Olhei para a aliança brilhante em meu dedo de novo. Ela brilhava inocentemente e meus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez.
Ele não merece suas lágrimas. Meu Demônio interior rugiu para mim. E com forças, passei as pontas do dedo pelos cantos dos olhos e limpei em minha camiseta preta. Tirei o anel de meu dedo e abri a gaveta de minha cômoda. Puxei várias roupas e a escondi enrolada em uma blusa bem no fundo da gaveta. Eu não queria nunca mais ver aquele anel na minha frente. Ele representava tudo que agora me fazia sofrer. Me sentei em minha cama e envolvi meus joelhos com os braços. Fazia uma semana que eu tinha descoberto a traição, quando eu havia fugido. A dor ainda retumbava no fundo de minha mente e no fundo de meu coração. As imagens horríveis nunca deixaram de desaparecer completamente. Os beijos. As palavras. Aquela coisa nojenta que o vi fazendo com Lexi. Minha raiva ardia mais do que o sofrimento. O orgulho falava mais do que as feridas. E eu sabia que era por que no fundo meu Demônio me dava forças. Lembro-me de quando ele fora embora mais de um ano atrás, eu não sabia, mas na época ele tinha sido preso. E eu o que eu fiz? Caí em depressão doente pela falta dele, e tudo por que eu não tinha forças de me levantar. Agora é totalmente diferente. Sou um Demônio e isso grita por cada veia minha. E é o que me dá forças para seguir em frente, porque eu já não sou mais a menina tola que chora pela falta. Agora sou a mulher que sorri por ainda estar viva. E para não ficar pensando mais bobagens, me lembrei de quando depois de fugir, retornei para a mansão de Lucian. Assim que cheguei o encontrei na porta de casa falando com mais alguns seguranças. Ele olhou para mim ao mesmo tempo em que com raiva e alívio por me ver de volta. Um olhar realmente de um pai que vê a filha fugir. Mas, não me enganei com aquele olhar. Ele estava aliviado apenas de não ter que ir atrás de mim novamente. Meu rosto ainda estava inchado de tanto chorar e Heron mantinha seus braços ao meu redor de um jeito protetor. E se não fosse por suas mãos em mim, não sei como ainda estaria andando. Lucian caminhou até nós, nervoso, e nos olhou.- Onde raios vocês estavam?! – ele esbravejou. Heron me apertou e o máximo que consegui fazer foi abaixar a cabeça e continuar quieta. - Ela tinha fugido, mas consegui pegá-la não muito longe daqui. – Heron respondeu exatamente como havíamos combinado. Se Lucian desconfiasse que ele tivesse me ajudado a fugir, Heron teria sérios problemas.Lucian nos avaliou e então sorriu. - Bom trabalho, Heron. Achei que já estivesse tendo um coração. – e riu. – Bem, já que a mocinha gosta de brincar de fugir vou manter você no porão por enquanto. Quem sabe você aprende algo. – ele puxou meu rosto para olhá-lo, mas meus olhos estavam inexpressivos. – Você fez alguma coisa para ela, Heron? Por que ela estava chorando? Senti o corpo de Heron tenso ao meu redor, e decidi responder por mim mesma. Desviei-me das mãos nojentas de Lucian e ergui meu corpo corretamente olhando em seus olhos, ainda sem expressão. - Ele não me fez nada. Só de pensar em voltar para esse lugar já é o suficiente para querer pensar em se matar. – respondi. Lucian sorriu com minhas palavras. - Bem, então talvez eu tenha que te amarrar também. – ele disse e me puxou pelo braço, me arrancando para longe de Heron. Olhei assustada para Heron. Heron deu um passo para frente.- Não acha melhor deixá-la no próprio quarto dela? Eu mesmo posso vigiar a porta ou ficar dentro do quarto se for preciso. – ele disse. Lucian me soltou por alguns instantes e assentiu. - Ótimo. Assim ela dá menos trabalho para mim. Mas, se algo acontecer com ela, se souber que tocou em um fio de cabelo dela, eu te mato, Heron. Deve protegê-la, e não deixar que ela fuja. Entendido? – ele esbravejou. Heron assentiu. Pegou-me pelas mãos e me puxou para dentro. Suspirei mais tranquila, quando Heron abriu a porta do meu quarto e me empurrou para dentro. - Você está bem? – ele disse me ajudando a sentar na cama. Um soluço subiu por meu peito. E as lágrimas começaram a transbordar novamente. Pelo menos por hoje eu não ia ter forças