Já fazia um tempo que Evangeline tinha notado uma mudança em seu marido, mais exatamente desde o nascimento da ultima filha do casal, seu companheiro passou a evitar momentos mais íntimos, românticos. Porém, o estopim foi vê-lo um tanto interessado em uma nova empregada. A situação começou com alguns olhares, que avançaram para leves sorrisos, terminando em conversas levianas, com os corpos mais próximos. Evangeline passou a se sentir invisível dentro de sua própria casa. Eis que, quando ela achou que não poderia ficar pior, a dona da casa encontrou seu, até então, marido aos beijos com tal empregada, em um dos escritórios dele. Entretanto, Evangeline notou que não eram beijos normais, eram beijos apaixonados.
Aquilo, definitivamente, a quebrou.
Foi inevitável comparar sua própria aparência com a tal amante. Afinal, a outra tinha traços finos, olhos claros e um corpo um tanto esbelto, enquanto a própria esposa... Era tudo ao contrário. Tudo pareceu se inverter, desde o dia em que pegou seu marido lhe atraindo. Como dito, os momentos românticos eram cada vez mais escassos, já que tais momentos o tal homem tinha com a amante, não com sua devida esposa. Não tinha outra reação a não ser ir se encolhendo cada vez mais, dentro de sua própria casa.
Evangeline não conseguia esquecer a cena, o momento; foi quando ia entregar o jornal ao seu marido, quando, por uma fresta da porta, foi capaz de ver os dois amantes no ato romântico.
Todos os seus pensamentos eram completamente confusos, perturbados. Ela se pegou pensando se aquele seu casamento, que até aquela cena era tão feliz, cheio de amor, não passou de uma ilusão barata em sua própria mente. Essa sua dúvida, como tantas outras que permaneciam rodeando sua mente, era como uma erva daninha, entrando cada vez mais fundo em seu inconsciente, em seu coração. Os próximos dias continuaram a correr, enquanto o tal marido ia ficando cada vez mais e mais longe, com cada vez menos olhares para sua esposa, sem amor, sem afeto. Todas as noites, depois que conseguia colocar os filhos na cama, o seu companheiro ia demorando cada vez mais de seus escritórios, além de sempre ter uma desculpa para sair mais cedo da cama, deixando sua esposa sozinha, na maioria das noites.
A gota d'água para Evangeline, além de tudo que já vinha acontecendo, foi quando o casal, finalmente, conseguiu ter uma sessão de beijos, mas quando foi evoluir para um momento mais íntimo... Ele simplesmente pulou da cama e transferiu um olhar diferente para a companheira... Um olhar de apenas... Nojo. Ela sentiu, sentiu mesmo aquilo. O rapaz apenas saiu do quarto, deixando-a aos prantos na cama. Ela chorou, tanto, até pegar no sono.
Devido a tudo isso, ela começou a escrever cartas para as amigas, solicitando a presença delas em sua casa. Evangeline escrevia as cartas da maneira mais simples possível, onde dizia "Tenho uma emergência, preciso de conselhos, pode vir me visitar pessoalmente?" As letras eram grandes, além de fornecer ao expresso com uma gorjeta a mais, para que as cartas chegassem mais rápido às respectivas destinatárias.
Depois, só aguardou. Quando, em uma tarde tranquila, enquanto permanecia bordando, ouviu alguém batendo em sua porta. As crianças da casa logo ficaram um pouco eufóricas, saindo dos quartos e indo até a sala. Evangeline chamou o mordomo para abrir a porta. Quando a porta foi aberta, um enorme sorriso se fez no rosto da dona da casa, ao ver suas três amigas ali.
Ou, de acordo com as crianças, eram as tais tias loucas.
Apesar de Evangeline ser um bom exemplo, conseguia atrair pessoas um tanto mais... Malucas ao seu redor. Gabriela era a tal tia das bebidas, enquanto Manuela era a doida que, se deixasse, iria falar até com árvores, enquanto por fim tinha a tia Rebeca, mas a mesma era cruel com Evangeline, além de um tanto grossa e arrogante.
