Capítulo Três

Emma Soares

Enquanto eu esperava, meu celular toca, atendo e o dono do hotel que trabalho a noite, me pediu para no dia seguinte eu chegar cedo.

—Senhor Diogo, não posso chegar cedo, estou trabalhando no hotel a dois anos e sempre fiquei no turno da noite, pela manhã eu dou aulas particulares.

Ele não parecia estar feliz com a minha resposta, então disse:

—Chegou um cliente que fará algumas entrevistas e ele precisa de uma intérprete amanhã com ele o dia inteiro, ele irá pagar em apenas um dia o que você recebe em três meses, tem certeza que não pode adiar suas aulas particulares?—ele me perguntou como se soubesse que eu não recusaria e realmente eu não posso recusar um valor substancial, principalmente agora.

—Tudo bem senhor, estarei pela manhã no hotel. Obrigada por ligar, tenha uma boa noite.

—Boa noite Emma, como passou o dia meu amor?—Ouço a voz de Rick, logo sinto os braços dele me abraçando, enquanto eu estava de costas.

Viro—me para ele e então falo:

—Estive no banco hoje e fiquei surpresa, ao chegar lá, parece que você precisou pegar o dinheiro que não era seu, então preciso que devolva.

—Emma, acha mesmo que eu iria pegar dinheiro da sua conta? Você mora aqui na minha casa, quem paga as contas e despesas sou eu e ainda acha que ia pegar mixaria no banco?—ele parecia estar irritado, ao mesmo tempo com um olhar de inocência, mas ele não poderia me enganar mais, não depois do que eu vi mais cedo.

—Rick, eu não estou te culpando, eu tenho certeza que foi você quem roubou o dinheiro da Helena, você sabia que não era meu, sabia que a anos junto para ajudar a minha irmã a ter uma formação, mas você não está se importando com nada.

Rick se aproxima de mim, segura firme em meus braços e olha para mim como se fosse um outro homem, parecia que eu estava diante de um animal em fúria.

—O que você está insinuando Emma? Que não estou me importando? Você passa o dia todo dando aulas e quando chega a noite ainda vai trabalhar no hotel, você não se importa com nosso casamento, só pensa em si mesma e na sua irmã, ela tinha que escolher justo o curso de medicina, ainda mais tem que ser em Havard? Vocês duas são patéticas, sonham alto demais e só vivem no chão—ele me puxa e em seguida me derruba no chão.

—Suas malas já estão prontas, pode ir embora, fica com sua amante, não mereço estar com um homem que não posso sequer confiar, você hoje mostrou a sua verdadeira face.

Me levanto e ele olha para mim, com um sorriso no rosto ele começa a soltar gargalhadas, eu procuro todas minhas forças e continuo sem derramar sequer uma lágrima.

—Você está me expulsando da minha própria casa?—ele me perguntou ainda soltando gargalhadas, como se estivesse zombando de mim.

—Só saio da casa que você diz ser sua, quando devolver o valor que retirou da conta da minha irmã.

Ele vai até  o corredor da casa, onde fica entre os quartos e pega as malas, o vejo indo em direção a porta da saída e então ele para, vira para mime diz:

—Olha só para você, está preocupada com o dinheiro, mas nem me perguntou sobre a mulher que julga ser minha amante.

—O que quer que eu pergunte? Se você a ama mais do que fingiu me amar nos últimos três anos? Eu não preciso buscar respostas para perguntas como por que me traiu, se ela é mais bonita, o que eu fiz de errado, a partir do momento que vi você com aquela mulher aos beijos, eu tive certeza de que você nunca me amou, então não tenho perguntas sobre a sua falta de amor, espero que nunca se arrependa do que está fazendo comigo, pois quando esse dia chegar e vai chegar, não irei...—ele me interrompe tentando me beijar e eu dou um tapa no rosto dele.

A minha paciência já tinha se esgotado, ele toca no rosto e me olha com seu olhar irônico, cheio de si e diz:

—Você não irá o quê?  Eu sei que você me ama, acha que não percebi seu semblante de quem chorou bastante?—ele fala enquanto aproxima-se novamente.

—Ao contrário de você, eu não me casaria se não o amasse, mas a decepção que você me causou foi tão grande que não consigo sentir nada por você, nem mesmo ódio.

Pego as malas dele e coloco fora de casa, ele sorri dizendo que vou me arrepender por tirar ele da própria casa, bato a porta e tranco com as chaves, depois sento ali, no chão e choro.

