Gabriela olhou para Carlos pensativa.
- Não pensei que viria. – Tomando café. – Tinha avisado que sairia.
- Me bateu uma saudade. – Carlos sorriu feliz.
- Saudade de mim? – Sua surpresa o incomodava um pouco. – Ainda não acredito que continuou me amando mesmo depois de tudo.
- Ambos eram muito jovens e o romance foi negado por sua família. Podemos finalmente ficar juntos, acredito...
- Meus pais tinham negado pela sua baixa vida financeira. – Murmuro, cedendo aos pais que nunca ligaram para sua dor. – Acharam que Gabriel ia mudar com meu amor. – Murmuro, irritada.
Evangeline volta para seu quarto com o marido atrás, deixando suas malas logo ao lado da porta.- Que quarto pequeno. – Joseph se joga na cama, respirando calmo. – Se os meninos tivessem aqui, teriam destruído esse quarto em minutos. – Evangeline solta risadas, enquanto se sentou ao lado do marido. Seu coração batia calmo por ele ter vindo atrás dela, mas batia rápido pela insegurança das conversas que ainda planejava ter com ele.Queria voltar para casa, solucionando o problema que há dois anos está em seu coração.- Era prático, - Evangeline, volto para o marido. – Fui só eu. – Por um tempo.- E
O nascimento de seus dois meninos foi motivo de alegria para a casa de Evangeline. Murilo e Gabriel tinham saúde e vieram de forma natural. Seu parto foi muito melhor que o antigo e Joseph não queria sair do lado da esposa durante os eventos.Mas, como tudo não dura muito numa tarde onde os meninos dormiam em seus carrinhos, Dalia brincava com seus brinquedos e os gêmeos corriam ao longe.- Tudo ficou bem no final das contas, né? – Manuela tinha um bebê nos braços que veio da linha dos rejeitados, o menino dos olhos de Miguel foi o alívio para aquele clima triste naquela casa grande. Rebeca sorriu enquanto passava a mão em sua barriga e bem Gabriela curtia as crianças correndo.- Sim, depois de mui
Já fazia um tempo que Evangeline tinha notado uma mudança em seu marido, mais exatamente desde o nascimento da ultima filha do casal, seu companheiro passou a evitar momentos mais íntimos, românticos. Porém, o estopim foi vê-lo um tanto interessado em uma nova empregada. A situação começou com alguns olhares, que avançaram para leves sorrisos, terminando em conversas levianas, com os corpos mais próximos. Evangeline passou a se sentir invisível dentro de sua própria casa. Eis que, quando ela achou que não poderia ficar pior, a dona da casa encontrou seu, até então, marido aos beijos com tal empregada, em um dos escritórios dele. Entretanto, Evangeline notou que não eram beijos normais, eram beijos apaixonados.Aquilo, definitivamente, a quebrou.Foi inevitável comparar sua própria aparência com a tal amante. Afinal, a outra tinha traços finos, olhos claros e um corpo um tanto esbelto, enquanto a própria esposa... Era tudo ao contrário. Tudo pareceu se inverter, desde o dia em que pego
Depois que a reunião com as meninas acabou, ficou se sentindo desgostosa da vida, preferiu não sair para comer quando foi anunciada a refeição pelo mordomo, só trancou a porta, deixando apenas a área destrancada que a levaria à área das crianças - já que seu quarto tinha duas saídas, uma para fora do quarto e a outra para a tal área das crianças, onde costumavam brincar etc., para que não tivesse problemas à sua frente. De qualquer forma, pelo jeito que as demais falaram, era apenas a sua culpa o marido não gostar mais da própria esposa.Digerir a verdade era a pior coisa que tinha para fazer naquele momento e encarar a verdade era ainda pior. Sua vida foi uma ilusão de sua própria mente, dedicou tanto tempo à sua família que agora é uma pessoa apagada e chata. Isso a fez chorar no chão como um bebê, enquanto abraçou as pernas, nem sabia a quem recorrer atrás de conforto. Já que, com as amigas, conforto não foi a palavra certa que recebeu vindo delas.Ao marido? Não, com certeza estar
