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Grávida do ex-ator!
Grávida do ex-ator!
Por: Paula Tekila
Capítulo 1 - Desafio aceito

Liana

Saí de casa logo cedo nessa segunda-feira, fiz minhas compras como sempre e, ao voltar, vi o dono com uma placa de "aluga-se" na porta:

— Por que fez isso sem me avisar antes? Tenho direito a pelo menos um mês para achar outro lugar!

Ele respondeu:

— Achei que já tivesse saído da casa. Mandei vários e-mails e telefonei várias vezes. Que espécie de ser humano não tem celular em pleno século XXI? Já chega de desculpas, encontrarei alguém que possa me pagar em dia! — A resposta dele fez algumas pessoas que me assistiam ser despejada de casa, rirem.

Apesar da frustração, consegui telefonar para uma amiga chamada Marcela, que me permitiu ficar em sua casa até resolver minha situação. Seria difícil me reorganizar, já que aquela era uma das casas mais baratas do bairro e estou sem emprego há quase dois meses.

— Não fica assim Liana! As coisas vão se organizar! — Marcela tentava me consolar enquanto seguíamos para a casa dela.

Ao longo dos meus trinta e cinco anos de vida, nunca passei por uma situação tão complicada a ponto de ser despejada de casa por falta de pagamento. Chegamos a casa dela, seria o caos conviver com os cinco filhos dela... Isso mesmo: cinco abençoados de idades diferentes e hiperativos!

Eu queria ser mãe, antes de perder o único homem que eu amei nessa vida. Fernando era um verdadeiro príncipe de filmes de romance, nos conhecemos quando eu tinha vinte aninhos. Ele era empregado do meu pai quando tínhamos uma papelaria e foi amor a primeira vista, me casei em menos de um ano e tudo parecia perfeito.

Até que as coisas ficaram difíceis e ele teve que trabalhar como caminhoneiro, em uma noite eu soube que ele nunca mais voltaria para casa... Nosso amor acabou na BR 153 próximo a uma pequena cidade chamada Paraíso do Tocantins, desde então EU NUNCA MAIS AMEI NINGUÉM! Em todos os sentidos e de todas as formas, não quis filhos e nem sair dessa solidão.

Até cheguei a morar fora do país por um ano para trabalhar de empregada em uma casa de família e foi uma experiência ótima, pois aprendi o básico do idioma alemão. Se não fosse o assédio doentio do meu patrão e minha volta para o Brasil e isso tudo aconteceu depois da pandemia…

— Desculpa te tirar de seus pensamentos, mas o jantar está pronto!

— Estou sem fome Marcela. — Ela se sentou na cama.

— Acho que Deus pode ter uma resposta para você bem mais rápido do que pensava. Olhe esse anúncio...

Ela me mostrou no celular, havia uma vaga para trabalhar como professora particular de alemão.

— Eu não tenho formação no idioma e não sei falar ou escrever com tanta fluência!

— Mas sabe falar o básico, leia direito o que diz aqui. Terá que ensinar um menino de oito anos em uma fazenda que fica há umas três horas de viagem e isso resolveria seu problema com a moradia.

Não sei se a empolgação dela vinha de me tirar logo da casa, ou se realmente me achava capaz de fazer isso dar certo.

— Tem um e-mail para envio de currículo, tente Liana!

O filho mais novo de Marcela a chamou, passei algumas horas pensando no que fazer até que pedi a ela que mandasse meus dados e um currículo mentiroso onde afirmo ser fluente.

No dia seguinte, assim que ela chegou do trabalho e me encontrou com o almoço pronto... Me disse que haviam respondido com um pedido de entrevista e algumas informações sobre a possível contratação. Sentadas ao redor da mesa enquanto os meninos brigavam e gritavam quase nos deixando loucas, ela dizia:

— Eles oferecem um salário de seis mil reais mensais, mais despesas médicas enquanto o contrato estiver em vigência. Além disso, moradia e alimentação! Preveem duração inicial de um ano, mas podem prolongar.

— Nem é um salário tão alto assim, para uma pessoa que realmente tem um diploma nessa formação!

— Caso confirme, sua ida a entrevista será amanhã às oito da manhã na fazenda! — disse ela, me entregando um papel com a relação de documentos que eu precisaria levar.

Na data combinada... tirei as cópias e baixamos um falso diploma na internet, retirei do banco o pouco dinheiro que tinha e peguei um ônibus que me deixaria há algumas horas de lá. Pelo W******p da Marcela combinamos com um senhor que era funcionário da casa, que me buscaria quando eu descesse do ônibus e na hora marcada, ele estava lá.

— Bom dia senhora, sou José. Motorista da fazenda Novo Acordo!

— Muito prazer! — Apertamos as mãos.

Como seria uma viagem relativamente cansativa, independente da resposta que eu teria. Iria pernoitar na fazenda e retornar no dia seguinte, ele me ajudou a levar a mala para o carro e foi muito gentil.

Quando chegamos, aquela fazenda parecia o cenário de um filme antigo. Tudo era bonito, mas de uma forma rústica e, ao mesmo tempo, encantadora.

— Uau! — Exclamei.

— O senhor Bruce nunca gostou muito da vida aqui no campo, mas desde que trouxe o menino tenta deixar esse lugar um pouco mais moderno e sem a cara do velho George.

— Ela é a candidata? — perguntou uma senhora sorridente que abriu a porta.

— Sim, muito prazer me chamo Liana.

Entramos, fiquei observando os quadros na parede e os lindos móveis de madeira. Ela me guiou até o quarto de hóspedes que ficava no andar debaixo.

— O patrão deve chegar em algumas horas, descanse e pode me chamar caso precise de algo.

— Sim e obrigada! — Ela saiu, fiquei olhando pela janela. O curral que cercava a casa, tudo aquilo parecia ser demais para minha situação atual e eu queria conhecer o menino.

Quem sabe se eu o conquistasse, poderiam ignorar as milhares de mentiras que carrego dentro dessa bolsa. Duas horas passaram e nada desse bendito homem chegar, cansada de ficar dentro do quarto eu decidi dar uma volta e saí pela porta dos fundos.

Não tive tempo de reagir, apenas ouvi um cachorro latir e quase me derrubar.

— Desculpa dona! Ele costuma estranhar algumas pessoas...

Quase sem ar, eu respondi:

— Tudo bem, eu não devia ter saído da casa.

— Como se chama?

— Liana!

— Prazer, sou Pedro, o capataz da fazenda. Então deve ser a nova professora do menino Théo, ele não para de dizer aos quatro cantos que finamente vai aprender falar alemão. — Ele arrematou com um sorriso, era um homem muito bonito e de barba farta.

Eu retribuí a gentileza, sorrindo.

— Ainda não fui contratada.

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