A dor que eu sentia por saber que por amar e confiar em um homem, que destruiu os sonhos da única pessoa que eu ainda tinha como chamar de minha família, invadiram meus pensamentos, tudo o que eu queria saber, era  como iria  contar a minha irmã que todas economias delas e as minhas foram roubadas pelo homem que pensei ser o amor da minha vida.

Jack Collins

Enquanto isso no hotel...

—Senhor Collins, o senhor Montreal me pediu para informá-lo que conseguiu entrar em contato com a funcionária do hotel que trabalha como intérprete e ela poderá vir amanhã para ajudá-lo com as entrevistas —Connor falou, enquanto eu estava em frente a tela do meu notebook, iniciando a escrita de  mais um romance.

Poucas pessoas sabiam, mas meu hobby era a escrita, a cada três meses, sumia do meu mundo dos negócios para vivenciar experiencias que costumava escrevê-las, parece irônico, mas me tornei um escritor de romances que não me interesso pelo romance, as mulheres parecem ficar sedentas por cada novo livro que publico, talvez pelo simples motivo de que desperto nelas a curiosidade de viver a sexualidade de forma intensa e inovadora, passar para as leitoras o  desejo de saber o que vai acontecer após uma mulher frágil e delicada aceitar um acordo onde ela se torne submissa dele, é como colocar a fome com a vontade de comer no mesmo lugar.

Agradeço ao Connor e peço que ele se retire para descansar, no dia seguinte teremos pesquisa de campo ,preciso encontrar uma submissa. Levanto-me e vou em direção a cama, meu corpo parecia estar cansado, mas meus pensamentos não me deixavam dormir, eu sabia que isso iria acontecer, que ela ficaria nos meus pensamentos, nunca aconteceu de que eu desejasse uma mulher casada, sempre que quero algo eu tenho, essa era a primeira vez que eu não poderia ter algo que desejava, não enquanto ela tiver aquela aliança que a marca como o fruto proibido.

Viro-me para o lado da cama e acabo retirando o travesseiro da moinha cabeça, eu estava consumido pelo desejo e pela incapacidade de realizar as minhas expectativas, me levanto e sento de frente para o meu notebook e então começo a escrever.

Ela sabia que beijar a minha boca seria como entrar em um labirinto, talvez não pudesse retornar a saída, eu estava disposto a não deixá-la encontrar a verdadeira saída, iria mostrar a ela que melhor estar dentro do desconhecido do que em uma vida irrelevante sem que me tenha ao seu lado.

O beijo era molhado e quente, era como se eu pudesse sentir o gosto doce do mais delicioso sabor de um chocolate quente em frente a lareira, ela sabia que nossos corpos estavam em chamas, eu poderia sentir nossos corações acelerados, nossos lábios dançavam como se dependêssemos daquela dança para continuarmos respirando, ela para nosso beijo e com seu olhar fugaz, sorri para mim e toca em minhas mãos, a levando para a sua intimidade, ela não precisava dizer mais nada, eu pego meu cinto, desço a saia que ela usava e para minha surpresa, ela não usava calcinha.

Com o meu cinto em uma das minhas mãos, a viro de costas para mim e mando colocar seus braços para trás, ela me obedece sem hesitar, prendo seus braços finos, em seguida ordeno que ela ande até a cadeira, a inclino e abro as pernas dela.

Desço a minha língua até o bumbum dela, depois me levanto e beijo o seu pescoço, enquanto alguns dos meus dedos pincelam a intimidade dela que estava úmida.

.

.

.

—Senhor Collins ,Senhor Collins, acorde—Ouço a voz do Connor, então abro os meus olhos e vejo diante de mim, a mulher que não deixou que eu dormisse a noite passada.

—O que ela faz aqui?

—Senhor Collins, sou a funcionária do hotel que trabalha como intérprete, o senhor Montreal me ligou ontem a noite, informando sobre o seu interesse em contratar uma pessoa que pudesse lhe ajudar com isso.

—Connor saia já do meu quarto com essa intérprete—Senhor Collins, estamos na sala, acredito que acabou pegando no sono mais uma vez enquanto usava o seu notebook—Connor falou em tom baixo, sussurrando para mim.

Levanto-me da cadeira confortável em que provavelmente acabei cochilando e pego o meu notebook, saindo em direção ao meu quarto, fico um pouco confuso, talvez seja pelo fato de ter sido acordado, mas logo lembro-me que escrevi na noite passada e não era uma espécie de sonho que tive, logo vejo na tela parágrafos escritos e os apago, não posso alimentar um desejo que não vou concretizar.

continua...

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