Garota Infernal
Garota Infernal
Por: Gil Fox
Capítulo 1

Eu nunca entendi o do porquê os heróis serem órfãos. Flash perdeu a mãe, homem aranha o tio, o Batman coitado os dois pais, aí temos, Sakura, Goku, Deadpool? Esse último é um anti-heróis, mas que deve ter perdido os pais também, tem o Superman, acho que esse tem os pais adotivos, mas perdeu seu planeta, então tem histórico de perdas no passado. Será que matar um dos pais deixam eles mais rápidos, mais fortes, melhores com armas etc? Não sei. Eu me chamo Lari e sou a heroína desta história, sem falsa pretensão, eu salvei a porcaria do mundo, não soube, você tem sorte.

Voltando aos pais eu tenho os dois, minha mãe é uma típica dona de casa que adora cozinhar e fazer trabalhos manuais. Em sua lista de preferidos encontra-se as bombas, não aquelas de chocolate e doce de leite e sim as que fazem Kabum, os venenos, armadilhas entre outras coisinhas. Dona de um corpo de parar o trânsito, ela é aquela mulher que você vê na rua e fica morrendo de inveja por que não tem uma grama de gordura sobrando, bunda, peito, coxas malhadas, um lindo cabelão cor de mogno, olhos castanhos, sorriso doce, pele alva meu pai a chama de torrão de açúcar, não ela não se mata em uma academia para ficar assim, ela é uma caçadora tem que ficar em forma. Há quem diga que ela é uma bruxa por causa da sua beleza exótica, mas isso é totalmente mentira, só foi mordida por um demônio. Porém meu pai diz que ela já era uma beldade antes.

Meu pai é aquele pai comum, completamente desatento, muito atrapalhado e adora colecionar coisas, tipo facas, armas de todos os calibres. Se o negócio corta, mutila e traz muita dor ele coleciona, então ele tem um quarto repleto dessas coisinhas aí, sem falar que ele consegue montar uma arma com um clipe e um chiclete, acreditem eu já vi isso. Em um ambiente normal, você quase não o vê, sempre vestido com suéter e calças sociais, óculos tortos e remendados, seus cabelos pretos bagunçados, realmente não seria notado exceto por ele tem dois metros de altura e ser negro, acho que se meu pai se vestisse de modo diferente viveria sendo abordado pela polícia, preconceito é uma merda mesmo. Ele é um docinho de pessoa, super gentil, educado, meu paizinho lindo.

Para fechar minha incrível família temos os meus tios Jack e Alex os gêmeos. O primeiro é louco, totalmente e completamente louco e meu tio preferido, irmão de minha mãe ele adora explodir coisas, na verdade isso é um gosto de família está no DNA, adora carros e alta velocidade. No meu aniversário de quatro anos ele me deu uma granada, disse, Lari puxa isso aqui é vai fazer Kabum. Claro que eu puxei e é óbvio que fez Kabum e tivermos que nos mudar da cidade porque explodimos o parquinho. Tio Alex era o verdadeiro nerd da família, ele cuidava dos computadores e nos tirava de encrenca, completamente metódico e centrado o oposto do irmão. Ambos pareciam dois armários, um metro e noventa de altura loiros, musculosos, olhos castanhos esverdeados, os verdadeiros pedaços de mau caminho.

Bem, tem eu né, sou bem comum, uma mistura da minha mãe com meu pai, herdei os cabelos dela, a altura do meu pai, meu tom de pele é uma mistura dos dois, o que me torna o caramelinho do meu pai. Esqueci de avisar ele é louco por doces. Sou estabanada como o meu pai e não sei cozinhar como minha mãe, queimo até água. Isso me lembra, se dona Linda te oferecer bolo de carne ela quer te matar, cuidado. Única particularidade em mim é que sou literalmente sou cria do demônio. Minha mãe quando grávida de mim, foi mordida por uma súcubo que estava tentando sodomizar o tio Jack. Ela quis se matar, pois humanos mordidos por demônios se torna um deles, meu pai não deixou ele a ama muito, e aí eu nasci com sangue e poderes de demônios, o veneno foi todo para mim.

