Bruce
Cheguei em casa e me deparei com Pedro flertando com a candidata que eu entrevistaria. Eu sabia desde sempre, era burrice minha contratar uma mulher para o cargo de professora! Théo tem me enlouquecido com sua obstinação e cada ano que passa eu o controlo menos. Durante toda a minha vida, lutei para que ele nunca descobrisse sobre meu passado, nem o da mãe dele. Mas um dia, um maldito dia, ele me pegou ao telefone com minha mãe e ouviu quando eu disse que sua mãe estava viva, tinha nacionalidade alemã e nunca havia pisado em solo brasileiro. Desde então, ele tem feito de tudo para aprender o idioma, na esperança de encontrá-la. Saí da fazenda ao entardecer, dirigindo meu carro pela estrada de terra que conheço desde criança. O sol se punha ao horizonte, coloquei uma música sertaneja para tocar enquanto avanço na estrada. Elena, adora a vida luxuosa que eu propicio e nunca aceitou viver comigo na fazenda por odiar o mato e vida rural. Ela é bem mais jovem que eu, tendo apenas vinte e sete anos, temos uma vida sexual tórrida e tão quente quanto o ciúme doentio que temos um do outro Ao chegar, ela já estava esperando por mim, radiante como sempre e se pendurou no meu pescoço dando vários beijos. — E aí, a tal professora? Contratou mesmo? — perguntou, com um sorriso curioso nos lábios pintados de vermelho. — Sim! — respondi — Théo parece ter gostado muito dela. Passaram a tarde no quarto brincando e acho que será bom para ele ter companhia. Elena olhou para mim com aquele olhar determinado que eu conhecia tão bem, me puxou para dentro da casa e fomos para o quarto. — Eu já disse que o melhor é colocá-lo em um colégio interno benzinho. Ele é carente de afeto e lá poderia aprender idiomas e ter mais amigos! Eu suspirei, assimilando suas palavras. — Vamos ver o que acontece. — respondi, tentando não fechar as portas para suas sugestões — Só quero o melhor para ele. Ela sorriu docemente. — Claro, meu bem, eu o amo também e você sabe que faço tudo por você. Transamos até altas horas da noite, Elena vivia com a tia Sara que eu também mantinha com a mesada farta que dou a elas todos os meses. Saíamos do quarto e a encontramos tomando um vinho na sala de estar, eu ainda fechava a camisa e Elena sorria. — Ainda acordada tia? — perguntou Elena. — E quem consegue dormir com seus gemidos! — Ela sorriu. — Não façam caso, estou apenas brincando. — Eu sei de sua amabilidade Sara, sempre que eu assine o cheque! — Saí pegando as chaves do carro, Elena me levou até a parte de fora. — Por que não fica essa noite? — Já fiquei aqui ontem, não quero me ausentar ainda mais de casa! — Acariciei o queixo dela e olhei em seus olhos. — Meu convite para viver na fazenda continua de pé. Elena acariciou meu pênis sobre a calça. — Não se esqueça de que me pertence! Entrei no carro e acelerei. Elena sente ciúmes de Liana e nem a conhece. Resolveu passar na taberna do seu Evandro, lugar onde a cerveja mais gelada da região era servida e todas as fofocas da cidade e região eram atualizadas. Dois dos peões da fazenda estavam tomando sua pinga de todos os dias, Percebi a empolgação deles ao escutar o teor da conversa: — E a professorinha, agradou mesmo o patrão? — perguntou um deles, me demonstrando que estava embriagado. — Se está perguntando sobre o currículo dela, sim. Tanto que a contratei! — respondi, enquanto me serviam um copo de cerveja. — Eu quero aprender a língua dela também, se é que me entende... — Me surpreende que um homem na sua idade não saiba respeitar uma mulher! — Bati o copo com força sobre a mesa. — "Ara" patrão, quem te escuta falar assim até esquece do vosso passado e que não quer desfrutar daquele mulherão também. O sorriso de deboche do Américo me tirou do sério, o agarrei pelo colarinho e joguei em cima de uma das mesas. Os clientes entraram para apartar a briga: — Esse pé rapado não vale um soco do senhor, deixa ele ir embora Bruce! — Some com teu espinhaço da mina frente, passe na sala do Pedro amanhã e receba suas contas! — larguei ele com tudo sobre a mesa. — Patrão era só uma brincadeira... Joguei uma nota de cinquenta reais no chão, saí puto daquele lugar e não sei por que diabos resolvi parar ali. Cheguei em casa tarde da noite, a luz do quarto de hóspedes estava acesa. Fui para a cozinha e levei um susto ao ver Liana acordada. — Sem sono? — perguntei. — Desculpa, não quis lhe assustar. Vim tomar água apenas! — Já percebeu a tranquilidade desse lugar, talvez