– Meninas! – Evageline levantou rapidamente do sofá, deixando o bordado na mesa que tinha à frente. Alegre, foi até as mulheres para dar um abraço e um beijo em cada uma. Após, direcionou o olhar para seus filhos, que já estavam ao seu lado. – Magnos e Camélia, deem "oi" para suas tias.
– Oi. – Os gêmeos se entreolharam e depois fitaram as moças à sua frente, dizendo em uníssono um tanto friamente. Não demorou para as amigas os cumprimentarem de volta, para elas, tinham certeza de que os gêmeos vieram do banqueiro de expressões de Joseph. Os olhos das crianças eram iguais aos do pai, pretos como carvão e bem intensos.
– Dália! – Gritou Manuela, para que toda a casa ouvisse. – Venha dar oi às titias. – Não demorou para que uma outra criança, aparentemente de 4 anos, aparecesse para depois se aproximar das moças. – Continua pequena... Evangeline olhou agora para a dona da casa – está dando comida a ela? – Por fim, as moças colocaram seus chapéus no respectivo local ao lado da porta, que era apropriado para isso.
A tal criança de 4 anos logo começou a ficar dispersa, direcionando seus passos a uma pequena móvel de canto que tinha ao lado da porta. Camélia, um dos gêmeos, foi até a irmã caçula, parando-a antes que a mesma se machucasse. Magnos, por sua vez, foi até as irmãs e pegou no braço de cada uma, para depois fitar sua mãe na porta com as amigas.
– Mamãe, estamos indo para o quarto dos brinquedos. – Ainda meio frio, e dando a mão às irmãs, levou-as meio que à força até as escadas, para subi-las. Para que assim, deixasse as adultas sozinhas – mesmo que algumas delas estivessem alheias em relação à saída das crianças.
As três amigas de Evangeline sempre foram uma perturbação à casa, que era calma apenas com Joseph e a tal dona da casa. Os funcionários que serviam à casa não tinham apreço por aquelas moças, e muito menos Joseph. Seus filhos permaneciam a evitar, o tanto que podiam, pois, como dito, para eles, elas eram as tias malucas e grudentas. Mas, para Evangeline, elas eram a diversão mais recorrente que tinha em sua vida.
– Bom dia, meu raio de sol. – Gabriela passou por Manuela, apertando de leve o braço da amiga. – Quero uma bebida, antes de começarmos. – Rapidamente olhou para o mordomo, que permanecia próximo, o mesmo apenas assentiu com a cabeça, entendendo o recado. Por fim, não demorou para que as quatro se aproximassem do sofá para se sentarem.
– E a vida de vocês, como anda? – Outra vez, Gabriela utilizou sua voz para indagar, enquanto o mordomo lhe servia uísque.
– Ruim – deu uma pausa antes de continuar – Ricardo quer mais filhos. – Rebeca rosnou em pura descrença, enquanto abriu o leque que tinha em mãos, se abanando.
– Os meus... São uns monstros. – Gabriela olhou para as amigas e riu, enquanto enfim o mordomo serviu bebida a todas ali.
– Enfim, vamos ao que interessa. – Manuela foi ríspida, indo direto ao assunto, olhando para Evangeline. – O que queria falar conosco, de tão urgente? – Alguns poderiam não entender, mas falar de crianças era um gatilho para a mesma, já que Manuela nunca conseguiu ter um, além de sua condição mental, o Império nunca a deixou adotar. Dessa forma, era só ela e o marido... Em uma casa cheia de quartos.
– Vamos falar disso no meu escritório, pode ser? – Meio trêmula, perguntou. As amigas se olharam, mas logo fixaram o olhar na dona da casa, para enfim concordarem com a cabeça.
Assim, elas se levantaram e caminharam em direção ao tal escritório de Evangeline. Ao entrarem, a mesma se certificou de ter fechado bem a porta. Ela então se colocou no centro da sala, respirou fundo e botou as mãos sobre o peito, bem nervosa e tensa com aquilo. Mas não demorou para que começasse a contar para suas amigas o que houve, mas especificamente a relação de Joseph com a empregada, a tal traição, além de todo o comportamento que seu marido vinha tendo com ela. Enfim, toda a situação.