Vocês já notaram que minha família é tipicamente comum, só mais uma doce e tranquila família que é tem o trabalho de caçar. Não de onças, leões, existe leões no Brasil? Enfim, não matamos animaizinhos, caçamos sobrenaturais que saem da linha. Somos a barreira entre os meros mortais e todo o resto. Obrigada, de nada e curtam minha história, terá muita porrada, Kabum, aventura, Kabum, romance e Kabum. Já disse que amamos explosivos?

***

— Meu docinho, vamos acordar? — Escutei a voz do meu pai ao longe, puxei meu edredom cor de rosa por cima da minha cabeça e resmunguei qualquer coisa. — Você é igualzinha sua mãe de manhã.

— Eu ainda não entendo por que tenho que ir a uma escola? — Tirei o meu coberto da cabeça e olhei para a cara sorridente do meu pai, com vontade de ir até ele e apertar suas bochechas em vingança.

Nós mudamos para uma cidadezinha no interior de São Paulo depois de eu e meu tio Alex explodimos um covil de vampiros em Minas Gerais. Para nossa total absorção, não dava para matar todos, eram muitos e as bombas de luz UV não estava surtindo o efeito desejado, sai um outro pulverizado e os demais só queimadinho.

Levantei da cama de cara feia, o besta do meu pai saiu rindo, caminhei pelo quarto bagunçado, pilhas e pilhas de caixas estavam por todo o canto. A casa que compramos era grande em estilo vitoriano tinha seis quartos no andar de cima. No debaixo sala de jantar, cozinha, biblioteca, sala de estar e uma escadaria da hora para descer pelo corrimão, já tentei e deu certo e levei uma bronca da minha mãe é um: “vai quebrar o pescoço menina”. Meu quarto todo branco, tinha um banheiro só para mim, assim como os dos meus pais, mas os dos meus tios gêmeos teria que ser dividido entre eles. O dinheiro para comprar a casa veio da organização dos caçadores, nunca me preocupei de onde vinha tanta grana.

Abrir a primeira caixa escrita roupas e puxei uma calça jeans e uma blusa do Deadpool, de outra, meus coturnos e fui tomar um banho para tirar a leseira. Depois do banho terminei de me arrumar, peguei minha mochila camuflada do exército e sai para o corredor, dando de cara com a minha mãe no mesmo estado de espírito que o meu, olhei para ela vestindo somente uma camiseta que provavelmente seria do meu pai e senti inveja.

— Dia. — Falamos em uníssono. Caminhamos em silêncio para o andar de baixo, me cocei todinha para não descer pelo corrimão de novo.

Paramos ambas na arco da porta da cozinha e observamos o meu pai todo arrumadinho no estilo nerd, como os meus tios falam, suéter e calça social, óculos tortos na cara, fazendo o café da manhã.

— Sinceramente acho que seu pai é de outro mundo. — Minha mãe se adiantou para a mesa e sentou encarando o homem cozinhando. Pelo cheiro era ovos, linguiça e no forno deveria ter pão.

A cozinha da minha casa parecia algo saído daquelas revistas de decoração de casa futurista cheia de equipamentos modernos, meu pai fazia questão de fazer tudo em casa, nunca se sabia se alguém iria querer nos envenenar. Esse era o discurso do meu pai, na verdade ele adorava todas essas paradas tecnológicas, tinha desde panificadora até não sei o que de fazer molhos.

— Bom dia baixinha. — Meu tio Alex me cumprimentou com um beijo no topo da testa, não sei porque ele me chama de baixinha só tenho dez centímetros a menos que ele. Minha mãe que era a tampinha de casa com seu um metro e setenta. — Vou te levar para escola.

Aquela simples frase deu uma alegrada no meu dia, porque iríamos na Harley dele. — Yes!