isso a assuste um pouco nos primeiros dias. Ela sorriu timidamente. — Eu gosto dessa paz, nunca fui muito de sair! — Tem algum namorado? — Ela me olhou surpresa. — Desculpe a pergunta, acho que seria inconveniente a distância para vocês... — Eu não tenho! — Amanhã pode buscar suas coisas na cidade, peça ao motorista e ele a levará. Precisa de algum adiantamento para comprar algo? — percebi que a blusa dela sem mangas, não era nada apropriada para o frio das noites daqui. — Roupas? — Pode ser! Tirei a carteira do bolso, preenchi um cheque de dois mil reais e entreguei a ela. Liana era sempre muito contida ao lidar comigo e não sei porque, toda essa timidez me instiga. Observei a saída dela para o quarto, deixando um perfume doce no ar e agora estou entendendo porque os peões estão em polvorosa por ela... Seus quadris largos harmonizam de uma forma sexy com a cintura fina e seios fartos, seus lábios rosados parecem ter uma maciez deliciosa.BruceAcordei do transe que a visão dela me causou e fui para o meu quarto, uma mulher na flor da idade... No alto de sua meia-idade e sem um namorado para apagar aquela fornalha em forma de corpo? Eu não sou de ferro, me vi excitado pela professora que recém contratei e dando total razão ao ciúme de Elena. Tomei um banho, eu deveria estar farto sexualmente porque Elena sempre me deixava sem forças e claro, propositalmente... não sabe ela, que o passado de intensas cenas seguidas me conferiu um desejo insaciável, acabei batendo uma para Liana e gozando deliciosamente ao imaginar um desfecho diferente do nosso encontro na cozinha. Aquele dia havia terminado de uma forma bem diferente dos últimos tempos, Elena e eu estamos juntos há quatro anos e era totalmente novo desejar uma mulher que não fosse uma das parceiras de cena que tive no passado. Deitei na cama, alisei o tecido fino de cetim e adormeci rapidamente. Dia seguinte... Eles estavam se preparando para sair, José ia levar Li
Liana Acabamos chegando muito tarde por causa do bloqueio na estrada, essa nem foi a pior parte... O pior foi constatar o show de ciúmes da mulher dele ao nos ver chegando, sinto que vou enlouquecer de ódio daquelas insinuações. Com que direito ela pensa que tenho algum interesse nesse homem? Eles saíram para discutir bem longe de mim e agradeço, Théo e eu ficamos juntos no quarto dele e o ajudei com as atividades da escola e estudamos algumas cores em alemão. — Faz tempo que Elena e seu pai namoram? — Me arrependi depois da pergunta. — Sim, muito tempo. Eu não gosto dela, é metida e chata! Sorri contidamente, mudei de assunto e mais tarde eu estava sentada na varanda, observando Théo brincar sozinho com um carrinho de brinquedo. O vento balançava meus cabelos, e o silêncio da fazenda só era quebrado pelo som das rodinhas do brinquedo deslizando pelo chão de madeira. Depois de um tempo, senti vontade de puxar assunto novamente com ele. — Théo, o que você mais sente falt
Liana Ele sai colocando a maçã sobre a mesa, fico feliz por conseguir isso. Théo ficará muito feliz e o menino logo aparece com a mochila nas costas...— Tomou seu café da manhã? — pergunto, ajudando-o com as coisas que levaria.— Sim Liana, minha lancheira está pronta! Pode ir comigo e com Pedro até a escola?— Oh meu amor, não posso ir dessa vez... Mas prometo que irei te levar outro dia!— Bom dia, professora! — A voz quase cantada de Pedro nos interrompe, me viro para ele.— Bom dia, Pedro. — Digo, observando-o entrar para tomar um cafe na cozinha.Théo sai em direção à entrada da casa, onde o motorista o esperava para levar à escola. Aproveito o ensejo para sair da cozinha e evitar um pouco os olhares do capataz que me deixaram um pouco desconfortável. As empregadas também pareciam forçar algo entre nós dois e eu quis evitar.Subi e peguei uma bolsa que havia preparado para levar até a cachoeira, perguntei a um dos peões que estavam selando um cavalo:— Bom dia, pode me dizer pa
LianaThéo me emocionou com o cartão, por um momento esqueci a vergonha que passei antes. Não sei como sairei desse quarto após ter entrado na casa seminua!O tempo passa, tento evitar as pessoas da casa e esperar que Bruce volte ao trabalho ou sair de carro para resolver algo fora, mas nada disso acontece e ouço a voz dele pela casa com a mãe.— Liana, o almoço está servido! — Ouço uma das empregadas me chamar, não adianta ficar aqui dentro, cedo ou tarde terei que me explicar.Saí do quarto, Théo me encontrou pelo caminho e disse que queria me apresentar à sua avó. Meu corpo queima, mas ele me leva pela mão até a mulher... Ela parece manter uma expressão serena e eu sei que a minha cara deve estar denunciando o medo que sinto.— Essa é minha avó, Ivone! E ela é a Liana...— Muito prazer, senhora! — digo, engolindo em seco.— Já nos conhecemos há uns minutos, mas foi um encontro meio... Tenso.— O que aconteceu? — Théo pergunta.— Nada de mais, meu amor, vá brincar um pouco que Liana