O quarto de casal parecia abafado e sufocante, sobretudo pelo que Evangeline estava sentindo.A fazendo abrir as janelas e as cortinas, e sem esperar sua dama de vestimenta, acabou soltando os cabelos e as roupas, partindo para um banho. As lágrimas tinham deixado um caminho molhado que manchara o rosto.Parecia que tudo estava desmoronando, seu casamento estava indo para o seu fim, seus filhos não sabiam de nada, mas o que quebrava mais seu coração era o fim que seu marido deixou claro para todos, e aquilo a fez soluçar. Nunca chegou num estado tão ruim em sua vida, nem mesmo quando seu pai a largou e a família em qualquer casa de campo para voltar às suas amantes, e agora estava no mesmo momento que sua mãe.Ela tentou fazer de tudo ao marido para não ficar sozinha de novo, mas Joseph parecia ter achado um novo amor e, bem, atualmente, divórcio não era a melhor coisa do mundo, às vezes, cada um possa os amantes era mais favorável, divórcio era a vergonha social.No caso dela, em seu
Na manhã em que bateu na janela, Evangeline colocou na cabeça que iria à casa de Manuela atrás de conselhos, e antes mesmo de se vestir já mandara as cartas. Precisava de mais clareza entre as amigas e ontem foi mais uma razão para seu casamento estar nas últimas.Na sala principal, deixou os filhos em cada cadeira e, quando já ia sentar, ouviu os filhos rindo e com sorrisos no rosto, viu os cabelos cacheados que roubaram seu fôlego entrando em seu campo de visão.- Bom dia, papai! – Os três berraram para todos na casa e Evangeline acabou rindo, enquanto a cara de Joseph acabou sorrindo também, fazendo um carinho em cada criança, voltando para Evangeline e com um aperto firme no braço, ele deu um roçar de lábios na bochecha.- Bom dia – Seus olhos a pegaram e tudo que fez foi sorrir, voltando ao suco.- Bom dia, dormiu bem? – Pela cara de sono, a pergunta se alto respondia. Joseph não gostava de dormir sozinho desde a guerra e uma pequena parte nela queria que ele não conseguisse dorm
Evangeline seguiu o caminho para a casa de Manuela tranquila e apreciando o pouco de silêncio que não tinha há tempos. A rua em que todas moravam era a mais tranquila em Mogi Mirim, perto do centro, onde sempre tinha coisas a fazer na grande igreja matriz, lojas de tecidos, sapatos e livros. Caminhar tranquilamente sem uma babá ou um carrinho de bebê era maravilhoso e se sentiu culpada por não querer os filhos por perto.Foi assim que bateu na porta da casa ao fundo da rua, a grande casa rosa, a porta branca e a cerca branca sempre foi um charme. Manuela amava a temática de casa de bonecas, pelo menos na época em que enxergava. Nesse exato momento, ela não andava vendo muito e isso fez ela não passar no programa de adoção do Brasil, deixando-a ter uma casa enorme e sem filhos. Sem contar que, depois do casamento, Manuela descobriu que nunca poderia ter filhos e isso sempre foi uma grande tristeza para a mulher.Foram três batidas e, antes da quarta, apareceu o rosto da amiga com suas
Miguel achava feio espionar Manuela, já que a mesma era super desconfiada, mas com a cegueira aumentando conforme o tempo passava e a mulher não querendo aceitar um cuidador quando ele não estava em casa, as coisas tinham que ser mudadas. Miguel acabou descobrindo que, conforme os anos de vivência, era divertido ver Manuela fazer atividades normais, ele sempre ajudava sem ela saber, mas o importante era ver seus olhos e sorrisos alegres porque conseguiu sozinha.A coisa mais divertida era quando iam à igreja e ela confundia o padre com um pedestal, aquilo o fazia rir. Claro que isso os fazia ir embora mais cedo, mas Miguel amava passar um tempo só com a esposa, seu jeito era divertido e, mesmo sem o barulho de crianças, Miguel sentia-se bem com o casamento. Chegou recentemente a ver a mulher como além de sua companheira, mas também o amor da sua vida.E saber que a mulher de sua vida concordou em ir embora em dois meses com o bando de suas amigas o deixou apavorado.Manuela podia ser