– Não acredito que Joseph fez isso! – Exclamando, Gabriela soltou a bebida sobre a mesa principal daquele escritório, largando o álcool pela primeira vez no dia. – Eu, se fosse você, mandava essa mulher embora agora mesmo.
– Pare de ser boba – se pronunciou Rebeca, olhando para a amiga ao lado – se mandar ela embora, o Joseph vai desconfiar e logo vai juntar as moedas, de que a Evangeline sabe de tudo. – Deu uma pausa antes de voltar a fitar a amiga na sua frente. – É melhor deixar para lá, além do mais, convenhamos, achou mesmo que isso não ia acontecer com você? – Aquilo fez Evangeline retribuir o olhar com uma sobrancelha arqueada. – Achou que seu casamento seria eterno? Pensou mesmo que Joseph não iria te trair? Bom, homem nunca consegue sossegar com uma mulher só, eles se cansam muito das esposas, isso é um fato! – Finalizou, dando de ombros. Enquanto Evangeline encarou as mãos em busca de algum argumento sólido para rebater o que foi dito, mas, no final, sabia que Rebeca tinha razão. Só não queria acreditar naquilo, que realmente Joseph a havia trocado por outra mulher.
– Mas eu amo meu marido, o que eu queria era um conselho para lutar contra o desinteresse dele, o fazer voltar para os meus braços. – Murmurou cabisbaixa, desolada.
Isso fez as três se entreolharem.
– Envageline, sua inocência às vezes chega a ser cativante. - Rebeca respondeu, com um sorriso debochado no rosto. – Olhe para você e depois para a amante, que aliás não tem filhos, e me diga a diferença. Aposto que não vai demorar para ver.
– Como assim? – Evangeline permaneceu sem entender.
– Ué, já viu o seu corpo, completamente fora de forma? – Rebeca bateu os dedos sobre a mesa, voltando de forma teatral para a amiga. – É o que eu acho, você não é mais uma mulher atraente, e sim uma mãe, desculpe falar, mas suas gestações acabaram com você, te deixaram feia, largada, acabada. – Completou, mexendo nos cabelos e no rosto da amiga na sua frente, até mesmo dando cutucadas no espartilho da outra que prendia algumas gordurinhas.
– Sem contar os cabelos bagunçados e com penteados fora de moda, roupas simples e sem brilho nenhum. – Gabriela quem começou a dizer. – Você também não sai de casa, sempre com os mesmos assuntos do dia, não vai a teatros ou bailes, isso faz de você uma pessoa chata e apagada. – A outra amiga finalizou os comentários.
As verdades foram batendo em Evangeline como tijolos, enfim agora direcionou seu olhar para Manuela, que foi a única que não falou nada até agora.
– É preocupante, porque você não tem nem trinta anos, e do jeito que está indo, logo acabará numa casa de campo. – Aquilo foi a última estaca em seu coração, uma casa de campo era a morte de uma esposa.
A casa de campo era a alternativa do marido de se livrar dos filhos e da mulher para ficar na casa da cidade só com a amante. Isso aconteceu com sua mãe, teve que ir junto com os filhos para uma casa de campo. Ficou imaginando-a e os filhos numa casa afastada, sem marido para a esquentar, nunca mais ouvir suas novidades ou contar de seus sonhos ao seu companheiro, de não ver mais seus meninos brincando no quintal ou até mesmo das caminhadas depois da missa na praça.
– O que eu faço? – Com a cabeça baixa, perguntou, desesperada.
– Faça ele ver que você não é substituída. – Respondeu agressivamente Rebeca.
– Pega ele, dê jeito na cama. – Gabriela, com menos pudor, bravejou alegre.
Isso a fez soltar lágrimas, como contaria às amigas que seu marido sente nojo de si mesma, ao ponto de nem querer dividir a cama mais?
– O que foi, querida? – Manuela notou os olhos brilhantes da amiga.