LianaPenso que estou sendo boba, quem sabe ele possa me dar um pouco de alegria e distrair a mente.— Está bem, mas falarei com Bruce!— Ele vai permitir! Te pego amanhã às oito...— Tá!Um encontro, há tantos anos, não sei o que é isso. Nem quero pensar nesse passeio como algo a dois, quero ver a cidade e conhecer as pessoas daqui. Pedro sai, me deixando sozinha e terminando de arrumar tudo...— É bom ver que sabe qual é seu lugar aqui nessa casa!Era Helena.— Nunca tive dúvidas disso, senhora...Terminei e saí deixando-a por lá. Théo já tinha ido para a cama. Fico feliz que Ivone esteja aqui para dar um pouco de amor materno a ele... Esse menino precisa muito!Saio um pouco, sinto a brisa da noite tocar meu rosto e ouço os animais da fazenda antes de entrar para seguir até meu quarto. Assim que me viro, esbarro em Bruce e ele me toca os braços, alisando-os e me soltando em seguida.— Eu te chamei para conversar mais cedo, mas Helena insistiu em vir e atrapalhou meus planos. — Se
LianaA caminho desse lugar, ainda penso no que descobri sobre George Bruce e isso me deixa inquieta.— Algum problema, Liana? Parece tão pensativa!— Me perdoe Pedro, não quero ser uma má companhia para você essa noite...— Eu preciso ser sincero. Quero me aproximar de você de verdade.As palavras dele me deixam envergonhada, sinto que talvez não devesse ter aceitado vir até aqui. Ele claramente confundiu isso com um interesse que eu não sinto por ele!Chegamos ao lugar, a praça estava lotada e havia muitas barracas vendendo comida para todos os gostos. Pedro me puxa pela mão, parece ter visto algum conhecido.— Boa noite, essa é Liana. Professora do menino Théo na fazenda!— Muito prazer! — era uma senhora bem simpática, nos cumprimentamos com um aperto de mão.— Ela é muito bonita mesmo, você não exagerou nos elogios, filho!Sorrimos, me dei conta de que ela é a mãe dele. Ficamos por perto, crianças correm e começam alguns fogos anunciando o show de uma banda local. Pedro me convid
BruceHelena não queria ir à festa na cidade, não posso negar a mim mesmo que estou fazendo por causa de Liana. Pedro e ela juntos!Assim que chegamos ao local os encontro, em uma sintonia que me incomoda. Dançando juntos como se já se conhecessem há muito tempo, talvez eu tenha idealizado outro padrão de comportamento para ela. Deve ser como todas as outras, que se encantam por qualquer homem que as elogie...— Eu quero ir embora! Esse lugar fede a pobre!— Elena, acabamos de chegar...— E eu nem sei por que viemos, você nunca gostou desse tipo de festa. Me faz pensar que só veio porque quer vigiar os empregados.— Me poupe Elena, você sabe que tenho ambição de entrar na política. Preciso estar nessas festas e ser visto!— Esqueça esse lugar... você prometeu que deixará tudo isso para trás, podemos ir para casa agora?Suspiro irritado, mas Elena está certa e não tenho mais nada a fazer aqui. Liana e Pedro certamente têm planos para depois da festa, ajeito meu chapéu e seguimos para c
LianaThéo me acordou bem cedinho para dar um beijo de bom dia, dependendo do que aconteceu com Pedro, essa pode ser nossa despedida. Saí do quarto e fui tomar café da manhã na cozinha, não posso ficar presa no quarto ou obviamente levantarei mais suspeitas.— Liana, pode vir comigo ao escritório um momento? — Era Bruce, achei que ele poderia ter ido para a cidade comprar algo.— Sim, senhor!Entrei na sala, ele se sentou e eu à sua frente tentando manter a calma.— O que aconteceu ontem com Pedro e você? — A frase dele me deixou muda, não esperava que as consequências já tivessem chegado para me encurralar.— Com ele...— Sim, ele está com um ferimento na cabeça e você está muito estranha. O que me faz ligar as duas coisas!— O que ele disse? — pergunto ansiosa.— Liana, estou perguntando a você!Nesse momento, Pedro abre a porta e entra surpreendendo-nos.— Desculpa, senhor, mas as empregadas me disseram que estavam aqui e suponho que estejam falando sobre ontem à noite! Me feri qua