para me fingir de forte. Eu tinha que tirar aquele peso de mim chorando por pelo menos aquela noite. E quando eu acordasse pela manhã eu seria outra pessoa. Seria uma orgulhosa, uma forte, e uma que ninguém pisaria nunca mais. Um Demônio. E foi assim que aconteceu. Durante os dias que foram se passando eu fora adiando a conversa que teria mais tarde com Lucian, e fui ficando mais forte e mais dura. Ele não merecia e nunca mereceu minhas lágrimas. E hoje seria o dia em que eu conversaria com Lucian a respeito do exercito que eu lideraria. Fechei a gaveta e suspirei. Agora eu estava muito mais calma e muito melhor do que no dia em que tinha retornado. Sentia que era outra pessoa completamente diferente do um dia já fui. A Olivia inocente e apaixonada, que não queria nada mais que amor, havia ficado naquela campina. Junto com Melahel e com sua traição. E tudo que restara fora dor, orgulho e forças para recuperar o que um dia fora destruído. Houve um sutil batido na porta. Me desviei de meus pensamentos e corri abrir. Eu já sabia que era Heron. - Você está pronta? – ele perguntou. Estava todo vestido de preto, com calças jeans e uma camisa agarrada. Sorri ligeiramente para ele. Era um claro sorriso fraco, mas era o máximo que eu chegava. - Sempre estou pronta. – falei, saindo de meu quarto e fechando a porta. Caminhamos em silêncio para o escritório de Lucian e eu sabia que ele já estava me esperando. Heron me beijou no rosto antes de entrar e acenei para ele. Sem cerimônia abri a porta do escritório e Lucian estava relaxado em sua poltrona preta. Fechei a porta e andei até ele. - Com licença. – pedi e me sentei ao lado dele. Lucian sorriu e apertou suas mãos sobre as pernas. Já tinha se passado o tempo que eu sentira ódio e medo dele. Respirei profundamente esperando que ele falasse primeiro. - Você queria falar comigo? – ele disse calmamente. - Sim. É a respeito de algo que te interessa. – murmurei. Lucian sorriu ainda mais.- Vejo que seus modos mudaram, minha cara. – ele disse com os olhos profundos nos meus. – Vejo até mesmo que suas atitudes mudaram. Você está mais fria. Mais cautelosa... Diria até que mais como um Demônio do que como uma humana. Permaneci em silêncio. Sabia que ele apenas estava falando aquilo para descobrir o motivo pelo qual mudei. E isso ele não teria de mim não tão fácil. - Não acho que meus problemas pessoais sejam da sua conta. – falei. – Estou aqui para dizer que liderarei seus Demônios. Lucian abriu a boca para falar algo, acho que não tão gentil, mas de repente ele parou e então sorriu. Parecendo uma criança numa manhã de natal. Sinceramente tudo isso era ridículo. - Mas, que grande notícia boa! – ele murmurou alto. – Vejo que finalmente está aceitando seu destino como minha filha. E nada me deixará mais feliz do que ter você futuramente como meu braço direito. Mais que alegria! – disse e se levantou me dando um abraço. Senti repulsa, mas não me movi. - Quando irei começar meu treinamento? – falei indo direto ao ponto. Seu sorriso diminuiu, mas o contentamento em seus olhos dourados não. - Calma, minha querida. Primeiro vamos dar um grande jantar de comemoração. E amanhã veremos para que campo de treinamento iremos te m****r. Acho que o melhor seria em uma cidade aqui perto. Não seria muito distante de mim e você teria excelente desenvolvimento de seus dons. Você será um grande soldado como os outros. Mas, terá vantagens por ser minha filha. Você terá poderes que ninguém teve. Dentro de um mês você atingirá o amadurecimento e seus dons farão de você uma maravilhosa Demônio. – ele piscou.- Ótimo. – murmurei. Caminhei em direção à porta. E as palavras de Lucian me atingiram quando girei o trinco. - Te espero às oito no jantar, querida. E vista algo elegante. Hoje será uma grande noite para você. – ele sorriu. Dei de ombros e caminhei para fora. Pronto, tudo estava feito agora. Eu tinha selado o destino de vez e tentei ficar feliz com isso. Eu seria uma grande em todos os pequenos Demônios de merda que eu via. Enquanto estava caminhando pelo corredor, meu braço foi puxado abruptamente. Olhei para trás e vi Kendra. Ela sorriu para mim e fazia tempos que eu não a via. Mais ou menos um dia antes de eu fugir. O alívio me tomou conta e olhei para seu rosto. - Soube que você tinha fugido. Mas, nosso pai não me deixou vê-la. – ela disse. – Você está bem?