— Lari, venha tomar café. — Meu pai me chamou enquanto foi dar pequenos beijinhos na cara emburrada da minha mãe, claro que não demorou muito para ela ficar mais feliz, eu queria um companheiro igual ao meu pai se um dia fosse casar e tudo mais, isso seria quase impossível, era difícil arrumar namorado quando se tinha que caçar vampiros e coisa tal.

— Você dois deveriam procurar um quarto. — Meu tio resmungou. Tomamos café correndo e saímos para escola. Claro que meu tio quebrou todas as leis de trânsito sobre velocidade e eu amava isso, pena que não demorou nada, a cidade era pequena, chegamos ao prédio triste de um tom azulado com garotos e garotas espalhados por todos os cantos. Bem-vinda ao inferno na terra Lari. — Muito bem demônia entregue ao seu inferno.

— Sinceramente, papai pegou pesado no castigo. — Fiz um beicinho para o meu tio que riu de mim. Meu pai queria que nós integramos a sociedade local, nada mais de ser a família Addams da cidade que escolhemos para viver. Ele abriu uma empresas de fachada de segurança patrimonial junto com os meus tios, era mais um escritório patrocinado pelo organização para monitoria das atividades demoníacas da área.

A organização dos caçadores era composta por religiosos de todas as religiões do planeta. Na luta contra as criaturas não humanas não tinham essa eu sou cristão, budista, muçulmano entre tantas outros. Éramos todos humanos lutando contra as criaturas da noite. Mas calma, só lutávamos contra eles quando esses saíam da linha, acontece que várias raças gostavam de comer ou escravizar a gente. Por isso existíamos, para dizer a esses caras que no cardápio carne humana estava fora dos limites.

Meu tio tirou sua jaqueta de couro e me entregou. — Toma, tá frio. Não vai querer pegar um resfriado.

Revirei meus olhos, ele sabia muito bem que eu não ficava doente devido ao meu sangue demoníaco, mas aceitei a jaqueta por que combinava com o meu look. Tirei meus óculos escuros do bolso lateral da bolsa e os coloquei. Virei e comecei a andar. Não adiantava reclamar, quando o senhor Arthur colocava uma coisa na cabeça ferrou, não dava para tirar. Era abaixar a cabeça, ser uma doce menina e torcer para o castigo acabar logo.

— Lari. — Meu tio me chamou, quando virei ele me lançou um pirulito e sorriu. — Venho de pegar docinho a tarde e vamos fazer algo divertido.

Coloquei o doce na boca e comecei a andar pelo espaço de concreto que ligava a rua ao prédio de tijolos azuis a minha frente. Conforme eu ia andando todos iam me olhando, uns com admiração, outros com curiosidade e uma loira aguada com nojo. Empinei meu nariz e continuei meu caminho. Estava tão concentrada que não vi o garoto vindo em minha direção descontrolado em cima de uma bicicleta.

— Cuidado. — Em um minuto estava de pé no outro estava sendo puxada para o lado e caindo na vertical, meu mundo em câmera lenta virou em cento e oitenta graus, me preparei para bater duro no chão, porém minha queda foi amortecida por um peito musculoso. Eu estava em cima de um cara, um cara muito do gostoso por sinal. — Você está bem?

As mãos quentes dele em minhas costas me deram arrepios, senti meu corpo esquentar e uma fome de algo queimar dentro de mim. Usei a minha agilidade e levantei de cima dele. Dei uma boa olhar no corpo estendido no chão e o calor aumentou, ofereci a minha mão para ele levantar, mas foi uma idiotice. Quando nos dedos se tocaram, uma corrente elétrica me percorreu, mordi o meu lábio para não gemer. Soltei ele e fechei os olhos tentando respirar fundo. Senti meus mamilos formigando e uma tremedeira nas pernas.

— Você está bem? — A voz do cara era rouca, e não ajudou em nada no que estava acontecendo comigo. Balancei a cabeça que sim e dei uma boa olhada nele. Ele tinha uma cor de chocolate cremoso, lábios carnudos e totalmente te beijáveis, a cor dos olhos não dava para eu saber devido aos meus óculos escuros, ombros largos, braços musculosos, dava para perceber que o cara malhava devido sua blusa esticadas no peitoral. Desci meu olhar pelo perfeito abdômen, quadris estreitos e pernas longas.