– Ele não me toca mais – deu uma pausa, mas logo levantou a cabeça para fitar as amigas – Há mais de dois anos. Foi o suficiente para que as amigas ficassem boquiabertas. Gabriela até soltou o copo em sua mão, deixando-o com que o mesmo se espatifar no chão. Enquanto Manuela apenas respirou, trêmula e preocupada.
Isso fez as três ficarem boquiabertas. Gabriela até soltou o copo no chão, deixando espatifar enquanto Manuela respiro tremula.
– É, acho que está com mais problemas do que achei que estaria. – Disse Rebeca.
Depois que a reunião com as meninas acabou, ficou se sentindo desgostosa da vida, preferiu não sair para comer quando foi anunciada a refeição pelo mordomo, só trancou a porta, deixando apenas a área destrancada que a levaria à área das crianças - já que seu quarto tinha duas saídas, uma para fora do quarto e a outra para a tal área das crianças, onde costumavam brincar etc., para que não tivesse problemas à sua frente. De qualquer forma, pelo jeito que as demais falaram, era apenas a sua culpa o marido não gostar mais da própria esposa.Digerir a verdade era a pior coisa que tinha para fazer naquele momento e encarar a verdade era ainda pior. Sua vida foi uma ilusão de sua própria mente, dedicou tanto tempo à sua família que agora é uma pessoa apagada e chata. Isso a fez chorar no chão como um bebê, enquanto abraçou as pernas, nem sabia a quem recorrer atrás de conforto. Já que, com as amigas, conforto não foi a palavra certa que recebeu vindo delas.Ao marido? Não, com certeza estar
O quarto de casal parecia abafado e sufocante, sobretudo pelo que Evangeline estava sentindo.A fazendo abrir as janelas e as cortinas, e sem esperar sua dama de vestimenta, acabou soltando os cabelos e as roupas, partindo para um banho. As lágrimas tinham deixado um caminho molhado que manchara o rosto.Parecia que tudo estava desmoronando, seu casamento estava indo para o seu fim, seus filhos não sabiam de nada, mas o que quebrava mais seu coração era o fim que seu marido deixou claro para todos, e aquilo a fez soluçar. Nunca chegou num estado tão ruim em sua vida, nem mesmo quando seu pai a largou e a família em qualquer casa de campo para voltar às suas amantes, e agora estava no mesmo momento que sua mãe.Ela tentou fazer de tudo ao marido para não ficar sozinha de novo, mas Joseph parecia ter achado um novo amor e, bem, atualmente, divórcio não era a melhor coisa do mundo, às vezes, cada um possa os amantes era mais favorável, divórcio era a vergonha social.No caso dela, em seu
Na manhã em que bateu na janela, Evangeline colocou na cabeça que iria à casa de Manuela atrás de conselhos, e antes mesmo de se vestir já mandara as cartas. Precisava de mais clareza entre as amigas e ontem foi mais uma razão para seu casamento estar nas últimas.Na sala principal, deixou os filhos em cada cadeira e, quando já ia sentar, ouviu os filhos rindo e com sorrisos no rosto, viu os cabelos cacheados que roubaram seu fôlego entrando em seu campo de visão.- Bom dia, papai! – Os três berraram para todos na casa e Evangeline acabou rindo, enquanto a cara de Joseph acabou sorrindo também, fazendo um carinho em cada criança, voltando para Evangeline e com um aperto firme no braço, ele deu um roçar de lábios na bochecha.- Bom dia – Seus olhos a pegaram e tudo que fez foi sorrir, voltando ao suco.- Bom dia, dormiu bem? – Pela cara de sono, a pergunta se alto respondia. Joseph não gostava de dormir sozinho desde a guerra e uma pequena parte nela queria que ele não conseguisse dorm
