pergunta boba me ocorreu.
- Porque seus olhos são azuis?- perguntei impulsivamente, não desejava que ele soubesse
Tentei assimilar suas palavras que me atingiram em cheio, eu estava paralisada em um verdadeiro pesadelo.Depois de tudo que vivi e passei meu único consolo sempre foi pensar que nunca ninguém jamais veria minhas lembranças que todas as coisas sujas e cruéis que fui obrigada a fazer e a viver, todos os momentos que praticamente eu entrava em um transe deixando minha consciência sair do meu corpo e me imaginar em outro lugar muito longe de onde realmente estava, tudo isso era algo que eu tinha uma profunda vergonha.Agora diante de seu olhar eu me sentia completamente repulsiva, suja e nojenta e ao ouvir suas palavras não consegui mais olhar em seus olhos.Tudo que eu desejava era desaparecer.- Minha mãe sempre dizia que eu não deveria olhar as lembranças de ninguém a menos que houvesse permissão afinal eu não sabia os horrores que poderia encontrar, mas eu nunca vi sentido algum em suas palavras afinal como eu conhec
Encarei o vampiro a minha frente que me subestimava, ele encarou de volta como se me desafiasse a mudar sua opinião sobre minha força e eu senti uma vontade imensa de ceder a suas provocações mas consegui me conter.Relaxei os músculos e abri as mãos que estavam fechadas em punhos, ele me olhou parecendo extremamente decepcionado.- Muito controlada parabéns.- anunciou.- Fico feliz que estão se entendendo.- falou Valentina caminhando até nós parou na frente do príncipe e fez uma reverência.- Vou deixar vocês duas conversarem, Não se esqueçam da festa da deusa Athenas.- anunciou Nickolas e antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa a ele Valentina se encaminhou em minha direção e ele desapareceu pela trilha.- Que festa é essa?- indaguei a ela.- É a festa dedicada a deusa patrono de Athenas Athena, já começou na cidade toda, todos saiem as ruas e dançam e cantam e também há um ritual
A sede me golpeou violentamente agora que ouvi suas palavras, porque fui completamente dominada pela verdade delas, eu estava com sede.Podia farejar o cheiro do sangue fresco vindo daquele quarto, cambaleei para trás horrorizada comigo mesma, porque naquele momento pensamentos completamente assassinos envolvendo aquela garota giravam na minha mente.Senti minha garganta queimar e meu estômago se contrair, que sede!— Você precisa se alimentar regularmente Nina. — anunciou ele e caminhou alguns passos em minha direção.Eu estava agora curvada no chão tentando não pensar no quanto eu queria entrar naquele quarto e beber todo o sangue dela, fechei os olhos e enterrei meu rosto nos meus joelhos, eu sentia minhas presas rasgando minha gengiva conforme aumentavam, se lançando para fora.Gemi quando senti a dor da sede me golpeando.— Olhe pra mim. — a voz do príncipe estava calma.Mas não abri os olhos de imediato, eu temia que se encarasse
A rua estava lotada com diversas pessoas dançando e louvando para uma deusa grega, olhei para seus rostos sorridentes e pensei que aquela tradição para eles era importante, mesmo que eu não acreditasse em deuses eles acreditavam.Era estranho estar perto dos humanos agora, porque por mais que eu não fosse mais uma deles, eu ainda me sentia humana.Tirando a sede absurda que eu sentia.Encarei os objetos com a forma da deusa sendo vendidos nas barracas, dos amuletos com o nome de Atena, eles acreditavam naquilo. Mas afinal porque não acreditariam? em sua época a existência de seres sobrenaturais como vampiros estava mais do que comprovada, não só comprovada como eles eram governados por eles.A realeza eram composta por vampiros.Me lembrei da história que ouvi de como surgiram os vampiros tudo começou com uma maldição de uma mulher desprezada.O amor se torno