- Estou sim. – falei com a voz sem emoção e ela caminhou comigo até meu quarto. Ela fechou a porta quando entramos e me sentei na minha cama. Ela se sentou ao meu lado e encarei seu rosto infantil. Acho que ela era a única amiga que eu tinha nesse momento. Eu não precisava ser tão fria com ela. Sorri devagar. - O que você estava falando com papai? – ela sorriu em resposta. Suspirei e contei a verdade. Aliás, todo mundo ficaria sabendo disso logo a noite mesmo. - Ele pediu que eu liderasse seu exército. Que eu fosse seu braço direito e eu aceitei. Não me sobrou muita escolha mesmo. – ri. Kendra riu junto. - Isso é verdade. Papai pode ser muito persuasivo às vezes. Mas, você é realmente muito corajosa em aceitar isso. É uma grande responsabilidade também. – ela observou.- Nada me resta mais nada agora. Foi a única opção que encontrei. – respondi com sinceridade. - Mas, e o seu anjo bonitão? – ela disse. – Sabe que seus futuros agora estão separados para sempre. O sorriso sumiu de meu rosto e me tornei séria. Não queria falar de Melahel nesse momento. Não quando meus pensamentos finalmente estão distraídos com todo meu futuro que eu praticamente já estava aceitando. Desviei os olhos dela. - Nós terminamos. – sussurrei. Kendra ficou em silêncio durante alguns segundos. Suas pequenas mãos tocaram meus ombros e ela abaixou a cabeça. - Desculpe. Não sabia disso. Bem, vocês não tinham muita escolha diante das coisas que aconteceram. – ela disse. - Não precisa se sentir culpada. Você tinha razão quando me disse aquelas coisas no carro quando nos vimos pela primeira vez. Esse é o meu destino e não há outra opção. – falei e sorri. Não queria deixar culpa sobre os pequenos ombros dela. Kendra assentiu. E seu rosto se iluminou. - Sabe de alguém que sei que não tira os olhos de você e provoca inveja em todos os Demônios mulheres de nossa casa, e até mesmo nossa irmã?! – ela disse. Imaginei quem fosse, mas corei e não disse nada. - Ah! Esse rubor no seu rosto entrega, Livy. – ela riu. – Você sabe que é Heron. Ele cuida muito bem de você. A gente sabe da história que foi ele quem te alimentou durante suas primeiras mordidas. – ela riu novamente.- Não rolou muita coisa. Vejo mais como amigo. – falei. Ela fez cara de incrédula. - Até parece que alguém pode resistir a Heron Black. Ele é simplesmente gostoso. – ela disse. Black? Era esse o sobrenome de Heron? Desviei meus pensamentos para Kendra. E decidi mudar de assunto antes que as coisas se complicassem para mim. Óbvio que eu não resistia a Heron, mas eu não queria me envolver com ninguém agora. - Você sabia que ele é ex de Ruanda? – ela disse. Aquilo me pegou desprevenida. - Mesmo? - Sim. Eles namoraram durante algumas décadas. Mas, acho que ele estava se enjoando. Rolou até mesmo noivado. Mas, Ruanda não é mole. Eles terminaram numa briga feia onde até mesmo papai teve que se intrometer, e olha que, ele raramente se mete no meio de relacionamentos dos Demônios. E depois nunca mais eles se falaram. Ruanda foi por um lado e Heron para outro. Ela sempre gostou ainda dele, mas Heron não quis mais saber dela. Por isso ela se tornou ainda mais amarga do que já era. E morre de raiva de você por vê-lo tão grudado ao seu lado. E vai morrer ainda mais quando souber que você vai virar chefona de todo mundo... – Kendra continuou tagarelando. Aquilo de verdade era surpreendente. Mais tarde eu perguntaria ao Heron sobre isso. Sei que seria invasão de privacidade, mas ele era meu amigo. Contava-me tudo que eu perguntasse. - Bem, mas todo mundo ficará sabendo hoje à noite. Lucian dará um jantar. – falei.Kendra bateu palmas. - Que divertido! Você sabe que os jantares aqui são grandes bailes de gala na verdade, né? - Não. - Então vou te ajudar a se vestir e se maquiar. Quem sabe você não se enrola com o Heron de vez! Papai ficaria muito feliz. – ela disse. Revirei os olhos. Pelo jeito teria que me acostumar com a personalidade iluminada de Kendra.