Evangeline seguiu o caminho para a casa de Manuela tranquila e apreciando o pouco de silêncio que não tinha há tempos. A rua em que todas moravam era a mais tranquila em Mogi Mirim, perto do centro, onde sempre tinha coisas a fazer na grande igreja matriz, lojas de tecidos, sapatos e livros. Caminhar tranquilamente sem uma babá ou um carrinho de bebê era maravilhoso e se sentiu culpada por não querer os filhos por perto.Foi assim que bateu na porta da casa ao fundo da rua, a grande casa rosa, a porta branca e a cerca branca sempre foi um charme. Manuela amava a temática de casa de bonecas, pelo menos na época em que enxergava. Nesse exato momento, ela não andava vendo muito e isso fez ela não passar no programa de adoção do Brasil, deixando-a ter uma casa enorme e sem filhos. Sem contar que, depois do casamento, Manuela descobriu que nunca poderia ter filhos e isso sempre foi uma grande tristeza para a mulher.Foram três batidas e, antes da quarta, apareceu o rosto da amiga com suas
Miguel achava feio espionar Manuela, já que a mesma era super desconfiada, mas com a cegueira aumentando conforme o tempo passava e a mulher não querendo aceitar um cuidador quando ele não estava em casa, as coisas tinham que ser mudadas. Miguel acabou descobrindo que, conforme os anos de vivência, era divertido ver Manuela fazer atividades normais, ele sempre ajudava sem ela saber, mas o importante era ver seus olhos e sorrisos alegres porque conseguiu sozinha.A coisa mais divertida era quando iam à igreja e ela confundia o padre com um pedestal, aquilo o fazia rir. Claro que isso os fazia ir embora mais cedo, mas Miguel amava passar um tempo só com a esposa, seu jeito era divertido e, mesmo sem o barulho de crianças, Miguel sentia-se bem com o casamento. Chegou recentemente a ver a mulher como além de sua companheira, mas também o amor da sua vida.E saber que a mulher de sua vida concordou em ir embora em dois meses com o bando de suas amigas o deixou apavorado.Manuela podia ser
Joseph chegou no clube de cavaleiros estressado. Evangeline tinha sumido para a casa de Manuela, tinha dormido super mal e ainda por cima tinha uma maluca na sua casa que foi demitida com sucesso. Aquela loira veio com palavras e depois foi achando que podia se agarrar a ele.Joseph não gostou quando ela chegou, sempre ficava olhando e chamando seu nome num ronronado que somente Evangeline tinha esse direito, e agora a mulher tinha encurralado num quarto com um cheiro estranho que tinha e quando deu por si estava nos braços da mulher, sentiu-se até mesmo sujo e quando teve forças de novo empurrou a mulher longe.E quando saiu do quarto, deu de cara com ela e os olhos marejados. Foi naquele momento que soube que tinha dado merda de vez.Tentou conversar com ela depois, mas Evangeline tinha passado a noite longe dele e isso a fez acordar com o frio, e quando chegou no café soube que a sua mulher tinha ido dormir no quarto da sogra, isso o fez gelar.Normalmente, logo surgiria a velha mal
Ricardo saiu daquele clube com a cabeça quente depois de acudir um irmão e tudo que ele queria era beber, ver as apostas horríveis de Gabriel, Miguel entrando numa briga e Joseph arrumando o clube, falando sobre como Magnos ia gostar daquilo quando grande, mas não saber que as esposas iam fugir deixou os homens loucos.Isso fez olhar para sua casa azul cintilante.Rebeca nunca ia deixá-lo com crianças, ela não perderia sua vida confortável e muito menos o amor dele. Os dois tinham uma história de superação. Depois de seu irmão Robert, amá-la foi mais fácil do que seu irmão tinha falando.Rebeca sempre foi sistemática e, mesmo com os filhos atrás dela com
Gabriel achou tudo aquilo uma grande piada. As mulheres sempre reclamavam, mas nunca iam longe, e Gabriela era um bom exemplo disso.Uma mulher sem alma, completamente apática; perfeita para ser uma esposa. Dessa forma, ele poderia continuar suas atividades promíscuas e ter várias amantes, porque Gabriela aceitava seus filhos ilegítimos.Gabriel achava cômico como aquela mulher ainda conseguia manter sua aparência. Podiam o chamar de cruel, mas seu pai tinha o ensinado assim, e tentou ensinar seus filhos a mesma coisa. Porém, Jonatas e Tomas eram fracos; diziam não valer a pena fazer a mãe chorar a noite.Sua solução foi os mandar para internados, chamando-os de "Maricas". Não precisava do