No instante em que o príncipe cortou a cabeça da mulher uma névoa negra saiu de seu corpo sem cabeça e tomou uma forma humanoide, eu cai de joelhos vendo a cena. As pessoas ao redor que antes brigavam tão furiosas umas com as outras agora caíam no chão parecendo fracas e desnorteadas. O príncipe segurava sua espada e seus olhos agora estavam com um intenso vermelho, suas presas eram evidentes, a coisa avançou contra ele com uma bocarra aberta com dentes afiados e fazia um som completamente agourento do qual eu jamais me esqueci, Nickolas a transpassou com a espada e seu corpo se desfez. Ele me encarou e deu algumas ordens aos guardas que começaram a ajudar as pessoas e correu até mim.Eu ainda me sentia fraca e sem equilíbrio. — O que era aquilo? — balbuciei quando ele se ajoelhou na minha frente. — Um Thymós. — respondeu ele e eu o encarei sem saber o que era um Thymós. — Um daemon do mal, Nina onde ele passa possui alguém e ca
Encarei os olhos avermelhados do vampiro a minha frente, sua voz na minha mente era nítida e muito familiar.Tudo ao redor começou a ser destruído pela tempestade que só aumentava, eu via as pessoas sendo atingidas e feridas, mas não sabia como parar tudo aquilo, Ravi ainda mantinha o dedo em minha fronte com a outra mão se segurava em mim, eu podia sentir machado encostado em minhas costas, sua mão firme em volta dele.— Ir com você? PARA ONDE?- gritei.— Para o verdadeiro rei de Athenas, para Alexandre! — respondeu ele e só o som do nome me causou ânsia e ódio ao lembrar o que esse rei fez com o pequeno Heitor e sua mãe, como os machucou e eu mesmo após ter jurado protege-los não pude salva-los.— Você está com um rei que mata crianças! — esbravejei para ele e agora ele fechou as duas mãos ao meu redor me impossibilitando de mover as mãos.— Você não conhece o príncipe regicida, ele manipula você.Ravi falava com total convicção e me pergu
— Vingança? — repeti olhando para ele.O príncipe vampiro me encarou, seu olhar azul profundo era intenso e parecia ver muito além.Aqui estava eu em outra época, uma vampira diante de outro vampiro que me prometia algo impossível de me dar.Vingança.— O que te faz pensar que eu quero vingança? — perguntei.— Você teve uma vida muito difícil, eu vi. — respondeu ele.Sim, ele viu graças a seu dom inconveniente de ver lembranças ruins.Ele parecia de alguma atraído pela escuridão, tudo que eu mais me envergonhava, que me enojava ele podia ver.Ninguém deveria poder ver.— E quem não teve?Ele se aproximou e seu rosto ficou a poucos centímetros do meu, antes que eu pudesse recuar suas mãos seguraram em meus ombros, se fecharam me puxando mais para ele.Tentei resistir, mas ele era mais forte.— Fique parada. — exclamou ele.Ele forçou sua fronte contra a minha de um jeito que minha única visão era ele, sua bo
Ele me encarou ao ouvir minha pergunta, eu mesma me surpreendi ao fazer uma pergunta tão direta como aquela, sobre os motivos de ter matado o pai. — O que leva você a acreditar que eu o matei? — perguntou. — É o que todos dizem. — respondi e me ocorreu jogar por inteiro todas as perguntas que eu havia guardando para mim há muito tempo, olhei no profundo azul daqueles olhos e resolvi perguntar. — Porque você quer reuni todos os vampiros com uma chama, tudo isso é por poder? — Você quer saber minhas motivações, é justo mas agora temos assuntos mais urgentes. — ele estendeu a mão para mim, eu encarei ele sem saber o que deveria fazer. O vampiro deixou sua mão cair depois de um tempo, ele levou a mão ao bolso e retirou um saco de couro preto e estendeu para mim, quando eu não me mexi ele jogou o pequeno saco em mim.Ele fez um barulho inconfundível de moedas. — Pegue, espere o meu sinal e você vai poder fugir. Olhei para ele confu