Olhei pela janela mais uma vez. E mais e mais carros adentravam a mansão de Lucian. Isso tudo é por que eu me tornaria seu braço direito?Você sabe que os jantares aqui são grandes bailes de gala na verdade, né? A voz de Kendra soou em minha mente. Respirei fundo. Eu era tremendamente tímida e odiava festas. E agora isso. Bem, eu teria que encarar, afinal a festa era para mim.- Pronta? – a voz veio da porta. Me voltei para ela e Kendra sorria para mim.- Não sei. Tem tanta gente! – exclamei.- Olivia, você é linda e encantadora. Todos vão te adorar. E você tem que ser apresentada para nossos amigos. – Kendra me puxou pela mão e me levou para me ver no espelho enorme de meu closet.Vi meu reflexo e tentei puxar um sorriso. Meu cabelo estava preso em uma espécie de coque com as pontas cacheadas e soltas. Minha franja caia ondulada em volta de meu rosto e meus lábios vermelhos foram repuxados com meu sorriso. Minha maquiagem era delin
Meus olhos se abriram e me espreguicei.Olhei ao redor e Heron não estava no quarto, porém na mesinha de cabeceira tinha uma bandeja de café de manhã e um bilhete. Envolvi o lençol ao meu redor e peguei o bilhete.Desculpe-me não estar com você agora. Tive um imprevisto e precisei sair.Mas, espero que goste do café da manhã.Você é linda. Heron B.Os. O sangue que está na taça é meu. Faça bom proveito, amor.Sorrindo, coloquei a bandeja na cama ao meu lado. Havia pães, queijo, bolachas, suco, leite e como ele tinha dito uma taça de sangue. Tomei um gole e o sangue ainda estava quente. Provavelmente ele saíra uma hora antes de eu acordar. Será que tinha acontecido algo?Eu esperava que não.Te
Handora- Está tudo pronto? – perguntou Lucian.Olhei para as malas ao meu redor. Minhas roupas do closet estavam todas abarrotadas dentro de cinco malas gigantes. Bem, acho que sim, tudo estava pronto.- Sim. – respondi.Ele assentiu.- Ótimo. Você ficará fora um mês e espero que tenha juízo. Rimmon cuidará muito bem de você. E espero que quando volte você seja ainda mais poderosa do que é. – ele sorriu.Foi a minha vez de assentir e não dizer nada. Não seria muito bom dizer às coisas que estavam entaladas em minha garganta. Sorri e peguei a mão de Heron ao meu lado e ele me puxou para si.- E Heron cuide dela. Você está indo para manter a segurança dela e seu bem estar. Esteja ciente disso. –
- Amor? Amor... – a voz de Heron soou ao longe.Meus pensamentos estavam confusos e vinham de um lugar muito distante. Asas e olhos azuis haviam ficado em meus sonhos a noite inteira e aquilo tinha me feito ficar em dor.Abri os olhos e Heron me olhava preocupado. Ah, caramba, será que já eram seis horas?Me levantei rapidamente e respirando fundo tentando organizar a desordem de meu cabelo. Heron ainda me encarava preocupado e aquilo me fez corar. O que estava errado?- O que foi? – perguntei.- Por que não me esperou ontem para comer? Cheguei e você dormia profundamente. Não quis te acordar, então apenas te cobri e fechei a porta. – ele disse. – Você dormiu bem?- Na verdade não. Estava confuso... Tinha asas e olhos profundos azuis que me perturbavam. Não sei direito o que era. – eu na verdade sabia que eu deveria ter sonhado com Melahel, mas não quis dizer isso. Sinceramente eu queria esquecer tudo.Heron me avaliou por um segund