— Gente foi mal. — O cara da bicicleta veio até nós. — Perdi o freio.

— Toma cuidado da próxima vez, poderia ter machucado alguém. — Minha voz soou estranha até para os meus ouvidos. Desviei do cara da bicicleta e andei às pressas para dentro do colégio. Procurei a primeira porta escrita, banheiro que eu vi e me enfiei dentro, felizmente estava vazio. Ouvi do lado de fora o sinal tocando. Tirei a minha bolsa e depois a jaqueta largando tudo no chão e me dirigir a pia. Tinha um grande espelho em minha frente, tirei os óculos e me olhei. — Que merda é essa? — Meus olhos que eram castanhos esverdeados, estavam violetas.

A porta do banheiro abriu e por ela o moreno delícia do pátio entrou. Arregalei meus olhos para ele, sem saber o que fazer, estava completamente confusa com a cor dos meus olhos e o com os sentimentos que despertou.

— Quem é você? — O tabletinho de chocolate me perguntou, eu também amava doces e classificava tudo na vida em nível de comida. — Melhor dizendo, o que é você?

Caminhei até ele devagar, cheguei bem perto, apoiei minhas mãos em seu peitoral. O calor de seu corpo aumento o calor do meu, o cheiro masculino invadiu o meu sistema de uma tal maneira que eu me sentir como se estivesse a dias sem comer e em frente ao um delicioso bolo de chocolate. Lambi meus lábios ressecados antecipando o gosto dele.

— Me chamo Lari. — Fiquei na ponta dos pés enquanto abraçava seu pescoço ficando a centímetros de sua boca carnuda. — E eu não sei o que eu sou.

Ataque a boca dele com desespero, pressionei os meus lábios no dele, não demorou muito para ele entender o que estava acontecendo, o cara colocou suas mãos grandes na base da minha coluna e me puxou de encontro aquele corpo duro. Ele tinha todos os músculos definidos. Em um minuto eu estava no controle e no seguinte não. Sentir minhas costas batendo contra a parede dura atrás de mim e o moreno erguendo minhas pernas, circulei sua cintura fina com elas e ele aprofundou o beijo.

Nunca tinha sido beijada daquela maneira. Era como se ele quisesse me comer inteira. Soltei um pequeno gemido, o calor de todo o meu corpo migrou para o meio das minhas pernas. Comecei a me esfregar contra ele e isso só aumentava meu desespero. Soltei seus lábios e ele começou a beijar meu pescoço rudemente enquanto enfiava suas mãos por dentro da minha blusa.

— Sim. — Gemi descontrolada, já não era a Lari certinha matadora de criaturas da noite que estava ali. Era uma menina estranha que precisava de algo. Abrir meus olhos e olhei no espelho em minha frente. Meus novos olhos violetas, meu sorriso de loba. Em câmera lenta, como se não fosse eu, ergui o rosto do cara, eu não olhava para ele, olhava para mim no espelho. Enterrei meus dedos nos cabelos dele e respirei fundo. De sua boca saiu uma fumaça vermelha, assim como um aspirador de pó, suguei aquilo com urgência.

O cara embaixo de mim tremeu e deu um profundo e rouco gemido. Não conseguia desgrudar meus olhos daquela imagem. Sentir um cheiro doce, uma espécie de chocolate com coco. Fechei meus olhos e ergui a cabeça gemendo contente, a fome que estava sentindo foi saciada, um doce sensação de bem estar se apoderou de mim. Um momento perfeito. Perfeito até demais. Senti o cara me soltando e a gravidade agindo. Formos os dois parar no chão do banheiro.

— Que porra! — Exclamei contrariada. Estava em um nirvana bom quando de repente tudo desaba. Me livrando da confusão de pernas e braços me levantei brava e já ia ralhar com o cara, quando notei que o mesmo estava desacordado. — Ai meu Deus, eu matei um cara.    

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