Jack Collins Os anos passaram como um piscar de olhos parece que foi ontem que João deu seus primeiros passos, e agora aqui estamos, prestes a levá-lo para Harvard. Quem diria que meu garoto, aquele mesmo que passava horas jogando bola no quintal, se tornaria um jovem atleta, prestes a cursar medicina na universidade mais prestigiada do mundo? Lembro-me de como Emma e eu discutíamos o futuro, imaginando o que ele se tornaria. Mas João sempre surpreendeu, com sua determinação e foco. Ele não herdou apenas o talento atlético da mãe, mas também sua inteligência aguçada. Foi uma combinação poderosa, que o levou até aqui. E não posso deixar de mencionar nossa pequena surpresa, que chegou alguns anos depois de João. Nossa filha trouxe uma nova luz para nossas vidas, lembrando-nos do que realmente importa. Ela tem o brilho nos olhos da mãe e o espírito livre que sempre admirei em Emma. Nosso lar é mais completo com ela, e, embora o tempo tenha voado, cada momento com nossos filhos tem sid
João Coolins Chegar em Cambridge foi uma experiência surreal. O campus de Harvard se destacava no horizonte, e eu mal podia acreditar que, finalmente, estava aqui. Assim que saí do aeroporto, encontrei meu tio Joseph me esperando com um sorriso de orelha a orelha.— E aí, campeão! Pronto para começar essa nova fase? — ele perguntou, me dando um abraço caloroso.— Pronto e ansioso — respondi, tentando esconder o nervosismo que sentia.No caminho para o apartamento, Joseph me explicou que poderia contar com ele para qualquer coisa.— O que precisar, é só ligar. E, claro, nos finais de semana, você pode ir lá pra casa. Sua tia Helena vai adorar ter você por perto, e os primos vão te encher de perguntas sobre Harvard — disse ele, rindo.Quando finalmente chegamos, Joseph me deu um tapinha nas costas.— Fique à vontade. Esse lugar é todo seu. Lembre-se de aproveitar cada segundo dessa experiência.Depois que ele saiu, entrei no apartamento. Era simples, mas confortável. Deixei minhas mala
João Coolins Após o beijo ela voltou a dormir, levantei-me com cuidado para não acordá-la e fui para o banheiro, onde tomei um banho demorado, tentando organizar meus pensamentos. Sabia que o que aconteceu entre nós era inesperado e, em certa medida, complicado, mas nada podia apagar o que sentia naquele momento.Depois de me arrumar para o meu primeiro dia de aula, voltei para o quarto. Anna já estava acordada, sentada na cama e me observando em silêncio.— João, isso não vai acontecer de novo — disse ela, sua voz firme e decidida. Meu coração afundou. Eu sabia que ela estava certa, mas ouvir aquilo ainda assim doía.— Por quê? — perguntei, tentando entender, mesmo sabendo que não era algo que poderia continuar.— Foi uma noite especial, mas ninguém pode saber disso, nem mesmo Helena — continuou ela, seu olhar penetrante. — Precisamos manter isso em segredo.Assenti, aceitando a realidade, embora fosse difícil.— Entendi — respondi, mantendo a voz calma, mesmo que dent
João Collins Minha primeira semana na universidade foi uma verdadeira maratona. Acordava cedo, correndo de uma aula para outra, tentando me adaptar ao ritmo intenso que Harvard exigia. Cada dia era uma batalha contra o cansaço, e, por mais que eu me esforçasse, parecia que nunca havia tempo suficiente para tudo. As matérias eram desafiadoras, os professores exigentes, e os novos colegas também estavam em busca de se destacar. Quando a sexta-feira finalmente chegou, senti um alívio por ter sobrevivido à primeira semana. À noite, enquanto muitos dos meus colegas saíam para comemorar, eu encontrei conforto em algo que poucos sabiam sobre mim. Embora a pressão da universidade fosse imensa, havia algo que me ajudava a manter o equilíbrio: a escrita. Desde pequeno, sempre admirei meu pai, Jack Collins, por sua habilidade com as palavras. Ele era um autor renomado, e mesmo que nunca tivesse me forçado a seguir seus passos, não consegui escapar desse legado. Escrever era algo que vinha natu
