As árvores silenciosas da cidade Rust deixam Kate mais desesperada. A corrida com os pés descalços fazendo com que fossem dilacerados por alguns espinhos ao longo do caminho na estrada que ela sempre caminhara junto de sua companhia mais agradável. O único som que se ouvia era de seus de seus pés batendo no chão.

Seu vestido que já foi tão bonito quanto sua pele branca e cabelo negros devidamente arrumados, agora não passava de apenas um trapo velho e sujo em seu corpo magro. Seu cabelo, que horas atrás estava em um coque bem cuidado e envolto de tranças feitos por sua serva Sara, estava voando junto com as lágrimas de Kate.

Naquela noite, que seria uma das especiais para Kate, pois ela finalmente encontraria seu noivo, aquele em que seu pai estava disposto a entregar sua amada filha, mal sabia ela que um monstro de contos de fadas em livros antigos da biblioteca da cidade, estava esperando por ela quando ela estava a sair de casa. Kate contava como o medo e ao mesmo tempo fascínio por essas criaturas para seu grande amigo que diziam o quanto era boba por acreditar em tais coisas.

-Doce Kate ...- a voz grossa deixa Kate mais assustada e por sua vez pega mais velocidade.- Você sabia que eu ouço sua pulsação e o sangue correndo em suas veias? - gritou o homem fazendo os pelos do braço de Kate se arrepiarem.

Kate mal conseguia ver as árvores naquela escuridão sombria da noite. Os galhos que foram seus amigos nos dias de caminhada junto com Sara por aquela floresta, agora são inimigos dolorosos fazendo sua pele fina cortar em contato com eles.

-Kate, Kate ...- resmungou o homem- Doce Kate ... Onde você está? -As lágrimas de Kate dificultaram sua fuga, o que a fez tropeçar em um enorme tronco de árvore, que logo rapidamente coloca sua mão tentando abafar o som do grito. Ela se arrastou chorosa pelas folhas secas caídas ao chão.

Suas pernas tremiam e seus braços doíam. Ela nunca foi muito religiosa, mas naquele momento de desespero ela pediu ajuda aos céus.

- Seu sangue cheira doce e suculento Kate.-a voz masculina estava mais perto. Então Kate se levantou e saiu correndo de novamente para o mais longe possível daquela voz assustadora.-Chega! - ela foi brutalmente jogada contra um tronco de árvore.

Sua visão ficou embaçada com a força do golpe, que à fez bater com a parte de trás da cabeça. Ela sabia que não poderia escapar. Afinal, de todos os monstros lá fora, ele era o mais perigoso.

-Podíamos ser felizes juntos doce Kate.- Agora a voz masculina soprou em seu pescoço.-Eu mudaria você de qualquer maneira. Seria minha para sempre.- o homem moreno passa a mão grande em seu rosto, pegando uma mecha do cabelo preto de Kate e enrolando nos dedos.

-Você está louco- Kate tenta se levantar mas sua cabeça estava doendo demais devido a todo o esforço que ela fez. Ela olhou nos olhos vermelhos do garoto que um dia chamará de amigo. Ela queria entender como menino doce em que ela colocou toda a confiança, tinha se tornado aquele homem preste a mata-lá.- Eu pensei que você era meu amigo.- disse Kate se afastando do homem.

- E eu era Kate. Até você aceitar ... - começou a andar de um lado para o outro - Aceitar a casar com outra pessoa.

- Eu vi você como um irmão apenas Harry. Aceite.- Kate tentou ganhar tempo olhando aos arredores procurando algo que fosse pontuado para que pudesse fazer como nos livros antigos: enfiar no coração de um vampiro.

-Eu não tenho que aceitar nada- ele grita e agarra o pé de Kate logo apertando fazendo seu osso quebrar. O grito de Kate ecoa pelas folhas das árvores assustando alguns pássaros que dormiam naquela noite fria e molhada. Ao se dar conta ele afasta sua mão dela, mas logo sua raiva volta a tona.- Você deveria ser minha. Mas se não for- ele olha no fundo dos olhos de Kate- ... Não será mais de ninguém.- Harry pega o antebraço de Kate, dando uma mordida com seus dentes afiados e começa a esvaziar o corpo de Kate que grita com toda a força de seus pulmões, tentando se desvencilhar do toque agressivo do homem. 

-Pare- gritou enquanto se debatia- Pare, por favor.

A voz de Kate não era mais forte o suficiente para pedir ajuda. Era tarde demais. Dizia para si mesma. Harry soltou o braço de Kate, que ainda estava por um fio em sua vida. Um fio curto, curto.

-Eu ... eu ... confiei em você... Eu...- Kate disse em uma voz quebrada.

- E eu te amei Kate- Harry limpa sua boca que estava suja de sangue com a manga da camisa. Ele vai até Kate e a faz sentar encostada no mesmo tronco em que ela foi jogada. - É assim que me agradece?- ele pega em seu rosto que estava começando a ficar mais branco do que já era- Eu queria te dar a eternidade. Não foi o suficiente?- Kate usa um pouco da força que tem e pega as mãos de Harry tirando de seu rosto.

- Você nunca seria o suficiente ... O suficiente para mim Harry. Eu ... - os olhos de Kate estavam pesados ​​e cansados ​​- Eu ... te odeio ...- o homem trancou seu maxilar, fazendo sua raiva aumentar, então chegou perto de Kate o suficiente e colocou a mão em seu pescoço. 

- Adeus Kate.- e então Harry quebra o pescoço de Kate fazendo sua vida escapar.

Harry tinha certeza de que naquele dia, em uma das noites mais densas e frias de Rust, ele matou Kate Hamilton.

A sua querida e doce Kate Hamilton.

Mas ele não sabia que tinha acabado de começar uma guerra.

Uma guerra contra Kate.