MelahelMe sentei na pedra coberta de limo e olhei no horizonte. As árvores se espalhavam por todo o caminho à minha frente e a selva era calma e tranquila no fim da tarde. Os pássaros voavam por toda a floresta e cantavam felizes dando boas vindas para o pôr do Sol.Por que eu ainda não tinha percebido o quanto Lexi me controlava?Por Deus, eu sou apaixonado por essa mulher? Nunca!Ao acordar essa manhã percebi que nada mais estava igual. Eu não tinha mais atração por ela, o que de verdade nunca senti. Alguma coisa havia despertado em mim, e eu nem sabia o que era. Simplesmente tive nojo ao vê-la ali ao meu lado e com os braços sobre meu peito.<
Meus pés tocaram o gramado verde e límpido do Céu.Já fazia muito tempo desde que eu estive aqui pela última vez, e tinha que dizer que a última experiência não havia sido nenhum pouco bom. Só de lembrar os pelos de meus braços ficavam arrepiados. Eu nunca mais queria passar por aquilo novamente.E tudo estava exatamente do jeito que eu me lembrava.Os campos brilhavam com a luz forte do sol incandescente, a relva se agitava com a brisa leve que batia, e as árvores estavam imaculadas de tão lindas.Caminhei junto com Castiel até o grande Salão onde Deus me esperava. O frio tomava conta do meu estômago e eu ainda queria saber por que Ele tinha me perdoado. Depois de tudo aquilo que tinha acontecido, um perdão Dele não seria tão fácil assim. E isso me intrigava cada vez mais.Preferi ir a pé e admirar a paisagem. Poderia ser estranho que uma época, não muito tempo atrás, eu não queria voltar aqui e nunca mais ver o Céu. Mas, sobretudo, isto
Handora- Tenho a honra de lhe informar que você é a mais nova guerreira de todos os tempos. – Rimmon sorriu para mim e me dando um leve abraço.Estávamos reunidos na sala de refeições, eu e Heron, e mais cinquenta Demônios ainda em treinamento. Rimmon falava alto com atenção toda para mim, e fazendo-me chorar diante de todos.Apesar de os Demônios aqui, eu havia feito amizades com alguns e ganhado respeito de outros. Todos me cumprimentavam durante as refeições e no mês que tinha se passado, eu tinha me tornado a mais forte de todos. Superando treinamentos que normalmente eram de anos, em apenas semanas.E o que era mais impressionante é que eu tinha gostado
- E se Lucian souber disso? – perguntei para Heron, enquanto ele voltava o carro para a estrada.Heron olhou por pequenos segundos para mim.- Acho que ele não pode fazer muita coisa em relação a isso. Você já está se sacrificando por ele. O que ele mais pode pedir de você? Acho que mais nada. Além disso, o filho é meu. De um Demônio, que ele preza demais. – Heron disse.Minha cabeça estava tão cheia que uma leve dor de cabeça começou a se formar.Eu grávida? Ah, Senhor!E eu sabia que era verdade, por que eu sentia. A palpitação lenta e profunda do ser pequeno que eu carregava dentro de mim. Mas, isso não significa que eu conseguia pensar em mim como uma mãe. Eu havia acabado de me tornar adulta. Mal fizera dezoito anos e agora estou grávida?Eu só queria saber o que minha mãe faria se descobrisse isso. E, aliás, era nela que eu não pensava faz um bom tempo. Desde que deixara minha casa eu não havia mais sequer ligado para ela, e nem