Jõao Collins No sábado à noite, fui convidado para jantar na mansão do meu tio Joseph. A semana tinha sido uma maratona, e eu estava ansioso por um momento de tranquilidade. A mansão, imponente e luxuosa, me recebeu com o brilho das luzes douradas que iluminavam a entrada. Cruzei o grande hall de entrada, onde o mármore reluzia, e fui conduzido à sala de estar, onde meu tio Joseph estava conversando com outro homem.Foi então que a vi. Anna. Estava ali, em pé, perto da lareira, com o mesmo ar de elegância e confiança que me atraíra desde o primeiro momento. Quando nossos olhares se cruzaram, senti meu coração bater mais rápido. Ela parecia surpresa ao me ver, mas sua expressão se manteve inabalável. Minha mente, por outro lado, estava uma bagunça de pensamentos e lembranças daquela noite em Cambridge.— João! — minha tia Helena exclamou, sorrindo ao me ver. Ela se aproximou e me deu um abraço caloroso antes de me conduzir para perto de meu tio. — Quero te apresentar Harry — ela dis
Anna MullerSaí do banheiro e lavei o rosto, tentando acalmar os nervos que estavam à flor da pele. Olhei para o espelho, buscando alguma firmeza em meu reflexo, mas tudo o que vi foi a confusão nos meus próprios olhos. Respirei fundo, tentando me recompor antes de sair. Eu precisava manter o controle. Não podia deixar que João me abalasse dessa maneira, não agora.Quando voltei à sala de jantar, evitei olhar para ele. João também não me olhou, o que deveria ter sido um alívio, mas a tensão entre nós era quase palpável. Senti o desejo queimar dentro de mim, o mesmo desejo que eu vinha lutando para suprimir desde aquela noite. Mas não podia me permitir ceder. João era um estudante, e eu, uma profissional com responsabilidades e um noivo. Não havia espaço para esse tipo de confusão.Harry, meu noivo, precisou sair mais cedo. Ele tinha um compromisso inadiável e se despediu com um beijo suave nos meus lábios, antes de partir com o motorista. Fiquei na casa para ajudar Helena com algumas
João Collins O vento frio de Cambridge sussurrava através das janelas do carro enquanto eu me afastava lentamente do prédio de Anna. Havia algo de estranho naquele lugar que sempre me fazia querer ficar por perto. Mas, naquele dia, havia um motivo claro para eu retornar. Olhei para o banco do passageiro e vi a pasta dela, esquecida e solitária, um lembrete de nossa última conversa tensa.Não hesitei. Dei meia-volta e estacionei novamente na frente do prédio. Enquanto me aproximava da entrada, vi uma figura saindo. A oportunidade perfeita. Apressei meus passos e consegui entrar, disfarçando minha presença como se aquele fosse um lugar familiar para mim. O porteiro me olhou com curiosidade, mas a simples menção de que eu precisava entregar algo a Anna foi suficiente para que ele não questionasse.No elevador, meus pensamentos corriam. Será que ela ficaria surpresa? Ou talvez irritada? Quando a porta se abriu no andar de Anna, caminhei com passos firmes até sua porta. Meu coração batia
João Collins Era uma noite de sexta-feira, e o ar carregava um peso que eu não conseguia ignorar. Amanhã seria o casamento de Anna, e eu me encontrava indo até a casa de minha tia Helena. Precisava buscar dois livros de medicina que ela havia separado para mim. A ideia de passar por aquele lugar, tão próximo ao evento que eu preferia esquecer, era desconfortável, mas minha tia sempre foi alguém em quem eu podia confiar.Estacionei o carro na entrada da mansão e caminhei em direção à porta. As luzes do jardim estavam acesas, e logo percebi que havia uma movimentação diferente no ar. Ao atravessar os portões, notei a presença de várias mulheres espalhadas pelo jardim, conversando e rindo. Eram amigas de Anna, claramente envolvidas em alguma celebração.Minha tia Helena, sempre uma anfitriã elegante, havia preparado uma despedida de solteira para Anna. A ironia daquela situação não passou despercebida por mim. Senti um aperto no peito, mas mantive o controle. Eu sabia que estava ali por