Eu sou fragmentos.
Sim, sou, destroços.
Sou ansiedade pura,
Sou a depressão que não tem cura,
Uma sonhadora que não para de sonhar.
🌻
Sou o verso solto,
Sou a agonia ao falar,
Sou a bailarina sem compasso,
Tentando se manter no ar.
🌻
Eu sou o sentimento,
Puro, incerto e vivido
Eu sou a intensidade
Ao se expressar.
Sou a minha própria
Força ao lutar.
🌻
Prazer, aqui é a adolescente
Que vai te surpreender,
Que vai quebrar padrões
E causarão cócegas e ao
Mesmo tempo melancolia
Nas suas imaginações.
🌻
E que vai colocar
Você pra entender
Que mesmo fragmentada,
Você vai vencer
🌻
Eu Sou Maya Andrews
A bailarina fragmentada
Tanto no amor
Quanto na dor.
🍦
Sejam bem-vindos!
Leia com paixão!
Curta com carinho!
Comente com felicidade.
Matheus Silva ❤
Data: 06/12Cá estou, sentada em minha cadeira branca, com meu diário sobre a mesa de madeira da mesma cor e um abajur para clarear as ideias.A fim de compreender tudo o que tenho a dizer, teremos que partir do início. Tentarei ser sucinta e clara.Caro diário,Aos 13 anos comecei a me ferir. Desculpa, mas é que eu não tive escolha, entende? Já não mandava em mim. Essas torturas me acalmavam, porque o que eu sentia por dentro era bem pior, era assustador.Ao ver meu sangue caindo no chão, pouco a pouco, ia me acostumando e relaxando. Isso se t
Respira, não é tão difícil escrever em um diário MayaRepetia para mim mesma depois da quinta bolinha de papel. Data: 10/01Querido diário, era vinte e seis de maio, quando tudo começou.Eu só tinha 10 anos quando ouvi aquelas duras palavras da minha própria mãe:— Me arrependo de não ter te abandonado, sua demônia! Eu te odeio, menina! — ela estava descontrolada porque vomitei a sua bolsa preta de couro com detalhes dourados — SAIA DA MINHA FRENTE!
Data: 12/01Moro em um país lindoE preconceituoso por natureza.Moro em um país conceituadoPor escolhas erradas.Moro onde não existeIgualdade e democracia de fato.Sim, moro no Brasil!
Quando cheguei em casa, vi o carro do meu pai. Ao entrar, meus pais estavam na cozinha e, sim, mais uma vez estavam discutindo e por um milagre divino, o motivo não era eu. Em meio a tantas palavras e frases alteradas que ecoavam na casa comecei a ficar mais atenta:— Não tenho escolha, Catarina. — ele tentou argumentar.— É sempre assim Ricardo, você só pensa em você e na droga do seu trabalho! — ela estava furiosa — Se você quiser ir, vá! Estou cansada disso tudo. Principalmente desse fingimento. — Ela falava gritando. — Pelo menos tem alguma coisa boa nisso tudo — falou se sentando.— O que tem de bom nisso, Catarina? — Questionou franzindo a testa. Provavelmente, ele já sabia a
Depois de tanto chorar, fui até o andar de baixo tentar falar com minha mãe. Eu pedi, implorei, me humilhei, falei que aceitava qualquer condição, tentei argumentar de todas as formas e jeitos, porém, ela estava irredutível.— Não dá para cuidar de você e do seu irmão, você vai para os Estados Unidos com o seu pai e pare de ser mimada, sua aberração! — disse me olhando com um olhar de desprezo.Sim, ela me chamou de aberração e me doeu ouvir isso, me doeu de uma forma inimaginável. Eu saí correndo e chorando.— Tonta, tod
Ei, você!Sei que não está bem.E não há nada de erradoEm não estar.Sei que quer desabafar.Vamos fazer o seguinte:Por mais cli
Data: 04/03Subi para meu quarto sem me exaltar, fui degrau por degrau na maior calma. Não chorei, já estava acostumada a ser tratada assim por ela. Então, para desabafar peguei meu diário e me sentei na cadeira com ele sobre a mesa.Diário, hoje minha mãe me chamou de preta suja. Como ela teve coragem de falar isso? E como ela achou que falar da minha pele iria me ofender? Eu só senti nojo dela, nojo dela ser racista, nojo dela tentar seguir um padrão deturpado e que tudo que seja diferente do mundinho banal dela, seja abominável. Eu sinto nojo dela e acho que pela primeira vez não me senti mal por ser preta. Contudo, o que mais martela na minha cabeça é o fato dela criticar tanto a cor da minha pele, a
Data: 06/03Mas e agora? Como vai ser? Será que vou fazer amigos aqui? Esses pensamentos estavam me atormentando. Eu não conseguia controlá-los. Lá estava eu mais uma vez trancada só que dessa vez em um quarto de hotel. Olhando para o vidro da janela e sentindo raiva daquela imagem que tanto me encarando.Aquela felicidade de um dia atrás já havia acabado e aquele retrato de mim mesma, me maltratava e me humilhava demais. Eu não sabia o que fazer, eu tentava sair, mas ele me prendia e eu escutava calada, todos aqueles insultos de pensamentos.Estava me sentindo uma prisioneira. Presa em mim mesma. Prisioneira