Data:23/06
Ao longo do caminho, meu pai tentava puxar assunto e eu respondia em monossílabas. Eu ainda estava assimilando tudo o que aconteceu a minutos atrás. Tudo o que o doutor Leandro Lopes falou e tudo faz sentido. É como se eu precisasse ouvir para cair na “real”, entende? 🌻Chegamos a casa e fui atrás do Moço, queria falar para ele tudo que eu ouvir. Olhei no quarto, na cozinha e nada dele. Fui para o meu quarto, tomei um banho, vesti uma blusa a qual eu peguei do Eiko e provavelmente ele nunca irá ver. Ela era vermelha com desenho do Lampião e Maria bonita. Ele disse que comprou no Nordeste em uma das suas viagens. Peguei meu diário com a caneta rosa, e fui para uma part
Nem um de nós três tocamos no assunto. Porém, assim que chegamos a nossa casa, meu pai foi direto para o seu escritório, enquanto nós dois fomos para o quarto do Eiko. Ficamos deitados na cama, um do lado do outro, olhando para o teto com alguns segundos de silêncio.— Como você está? — Perguntou virando seu rosto para o meu lado.— Triste mais bem. — O que era, verdade.— Você está sabendo que o aniversário do Vini está chegando? — Perguntou querendo insinuar algo. O quê? Eu não sei.— Eiko Solano, o que eu tenho a ver com isso? Eu nem conheço o menino direito.— Sei. — Deu um riso. — Ele ficou te olhando com cara de bobo. — Sorriu.— Não tenho nada a ver com isso. Ele não me atraí. — Dei de ombros.— Me explica, por que você não gosta dele?— Não é que eu goste ou não. Eu não conheço ele direito, apenas.— Hum! Acredito. — Respondeu com um tom de deboche.— Acredita em que Sol
Data:28/06Estou eufórica. Saber que daqui a algumas horas vou ter a minha melhor amiga e o meu irmão ao meu lado, me deixou assim. Levantei no mesmo horário de sempre às 6:30. Fui tomar banho, lavei meus cabelos ao som de. Caetano Veloso com a música Leãozinho. Eu amo essa música, cantava junto. Vesti o meu uniforme e desci. Hoje só tenho a noite livre, já que vou ter aula de manhã e à tarde. Já fiz mil planos de como iremos aproveitar o final de semana.Diário, eu estou em meus dias de paz. Não estou me machucando e as minhas cicatrizes estão desaparecendo, isso significa que faz muito tempo que eu não a pratico.O meu café da manhã foi maravilhoso, meu pai estava no plantão da madrugada e iria pegar até o começo da tarde, já que ele trocou para não trabalhar no domingo.Falando no senhor Andrews, el
Eu sou fragmentos. Sim, sou, destroços. Sou ansiedade pura, Sou a depressão que não tem cura, Uma sonhadora que não para de sonhar.&
Data: 06/12Cá estou, sentada em minha cadeira branca, com meu diário sobre a mesa de madeira da mesma cor e um abajur para clarear as ideias.A fim de compreender tudo o que tenho a dizer, teremos que partir do início. Tentarei ser sucinta e clara.Caro diário,Aos 13 anos comecei a me ferir. Desculpa, mas é que eu não tive escolha, entende? Já não mandava em mim. Essas torturas me acalmavam, porque o que eu sentia por dentro era bem pior, era assustador.Ao ver meu sangue caindo no chão, pouco a pouco, ia me acostumando e relaxando. Isso se t
Respira, não é tão difícil escrever em um diário MayaRepetia para mim mesma depois da quinta bolinha de papel. Data: 10/01Querido diário, era vinte e seis de maio, quando tudo começou.Eu só tinha 10 anos quando ouvi aquelas duras palavras da minha própria mãe:— Me arrependo de não ter te abandonado, sua demônia! Eu te odeio, menina! — ela estava descontrolada porque vomitei a sua bolsa preta de couro com detalhes dourados — SAIA DA MINHA FRENTE!
Data: 12/01Moro em um país lindoE preconceituoso por natureza.Moro em um país conceituadoPor escolhas erradas.Moro onde não existeIgualdade e democracia de fato.Sim, moro no Brasil!
Quando cheguei em casa, vi o carro do meu pai. Ao entrar, meus pais estavam na cozinha e, sim, mais uma vez estavam discutindo e por um milagre divino, o motivo não era eu. Em meio a tantas palavras e frases alteradas que ecoavam na casa comecei a ficar mais atenta:— Não tenho escolha, Catarina. — ele tentou argumentar.— É sempre assim Ricardo, você só pensa em você e na droga do seu trabalho! — ela estava furiosa — Se você quiser ir, vá! Estou cansada disso tudo. Principalmente desse fingimento. — Ela falava gritando. — Pelo menos tem alguma coisa boa nisso tudo — falou se sentando.— O que tem de bom nisso, Catarina? — Questionou franzindo a testa. Provavelmente, ele já sabia a
Depois de tanto chorar, fui até o andar de baixo tentar falar com minha mãe. Eu pedi, implorei, me humilhei, falei que aceitava qualquer condição, tentei argumentar de todas as formas e jeitos, porém, ela estava irredutível.— Não dá para cuidar de você e do seu irmão, você vai para os Estados Unidos com o seu pai e pare de ser mimada, sua aberração! — disse me olhando com um olhar de desprezo.Sim, ela me chamou de aberração e me doeu ouvir isso, me doeu de uma forma inimaginável. Eu saí correndo e chorando.— Tonta, tod